Ale 12/10/2022
"Os Demônios existem indubitavelmente, porém a interpretação deles pode ser bem multifacetada."
Um crime espantoso ocorrido em Moscou, no ano de 1869, deixa um documento intrigante: tratasse da " Catequese do revolucionário", um texto redigido por Serguei Netchaiev, líder carismático de uma organização estudantil e principal mandante do crime em questão (Deixei um trecho da "catequese" na segunda e terceira imagem). A par desse fato, Dostoievski empreende na Criação de "Os Demônios", definitivamente, seu grande romance político e uma das grandes obras das letras cristãs.
No enredo profético de "Os Demônios", Dostoievski faz um amplo estudo da psique revolucionária; dando ênfase na nocividade de ideias niilistas e materialistas, o autor adverte para as catástrofes que poderiam resultar desse tipo de pensamento. Um personagem se destaca nesse aspecto: Piotr Stepanovitch, personagem que faz absolutamente de tudo que possa ter alguma serventia para a "causa geral", mesmo que isso signifique incentivar o svicidio de um dos seus camaradas ou cometer ,ele mesmo, um homicidi0.
Enfim... Dostoiévski fez o desenho perfeito do típico revolucionário que, ignorando completamente o excessivo elemento desordeiro presente em sua própria alma, age para que, através da transformação radical da sociedade, exista ordem plena no mundo.
Dostoievski dispensa comentários, mas quero salientar o leque de sensações que a leitura de "Os Demônios" me causou. A narrativa me fez rir, fez meu coração bater mais forte, me fez chorar, etc... Ler Dostoievski é absolutamente singular.
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