a.bookaholic 21/09/2020
Que livrão!
A Garota Alemã é baseado na história real do Navio ST Louis que zarpou da Alemanha em maio de 1939 com cerca de mil passageiros no total, sendo por volta de 900 deles judeus. O destino era Cuba, país que negociou aceitar refugiados. Porém, houve uma mudança de termos enquanto o navio estava em alto mar. A chegada ao novo país foi negada e pouquíssimos passageiros tiveram autorização para desembarcar. O navio teve de regressar para a Europa e estima-se que ao menos 1/4 desses passageiros tenha morrido em campos de concentração.
O livro é dividido entre duas narradoras que intercalam os capítulos entre passado e presente: Anna (narradora do período presente, em 2014) que recebeu uma carta de uma tia-avó distante, Hannah, que quando menina esteve a bordo do ST Louis. Os personagens são construídos minuciosamente e cada um deles têm uma história pra contar.
Nesse livro aprendi bastante sobre Cuba, sobre o período da Revolução Cubana. Que coisa horrível! Tinha até mesmo campos de concentração lá com uma frase na entrada semelhante àquela de Auschwitz.
Após negada a entrada em Cuba, o ST Louis tentou refúgio nos EUA e no Canadá, e também lhes foi negado. Essas nações, apesar de tardiamente, reconheceram a gravidade e responsabilidade de seus atos. Cuba, diferentemente, nem ao menos faz menção ao ST Louis em seus livros de história.
"Ninguém se importa com o fato de termos comprado esses documentos com as economias de toda uma vida. Agora um presidente desalmado ousa assinar um decreto para invalidá-los."
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