spoiler visualizarNivia.Hawthorne 01/03/2024
SIMPLESMENTE MARAVILHOSO
Este livro retrata a historia de Hannah e Anna, tia e sobrinha. A trama se passa em dois tempos (1939 e 2014), em 1939 narra a vida de Hannah Rosenthal , com 11 anos, seus pais e mais 936 refugiados que embarcam no transatlântico Saint Louis rumo a Havana, na esperança de fugir dos horrores do início da segunda guerra mundial. Hannah até então tinha uma vida confortável semelhante a um conto de fadas, se aventurando com seu melhor amigo Leo Martin nas ruas cheias de nazistas. A viagem para Cuba – esperança de retomar a normalidade - logo e torna um pesadelo pois devido as circunstâncias da guerra, a maioria dos judeus são impedidos de desembarcar em Havana, tendo que retornar. Somente 30 passageiros conseguiram desembarcar, entre eles Hannah e sua mãe.
Em 2014 – Nova York, Anna Rosen, com 12 anos recebe uma carta misteriosa de Hannah – sua tia –avó que foi responsável pela criação de seu pai falecido. Esta carta leva Anna e sua mãe embarcarem em uma viagem para Havana a fim de conhecer sua tia – avó e a trágica história de sua família.
Esta trama é baseada em fatos reais, a travessia do Saint Louis e a viagem de esperança que se torna um pesadelo foi um dos grandes responsáveis pela declaração de guerra alemã em 1939 a países como França, Bélgica e Alemanha.
Dividido em 04 partes, de leitura fluida este livro te prende do início ao fim com as vidas de Hannah a partir de 1939 e Anna 2014 se desenrolando até se cruzarem em um determinado momento.
Neste livro o autor consegue te transportar para dentro da história, descrevendo com maestria todas as angustias, esperanças e sofrimento.
Leitura obrigatória para quem ama livros com grande conteúdo histórico e que nos leva a reflexão sobre a intolerância, ganância e demais erros cometidos pela sociedade e seus impactos nas gerações futuras.
Sem sombra de dúvidas irá para minhas lista de livros preferidos lidos este ano.
Nota:
St. Louis, foi um transatlântico alemão, que em 1939 partiu de Hamburgo - Alemanha sentido Havana – Cuba, com 937 passageiros, em sua maioria judeus. A viagem cheia de esperança se tornou um pesadelo pois ao atracar em Havana os judeus foram impedidos de desembargar pois o presidente daquele país não aceitou aquelas autorizações emitidas por seu próprio governo. O navio ficou 6 dias atracado no porto e somente 30 passageiros puderam desembarcar. O navio foi obrigado a retornar para sua origem, todavia houve uma tentativa frustrada de aportarem em Miami, mas também foram impedidos. Obrigados a retornar a Europa o St Louis aportou em Antuérpia, na Bélgica, e os passageiros foram levados a seus países de refúgio, sendo na Bélgica onde desembarcaram 214, na Holanda 181, na Grã-Bretanha 287 e na França 224. Mesmo não tendo retornado a Alemanha 254 passageiros morreram, a maioria em campos de concentração; apenas 365 sobreviveram aos horrores do holocausto, dos quais 87 conseguiram emigrar para os Estados Unidos antes de a Alemanha invadir os países que os acolheram.