spoiler visualizarGiovanna Araujo 15/07/2023
A única coisa que eu não curti muito nesse livro foi a conclusão, a vingança em si, o "grande momento" da narrativa. Durante toda a série, a autora conseguiu dosar certinho a quantidade entre o real/ficção e o "faz sentido"/brega, mas senti que ela se empolgou demais na hora do grande plano e ficou tudo muito filmão de Hollywood. Entendo que muitas vezes a gente tem que se desprender do mundo real e dar o braço a torcer pro autor quando ele precisa inserir alguma coisa na narrativa que seja meio fora da casinha, mas chegou um momento que realmente eu simplesmente não consegui não pensar "que IMPOSSÍVEL!". Aquelas frases do final, por exemplo, super impossível, total e completamente impossível. Se fossem frases de poetas, filósofos, escritores etc que nem eles estavam fazendo antes, até que faria sentido, pareceria menos forçado e mais pensado, planejado, mas ela colocou todas aquelas frases super específicas e cheias de floreios e profundidade pra pertencerem à família Evans???? Pareceu muito forçado, sei lá. Ninguém fala aquilo no dia a dia. Também senti que a autora quis dar um ar cinematográfico para coisa toda ao escrever e deixar claro pro leitor que músicas tocavam em certos momentos cruciais e tudo mais, mas isso não deveria ter acontecido, porque tudo "cinematográfico" deve ser fruto da cabeça do leitor, proveniente da escrita do autora, de como ela descreve, de como ela conta, de como ela transmite as emoções e pinta a cena. A autora fazendo a Lana pegar o celular pra colocar uma música (aleatoriamente!!!) antes de matar um homem ao invés de deixar isso acontecer na nossa cabeça foi tão.... Chegou até me dar uma leve vergonha alheia.
Agora, a grande finalização de tudo foi bem broxante, muito broxante, deveras broxante. A Lana ter morrido, apesar de não ser o final feliz que eu internamente queria, faria mais sentido, teria seguido o histórico genial da autora de puxar o tapete no auge do final da história, mas como todos somos românticos, tinha que ter um final feliz pro casal principal, então eu entendi a escolha e até vibrei. Dei meus gritinhos e marquei frases entre o Logan e a Lana no reencontro deles porque, apesar dos pesares, foi tudo TÃO genuinamente eles e o que foi construído no relacionamento dos dois (um romântico que só é compreendido se você já conhece a história do casal), mas *como* isso aconteceu foi a maior falha da autora ao meu ver. O jeito como ela resolveu a saída da Lana do prédio com vida pareceu muito desculpa de última hora jogada de qualquer jeito pra poder fazer um final feliz - a Lana falou que ela não iria conseguir sair a tempo do prédio antes da explosão, mas teve tempo pro Jake desligar as câmeras, pensar na bomba de fumaça, pegar a bomba de fumaça, sair do esconderijo, chegar até Lana e tirar ela de lá antes que tudo explodisse pelos ares? Pareceu meio furo no roteiro, uma desculpinha ruim, sei lá.
Também não gostei muito como a autora lidou com a sexualidade do Jake e da Hadley, senti que a bissexualidade de ambos foi tratada com muita sexualização.
Porém, o resto do livro foi muito bom. Juro kkkkkkk Cheio de tensão e reviravolta, como todos os outros da série. Passei muito tempo com esses personagens e seus dilemas e descobertas, me apeguei bastante a eles e à sensação de expectativa e ansiedade que sentia a cada capítulo e a cada final de livro. Apesar de não ter sido tão bem trabalhado quanto eu esperava, foi o final mais Lana e Logan que poderia ter acontecido; fez sentido pra eles dois, in their own twisted version of perfection