Guerra e Paz

Guerra e Paz Leon Tolstói




Resenhas - Guerra e Paz


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Carlos Nunes 14/04/2020

Livro da vida
Apesar de amedrontador pelo volume, tema e número de páginas, a leitura dessa obra se revelou fácil e deliciosa! Tolstoi soube encaixar, de modo magistral, seus personagens fictícios no desenrolar das guerras napoleônicas na Rússia. Personagens muito bem construídos, com erros e acertos, numa trama cheia de romance, intrigas familiares, falências, busca por ascensão social, desilusões e perdas pessoais, tudo isso em um contexto de batalhas muito bem narradas, e digressões muito pertinentes e bem colocadas. Uma obra magnífica, que faz jus a toda a fama que tem. Um verdadeiro tesouro!

site: https://youtu.be/mVRdDxNCinE
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lareS2 01/12/2023

Terminado o livro mais longo que li em vida (até agora
Li Guerra e Paz e embora tenha demorado (por volta de um semestre inteiro) valeu a pena. É extremamente perfeito, você consegue se integrar e entender a vida dos russos neste período conturbado da guerra napoleônica.
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Silvestarley Oliveira 18/06/2022

Guerra e Paz
Publicado pela primeira vez em formato de periódicos entre os anos de 1865 e 1869, "Guerra e Paz" se tornou não só a Magnum opus do escritor russo Liev Tolstói, mas também uma das maiores obras da história da literatura mundial. A ideia inicial do autor era escrever um romance relacionado à Revolta Dezembrista de 1825, movimento no qual oficiais do exército russo chefiaram soldados num protesto contra a coroação do tsar Nicolau I. Mas para contextualizar a obra, Tolstói descobriu que teria que retroceder um pouco no tempo e tratar da invasão napoleônica na Rússia, em 1812. E que para contextualizar a invasão de Napoleão, teria que retroceder mais um pouco, até 1805. E assim a obra foi tomando proporções colossais, não só em volume como também em profundidade. Tido como um romance histórico, "Guerra e Paz" foi muito incompreendido em sua época. Críticos acusaram Tolstói de não seguir o formato tradicional no qual os grandes romances europeus do século XIX eram concebidos. Suas digressões eram muito malvistas e o autor sofreu duras críticas por sua tendência a filosofar. Olhando em retrospectiva, é compreensível o rebuliço que "Guerra e Paz" causou no meio literário na época de seu lançamento. A obra não segue mesmo a cartilha dos romances tradicionais.

Tolstói era contrário a ideia dos historiadores de delegar a causa de um acontecimento histórico a poucas pessoas tidas como heróis (ou vilões). O exército francês invadiu a Rússia porque Napoleão ordenou? Mas por que mais de 600 mil pessoas se submeteram a um só homem e, seguindo suas ordens, marcharam até outro país, saquearam, incendiaram e mataram seus semelhantes? O que conferiu tamanho poder a um só homem? Ele realmente foi o único responsável? Essas são algumas das perguntas que levaram Tolstói a investigar mais a fundo a origem das guerras e a lançar um olhar mais humano aos acontecimentos históricos. Diferente dos historiadores, Tolstói acreditava que a força que move os povos e que conduz a marcha dos acontecimentos não vinha dos chamados heróis, mas sim do próprio povo. É disso que se trata "Guerra e Paz".

Aqui vamos acompanhar uma grande variedade de personagens (históricos e fictícios) reagindo (ou não reagindo) a invasão napoleônica da Rússia. Tolstói vai esmiuçar a sociedade russa do século XIX para que possamos acompanhar de perto essas reações nas mais diferentes esferas. Enquanto a marcha dos acontecimentos segue o seu curso, os holofotes permanecerão virados para o povo. Nas altas esferas, vamos ser levados a grandes salões onde as pessoas estão ocupadas com jantares luxuosos, propostas de casamento, disputas de herança, jogos e intrigas. No front, onde a sombra de Bonaparte se faz mais presente, vamos acompanhar as tensões, o medo, o senso de patriotismo à flor da pele e a tentativas de manter elevada a moral das tropas enquanto essas estavam face a face com a morte. Conforme as tropas francesas avançam em terra russa, as condições de vida anteriores vão se desintegrando e passamos a acompanhar também as esferas mais baixas, como a dos mujiques, dos prisioneiros e das famílias desabastadas. Mas, em meio a tantos personagens, quem é o protagonista nessa história? Aí está, não temos um protagonista. Seria natural imaginar que esse papel seria dado a Napoleão ou ao tsar Alexandre I, mas aqui esses personagens históricos não têm mais importância, por exemplo, do que o príncipe Andrei Bolkónski ou do que o conde Pierre Bezúkhov. O protagonista em "Guerra e Paz" é a teoria do Tolstói sobre a origem das guerras e a marcha dos acontecimentos. Como podemos ver, "Guerra e Paz" não segue mesmo a cartilha dos romances tradicionais.

Assim como "Os Miseráveis" de Victor Hugo, apesar de volumosa, "Guerra e Paz" não é uma leitura difícil. A escrita do autor é bem simples e o maior desafio fica por conta da grande quantidade de personagens e, é claro, dos nomes russos, que sabemos que podem se tornar confusos, ainda mais quando vêm em quantidade. O cenário muda de Moscou para Petersburgo, do front russo para o front francês, do ponto de vista de um personagem para outro, e leva um tempo até assimilarmos tudo, mas depois de algumas páginas as coisas começam a se encaixar e a leitura passa a fluir. A obra também conta muitos trechos em outras línguas, como francês, alemão e italiano, mas as impecáveis notas de rodapé estão ali para não deixar a gente na mão.

Esse é aquele tipo de livro que a gente leva para a vida toda. Personagens como o conde Pierre, a condessa Natacha, seu irmão Nikolai e, principalmente, o príncipe Andrei, são personagens com quem eu criei um vínculo e que deixaram uma marca muito forte em mim, como aconteceu quando li "Os Miseráveis" e fui tocado por Jean Valjean, Cosette, Fantine e outros. Gostei demais!
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cristian 08/08/2021

"Não amamos porque é belo, mas é belo porque amamos."
"Quando uma pessoa vê um animal que morre, um horror a domina: aquilo que é ela mesma deixa de existir - sua essência está obviamente sendo aniquilada diante de seus olhos. Mas quando o que morre é uma pessoa - e uma pessoa querida - experimenta-se então, além do horror diante do aniquilamento da vida, uma sensação de dilaceramento e de uma ferida espiritual que, a exemplo de uma ferida corporal, às vezes mata, às vezes cicatriza, mas sempre dói e receia qualquer toque externo que a irrite. "
Guerra e paz não é apenas um romance, um épico ou uma crônica histórica. Individualmente esta obra não poderia ser nenhum destes gêneros. Guerra e paz é uma obra além de qualquer um destes gêneros literários. É um romance, é um épico e é também uma crônica histórica. E mesmo que apenas contemplemos guerra e paz com tal descrição, estaríamos diminuindo o significado da própria obra.
Apesar do imenso volume, a leitura flui de uma forma incrível, a narração é extremamente dinâmica e as descrições psicológicas são muito refinadas. Tolstoy nos apresenta, ao decorrer da leitura, diversas metáforas a respeito da própria vida, nos descreve momentos felizes, fala sobre o amor, descreve momentos de contemplação, assim como nos coloca diante da própria morte. Aliás, sobre a morte, Tolstoy talvez tenha conseguido, como ninguém, descrever o indescritível - A morte de Ivan Ilitch mostra toda sua capacidade quando ele trata deste assunto. Não é uma obra simples, é uma obra que as experiências de vida nos ajudam muito a submergir em seu oceano. Então guerra e paz deve ser lido após certa idade? De forma alguma, é uma leitura que acrescentará muito ao leitor, e por isso é uma obra que terei muito prazer em reler em meados dos meus 30 anos e assim por diante, tendo a certeza absoluta de que vou experienciar de uma nova forma muitos dos aspectos literários dos quais me deparei durante a minha primeira leitura.
Dito isto, guerra e paz é uma obra perfeita? Antes de responder a tal pergunta, deixo claro de antemão que guerra e paz é um dos melhores livros que já li, e tenho certeza que é uma obra literária que estará constantemente em uma parte do meu coração. Dessa forma, voltemos à pergunta: Não, não é uma obra perfeita. Tolstoy decidiu pôr um ensaio proprietário definindo um novo viés, ao seu ver, do estudo e compreensão da história ao decorrer do livro. Tolstoy define três viesses históricos: o primeiro, e clássico, que atribui às divindades a constante interferência no curso da história; o segundo, à luz da ciência, deixa de atribuir a forças espirituais certos acontecimentos, mas os substitui, ao perfeito equivalente, a heróis, que teriam o mesmo papel destas divindades abandonadas; por fim, Tolstoy propõe uma terceira interpretação da história, da qual deve ser analisado o movimento das massas como um dos fatores principais. Estes são conceitos diluídos ao decorrer da obra, e é maravilhoso a forma como nos é apresentado, porém, em determinada altura pode ser repetitivo para quem não tem interesse. Inclusive, uma dica de ouro que posso dar aos novos leitores, é encarar a parte 2 do epílogo como um posfácio, pois Tolstoy simplesmente repete todo o seu ensaio novamente!!! São 50 páginas que podem ser lidas em qualquer momento, pois a conclusão de guerra e paz acontece no epílogo parte I.
Enfim, desejo a todos que cogitam ler esta obra incrível uma experiência tão agradável e enriquecedora tal qual foi a minha.
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JanaAna90 11/05/2021

Um título? Amor Infinito? ?
Não serei breve para falar de um amor, lindo puro e verdadeiro que nasceu de uma leitora quando encontrou o seu autor preferido em outros livros, mas que nesse em especial compreendeu todo o amor e a razão da existência desse sentimento.
Adiei várias vezes a leitura desse livro (confesso), não por ser extenso, porque tenho um fascínio por livros longos, mas por ler nas resenhas e críticas à complexidade da obra. Tive medo de deixar de amá-lo, de não compreender sua obra, de não ir tão fundo na proposta do livro e, finalmente, de ler sobre a guerra (que muitos diziam ser maçante).
De repente, resolvi encarar meus temores e me joguei de cabeça, iniciei a obra lendo e relendo trechos, tentando gravar cada personagem e sua história, tentei entender sobre a guerra e sobre a paz. O que posso dizer? Que o livro, como todos dizem, é maravilhoso, amei a leitura.
Tolstói trás não só a história da Rússia, da guerra, de Napoleão, mas nos mostra as dúvidas e angústias vividas por um povo nos momentos de guerra; nos mostra as inquietações, as inconstâncias, as futilidades da alma humana.
A guerra não só se apresenta como um retrato político dos conflitos por poder, mas do vazio no qual vivemos, desconhecidos do que se passa nas decisões governamentais, da vida fútil, da despreocupação com os menos favorecidos (esses nem existem, para muitos).
Nos momentos de paz externa nos deparamos com as inquietações de uma vida sem sentido, das angústias do ser e suas inconstâncias, onde o luxo, a vida social é o retrato de uma sociedade doente.
Também nos deparamos, com as possibilidades, seja na guerra ou paz, de podermos sorrir, acreditar em si e no outro, de que podemos ter esperanças, podemos vencer a morte com vida. Enfim, de que o ser humano vive na busca incansável de ser melhor, de melhorar-se e melhorar o mundo a sua volta.
E o que dizer dos personagens? Em cada um deles, em vários momentos me via, chorei com eles, sofri, ri, me apaixonei, me encantei, tive esperança, fé.
Agora ao final, o que fica é a saudade do que vivi, as lições que aprendi, os amores que senti e, a alegria de saber que Tolstói mais uma vez me surpreendeu e meu amor por ele cresceu, se é que isso é possível. Rsrs
Opa! Mas essa aventura ainda não acabou. Ainda tenho o livro 2 para ver como tudo acaba.
E você? Ainda não leu? Leia. Não tem o livro? Compre. Com certeza, é um livro excepcional. ???
Robby 11/05/2021minha estante
Jana, arrasou na resenha do volume 1! ? Super te entendo. De vez em qdo ainda sonho com os personagens. E confesso que sou perdidamente apaixonada pelo Pierre ?? Se prepara para perder o fôlego no volume 2. Sem spoilers! Boa leitura! ??


JanaAna90 12/05/2021minha estante
Ainda não consegui ir para o próximo, ontem passei as horas livres pensando e me deliciando com o que li e, com o próximo livro na mão mas não consegui ler. Loucura, nunca me senti tão presa a um livro, como esse. Espero conseguir abrir e começar o próximo hoje. Rsrs
Obrigada Robby, feliz por não está sozinha nesse universo mágico, senão ia achar que estava sonhando. Hahaha


Robby 12/05/2021minha estante
É muito bom ter alguém com quem conversar ? Vc conhece a série da BBC? Só teve 1 temporada e não conta a história inteira, mas eu gostei muito. Na verdade, me empolguei em ler o livro por causa da série. Mas inicia o segundo volume, ainda vem muita coisa por aí... não fique perdida vendo o cometa passar... ??


JanaAna90 12/05/2021minha estante
Não conheço essa série não, mas já vou procurar pra ver. Rsrs
Estarei iniciando sim. Quero saber o final dessa história.
Grata pelas dicas. ?


dialogonoslivros 17/05/2021minha estante
Jana, você resumiu o meu sentimento ao ler esse livro. Sinto que poderia passar dias e dias falando sobre ele, talvez anos lendo e relendo que meu amor só aumentaria!




tati.ANNa 01/08/2020

Guerra & Paz
Não sou de ler livros muito grandes, por isso decide me desafiar e pegar um livro com mais de mil páginas e ver o que acontecia.

Um dos motivos que me fez querer ler Guerra e Paz foi o musical "Natasha, Pierre & The Great Comet of 1812" que é baseado na parte 5 do livro 2. Amo o musical de paixão e baixei o livro pra lê apenas a parte em que o musical se inspirou, sabendo que não entenderia muita coisa começando pelo meio de um livro de 1.000 páginas, mas Tolstói me surpreendeu, consegui acompanhar tudo perfeitamente. A escrita é clara e concisa, me fez querer ler mais e saber mais de cada personagem.

Em nenhum momento a leitura foi cansativa, a forma como o livro foi divido ajudou muito no ritmo que criei para não acabar empacada na leitura. E os audiobooks também me deram um impulso.
Lá para o meio do livro 3 eu fiquei meio perdida com todas as informações sobre o que estava acontecendo nas batalhas e lugares e ficou difícil ler por um tempo, mas essa é a única reclamação que eu tenho. A narrativa consegue te envolver completamente, quando percebe, você já está metade do livro.

"O historiador não tem que descrever senão os actos dos indivíduos separados que, na sua opinião, dirigem a humanidade."
E foi isso que Tolstói fez com maestria, nos fez acompanhar seus personagens e mostrar a história como ocorria naquela tempo com uma narrativa imersiva e cativante.
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Aline 06/06/2023

Um clássico, impossível de ser resumido.
"Em tempos de paz, os filhos enterram seus pais. Em tempos de guerra, os pais enterram seus filhos." [ou algo assim]

Não sem razão, temos aqui um exímio clássico da literatura. Confesso que quando iniciei a leitura ~ com um certo medo do calhamaço que me esperava ~ sabia muito pouco do livro. Claro, imaginei que teríamos algumas descrições de batalhas, mas nada como as descrições e narrações de Tolstói sobre as guerras napoleônicas e seu avanço sobre a Rússia. Como tudo começou, como aliados russos se tornaram inimigos e auxiliaram a invasão. O que fazer depois que se vence uma batalha, a guerra; o inimigo deve ser perseguido? Até quando?

Eu realmente nunca havia pensado que, mesmo durante a guerra, o resto do mundo continua funcionando... Pois é, e não apenas em outros países, mas no próprio país que está em guerra, as pessoas continuam com sua vida. Sim, existe vida e rotina concomitantemente com a guerra. Neste caso, Tolstói mostrou a nobreza russa, com suas relações, festas, saraus, casamentos... tudo continua mesmo em meio à guerra.

Além desta realidade, Tolstói mostrou também os conflitos internos de muitos, aqueles pensamentos comuns ao ser humano e ainda assim vergonhosos ~ como a traição, vista por ângulos diferentes, a morte de um pai e a busca pelo sentido da vida e seu propósito. E, por essa razão, Guerra e Paz é, sem dúvidas, um clássico da literatura mundial. E, como tal, atemporal e apátrida.

Mas, ainda assim, se trata de literatura russa, vinculada a seus costumes e regras não ditas. É comum que o leitor muitas vezes confunda os nomes dos personagens e localizações territoriais (afinal, o autor entrelaça momentos e batalha com acontecimentos sociais).

Sinceramente?! Recomendo a leitura. Mas, prepare-se pra ela; leis devagar, com calma e atenção. É um livro riquíssimo que, a meu ver, não deve ser devorado, mas apreciado.
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Nanda 31/10/2020

Indispensável
Terminei Guerra e Paz nesse instante e quero apenas registrar como foi incrível passar quase dois meses lendo esse livro todos os dias e como minha vontade de ler mais literatura russa aumentou absurdamente graças ao Tolstói. Bendito foi o dia em que eu deixei de me intimidar por esse calhamaço! rs
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Jose.Maltaca 08/03/2022

Paz e Guerra
Guerra e Paz é um monumento, uma obra colossal que se desdobra em vários temas, personagens, momentos históricos e acontecimentos bombásticos. Publicada originalmente em 1865 pelo lendário escritor russo Liev Tolstói, o livro cobre um período de 15 anos (1805-1820) da história russa, narrando os destinos de quatro famílias aristocráticas durante um período conturbado em que se intercalavam a paz e a guerra. Assim, uma galeria memorável de protagonistas ganham vida e profundidade psicológica sob a tutela de Tolstói, com destaque para Pierre Bezukhov, Natasha Rostova, Mária Bolkonskaya e Nicolau Rostov. As personagens se chocam como bolas de bilhar impulsionadas pelos acontecimentos históricos e pelas exigências da alta sociedade russa, em que se misturam o determinismo, o seu consequente fatalismo e, por fim, o inevitável espiritualismo subjacente.

A obra é dividida em quatro tomos, sendo que os dois primeiros são muito diferentes dos dois últimos. Narram uma história só? Sim. Carregam os mesmo personagens? Sem dúvida. Buscam abordar temas similares? Com toda certeza. Porém, os primeiros dois volumes se estendem em sua cronologia por mais de uma década, narrando eventos sucessivos, porém esparsos no tempo, enquanto os dois últimos têm seu enfoque na invasão napoleônica da Rússia, um período que abrange alguns meses – com exceção do epílogo, o qual se passa vários anos depois. Assim, as primeiras partes narram um período em que predomina majoritariamente a paz, enquanto os dois últimos narram a guerra, o que faria a denominação “Paz e Guerra” mais coerente. Os primeiros tomos também não entram a fundo nas ideias de Tolstói acerca da maneira como a história ocorre, ao passo que em quase todos os volumes que compõem o livro dois, Tolstói dá seus dois centavos sobre como ocorre o processo histórico – o que o autor também faz no extensíssimo segundo epílogo. Essa repetição por vezes se torna enfadonha, uma vez que interrompe o fluxo narrativo para exemplificar um ponto que já estava claro anteriormente.

A história de Guerra e Paz, contudo, é um deleite. Misturando personagens fictícios com figuras históricas reais, o livro consegue a proeza de dar profundidade e camadas psicológicas a figuras proeminentes na história mundial, com destaque óbvio para Napoleão, mas também para Mikhail Kutúzov, marechal do exército russo, e também para o Imperador Alexandre I. De um ponto de vista histórico, Guerra e Paz é um prato cheio para adentrar nas nuances de um período conturbado da história mundial, compreendendo a invasão napoleônica da Áustria, a paz selada entre a Rússia e a França e a fatídica e famosa invasão da Rússia pelo exército francês. Porém, concomitantemente, as personagens são ricas, interessantes e profundas, buscando o sentido da vida em vários lugares e fracassando sucessivamente – seja na busca pela glória militar, pela influência na burocracia estatal, pelo conhecimento maçônico ou pelo amor conjugal. A lição final de Tolstói é de que a espiritualidade individual é a única busca frutífera, sendo que a simplicidade é a felicidade plena – o que é personificado pelo personagem Platon Karataiév. Por todos os motivos acima citados, Guerra e Paz é um livro reflexivo, instigante, arrebatador e, sem dúvidas, obrigatório.
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Ana Magiero 03/05/2020

📖 11/60: Guerra e Paz, volume 1. Leon Tolstói. 4/5 🌟 400 páginas.
É com um imenso orgulho que escrevo as palavras a seguir. Não estava confiante de conseguir ler esse clássico da literatura, mas caramba, como esse primeiro livro foi fácil de ser devorado.
Essa resenha será um pouco diferente das outras, nessa irei colocar só minhas impressões de leitura, pois quero fazer vocês lerem essa maravilhosidade escrita por Tolstói. Confesso que estava com muito medo antes de iniciar a leitura. Havia tantas possibilidades de não me agradar, mas fui recompensada com uma narrativa deliciosa e muito difícil de ser deixada de lado. O que o autor fez nesse livro ainda me espanta.
Não é atoa que o nome do livro é Guerra e Paz, pois iremos acompanhar uma guerra aqui de proporções que eu nem conseguiria descrever. Não posso deixar de mencionar que não só vemos guerra, tem uma parte muito engraçada nesse primeiro volume, pode até ser meio mórbido da minha parte, mas vocês já repararam como os russos são engraçados. Meu, eu ri demais.
Fiquei um pouco perdida no começo com tantas famílias com nomes parecidos, mas aí eu foquei só no nome do Andrei e do Rostov que o resto eu tentaria encaixar na minha cabeça depois conforme a leitura ia fluindo. Melhor coisa que poderia fazer, ao invés de tentar decorar os nomes de todos logo no inicio e me ver cada vez mais perdida, deixei a própria escrita me levar para onde Tolstói quer que seus leitores vão ao ler esse livro.
Um conselho: não se prendam muito a tentar lembrar todos os nomes do livro, deixe a leitura te guiar para os campos de batalha, para os enredos de deixar você com o queijo caído e ser surpreendido com a entrada do Napoleão Bonaparte quando ele aparece. Juro que a história te prende logo nas primeiras cem páginas. Vai por mim! Leitura deliciosa e ao mesmo tempo bem reflexiva em alguns pontos. Já posso dizer que será um dos favoritos desse ano de 2020.
#resenhasaninha
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Roberto.Vasconcelos 10/12/2023

O gênio de Tolstói
O livro é incrível, um experiência muito vivida sobre a Rússia, e as guerras napoleônicas.

Me apeguei bastante aos personagens e as jornadas deles , Tolstoi fez com que eu me sentisse russo também e foi como viver naquela época em meio aquelas pessoas.

A escrita do Tolstói tem o poder de nos transportar para as cenas de um jeito único. É sensacional olhar o cenário de dentro e conseguir sentir exatamente o que se passa no corpo e na mente da personagem. Os devaneios, os júbilos, principalmente as dores e sofrimentos, são tão vívidos que é possível experienciar junto com cada personagem.

A busca espiritual parece ser o que move os personagens em si durante toda a obra.

Eu Sofri, chorei e amei. Valeu cada minuto dedicado a essa leitura grandiosa em tamanho e qualidade.

Claro... , a parte 2 do epílogo foi um anticlimax total e muito maçante mas não tira o valor da obra.
Uma jornada realmente grandiosa pra quem quiser se aventurar.
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Marcio 18/11/2021

Clássico
Apesar de muito bem escrito a leitura, para mim, sem muita empolgação; terminei a leitura só para comentar que li Guerra e Paz.
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Taynan 21/01/2021

Grandioso !!!!
Não tem como não dar no mínimo 4 estrelas pra essa obra fabulosa.

É grandiosa. Historicamente rica.

Obs:
Confesso que não gostei muito da escrita deste autor. Por vezes ficou maçante e lento. Nao me afeiçoei a nenhum personagem. Mas é uma experiência que valeu a pena.
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Paulo Henrique 06/08/2021

HURRAAAAA!!!!!
Uma obra prima. Um clássico que traz uma mistura de tudo, fatos históricos com personagens fictícios, levando o leitor a avaliar a essência dos acontecimentos, da vida e terminando em uma análise sobre poder, liberdade e necessidade.
De tudo que li nessa maravilha, uma que me marcou muito é sobre tristeza e felicidade, em que Tolstói escreve que para ambos os casos não há o absoluto, mas o meio e que cabe a nós como seres humanos escolhermos o quanto caminharemos para cada extremo.
Os pontos que tratam das guerras faz você mergulhar e sentir a tensão dos combates e a análise que o autor traz do porque as pessoas fazem isso é muito filosófico. Quanto mais envolvido fisicamente você estiver menos poder você tem, e quanto menos envolvido mais poder você tem.
Pena que o tamanho do livro impede que muitos o encarem, ficando restrito a quem realmente gosta de ler.
HURRAA!!!!
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haroeira 20/01/2009

Maravilha!
Tolstói escreveu este livro em 1965. A história se passa entre 1805 e 1813 e retrata a vida na Rússia quando da expansão napoleônica na Europa. (É como se um escritor, no ano 2000, escrevesse sobre a 2a. Guerra Mundial.) Até que Napoleão, já conquistando tudo, esbarra na fronteira e no tratado de não-agressão com a Mãe Rússia, como é chamada por ele. Se não me engano, o czar russo é Alexandre. Então, Napoleão parte pra invasão da Rússia. Em suma: é um romance entremeado de história, muito bem contado e explorado por Tolstói. Mostra a influência da cultura francesa na Europa, mostra que a alta casta russa só dialogava em francês, deixando o idioma russo para os menos cultos. Mostra uma São Petesburgo totalmente afrancesada nos costumes, na cultura, enfim, é um obra-prima. Detalhe: duas pérolas tem o livro. Uma: qdo Napoleão chega para tomar Moscou. As suas elucubrações sobre estar toamndo a Mãe Rússia são sensacionais. A segunda: qdo Napoleão analisa um campo depois da batalha e faz quase que um mea-culpa pelos mortos. Maravilhoso. Guerra e Paz é uma leitura obrigatória. Curiosidade: qdo foi perguntado a Tolstói se a humanidade teria valido a pena, ele respondeu: A Divina Comédia, de Dante, valeu a pena.
fe 20/01/2009minha estante
escreveu em 1865.




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