spoiler visualizarsofizz 16/04/2020
"O Fim dos Dias": muito choro, muita luta e muito amor.
Infelizmente (ou felizmente, eu não sei) em algum momento sempre vamos nos despedir de algo que gostamos ou amamos e, para mim, esse momento chegou com o último livro da série "Penryn & the End of the Days", "Fim dos Dias" da autora Susan Ee. A cada palavra escrita dessa resenha, eu sinto como se fosse o final de um ciclo o que, de todo modo, é exatamente isso, porém não significa que eu não vá continuar amando essa trilogia, muito pelo contrário, ultimamente tudo que faço tem me lembrado da leitura dos três livros e das personagens que eu tanto amo.
O terceiro livro começa imediatamente do fim do segundo ("O Mundo Depois") com uma imensa ansiedade sobre o que Susan Ee fará com Paige, Penryn, Raffe e o universo criado pela autora. Afinal, só quem leu sabe o quanto as coisas podem ficar desesperadoras de um momento para o outro nesses livros ou, em questão de páginas, tudo que acreditávamos sobre o Apocalipse desmorona. E, mais uma vez, não temos descanso, a leitura é ágil e frenética, o leitor fica sedento para saber o densenrolar da trama e responder a um questionamento: por que o Apocalipse está acontecendo logo agora, com tantos jogos políticos de manipulação?
Em todas as minhas resenhas da série, eu reservo uma parte para elogiar nossa protagonista e essa não será diferente. Agora, Penryn Young não é só mais uma Filha do Homem, mas sim uma Assassina de Anjos que, no começo de tudo, só queria proteger sua família de todas as ameaças possíveis, fossem elas angelicais ou humanas. Entretanto, no fim, nossa heroína é também o símbolo da resistência humana ao Apocalipse, o que foi UOU, INCRÍVEL!
Dizer que eu me apaixonei pelos livros seria um eufemismo, eu me envolvi com a história e com os personagens de uma maneira muito mais profunda. No início, fiquei um tanto receosa com o aparente retorno da trama do primeiro livro ("A Queda dos Anjos") quanto as asas de Raffe, entretanto o enredo não enveredou por esse caminho. Foi sensacional (e um pouco angustiante) a tensão que envolvia o conflito entre Humanos vs. Anjos no relacionamento de Raffe e Penryn, descobrir também sobre a história dos Vigilantes e conhecê-los e também saber as origens da personalidade brutal de um certo personagem que tem cara de poucos amigos.
Susan Ee poderia ter dado um minuto de descanso para os meus filhos, MAS ELA NÃO FEZ ISSO EM MOMENTO NENHUM! Sim, fiquei muito indignada com isso, fora outros momentos que ela poderia ter dado mais detalhes...
"De repente, pingos de chuva quente caem sobre nós, pulverizando-nos até que estamos completamente molhados.
Raffe ignora e continua a me beijar. Nos abraçamos, pressionando ainda mais para ficarmos juntos."
"O fim do mundo não trouxe à tona as melhores qualidades da humanidade. Raffe tem visto pessoas fazerem as piores coisas possíveis para o outro. Eu gostaria de poder lhe mostrar o outro lado - o melhor que podíamos ser. Mas isso é apenas uma ilusão, não é?"
O final da trilogia encaixou perfeitamente com o plot proposto pela autora, permeado por momentos de suspense, terror, comédia, romance característicos da jornada de Penryn, Paige, sua mãe e do anjo Raffe. E, apesar de toda a destruição, de todo o desespero e desesperança, foi lindo ver todos os humanos reunidos, rindo, sendo felizes em meio a tanta tristeza e dor.
"Um show de talentos. Idiota e sem sentido. Estúpido e divertido. Juntos. Rindo. Fazendo parte da raça humana. Sabendo dos horrores que aconteceram e vão acontecer, mas escolhendo viver de qualquer maneira. Talvez haja uma arte em ser humano."
E, por fim, para definitivamente encerrar esse ciclo eu agradeço a Susan Ee que criou um universo tão vasto, tão único, com personagens tão maravilhosos e com um romance lindo baseado na confiança e na lealdade. Vou sentir saudades.