Interferências

Interferências Connie Willis




Resenhas - Interferências


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Clara 06/04/2021

Passível de Indicação
Se alguém me pedir uma recomendação de livro de romance, poderia indicar Interferências numa boa.
Mesmo não tendo dado 5 estrelas ao livro, foi uma boa leitura, apesar de em alguns momentos achar que a leitura travava e em outros que ela fluía com tamanha facilidade.
A história foi bem desenvolvida, a escrita é boa e os personagens são interessantes, mas admito que não curti o final (no caso a última coisa que rolou no fim da história), pois acho que poderia ter acabado de uma maneira melhor como dando um pequeno salto temporal ou falando como tudo se resumiu, mas pode ser que a autora tenha feito isso com a intenção de que cada leitor tenha um final mais definitivo pros personagens.
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moana071 26/07/2022

Ótima leitura!
É uma leitura muito boa, foi um livro que me prendeu e quando não estava lendo ficava pensando ?o que será que vai acontecer? quero ler?. Em alguns momentos me incomodei pelo excesso de comunicação que o livro possui, me passou uma sensação angustiante e acredito que foi intencional da autora pra nos fazer sentir como Briddey se sentia (apesar de que em alguns momentos senti raiva genuína). As vezes a protagonista se colocava em um papel de egocêntrica muito forte afirmando incessantemente que estavam, propositalmente, bloqueando ela e eu ficava ?pelo amor de deus mulher, se acha o centro do mundo?. Gostaria de ver mais do romance dos dois e senti que poderia ter ou um capítulo à mais pra isso, ou não tinha necessidade de ter colocado algumas coisas pra não alongar tanto a história e podermos acompanhar melhor o romance. Mas no geral, uma ótima leitura que eu recomendo.
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Gil Fox 23/02/2019

Muito louco
O que falar desse livro?

Primeiro que o CB é meu. Rsss

Segundo que vou começar a andar de chapéu de papel alumínio.

Bricadeiras a partes, vamos ao que interessa.

Uma comédia romântica misturada com ficção científica.

Camos começar com o enredo, você faria uma cirugia no cérebro para se conectar mais ao seu amor?

Eu digo não. Não precisamos nos conectar mais, precisamos nos comunicar melhor. Esse é o enrendo central da história, saber o que os outros pensam nem sempre é o melhor, o ser humano é podre e viver na mente de outra pessoa deve ser traumatizante, e foi isso que nossa personagem vivenciou, e depois disso foi só uma sucessão de muitas atrapalhadas e angústias. Amei ler esse livro :)
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Carol 24/03/2019

Muito ruim e fraco
Tão ruim que tive que vir aqui comentar. Escrita muito muito fraca, repetitiva demais e uma personagem principal fraquíssima. A família da protagonista é chatíssima, ela toma 0 atitude e deixa fazerem o que quiserem, o livro é basicamente isso. Queria ler uma coisa leve e fui atraída pela capa, mas só me frustei.
Tom 05/04/2019minha estante
Rainha sensata. Quem acha um livro desse bom, nem gente é. Muito muito muito ruim.




Dri Ornellas 31/03/2019

Nada do que eu esperava...
A linha central do livro é a comunicação e como é tênue a linha que determina a sua autenticidade, como não há meios de determinar um padrão único ideal para usar com todas as pessoas e que, aqui lembro de Brilho eterno sem lembranças, falar a todo momento não significa exatamente se comunicar.

Briddey e seu noivo vão realizar uma cirurgia para aumentar a empatia entre ambos, eles querem ter certeza do amor que sentem e se envolver mais, mas esquecem que o envolvimento e comunicação num relacionamento não depende só de amor - que imaginam sentir. O grande problema acontece quando, após a cirurgia, Briddey não se torna empática com o noivo, mas sim telepática com outra pessoa.

Aqui entra toda a parte de ficção científica, o livro é em grande parte dentro da cabeça de alguns personagens, eles conversando e criando cenários dentro de suas mentes. E aqui também está o problema do livro para mim: tem muito diálogo, o que é muito cansativo. Ele tem 460 páginas e, com a metade disso, a escritora conseguiria contar a história perfeitamente. O bom é que a narrativa é super fluida e realmente prende, apesar do leitor conseguir prever todas as reviravoltas páginas antes dela acontecer.

O melhor mesmo são as reflexões que podemos fazer sobre como nos comunicamos e que tipo de relação formamos com as pessoas a partir do modo que elas se comunicam com a gente, mas isso poderia ter sido muito mais explorado, a narrativa não apresenta nenhum devaneio filosófico ou psicológico da personagem, a trama é toda baseada na ação presente, o que empobrece em muito a história. Havia muitos temas para desenvolver: o relacionamento superficial de Briddey com o noivo, como eles comprometeriam suas identidades se eles pudessem sentir, de fato, o que o outro sentia; como a relação de Briddey com sua família era baseada em invasão de privacidade e falta de limites, como a busca desenfreada por um ideal de comunicação pode ter efeito contrário a aproximação com o outro, se for feita de forma imposta e não espontânea. Era tudo o que eu queria ler. Apesar de não ter correspondido em nada minhas expectativas, foi uma leitura leve e prazerosa.
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Vitória 02/02/2023

Eu não sei dizer se gostei ou não.

A história é como se passasse em um mundo mais tecnológico que o nosso. Conta a história de Briddey, que trabalha em uma empresa de celular e está prestes a se conectar de forma mais profunda com seu namorado Trent: o EED. Procedimento cirúrgico este que é capaz de fazer com que um casal compartilhe pensamentos e sentimentos pela mente. Mas houve um problema? Uma interferência.

C.B é um cara todo esquisitão que trabalha junto com Briddey desenvolvendo ideias e tecnologias para celulares. E ele vai embarcar nessa jornada com ela.

De modo geral, eu achei o livro arrastado. Mas eu precisava ler até o fim e eu não sei porque. Talvez a história intrigasse de certa forma. Mas Briddey é uma personagem MUITO chata até pelo menos 70% do livro.

A questão de tecnologia e telepatia no livro é algo muito confuso. Que em partes eu não entendi muita coisa, mas só queria chegar até o fim.

Não é um livro que leria de novo, nem um que entra nos livros que eu gostei. A história é confusa e passou muito tempo no dilema da Briddey de não saber o que fazer com a situação dela. É então, quando foi necessário ajustar as coisas, era como um passe de mágica. A coisa mais fácil de resolver no mundo.

A proposta narrativa é legal. Mas deixou a desejar, faltou desenvolvimento e uma clareza nas ideias.
Isabela623 15/04/2023minha estante
Qual a classificação indicativa?


Vitória 17/04/2023minha estante
é +14 anos




Aimeelivros 05/11/2018

Interferências – Connie Willis
Desde que peguei esse livro para ler vi tantos comentários negativos sobre que demorei bastante para finalmente pegar e o ler. E aí percebi que mais uma vez estou na contramão da sociedade.
Em um futuro não muito distante, os casais podem se conectar emocionalmente com seus parceiros através de uma cirurgia. Explicando melhor, eles podem sentir os sentimentos de seu parceiro., veja bem, não é uma leitura de mente, e sim uma sensação.
Briddey fica surpresa quando seu namorado, Trent, pede para que façam a cirurgia de EED, para que após a conexão emocional eles possam se casar. O casal no momento passa por um momento tanto quanto tenso na empresa em que trabalham, pois a empresa é concorrente da Apple que vai lançar um novo celular no mercado. Nesse meio tempo Briddey e Trent acabam fazendo a cirurgia de EED, mas o resultado acaba não sendo o esperado, Briddey se conecta, mas não de forma emocional e nem com seu namorado, e sim com alguém que ela nunca esperava.

Fazia tempo que não lia uma ficção cientifica e gostei bastante de como a autora trabalhou a temática. A história é bem original, é um livro divertido, contanto, acredito que a autora pecou em um ponto: algumas passagens acabam sendo um pouco cansativas apesar de serem diálogos, mas nada que interfira drasticamente no andamento da leitura.
A história acaba sendo um tanto quanto cômica e desde o inicio dá pra se desconfiar de certos personagens.
A pitada de romance acaba sendo na dosagem certa, ainda mais porque os personagens passam por cada situação hein, pincipalmente a Briddey. Não posso deixar de comentar da família da Briddey, que minha gente! Sei muito bem como é difícil uma família dessa (intrometida, inconveniente e vem sempre nos piores momentos). Apesar de algumas pessoas terem colocado os parentes da protagonista como um ponto negativo na história, vejo como um contraponto positivo e no desenrolar do livro temos umas justificativas para tanta intromissão.
Interferências é uma ficção cientifica leve e descontraída, com um pouco de romance e muito humor. Uma ótima sugestão para a sua próxima leitura.
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PorEssasPáginas 05/11/2018

Eu devo começar essa resenha dizendo que se eu não tivesse recebido esse livro de parceria eu provavelmente tinha desistido de ler logo nos primeiros capítulos. O motivo? A autora simplesmente joga um monte de personagens de uma vez só. Em um livro de 400 páginas achei isso completamente desnecessário. Será que não daria para fazer as apresentações um pouco mais lentamente? Eu sou uma pessoa péssima com nomes, então essas primeiras páginas não adiantaram de muita coisa: não gravei o nome de ninguém, tirando o da protagonista.E alguns desses personagens são mais importantes lá no final do enredo, então não é como se realmente fosse importante eles serem apresentados tão cedo assim.

Eu passei pelo “mar de nomes” e então o livro começou a ficar bem interessante. Existe um procedimento cirúrgico um tanto quanto controverso chamado EED que aumenta a empatia entre os casais. Esse procedimento não faz com que um leia a mente no outro, é mais como se você conseguisse sentir as emoções do outro. Trent, o namorado de Briddey Flannigan, sugere que os dois façam esse procedimento antes mesmo de eles casarem. Mesmo com várias pessoas sendo contra, ela acaba aceitando. Porém, os problemas começam quando ela acaba se conectando a outra pessoa. E ela não só se conecta, como também consegue ler os seus pensamentos… Algo que não deveria acontecer.

Eu adoro esses enredos com super-poderes então achei um máximo toda essa história de ler mentes. Interferências é basicamente um chick-lit com um background de ficção científica, ou seja, é realmente uma mistura que eu não me lembro de ter lido até hoje. Algumas pessoas disseram que logo no início descobriram qual era o grande segredo do final, mas eu tenho que admitir que isso nem passou pela minha cabeça. Eu estava mais envolvida nos problemas momentâneos da protagonista e por isso não refleti muito sobre o que realmente tinha levado a toda essa situação. Os personagens são muito cativantes, o enredo é interessante mas é o problema é que uma grande parte do livro não era necessária! (...)

***Resenha completa no blog***

site: http://poressaspaginas.com/resenha-interferencias
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Andresa 03/10/2018

Desperdiçado
Mergulhei de cabeça nesse livro, devido à resenha e à capa, e não é que eu me arrependi de tê-lo lido, só não recomendo.
Ficamos o livro todo, se eu não me engano, em pouco menos de duas semanas. Os diálogos são muitas vezes tediosos e cansativos, e até certo momento a telepatia se torna banal e dá uma imensa agonia de ler.
O que poderia ter sido um romance legal e com uma explicação boba típica do chick-lit, se tornou algo maçante.
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50livros 19/09/2018

Livro bom para conhecer ficção científica
Comecei a ler esse livro de maneira bem dispretenciosa e, sem me prender muito à sinopse, mergulhei na história que estava sendo apresentada. E não me arrependo nem um pouco disso.

É um livro de ficção científica? É. É de romance? É também. É um thriller? Arrisco a dizer que sim. O livro permeia muitos gêneros, unindo muita coisa bacana e deixando bem divertido, fácil de ler e até mesmo cativante.

A história não chega a ser lá aquela inovação toda e a personagem principal só deixa de ser chata no final do segundo terço da leitura, mas a autora tem um jeito muito leve de escrever, então partes que seriam incrivelmente massantes, tornam-se tranquilas de ler.

Tem uma parte do livro, admito, que a parada fica meio confusa, você não entende muito bem o porquê daquilo, mas te garanto que antes que o livro acabe, a autora resgata esse conceito e tudo fica mais claro. Mesmo com inúmeros termos técnicos de tecnologia e informática, consegui entender tudo, mesmo que não tenha me tornado uma especialista.

Ah, e se você acha que descobriu tudo nos primeiros 10 capítulos, continue lendo porque você está enganado. Há tantos plots twist nessa trama que você fica com a pulga atrás da orelha em relação a tudo. Ele consegue trazer uma sensação de suspense não esperada, mas que funciona muito bem.

Mas, se você procura um livro assumidamente de ficção científica, acho melhor procurar outro título. Esse aqui trás uma história muito real, em um futuro MUITO próximo, então talvez não seja exatamente o que você está atrás. Porém, dê uma chance, tenho certeza que se divertirá muito com ele.

"Interferências" é um livro leve, ágil e que me prendeu do início ao fim. Um ótimo livro para quem quer desligar do mundo, mas ainda assim aprender alguma coisa.

site: www.50livros.com/single-post/2018/06/19/RESENHA-de-Interferências-de-Connie-Willis
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Lívia Gusson 20/07/2018

INTERFERÊNCIAS - CONNIE WILLIS - 4/5
"E você sabe para quem as pessoas mais mentem? Para si mesmas. São mestres absolutas da autoilusão."

Grandes expectativas nem sempre se tornam realidade. “Interferências” foi uma leitura longa (e cito longa em vários sentidos, tanto em números de paginas quanto em diálogos desnecessários).
No primeiro capítulo somos apresentados a Briddey já tendo que lidar com a decisão de fazer o EDD com seu recente namorado e todos à sua volta parecem ter alguma opinião sobre esse assunto, já que a cercam de todos os lados.
Trent, o namorado, é pouco cativante e no primeiro contato é possível perceber que existem segundas intenções por trás dessa proposta doida sobre aumentar a empatia no relacionamento dos dois com tão pouco tempo de namoro.
Gostei da atualidade utilizada na história, à autora faz referências para personalidades da moda, cantores, jogadores de futebol, entre outros. Infelizmente a empolgação para por ai.
Como a história já começa nos apresentando pessoas invasivas e de difícil convivência, só consegui focar nisso no restante do livro e bastou um personagem aparecer para tirar todo o brilho que ainda poderia surgir, no caso a irmã de Briddey, Mary Clare.
A autora exagerou na dose de personagens antipáticos, mesquinhos e obsessivos. Entendo que a vertente seria um punhado de humor, mas nesse caso fomos inundados por pessoas cansativas.

Minha outra percepção sobre Briddey é que ela foge tanto de todo mundo que as relações todas ficam com ares superficiais. É somente quando o romance acontece que o livro desenrola e somos apresentados à outra forma de conexão, outra vertente da ficção cientifica, o que deixou a dinâmica um pouco mais aceitável.
Infelizmente o livro poderia oferecer mais, contudo tropeçou nos diálogos nos personagens e acabou ficando maçante, sem uma narrativa que cativasse.



site: @descobrindoleituras
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Jessé 23/06/2018

Ficha Técnica:



Interferências

Autora: Connie Willis

Ano de publicação: 2018

Nº de páginas: 464





Vocês sabem, ainda estou começando a ler ficção científica e, até agora, fiz ótimas escolhas, obrigado. Primeiro foi Justiça Ancilar, e agora foi Interferências, da incrível autora Connie Willis. Confiram minha opinião sobre a obra:



Ao menos uma vez na vida, você já deve ter ouvido a frase "vai dar ruim", e é exatamente isso que pensei quando li a sinopse do livro. Num futuro não tão distante, uma tecnologia possibilita que um casal esteja cada vez mais conectado. Imaginem que o Jack e a Rose façam a cirurgia. Um poderia sentir o amor que seu parceiro sente por si mesmo. É, tem tudo pra dar ruim, e está cada vez mais na moda. É por isso que Briddey fica "contente" quando Trent, seu namorado, sugerem que eles façam o EED (a cirurgia que possibilita a tal conexão) antes de se casarem, para melhorar ainda mais a relação. Num contexto geral, é bem romântico, e tem tudo pra dar certo.





Mas dá errado. Briddey acaba se conectando com outro funcionário da empresa que trabalha, e não com Trent. Ela fica desesperada, é claro, porque eles não se conectam de forma romântica, mas telepática. Telepatia que, até então, era algo considerado impossível, está bem aqui, ao seu alcance. Agora, resta a Briddey aceitar a ajuda de seu novo amigo para controlar sua telepatia e, ao mesmo tempo, descobrir por quê seu EED deu errado.



Briddey é de origem irlandesa (já amei o livro desde que descobri isso), e sua família é bem peculiar. Sua família faz o tipo SUPERprotetora (o super precisava ser em caps lock), e Maeve, sua sobrinha de nove anos, acaba sendo a pessoa mais normal, e a única que compreende Briddey (além de ser minha personagem favorita do livro).


O livro sabe bem como mesclar a ficção científica com o romance e o suspense. Em algumas partes, a narração fica um pouco arrastada, mas não atrapalha o desfecho do livro. A autora criou personagens incríveis, e soube como trabalhar cada um deles. A escrita é fluída, e há tantas referências que você vai até se perder.



Interferências é um livro leve, mas com um bom enredo. Você vai rir, e vai sentir vontade de bater em alguns personagens. Descobrimos o valor da amizade e da confiança, além de reforçar a ideia de que é gigantesca a probabilidade de mexer com algo que você não conhece. Se você busca fugir um pouco da rotina, esse livro é exatamente o que você procura. E, se ao final do livro, Maeve não for sua personagem favorita, você leu errado.

site: www.dicasdojess.com
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Henrique.Alves 23/02/2020

Apaixonante
Um livro leve, uma mistura entre Black mirror e qualquer comédia romântica da sessão da tarde mas que funciona muito bem. O tipo de história que vai te encantando aos poucos
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wanessa169 26/01/2024

No começo achei bom, fiquei igual uma adolescente boba vendo os personagens implicarem um com o outro e o desenvolvimento da narrativa, mas com o passar das páginas comecei a achar a história um pouco chata, na real o diálogo dos personagens, ficou meio lento para mim. Terminei o livro, mas acredito que não o lerei mais, porém, não é um romance ruim.
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Paulo 24/04/2018

O que é um gênero literário? Muitas vezes nos pegamos rotulando livros de acordo com o que acreditamos ser a sua temática. Fantasia, Ficção Científica, Terror, Drama. Todos são facetas do mesmo tipo de produção literária: a prosa. Nós é que escolhemos pegar um livro e colocá-lo em uma prateleira específica e deixar ao cargo do consumidor adquiri-lo ou não. Era um meio de facilitar o direcionamento de leituras para leitores específicos. Só que isso se tornou mais do que a proposta inicial. Se tornou uma forma de tolher a criatividade autoral. Alguns autores fazem o possível para "encaixar" as suas obras em uma prateleira específica, perdendo um pouco de sua liberdade criativa.

A primeira impressão que um leitor tem ao iniciar Interferências é de um livro chick-lit. Ou seja, uma comédia romântica daquelas típicas da Sessão da Tarde. Já aviso logo: NÃO JULGUE O LIVRO PELA PRIMEIRA IMPRESSÃO. Connie foi extremamente habilidosa na escrita de Interferências e, apesar de todo o jeito descontraído da escrita, Interferências é muito, mas muito mais do que uma comédia romântica. Uma escrita em terceira pessoa com o foco na Briddey e em sua visão de mundo, o livro tem uma escrita veloz e dinâmica. Os diálogos são explosivos e repletos de referência pop. Mas, todas elas são bem tranquilas de pegar e até algumas do universo geek. Juro que quando via um diálogo da Briddey com o C.B. parecia que eu estava vendo uma discussão da Lorelai Gilmore com o Luke, em Gilmore Girls. Aqueles diálogos pá-pum, com retomadas inteligentes e comentários sagazes. Diálogos que quando você parava para analisar eram geniais e possuíam várias camadas que só entendíamos depois que a informação era processada.

Uma das genialidades presentes neste livro é a troca de gêneros que a autora faz diversas vezes no livro. O que começa como uma comédia romântica se transforma após 30% de leitura em um suspense e depois em uma trama de espionagem industrial com leves toques de ficção científica. Na hora em que o leitor se acomoda com o jeitinho doce e gentil dos personagens vivendo mil trapalhadas, a autora nos dá uma rasteira e transforma a leitura em algo tenso. A maneira como vamos nos sentindo cercados o tempo todo por pessoas que querem tomar os poderes telepáticos para eles é sufocante. É como se a Connie tivesse nos jogado em um compactador e fosse fechando as laterais pouco a pouco até nos deixar sem saída. E no final temos uma trama de espionagem industrial interessante onde os personagens acabam precisando se virar para resolver o problema.

Os personagens são riquíssimos. Briddey é uma personagem muito forte e decidida, mas que infelizmente tem sua vida cercada por sua família. Vivendo em uma família tradicional irlandesa, eles querem que a protagonista se case com alguém bom para ela. E esse bom é um bom rapaz irlandês. Mas, Briddey quer é acelerar a sua relação com Trent, um dos chefes da Commspan. Um homem bonito, inteligente e bem sucedido. O bom partido. Aqui temos aquele velho trope das comédias românticas: as aparências enganam. Claro que a Connie dá uma invertida e ao invés de apresentar a menina nerd que se transforma em uma linda mulher, ela faz o contrário. Vai ser no exotismo e na insanidade de C.B. que Briddey vai sentir uma leve queda. Principalmente quando ele a ajuda durante o seu surto telepático.

Já C.B. é o maluco da empresa. Ele vai passar a se relacionar mais com a Briddey quando ela tiver os seus primeiros problemas com a telepatia. O tempo todo o personagem vai revelar um lado dramático por trás das suas frases inteligentes e de seus bordões. Pouco a pouco vamos vendo o quanto aquela pessoa que parece segura, na verdade tem muitos medos e dúvidas. Não estou dando spoilers... está na cara desde o começo da história que C.B é apaixonado pela Briddey. As situações curiosas em que eles se metem vão reforçando pouco a pouco isso.

Vários são os temas contidos em Interferências. Um dos mais claros é a questão da quantidade de informação com a qual lidamos a cada minuto. De fato a maneira como Briddey é atacada pelas vozes, no formato de uma inundação é justamente como eu entendo esse excesso de informações. Hoje precisamos fazer milhares de coisas ao mesmo tempo. Não temos o tempo para realizar o ócio intelectual... não temos mais aquela hora mágica onde todas as vozes se silenciam. Nosso mundo contemporâneo exige demais de todos nós. E a cada dia novos sistemas para aumentar a velocidade de comunicação surgem. Não me espantaria se aparecesse um Trent ou um Hamilton no futuro que inventasse algum tipo de dispositivo em que a informação entrasse direto em nossos cérebros. Essa enxurrada de informações acaba nos impedindo de apreciar as belezas que se estendem bem ao alcance de nossos olhos. Informação demais é prejudicial. Como Briddey foi capaz de perceber ao se submeter ao EED.

Vale a pena tocar no tema das mães superprotetoras. A maneira como Mary Clare se relaciona com Maeve é tenebroso. Aliás, Maeve e Briddey tem muita coisa em comum. Esse cerco feito pela família só prejudica a criação de uma criança, Eu entendo que muitos pais tem medo de com o que nossos filhos e filhas andam se envolvendo. A quantidade de formas de se perder ou se envolver com situações ruins é tanta que isso provoca um excesso de ansiedade na forma como nos relacionamos com eles. E como todos puderam ver em Interferências de nada adiantou Mary Clare ser tão protetora; Maeve sempre dava um jeito. No fundo, Maeve é só uma criança curiosa, que gosta de Cinderela, Enrolados e filmes de zumbis. O diálogo entre pais e filhos é essencial para não criar esse tipo de atmosfera claustrofóbica na própria casa. A adolescência é uma fase difícil, de transformações. De nada adianta os pais tornarem a adolescência ainda mais difícil.

A telepatia é muito bem explorada pela autora. É quase como se fosse o "sistema de magia" dela. Ela apresenta as maneiras como a telepatia funciona, os limites da mesma e constrói algo por cima que dá uma outra dimensão. O mais curioso é que algumas das informações que a Connie apresenta em Interferências são baseadas em pesquisas reais. Houve estudiosos que acreditaram que Joana D'Arc era psíquica.

Gostei demais da história e isso serve para aqueles que abandonam o livro logo nas primeiras páginas quando não gostam muito da narrativa. Dê uma oportunidade... avance na história. Connie Willis não é vencedora de vários prêmios Hugo à toa. Ela conseguiu criar uma história genial e divertida, usando técnicas bem avançadas de escrita. Além disso, o casal é encantador. A gente realmente fica torcendo para que tudo dê certo para eles.
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