spoiler visualizarBarbara 10/02/2024
Tenho medo de tubarões, de furacões e de ser presa sem motivo. Tenho medo de nunca fazer nada significativo da vida. Mas não tenho medo de avião.
Meu impulso é sempre ignorar algo ruim e correr em direção ao que acho bom.
Às vezes, tenho medo de nunca achar um lugar que eu possa chamar de lar.
Você quase me matou de susto, sabia? Tem ideia do quanto iria partir meu coração ter que viver num mundo sem você?
Não quero fazer o que teria feito anteriormente. Não quero acreditar no que alguém diz e ignorar o que essa pessoa faz. Não quero enxergar apenas o que gostaria de ver.
A diferença entre a vida e a morte pode ser tão simples e desconfortavelmente pequena quanto um passo dado em qualquer uma das duas direções.
É meio absurdo, não é mesmo? Como nos agarramos a fatos e a consequências para nos culparmos ou nos desculparmos?
Nove bilhões de escolhas que eu fiz no decorrer da minha vida poderiam ter me levado a um lugar diferente de onde estou neste momento e determinar para onde estou indo. Não faz sentido se concentrar em uma única escolha. A não ser que você queira se punir.
Não sabemos o que poderia ter acontecido. Mas o que quer que fosse não era pra acontecer.? Você realmente acredita nisso?? pergunta ele.? Acho que tenho que acreditar? respondo.? Senão, a minha vida será um desastre completo.
Se as coisas têm de acontecer de determinada forma, isso significa que eu não tenho de me preocupar tanto com as consequências e com os meus erros. Posso tirar a mão do volante. Acreditar no destino é um pouco como viver no piloto automático.
Foi tipo quando perguntei de qual sabor de flan você gostava e você respondeu os três sabores. Escolha um sabor. Não precisa encontrar o mais perfeito o tempo todo. Ache uma coisa que funcione e pronto. Se tivesse feito isso, a gente já estaria conversando sobre cores favoritas.
Mas eu me pergunto quanto o meu mundo seria diferente se qualquer uma dessas coisas tivesse realmente acontecido. Não dá para mudar apenas uma coisa, dá? Quando a gente deseja que algumas coisas tivessem acontecido de forma diferente, não dá para querer que as coisas ruins simplesmente evaporem. Precisamos pensar também nas coisas boas que a gente talvez pudesse perder. Bom, acho que o melhor a fazer é permanecer no agora e se concentrar no que pode fazer melhor no futuro.
Eu não acredito que estar apaixonado absolva alguém de qualquer coisa. E já não acredito mais que tudo seja válido no amor e na guerra. Eu até diria que suas ações quando apaixonado não são uma exceção a quem você é.
Eu não acredito que conhecer o amor da sua vida lhe dê carta branca pra passar por cima de tudo o que estiver no seu caminho. Tem muita gente no mundo que encontra a pessoa com a qual acredita que deve estar e a coisa não vai adiante porque ela acha que há outras coisas no meio e, em vez de mentir e fugir das próprias responsabilidades, age como adulto e faz o que é certo.
Só é possível perdoar-se pelos erros que você cometeu no passado se tivermos consciência de que nunca mais os cometeremos.
Não importa se não tivemos a intenção de fazer o que fizemos. Não importa se foi um acidente ou um erro. Muito menos se acreditamos que isso tudo seja obra do destino. Porque, independentemente dele, ainda temos de responder pelos nossos atos. Fazemos escolhas, grandes e pequenas, todos os dias das nossas vidas, e essas escolhas têm consequências. Temos de lidar com essas consequências de frente, para o bem ou para o mal. Não podemos apagá-las simplesmente dizendo que essa não foi nossa intenção. Destino ou não, nossas vidas continuam sendo o resultado das nossas escolhas. Estou começando a achar que, se não nos apropriamos delas, não somos nossos próprios donos.
E estou aprendendo a não procurar muito significado nas coisas boas. Estou aprendendo a simplesmente apreciar o bom enquanto a gente o tem por perto. Não me preocupar demais com o significado das coisas e o que vai acontecer em seguida.
Vou dar o melhor de mim e viver sob a premissa de que, se houver alguma coisa nessa vida que devemos fazer, se houver gente neste mundo que devemos amar, nós encontraremos isso tudo. Com o tempo. O futuro é tão incrivelmente imprevisível que tentar se planejar pra ele é como estudar pra uma prova que nunca vai fazer. Estou bem agora.
Agora, nós estamos bem. Então eu vou me concentrar no que quero e no que preciso nesse instante e confiar que o futuro vai acontecer do jeito que tiver que acontecer. É o que se faz quando se quer uma coisa. A gente não procura os motivos pelos quais ela pode não funcionar. Procura os motivos pelos quais vai funcionar. Então estou procurando, estou cavando formas de fazer acontecer.
Eu te amo. Tenho quase certeza de que eu te amo desde o momento em que te conheci no baile de boas-vindas e você me disse que escutava Weezer. Eu rio e começo a me abaixar para me sentar no chão. ?E eu terminei com você porque achei que ia me casar com você. ?Como assim? ?Eu tinha 19 anos e estava no primeiro ano de faculdade, então pensei assim: eu já conheci a garota com a qual vou me casar. E aquilo me deixou assustado, sabe? Eu me lembro de ter pensado que não ia fazer sexo com mais ninguém. Que nunca mais beijaria outra garota. Que nunca faria o que todos os meus amigos da faculdade estavam fazendo, coisas que eu queria fazer. Porque eu tinha conhecido você. Tinha conhecido a garota dos meus sonhos. E, sabe, por um único momento idiota na faculdade, achei que isso era ruim. Então deixei que você fosse embora. E, sendo totalmente sincero, embora isso me faça soar como um completo babaca, eu sempre achei que teria você de volta. Achei que pudesse terminar com você e me divertir e ser jovem e, então, quando isso tudo passasse, eu iria atrás de você e te pegaria de volta pra mim. Nunca imaginei que deveríamos segurar com firmeza o que nos é sagrado. ?Eu não sabia disso ?digo. ?Eu sei, porque eu nunca te contei. Então, é claro, acabei percebendo que não queria fazer todas aquelas coisas idiotas de estudante universitário, que eu queria você. Mas aí voltei pra casa no Natal pra te dizer isso, e você já estava saindo com outra pessoa. Eu devia ter me culpado, mas culpei você. E devia ter lutado por você, mas não lutei. Eu me senti rejeitado e procurei outra pessoa. ?Desculpe. ?Não. Você não tem do que se desculpar. Eu é que tenho. Eu é que peço desculpas por viver me acovardando. Eu vejo o que quero ver e tenho medo de fazer o que tem que ser feito pra conseguir o que quero. Sou idiota demais pra sacrificar as coisas pequenas em prol das grandes. Eu te amo, Hannah. Mais do que já amei qualquer outra pessoa. E eu te disse, quando você voltou pra cá, que nunca mais deixaria que nada atrapalhasse a gente. Assinto com a cabeça, mesmo sabendo que ele não pode me ver. ?E o que eu faço? Ao primeiro sinal de dificuldade, dou pra trás. ?Não é tão simples assim, Ethan. Nós começamos a sair outra vez e, em duas semanas, eu te disse que estava grávida de outro homem. São circunstâncias extraordinárias. ?Não sei ?diz ele. ?Não sei se acredito em circunstâncias extraordinárias, não quando o assunto é esse. ?Você mesmo disse que às vezes o timing não bate. ?Eu também não sei se acredito mais nisso ?diz ele. ?O timing parece ser uma desculpa. Circunstâncias extraordinárias parecem ser uma desculpa. Se a gente ama uma pessoa, se acha que pode fazê-la feliz passando o resto da sua vida com ela, então nada deveria te deter. Você deveria estar preparado pra aceitar essa pessoa como ela é e lidar com as consequências. Relacionamentos não são bonitinhos e perfeitos. São feios, confusos e não fazem qualquer sentido a não ser pras duas pessoas que estão nele. É isso que eu acho. Acho que, se a gente ama alguém de verdade, aceita as circunstâncias, não se esconde por trás delas. ?O que você quer dizer com isso? ?Quero dizer que eu te amo, que quero ficar com você e que, se você quiser ficar comigo, nada vai me impedir. Nem timing, nem bebês nem nada. Se você quiser fazer isso, se você quiser ficar comigo, eu te aceito de qualquer maneira. Eu te amarei exatamente como você é. Não vou tentar mudar nada em você. ?Ethan, você não sabe o que está falando. ?Sei, sim ?insiste ele. Encostada na porta, consigo sentir que ele se levantou. Eu me levanto também. ?Hannah, acho que você é o amor da minha vida e prefiro ter uma vida com quarenta bebês que não são meus a ter que viver sem você. Sinto sua falta todos os dias desde a última vez em que te vi. Eu sinto a sua falta há anos. Não estou dizendo que essa situação é a ideal. Mas estou disposto a aceitar se você me aceitar. ?E o que vai acontecer quando o meu bebê nascer? ?Não sei. Eu sei que disse que não estava preparado pra ser pai, mas fico pensando comigo mesmo: e se o bebê fosse meu? Eu me comportaria de forma diferente? Sim, eu me comportaria de forma diferente. Se você estivesse grávida de um filho meu, sendo descuido ou não, eu daria um jeito de ficar preparado. ?E agora? Considerando que o filho não é seu? ?Não sei se vejo mais muita diferença ?responde ele. ?O que você ama, eu amo. Olho para o chão. Minhas mãos estão tremendo. ?Você pode decidir como vamos lidar com isso ?diz ele. ?Eu posso ser o pai, o padrasto ou então um amigo ou tio. Posso ajudar com todos os cursos preparatórios e estar presente quando você for dar à luz, se me permitir. Ou posso manter distância, se você preferir. Faço o que você quiser. Vou ser a pessoa que você precisar que eu seja. Só me deixe fazer parte disso, Hannah. Me deixe estar ao seu lado.
Quando a gente quase perde a vida, sente vontade de redobrar os esforços, de fazer algo realmente importante e maior do que você mesmo. E eu acho que é aí que eu me encaixo.
Eu sou casada com um homem que foi pai porque me amava e que agora me ama porque eu o tornei pai.
O que estou tentando dizer com isso é que eu sei que podem existir universos por aí onde fiz escolhas diferentes e que me levaram a outro lugar, que me levaram a outra pessoa.? Ele olha para Gabby.? E o meu coração se parte por cada versão de mim que não terminou ao seu lado.