Patcha 12/01/2022
Sim, existem bons livros infantojuvenis
Devo dizer que, durante a minha adolescência, nunca gostei de livros infantojuvenis. As personalidades rasas e a presença clara de uma fórmula, embora amigáveis para leitores iniciantes, me incomodava muito. Foi então que, rapidamente, migrei para a literatura adulta e fui buscar outros tipos de histórias.
Muitos anos depois, já sendo um leitor experiente, fui apresentado a esse livro por minha companheira, que me assegurou ser uma excelente e obra. E como ela estava certa!
O universo é muito bem construído, os personagens são cativantes e todos os momentos de tensão são extremamente eficazes. O autor consegue viajar entre a fantasia e a ficção científica sem que soe forçado ou tirado do nada, em um mundo consistente e que não parece existir só para sustentar o roteiro.
O que mais me chamou a atenção foi que os diálogos são bem construídos. Você não se depara, em momento algum, com um diálogo expositivo. Se uma informação será importante no final da história, essa lhe é entregue de forma orgânica e instigante, convidando o leitor a resolver o mistério junto ao protagonista.
Recomendo fortemente a leitura, tanto para jovens quanto adultos. Não é a toa que Philip Pullman é colocado ao lado de J. R. R. Tolkien quando falam de fantasia.