carol 16/11/2021
3,5
“?We broke apart, fighting to breathe, holding on to each other like we were drowning, like we'd been lost, left for dead in a very large expanse of sea.”?
Não tem como descrever essa leitura de outra forma se não dolorosa. O jeito como a Tahereh aborda o racismo e a xenofobia contra mulçumanos nesse livro, a dor da Shirin em ser maltratada por pessoas que associam pensamentos preconceituosos com a genética das pessoas é palpável apesar de distante por não fazer parte da minha realidade, e ainda assim, doeu em mim como se a dor dela fosse digerível. É um livro, de longe, dolorido e muito além do romance - na verdade, nesse caso, acho que o amor aqui tem um papel diferente, que é abraçar as características, independente de onde venham porque o amor da Shirin e do Ocean é puro, é honesto, é além das barreiras que a sociedade impõe.
A forma como o Ocean ama a Shirin e a defende de tudo e todos que ousam machucá-la verbalmente - e infelizmente fisicamente - é o tipo de amor que eu gostaria que todas as pessoas como ela pudessem ter. E que todas as minorias pudessem, também. Um amor que cuida, que é saudável e que vê o melhor na gente.
Não sei falar desse livro sem mencionar que é paradoxal: ao mesmo tempo que é sôfrego também traz um conforto. Mais um favorito da Tahereh na minha vida, apesar de ter detalhes da leitura que eu não gostei tanto (como o final).