Silvana 24/07/2020
Desde criança Eleanor Lyndon mostrou que tinha tino para os negócios. Quando sua irmã Victoria se apaixonou por Robert e eles começaram a se encontrar, Ellie aceitou de bom grado ser subornada por Robert para deixar os dois sozinhos. O namoro da irmã terminou por culpa de seu pai e do pai de Robert, mas Ellie guardou o dinheiro e soube investi-lo muito bem. Victoria ficou tão decepcionada com o pai que acabou indo embora de Kent e a Ellie só restou perdoar o pai e aguentar seus desmandos como vigário local. Mas com o dinheiro e os investimentos que fez, Ellie percebeu que pode ser uma mulher independente e nunca quis se casar com ninguém. Até agora.
Seu pai acaba de ficar noivo com a Sra. Foxglove e o passatempo predileto dela é dizer que Ellie com vinte e três anos é uma solteirona que precisa urgentemente de um marido. E se Ellie não encontrar alguém por vontade própria vai ter que se casar com quem a Sra. Foxglove escolher. Por isso quando um homem cai do céu nos seus pés, ela acha que isso pode ser um sinal. O homem é Charles Wycombe, o sedutor conde de Billington que na verdade caiu de um carvalho por estar muito bêbado. E assim como Ellie, Charles acredita que Deus ouviu suas preces já que tem quinze dias para encontrar uma esposa ou vai perder toda sua herança para seu primo ao completar trinta anos ainda solteiro.
O pouco tempo que passa com Ellie faz com que Charles veja a mulher interessante que está na sua frente e ele não pensa duas vezes antes de pedi-la em casamento. Ellie não pensava em se casar, mas com sua futura madrasta pressionando ela resolve aceitar o pedido de Charles, desde que ele consiga resgatar o dinheiro que ela investiu no nome do seu pai, já que por ser mulher ela não poderia fazer qualquer transação de negócios e agora não consegue retirar o dinheiro sozinha. Assim os dois fazem um trato de se casarem para cada um obter o seu dinheiro. Mas o problema é que eles mal conseguem se manter afastados um do outro e esse casamento de conveniência acaba por ser muito vantajoso para ambos.
"O cabelo dela, pensou de repente. O cabelo de Eleanor era da cor exata do sol em sua hora preferida do dia.
Seu coração se encheu de inesperada alegria, e ele sorriu."
Depois da decepção com o primeiro livro não estava esperando muito desse, mesmo que todas as resenhas que li falavam que esse segundo livro era bem melhor que o primeiro. Concordo com as resenhas. Se comparado ao primeiro livro, esse é bem superior, mas ainda assim ele é somente bom, não tem nada de extraordinário ou do que eu esperava sendo um livro de alguém que cria personagens como Os Bridgertons. Ou se compararmos aos livros da Tessa Dare ou da Sarah MacLean por exemplo, o livro é apenas mediano. Mas ainda assim é uma boa leitura para quem não leu muitos romances de época ainda.
No primeiro livro a autora abordou o tema amor a primeira vista e nesse segundo casamento por conveniência. Geralmente esse tema rende ótimos enredos para romances de época, mas mais uma vez eu achei que a autora se perdeu e não soube desenvolver bem a história. No começo até que ela foi bem, a ideia foi legal até certo ponto, mas a autora foi inserindo coisas que não tiveram muito desenvolvimento e ela até tentou inserir alguns mistérios que logo de cara o leitor já sabe quem é o responsável pelos acontecimentos e teve alguma ação no final, mas que também achei totalmente desnecessária. O que me fez dar um bom para o livro foram os protagonistas, que diferente do primeiro livro, me cativaram bastante.
Ellie já no livro da irmã chama a atenção e ela continua uma ótima personagem em sua própria história. Ellie é inteligente, engraçada, inocente na medida certa e junto com Charles protagonizou um romance para nenhum romântico de plantão colocar defeito. As cenas entre eles renderam boas risadas e os diálogos foram agradáveis. Mas infelizmente o romance em si não conseguiu sustentar a história que foi mal desenvolvida. E nem a Judith, uma fofura em forma de criança, conseguiu aumentar a nota do livro. Geralmente quando tem crianças nessas histórias, eu amo, mas aqui nem isso resolveu. E para não falar só coisas ruins, eu amei essa capa. É tão simples, mas ao mesmo tempo tão detalhista que entrou para minha lista de favoritas de capas de romances de época.
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