Babs 13/01/2022
No começo da leitura, eu admito não ter levado a história tão a sério quanto eu deveria, principalmente por ter sido alertada desde o prólogo de que era um relato de diários e fotografias tiradas da época. Acredito que por ser um livro sci-fi eu me deixei levar pela ideia de que tudo ali era falso, ou uma ciência usada pra explicar algo que não foi testado ou comprovado até hoje.
Só quando cheguei na metade do livro, quase terminando, que me caiu a ficha. Sim, é um livro de Ficção Científica, mas Histórico! E a ideia de que pessoas desbravaram o Oeste durante as guerras da expansão ainda me deixam besta.
O enredo todo narrado pelos olhos de William Johnson, usando suas fotografias e seus diários como pilares e as lacunas entre eles preenchidas pela criatividade vasta do autor.
Esse livro nos permite ver de perto como a expansão para o Oeste afetava não somente os povos indígenas como os próprios americanos. Como as guerras que os brancos desejavam ter sem nenhuma perda de ambos lados, esperando que os índios simplesmente aceitassem serem colonizados e terem suas crenças perdidas.
As dívidas imensas para arcar com os exércitos, o medo constante de serem mortos ou escalpelados, a forma animalesca como tratavam os índios, acreditando estarem certos em desconsiderá-los pessoas. É uma realidade tão insana, uma narrativa absurda que chega a assustar.
E a busca pelos fósseis de dinossauro, a guerra entre Cope e Marshall, a jornada pelas terras indígenas em busca de fósseis (onde vemos aqui uma narrativa diferente dos índios pela ótica pacífica e não colonizadora, por mais que ainda haja medo neles) como você aprende a gostar dos personagens, simpatizar com eles, sentir suas mortes.
O Professor Cope, um homem religioso, mas que acredita na ciência, que tem respeito a tudo e a todos, que não deixa suas crenças aplacarem a dos outros; o Johnson amadurecendo pela jornada árdua de exploração e sobrevivência, de adolescente rico e mimado à um homem calejado e justo; a histeria de Marshall e seu mal caráter tomando proporções perigosas ao ponto de perder todo o qualquer crédito até o final da história.
Personagens cinzas ao invés de preto ou branco. Personagens nem bons ou maus, só pessoas reais sobrevivendo como podem. Um conto histórico com tantas informações científicas e históricas que torna a imersão na leitura surpreendente e difícil de largar. Leitura densa, mas que atiça sua curiosidade a cada capítulo de voltas e reviravoltas.
Minha segunda missão da MLV2022 concluída com muito sucesso!