Sofia Meneghel 06/02/2024
Esperava mais (bem mais)
A muitos anos que eu queria ler "A Guerra da Papoula", desde que ficou popular lá fora, e finalmente esse ano me senti na vibe correta para ler os três calhamaços que compõem a trilogia.
No geral, esperava que a história fosse se afastar mais das "tropes" clichês de fantasias YA/NA. Confesso que desanimei bastante quando, ao chegarmos em Sinegard, somos apresentados aos personagens mais clichês possíveis (o menino popular riquinho, a menina rica mal encarada, o amigo gay, etc). O livro acaba melhorando esses personagens no decorrer da trama, mas o início foi difícil de engolir. Me senti lendo as mesmas fantasias adolescentes que eu lia em 2013.
O sistema de magia é bastante mal explorado, mas imagino que isso seja proposital, afinal, tem mais dois livros para desenvolver. Sinto que, ao tentar mesclar o fantasioso com o real, a autora se perdeu. Alguns dos elementos emprestados das guerras Sino-japonesas ficaram meio "jogadas" na narrativa, e não encaixaram bem com o desenrolar geral da história.
Não consegui me conectar com os personagens, principalmente os principais. O personagem Altan foi, simplesmente, imprevisível demais. Admito que a falta de previsibilidade dele me cativou, mas não consegui decidir se isso foi proposital ou não por parte da autora. O mesmo comentário se estende para a própria protagonista, a Rin.
No mais, gostaria de deixar escrito que o meu personagem preferido foi, de longe, o Jiang Zhang. Estou muito curiosa para saber mais da história dele nos livros seguintes.