O fim de Eddy

O fim de Eddy Édouard Louis




Resenhas - O fim de Eddy


108 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8


João Cabral 26/01/2022

Mais um livro que te faz retornar imediatamente aos duros tempos de uma infância reprimida, trancada num quarto. Interessante como a educação, mais uma vez, é a bengala que sustenta nossas rotas de fuga.
comentários(0)comente



nandex 26/01/2022

Angustiante e pesado
O Fim de Eddy trata das diversas formas de violência que pessoas LGBTQ sofrem desde a infância. Do meio familiar à escola, Eddy tem sua existência negada o tempo todo, seja pelo olhar pesado de seu pai sobre ele, seja pelos ataques diários dos dois temidos garotos.

Querendo ou não, me identifiquei muito com o Eddy em vários aspectos de sua vida. A relação com o pai que foi se perdendo ao longo dos anos com o despertar da sexualidade, a convivência com a violência gerada pela cultura conservadora do ?durão? predominante naquele vilarejo, o desejo constante de fugir daquilo tudo... Enfim, o autor soube trabalhar muito bem cada aspecto e desenvolver a empatia no leitor.

Além disso, outro ponto em que o livro me surpreendeu foi na fluidez da leitura, e isso se deve em grande parte pela escrita do Édouard, que é simplesmente impecável.

Entretanto, é necessário dizer que o autor é muito gráfico em algumas cenas extremamente pesadas e isso pode ser um gatilho pra muita gente.

O sentimento que prevalece durante a leitura é o de angústia, posso dizer que em nenhum momento do livro senti felicidade real pelo protagonista. Isso não quer dizer que o livro seja ruim, pelo contrário, obras que nos tirem de nossa zona de conforto e nos façam refletir sobre problemas sociais são extremamente necessárias, e essa é uma delas, por isso dou as 5 estrelas e recomendo DEMAISSS!
comentários(0)comente



Rodrigo 25/01/2022

Visceral
Uma vida sofrida desde a infância. Uma identidade que não é aceita por não se conhecer. Rasgos, feridas, hematomas que formaram uma personalidade.
comentários(0)comente



Marcelo 20/01/2022

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
Este é um daqueles livros que balançam a gente.

Talvez pela proximidade das historias ou mesmo pelos dramas e sensibilidade com que o relato é escrito, este é um livro que gera muitos gatilhos e reflexões.

O fim de Eddy é um auto relato. O autor rememora a infância numa vila industrial da periferia da França, onde o machismo e a homofobia são a voz da sociedade.

Eddy relata as humilhações na familia, as surras na escola, a rejeição da sociedade por ser diferente, por ser sensível, por ser gay.

Ele se esforçou muito para se enquadrar no que a sociedade e a familia esperava dele. Repetia diariamente ?hoje vou ser durão? para tentar introjetar ?esta verdade? e tentar mudar o que ele era.

?Todas as manhãs, enquanto me arrumava no banheiro, eu repetia a mesma frase sem parar, tantas vezes que ela terminaria por perder o sentido, passaria a não ser mais do que uma sucessão de sílabas, de sons. Eu parava e retomava a frase: Hoje eu vou ser um durão. Eu me lembro porque eu repetia exatamente aquela frase, como se faz com uma oração, com aquelas exatas palavras ? Hoje eu vou ser um durão (e eu choro enquanto escrevo estas linhas: choro porque eu acho essa frase ridícula e horripilante, essa frase que, durante anos, me acompanhou e que de certa forma ocupou, não creio que haja exagero em dizer isso, o centro da minha vida).?

Com certeza muitos LGBTQIA+ já passaram por isso, tentando mudar suas vidas, suas realidades, suas essências, simplesmente para tentarem ser aceitas.

Uma leitura mais que recomendada: uma leitura necessária para todos, para transformarmos a sociedade em um organismo menos preconceituoso e mais livre.
comentários(0)comente



Icaro.Santos 05/01/2022

é muito ruim se identificar com tantas passagens desse livro; só mostra a pouca evolução que tivemos dos anos 90/começo dos anos 2000 para 20 anos depois onde tudo ainda é tao real e "comum" no nosso dia a dia
comentários(0)comente



Larissa1824 13/12/2021

?Eu parava e retomava a frase: hoje eu vou ser um durão. Eu me lembro porque eu repetia exatamente aquela frase, como se faz com uma oração..? (...)

Necessário.
comentários(0)comente



Wisley 08/12/2021

Esse é um livro baseado em uma história real de como era ser LGBT+ na França antigamente, um livro triste, que mostra a realidade e experiências das pessoas daquela época, onde a maioria tinham que se privar de serem quem são.

"Hoje vou ser um Durão"
comentários(0)comente



Pâmela 24/11/2021

Necessário...
Um relato sobre a homofobia. Difícil, triste, estarrecedor e violento. Com certeza uma leitura que nos faz refletir sobre o mundo preconceituoso e conservador em que vivemos.
Como pode haver tanto ódio? Esse livro nos faz questionar os limites da maldade humana para com o outro. Não interessa se é na família, na escola ou na vizinhança, nesse livro a maldade prevalece até Eddy ter idade suficiente para escapar.
comentários(0)comente



Henrique1096 23/11/2021

O fim de Eddy
Queria ter gostado do livro tanto quanto o resto do pessoal também gostou. No fim foi uma leitura rápida, mas não necessariamente fluída, e que só pareceu engajar mesmo no fim. Não é um livro ruim, mas acho que saturou muito rápido. Mas não deixa de ser uma história real e pesada (pesada até demais) e um reflexo bem fiel do que é crescer sendo uma criança viada, como alguém comentou nas resenhas aqui também. Curioso pra ler o outro livro do autor.
comentários(0)comente



Nado 23/09/2021

Essa é uma obra de estreia do autor francês, e se trata de uma autobiografia que é contada através da história de um garoto que vive em um pequeno vilarejo na França.
A trama, ambientada na década de 90, é narrada em primeira pessoa pelo garoto Eddy Bellegueule. O leitor vai conhecer como ele vive em uma pequena vila industrial que fica ao norte do país europeu. De maneira crua e direta, o autor já joga o que se pode esperar da narrativa. O narrador expõe nos primeiros parágrafos do livro o que ele passa em sua vida, principalmente na escola por conta de sua sexualidade.
O garoto passa por momentos difíceis não só no colégio. Dentro de casa ele precisa enfrentar um pai alcoólatra e racista, e uma mãe que tem que se desdobrar para dar a mesma atenção para os filhos. Sem contar que ele tem um irmão mais velho, forte e agressivo, que não cansa de ameaçá-lo por conta de seus trejeitos.
Eddy vive em uma comunidade conservadora e machista, que por vezes o obriga a tentar ser aquilo que ele não é. E não é por falta de tentativas que o menino não consegue. O autor deixa claro, como a sociedade já deveria estar cansada de saber, que orientação sexual não é uma escolha.
O leitor que pretende ler essa história, narrada em poucas páginas e com uma leitura fluida, precisa estar preparado para acontecimentos fortes que podem despertar alguns gatilhos.
Eddy conversou muito comigo em suas falas, em seus medos e em suas incertezas perante a vida, e principalmente, perante as pessoas que se precisam enfrentar. Impossível não se identificar e não se emocionar com as descobertas de uma criança, que mostra que o que ela mais precisa é de alguém que a entenda e de um abraço nos dias de choro e desespero.
comentários(0)comente



Antonio Gonçalves 07/09/2021

Uma autobiografia marcante, e que reflete para uma realidade de uma grande maioria ( crianças viadas) na sociedade, em que se impõe a heteronormatividade como um único padrão, e com isso, toda uma marginalização, com violência, opressão, medo, angustia, enfim, os reflexos da homofobia. Portanto, o fim de Eddy traz essa narrativa "nua e crua" de uma criança em descoberta com sua sexualidade, e que como uma grande maioria dos LEBTQIA+ se entende em sua sexualidade, em meio a violência, à dor etc.
Além disso, é um processo muito individual e solitário, em que cada indivíduo homossexual (que é a questão específica de Eddy) enfrentará de uma forma, e dentro de uma contexto familiar, entretanto, é um processo doloroso para todos nós Gays.
comentários(0)comente



Andréia 31/08/2021

"hoje eu vou ser um durão"
Esse foi meu primeiro contato com o escritor Édouard Louis, mas pude notar que todos os elogios que o autor vem recebendo condizem realmente com seu trabalho. É uma narrativa única, crua e revoltante.

É difícil mensurar a força desse livro, o modo como ele nos provoca e choca ao mostrar uma triste realidade que persiste ainda nos dias atuais. Eddy sofre pela sua condição social e ainda precisa enfrentar a homofobia gigantesca que uma cidade do interior pode carregar.

O Fim De Eddy nos faz olhar para o próximo, sentir sua dor e revolta. Apesar do sofrimento que ele carrega, serve como uma crítica e reflexão da nossa sociedade.
comentários(0)comente



mateushillebrand 27/08/2021

pareceu pra mim que o livro foi um processo terapêutico para o autor.

ao regatar fatos da sua vida e trazer à tona sua perspectiva sobre os comportamentos da família acaba tornando tudo muito pessoal, como uma história autobiográfica deve ser.

são inúmeras as descrições do que acontecia ao seu redor e se vê também a própria descoberta do autor que a sua existência é diferente das outras pessoas, como por exemplo a sua identificação com o feminino.

muitos comportamentos se assemelham a coisa que qualquer um faz, especialmente no que diz respeito às mentiras que contamos para nós mesmo achando que é um caminho mais fácil de se passar por certas situações. os momentos de violência, físicas ou psicológicas são fortes.

no fim, eu esperava por um fim mas talvez nem seja exatamente sobre isso, mas sobre o processo diário de metamorfose pelo qual todos passamos.
comentários(0)comente



Márlon 10/08/2021

Há em todo adulto que foi uma "criança viada" um quê de mágoa, de raiva, de dor, de medo... Quando penso em todas as violências que eu carrego da vida, das vezes que me gritaram "bicha" na escola, que me senti intimidado na rua, no trabalho, etcétera, foi em casa que eu me vi mais agastado e triste, sobretudo por não ter o acolhimento que gostaria. Quando me vejo afastado, sem querer muito me abrir sentimentalmente, interpretado como frio, como antissocial, penso que, foi em casa que minaram as minhas demonstrações de afeto. A rua só ratificou isso. O primeiro medo de ser quem eu sou, senti em casa. Quando Édouard nos fala das múltiplas vezes em que foi violentado - física e emocionalmente - eu consigo sentir a solidão que isso provoca. Uma solidão que nos acompanha sempre, porque, infelizmente, a gente não deixa de ser o que é nunca. Nem mesmo no fim.
Roberto 11/08/2021minha estante
!


eden¡! 20/07/2022minha estante
nossa, exatamente!!!!




Livros da Julie 19/07/2021

O cotidiano de um jovem gay em uma sociedade antiquada, machista, violenta e preconceituosa
-----
"o sofrimento é simplesmente totalitário: ele faz com que tudo o que não se enquadra no seu sistema desapareça."
-
"A gente nunca se acostuma às ofensas."
-
"A gente sempre pensa - digo, diante desse tipo de cena: com um olhar de fora - na humilhação, na incompreensão, no medo, mas a gente não pensa na dor."
-
"No vilarejo não bastava ser um durão, era preciso também fazer de seus filhos durões. Um pai reforçava sua identidade masculina por meio de seus filhos, aos quais ele devia transmitir seus valores viris"
-
"Eu preferia passar uma imagem de garoto feliz. Eu fazia do silêncio meu aliado e, de certa forma, [*****]mplice daquela violência"
-
"como se a juventude não fosse de forma alguma um dado biológico, uma simples questão de idade ou de momento de vida, mas uma espécie de privilégio reservado a quem pode - por sua situação - gozar de todas essas experiências, de todos os destinos que agrupamos sob o nome de adolescência."
-
"Para um homem a violência era algo natural, evidente."
-
"no vilarejo, as mulheres fazem filhos para se tornarem mulheres, senão elas não o são realmente."
-
"o orgulho não é mais que a manifestação primeira da vergonha."
-
"só existem incoerências para aquele que é incapaz de reconstruir as lógicas que produzem os discursos e as práticas."
-
"A impossibilidade de fazer impedia a possibilidade de querer, o que por sua vez punha fim às possibilidades."
-
"a pobreza, a falta de dinheiro, as crianças captam isso mais cedo do que se possa imaginar.
-
"Os pais são os últimos a admitir que têm filho louco."
-
"Essas palavras que o álcool faz brotar a gente nunca sabe se estão enterradas desde há muito, reprimidas dentro de quem as pronuncia, ou se elas não têm vínculo algum com a verdade"
-
"o comportamento dos homens era imputado às mulheres, que teriam o dever de controlá-los"
-
"a gente não pensa espontaneamente na fuga, porque ignora que exista outro lugar. A gente não sabe que a fuga é uma possibilidade. Em um primeiro momento, a gente tenta ser como os outros"
-
"O crime não era fazer, mas ser. E, sobretudo, parecer ser."
-----
O fim de Eddy foi o livro escolhido para o mês de março no Clube de Leitura Paris de Histórias (#clubeparisdehistorias), promovido pelas @parisdehistorias e @pri_leitora, e é o primeiro livro do autor.

Trata-se de um romance autobiográfico, no qual Édouard nos conta como foi crescer em Hallencourt, uma pequena comuna operária de pouco mais de mil habitantes na região da Picardia, no norte da França. Poderia ser um relato bucólico, mas a primeira frase do livro deixa claro que não se trata de um: "De minha infância não guardo nenhuma lembrança feliz". Édouard é homossexual e fala de todas as dificuldades de se descobrir gay em um universo altamente machista.

O livro é dividido em duas partes: Picardia (fim dos anos 1990 - começo dos anos 2000) e O fracasso e a fuga. O autor possui uma forma muito própria de unir a voz do narrador à voz do personagem que está sendo citado. O uso de gírias, palavras vulgares e expressões informais demarcam a oralidade e caracterizam com perfeição o jeito de falar de cada um, fazendo com que a gente consiga visualizar e "ouvir" a cena.

A narrativa é extremamente rápida e fluida, o que contrabalança o peso da história, carregada de momentos um tanto chocantes, tensos e tristes. Entremeando lembranças do pai, da mãe, dos irmãos, da casa, da escola, dos vizinhos e amigos, o autor vai compondo a imagem de sua vida no vilarejo como se estivesse tecendo um cobertor. Porém, seu intuito é justamente o contrário: ele quer desfiar esse grosso tecido de culpa e opressão e finalmente se livrar desse fardo que o cobre.

Vítima de bullying e de violência física e psicológica, o autor-protagonista sofreu com o estigma de ser diferente, em aparência, gestos e atitudes ("Eles pensavam que eu tinha escolhido ser afeminado, como uma estética própria que eu tivesse perseguido afim de desagradá-los"). Sua adolescência foi um misto de resignação e revolta. Amargurado e desorientado, renegando com todas as forças suas "peculiaridades", Eddy travava uma luta interna contra si mesmo e enveredava pela obsessão de tentar ser "normal".

O livro aponta todos os sintomas de uma sociedade arcaica e patriarcal, afogada em suas mazelas econômicas e culturais. Édouard traz exemplos vívidos de alcoolismo e de todo tipo de abuso, próprios de quem se criou em meio ao ódio e à violência reproduzidos sem remorso e oriundos de um forte preconceito contra os representantes de qualquer minoria ou diversidade, fosse sexual, religiosa ou racial.

Os privilégios masculinos e o senso de pertencimento que unia os homens da região eram claros. As mulheres eram relegadas a outro plano e aqueles mais afortunados, que tinham recursos ou acesso a uma educação melhor, eram desprezados. As diferenças de sexo e de classe são nítidas e fortes demais para serem ignoradas.

Guardando uma leve lembrança com a ambientação do filme "Bem-vindo a Marly-Gomont", que conta a história de uma família de negros imigrantes, Édouard desenha um retrato pungente da vida dura e sofrida dos habitantes dessa França interiorana e conservadora, arraigados aos seus hábitos, avessos a qualquer tipo de mudança ou novidade, acorrentados às crenças de sempre e que perpetuam os mesmos comportamentos sociais e padrões machistas pelas gerações seguintes.

O fim de Eddy é um livro único e desconcertante, que mescla crueza e sensibilidade para alertar sobre a homofobia e suas consequências, que ainda hoje podem ser nefastas, irreversíveis ou afetar profundamente a formação da personalidade de um indivíduo. Cabe, por fim, o alerta de gatilho para quem já foi vítima de bullying ou violência, devido aos velhos sentimentos e emoções que o livro evoca.

site: https://www.instagram.com/p/CQUQMw3D_po/
comentários(0)comente



108 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR