Céu sem estrelas

Céu sem estrelas Iris Figueiredo




Resenhas -


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juliamonteiro 25/07/2021

"Não existe um céu sem estrelas, Cecília"
demorei uns 3 dias para terminar o livro porque estava com uma grande ressaca literária, mas o livro é bom, porém não como eu esperava.
Vou ser muito breve nessa resenha pois sei que muitos tem ele como favorito.
Céu sem estrelas tem uma temática muito importante (??contém gatilhos de: inseguranças em geral, ataques de pânico, depressão, má relação com a família...??) e o livro em si é muito importante, até mesmo como uma ajuda. Mas sinceramente, eu não me conectei com os personagens e achei alguns diálogos e problemas muito incompletos, que precisavam de mais aprofundamento... Além disso, o final foi um pouco confuso e, particularmente, achei que ficou meio aberto.
Falando assim até parece que eu não gostei do livro, e não foi isso!!!! eu gostei, mas acho que não ao ponto de dar 4/5 estrelas. Inclusive, amei a escrita da autora e o jeito que ela te traz pra perto da história.
p.s: nunca vou ver um fusca azul da mesma forma.
JuhSilveira 10/08/2021minha estante
Nossa você descreveu minha opinião, não vou nem precisar fazer resenha




rayspf 10/01/2022

Resenha de Céu sem estrelas
" Não existe um céu sem estrelas, Cecília. Mesmo quando estão encobertas pelas nuvens, ainda estão lá. A gente só não consegue enxergar.?
?É como a esperança."

Resenha ?

?Cecília acaba de completar 18 anos,mas sua vida está longe de estar nos trilhos.Após perder o seu primeiro emprego e ter uma terrível briga com a mãe ela vai passar um tempo na casa da melhor amiga,Iasmin.Lá se aproxima de Bernado,o irmão mais velho de Iasmin e os dois criam uma espécie de relacionamento.
Apesar de estar encantado por Cecília, Bernardo esconde seus próprios traumas e ressentimentos, e terá de descobrir se finalmente está pronto para se comprometer. Cecília, por sua vez, precisará lidar com uma série de inseguranças em relação ao corpo

?Uma história muito sensível cheia de amor, amizade, superação e problemas reais e como é difícil enfrentar todos eles.Eu sou apaixonada na escrita da Iris e como ela retrata todos esse problemas.
Minha maior vontade enquanto eu leio é guardar a Ceci e o Be em um potinho.
Victoria556 10/01/2022minha estante
Livro lindo, me identifiquei mto




Lucy 06/01/2022

Não existe um céu sem estrelas, elas ainda estão lá.
"- Não existe um céu sem estrelas, Cecília. Mesmo quando estão cobertas pelas nuvens, ainda estão lá. A gente só não consegue enxergar."

Esse livro é muito mais do que eu pensava. Quando li a sinopse soube que se tratava de algo importante, mas não sabia que era tão profundo.
Cecília é a prova de que as pessoas conseguem esconder muito bem o que estão sentindo e que a gente não consegue nem imaginar o problema em que elas passam.
A escrita do livro é ótima, o que fez a leitura fluir muito bem, mesmo nas partes pesadas. E ter o ponto de vista de Cecília e do Bernardo também, foi muito bom para a compreensão.
Em algumas partes o que estava acontecendo era bem detalhado, o que fez com que eu me sentisse ainda mais próxima da Cecília.
Também amei as referências de livros e filmes no meio da história, é uma coisinha besta mas que me faz ficar ainda mais apegada a história.
Porém senti falta do desenvolvimento de alguns outros personagens, como a Iasmin, que ficamos sabendo de alguns dos seus problemas, mas não tive respostas sobre.
Mas no geral, é um livro muito bom e cheio de aprendizados, principalmente pra quem consegue se identificar com a Cecília.
stardust 06/01/2022minha estante
Essa resenha me fez ter ainda mais vontade de ler o livro. Obrigado Lua.




Luiza3222 17/06/2021

Esse livro aborda diversos temas, como aceitação, relacionamentos tóxicos, depressão, gordofobia, entre outros. Me senti próxima dos personagens, e a relação da Cecília com a mãe mexeu muito comigo. Demorei um pouco para engatar na leitura, no começo senti uma preguiça pois tem muita narração (prefiro diálogos).

Em várias cenas queria proteger a Cecília. Ela colocava muita pressão sobre si mesma pra corresponder às expectativas dos outros, especialmente as da mãe. Chorei em diversas partes da história.

Bernardo é um amorzinho, e a dinâmica entre ele e Cecília é muito fofa. Ri e chorei com o casal, é o clichê ?apaixonada pelo irmão da melhor amiga?. A forma como eles se aproximaram é muito bonitinha.

?? Não existe um céu sem estrelas, Cecília. Mesmo quando estão cobertas pelas nuvens, ainda estão lá. A gente só não consegue enxergar.
? É como a esperança ? ela comentou, pensativa. ? Sempre existe uma saída, mesmo que a gente não consiga enxergar.?
Line 17/06/2021minha estante
??????




aluazul 09/05/2023

Sem estrelas
Tinha vontade de ler esse livro desde os meus treze anos. Só li agora. No momento agradeço muito a mim mesma por esta escolha. É um livro incrível que aborda muitos assuntos importantíssimos de maneira muito fluída. Mas é emocionalmente pesado. A nathalia de cinco anos atrás não teria tanta capacidade de compreender todas as nuances que constam entre as páginas. Acho que todos deveriam ler Céu Sem Estrelas alguma vez na vida.
Lucas1630 09/05/2023minha estante
Já coloquei na lista ?




Yasmin 23/03/2023

Que profundo
Nunca tinha lido um livro que retratasse a questão da saúde mental e o quanto é importante ter isso.

Além de que, a protagonista passa por tanto.
Gostei muito do casal e agora toda vez que eu ver um Fusca azul irei lembrar do livro.

E lembre-se: Nunca deixe de acreditar que as coisas podem melhorar. Elas vão melhorar.

Obs: tem gatilhos
Clara! 29/03/2023minha estante
Obs: tem MUITOS gatilhos***




Steff 10/10/2020

Sensível
Iniciei a leitura sabendo que o livro aborda temas complexos, mas não esperei que fosse tão profundo e delicado ao expressar sentimentos que muitas vezes são reprimidos.
É preciso muita cautela ao iniciar a leitura, pois aborda questões como gordofobia, problemas familiares, automutilação, tendência suicida, transtornos psicológicos e outras.
A escrita da autora faz o leitor se aproximar dos personagens e sentir junto a eles em cada momento, seja feliz ou triste. Os personagens são abordados de forma bem realista e mostram a forma como encaram problemas complexos que acometem as pessoas do mundo real, incitando reflexão e despertando identificação.
Me identifiquei em vários momentos com os personagens e as adversidades que estavam enfrentando, principalmente na forma que encaram os desafios. Esse é um fator importante por permitir ao leitor perceber que as circunstâncias podem aparentar não haver uma saída, mas que com apoio tudo é contornado, mesmo que você acredite estar sozinho e que não seja fácil pedir ajuda ou lutar contra a enxurrada de problemas.
Gostei da forma que os personagens foram retratados, cada um foi aprofundado na medida certa e com sua dose de realidade.
Cecília é encantadora e de uma força enorme, em cada momento há uma lição que a própria personagem precisa aprender. Bernardo mostra que há possibilidade de mudança, que nem tudo é perfeito e o quão importante é enxergar, respeitar e ajudar aos que rodeiam e a si mesmo.
Além dos protagonistas, os personagens secundários também representam características marcantes que agregam grande valor ao livro, principalmente no sentido de reflexão.
O final do livro foi necessário e as decisões tomadas pela protagonista tornaram tudo mais sensível ao mostrar que há momento para tudo.
Uma leitura muito fluida e impactante, recomendo muito.
Lucas 11/10/2020minha estante
Adoro resenhas que me fazem querer ler o livro mesmo sem contar quase nada sobre ele. Obrigado e parabéns.




Laura Brand 16/08/2018

Nostalgia Cinza
Céu sem estrelas foi uma leitura surpreendente e agradável. Achei que leria um romance adolescente inofensivo, mas encontrei uma história com camadas cobertas por reflexões necessárias. Por meio de seus personagens que poderiam muito bem ser nossos melhores amigos, Iris Figueiredo traz à tona assuntos como depressão e autoimagem de forma sutil e eficaz.
Céu sem estrelas é uma leitura extremamente fácil desde a primeira página. Cecília e Bernardo protagonizam uma história que narra a trajetória de dois jovens recém-chegados à faculdade que precisam lidar com problemas familiares e conflitos internos. Cecília é uma jovem que sempre precisou conviver com agressões verbais por fugir aos padrões de magreza impostos pela sociedade, sem poder contar com o apoio da mãe, uma mulher ausente e imersa em dramas de sua vida amorosa. Bernardo é irmão da melhor amiga de Cecília e, mesmo tendo uma vida supostamente perfeita, busca algo a mais para dar sentido aos seus dias. A amizade entre os dois se desenvolve sem problemas e, em pouco tempo, é fácil perceber que existe algo a mais ali. Depois de ser expulsa de casa, Cecília se aproxima ainda mais de Bernardo e os dois começam um romance em meio aos próprios dramas e indagações individuais.
Apesar de parecer clichê, Céu sem estrelas foge das banalidades e mergulha um pouco em temas como depressão e automutilação causadas pela forma como Cecília vê e sente o mundo. Desde jovem ela precisou carregar o peso de não ser como outras meninas e cada uma de suas escolhas reflete a maneira como ela própria se vê.
Os personagens são extremamente críveis, Iris Figueiredo consegue desenvolver personalidades facilmente identificáveis e compreensíveis. É fácil se ver na protagonista que acredita que vai ser abandonada por todos que ama, na melhor amiga que não vê que está entrando em um relacionamento abusivo, no mocinho que precisa aprender com as consequências de seus erros inocentes.
Até mesmo os coadjuvantes precisam lidar com problemas que muitas vezes são negligenciados não apenas na ficção. Os desafios de uma jovem que não consegue emprego por conta de seu cabelo afro demonstram como Iris se preocupou e retratar histórias reais.
O desenvolvimento de toda a trama é bem rápido e sem enrolações. Iris pega o leitor e o coloca dentro de um mundo já estabelecido sem precisar se preocupar em explicar muita coisa. Toda a leitura se dá de forma bem intuitiva e natural, é gostoso passar as páginas, mesmo nos momentos mais dramáticos e sensíveis.
A capa merece um elogio à parte. Várias vezes senti vontade de fechar o livro e analisar os detalhes de uma ilustração que não poderia combinar mais com um livro. A delicadeza da composição e a combinação de cores dão um toque ainda mais especial a um livro encantador.
A escrita de Iris Figueiredo é leve, doce e apaixonante, mas sem perder a precisão e a objetividade. Ela consegue expressar de forma clara os sentimentos dos protagonistas, principalmente de Cecília. A narrativa se divide entre o ponto de vista de Cecília e Bernardo e a autora consegue fazer isso de forma natural. Suas reflexões dão um toque a mais para a história e me fizeram ler desde a nota da autora até os agradecimentos ao final do livro. Iris é uma jovem autora que mostra a que veio com uma história doce e válida.
Céu sem estrelas é um daqueles livros para ler em um dia. Recomendo para quem se identifica com algum dos dilemas retratados ou até mesmo para quem quer mergulhar em uma história delicada e sensível que fala sobre problemas que merecem o destaque de um céu estrelado.


site: https://goo.gl/CCmZ6o
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tati244 13/08/2018

A delicadeza de um céu sem estrelas
A primeira coisa que eu senti ao começar a ler "Céu sem Estrelas", de Iris Figueiredo, foi medo. Não sei explicar muito bem a origem desse medo até agora - talvez apenas o medo que a gente sempre tem quando se é medrosa até demais. A última coisa que eu senti quando fechei o livro após a leitura foi um grande aperto no coração. Todas as outras coisas foram sentidas durante a leitura deste livro.

O livro conta a história da Cecília e do Bernardo. De um lado, Cecília acabou de fazer dezoito anos e de perder o emprego, ela mora com a mãe e o padrasto em uma situação não muito ideal, e está no início da faculdade de Desenho Industrial em uma universidade federal do Rio de Janeiro. Do outro, Bernardo faz Engenharia Mecânica na mesma universidade federal, mora com a família que parece de comercial de margarina e tem uma vida social que vai muito bem. Bernardo é irmão de Iasmin, melhor amiga de Cecília. Cecília tem uma quedinha por Bernardo desde os nove anos.

Os capítulos vão alternando o ponto de visto dos dois e, logo de cara, a gente admira a decisão de Iris de escrever esses dois personagens em primeira pessoa. A Cecília é uma menina ansiosa e com inseguranças sobre várias coisas, e em seus capítulos podemos ter as mesmas incertezas que ela tem sobre ela mesma e sentir na pele tudo o que ela passa. Enquanto na visão de Bernardo podemos ter outro olhar sobre quem é Cecília, a menina que gosta de ler e consegue entrar nos cômodos de fininho e observa tudo atentamente.

Através dos olhos de Bernardo, além de vermos a perspectiva masculina em contraste com algumas inseguranças de Cecília, podemos ver as interações entre esses dois personagens dentro de seus respectivos universos e entender os cenários em que eles vivem e se inserem e como esses dois mundos colidem e se unem. Com o ponto de vista de Bernardo podemos entender algumas irracionalidades de Cecília, que, em seus pontos de vista, temos a certeza de que é certo. O contrastes dos capítulos entre eles é de extrema importância para entendermos o que se está passando com ela e o que acontece tanto com as outras pessoas ao redor dela, quanto como a nossa própria mente pode fazer conosco de um ponto externo.

No início do livro, Cecília sai da casa que divide com a mãe e o padrasto e vai morar na casa da melhor amiga, Iasmin. A passagem da Cecília tentando entender o que era "casa" e onde ela se sente à vontade e confortável e qual seria a nova definição de "casa" é outro ponto forte do livro. O momento em que nós entendemos que nem sempre o que chamamos de casa é algo bom para nós, que é o melhor para a gente.

O livro aborda questões sobre saúde mental, transtornos e relacionamentos de diversos tipos. A Iris possui uma delicadeza de falar sobre esses assuntos de uma forma que a gente não vê por aí, em que nada é escondido do leitor mas que também mostra que é possível discutir sobre isso sem fazer exageros hollywoodiano ou sensacionalizar esses tópicos. De um modo geral, acho que a lição do livro é como nada é eterno e que talvez as coisas vão melhorar, principalmente em uma fase das nossas vidas em que nada está dando certo e não sabemos lidar muito bem com as mudanças que acontecem tão rapidamente. É um pouco sobre se perder, mas também é sobre se achar depois de um tempo nublado.

"Céu sem Estrelas" é o tipo de livro que a gente não sente o baque durante a leitura, é um peso que cai em nós algum momento depois e que precisamos absorver e entender tudo o que está sendo ensinado e mostrado para nós. De uma forma delicada e incrível.

site: https://comasualicencapoetica.blogspot.com/2018/07/a-delicadeza-de-um-ceu-sem-estrelas.html
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@viagementrelivros 20/03/2019

@viagementrelivros
Oi, gente! Eu terminei esse livro recentemente e foi de um impacto tão grande que eu não sabia por onde começar uma resenha. Resolvi então fazer algo diferente e vou falar aqui sobre 3 temas importantes que são relatados na história e que, por isso você precisa ler. Nos comentários deixarei a sinopse, ok?

⭐Tema 1: gordofobia. O sofrimento da Cecília, a personagem principal, sobre a maneira como as pessoas a tratam por causa de seu peso, é palpável desde o começo da história. São familiares que nunca deixam de apontar o quanto ela engordou ou de dizer que ela deve parar de comer. As roupas do shopping que não são feitas para seu tamanho, os comentários 'inocentes' de terceiros sobre sua aparência e condição. Crescer com essa pressão sobre seu corpo fez da Cecília uma pessoa com a auto-estima muito prejudicada, e isso acarreta em muitas outras coisas.
⭐Tema 2: depressão. A autora aborda isso de uma maneira bastante verdadeira. É bem difícil de ler inclusive, parece que dói na gente. Pode imaginar então o quanto dói na pessoa que está com depressão? No livro somos lembrados de que depressão é um assunto sério, não é frescura, não é vergonhoso, é uma doença. E como toda doença, precisa de tratamento.
⭐Tema 3: Relações familiares tóxicas. A história da Cecília é extremamente marcada pela relação dela com a mãe e com o pai ausente, além dos problemas com o padrasto. Tudo isso corrobora, e muito, com as dificuldades na vida da Cecília.
- A autora trás vários outros temas no decorrer da história, mas não quero jogar todos esses spoiler aqui. Tudo é tratado de forma crua e, infelizmente, muito real.
- Como podem ver, é um livro pesado, mas a escrita é fluída e se desenvolve rapidamente. Minha crítica se dá pelo final corrido demais e a falta de desenvolvimento do futuro dos personagens. Não sei se a autora pretende fazer uma continuação, mas eu gostaria que tivesse para fechar todas as pontas.
- No mais, é uma história que recomendo bastante.
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Kennia Santos | @LendoDePijamas 03/10/2018

"Às vezes sentia que, não importava o que fizesse, nunca seria suficiente."
Título: Céu Sem Estrelas
Autora: Iris Figueiredo
Classificação: 4/5

Cecília acabou de completar dezoito anos e deveria estar exultante com o pontapé na vida adulta, mas não está. Acabou de perder seu emprego e teve uma briga horrorosa com sua mãe que a expulsou de casa. Ela deveria ir para casa da sua avó, mas decide ir passar um período na casa de sua amiga Iasmin.

Aos olhos de Cecília, Iasmin vive uma vida dos sonhos: além de viver numa casa maravilhosa com seus pais e seu irmão, Bernardo (por quem ela sempre nutriu uma paixonite secreta), ela ainda se encaixa totalmente no padrão de beleza atual, coisa que Cecília definitivamente não faz, principalmente por causa do seu corpo "grande".

"Tudo estava esquisito, a começar por mim. Tinha passado muito tempo sendo mais de uma pessoa, me escondendo atrás de máscaras para me proteger. Agora me via obrigada a despir o disfarce e contar detalhes da minha vida bagunçada a quem estivesse disposto a ajudar. Era o mínimo que eu devia àquelas pessoas, o que não tornava nada mais fácil. Desabafar era desgastante." (p.83)

Como consequência ela começa a passar mais tempo também com Bernardo, coisa que ela não pensava ser possível afinal ele sequer parecia reconhecer sua existência, e descobre que na verdade a casa que ela julgava ser perfeita, é na verdade cheia de rachaduras. Em meio à encontros e desencontros, ela se vê envolvida em um tipo de relacionamento com ele.

O mundo dos dois colidem de forma radical, ela, com suas inseguranças e medos e ele com seus segredos fazem de tudo para encontrar um ponto de equilíbrio. E é quando algo acontece e rompe com tudo de forma abrupta e dolorosa, levando-os à direções opostas.

Será que em meio a tantos sentimentos e emoções confusos, eles conseguirão superar as diferenças que parecem cada vez maiores?

"Às vezes, você tinha a sorte de encontrar alguém que era capaz de ouvir as questões existenciais que você tinha para compartilhar sem rir ou fazer pouco caso." (p.228)

Em "Céu Sem Estrelas", Iris Figueiredo nos apresenta uma história incrivelmente tocante e real, abordando temáticas sensíveis de forma muito realista e verdadeira.

Cecília é uma personagem muito sofrida, devido a diversas circunstâncias de sua vida, como o fato de ter sido abandonada pelo pai, seu relacionamento turbulento com a mãe e seus extremos complexos com relação à si mesma e seu corpo.

"Passava a maior parte do tempo escondendo meus sentimentos, medos e inseguranças. Não queria que vissem aquela parte de mim, vulnerável, e tentava ao máximo disfarçar quem eu era." (p.44)

Eu já li alguns livros que tinham como protagonista uma personagem acima do peso, mas NENHUM deles representou de forma tão fiel e real todos os sentimentos e lutas internas como esse. Digo isso porque sou gorda, e caramba, eu já estava chorando na página 50. E nem chorona eu sou. Às vezes eu me confundia com a Cecília, de tão similares que todas as situações e sensações eram.

"Às vezes eu me pegava pensando como minha vida seria mais fácil se eu fosse magra e pudesse comprar roupas em qualquer lugar, como uma garota normal." (p.115)

"Nunca gostei de comprar roupas, por isso a maioria das peças que eu tinha já podiam quase andar sozinha. Era sempre um momento cansativo e vergonhoso. Como se meu corpo não tivesse direito de existir. Como se eu não tivesse direito de existir." (p.126)

"Só queria me ver livre daquele sentimento, parar de me preocupar tanto com minha aparência." (p.129)

O Bernardo é um personagem muito incrível, também. Porque em momento nenhum ele vê a Cecília como "a menina gorda", ele a enxergava como uma menina como todas as outras. Eu ficava lendo e pensando "MEU DEUS, ISSO É REAL? ISSO É POSSÍVEL?". Sério, eu fiquei completamente chocada e impactada. E maravilhada, também. Afinal nas situações em geral a gordinha fica com o sequelado, ou o esquisito, mas Bernardo é completamente normal.

"Às vezes me perguntava o que queria da vida, para onde estava indo, o tipo de coisa em que a gente se pega pensando de madrugada, quando ninguém pode entrar na nossa cabeça e ver o quanto é uma bagunça." (p.184)

Porém, o andamento do livro a partir da segunda parte foi o que me incomodou um pouco. Acredito que a Iris tenha escolhido uma direção inadequada para a história, afinal, o desfecho foi um tanto "blé". Talvez se ela houvesse optado por uma abordagem diferente na parte 2 em diante, o enredo seria melhor aproveitado, em todos os quesitos.

Mas no fim das contas, o livro é muito bom e importante. Eu me senti abraçada em muitas, muitas partes mesmo. A escrita é incrível, muito boa mesmo: fluida e poética, reflexiva e potente. Recomendo muito!

"O amor é paciente. Ele é feito de respeito e apoio mútuos. Ainda tenho medo do abandono, mas procuro pensar todos os dias que aqueles que importam estarão sempre comigo. Que uns chegam e outros vão, mas que não posso aceitar menos do que eu mereço. Ainda estou descobrindo o que eu mereço." (p.349)
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Cassio 16/04/2019

Eu esperava que Céu sem Estrelas fosse um bom livro, por todos os elogios que já li. No entanto, Iris Figueiredo conseguiu surpreender superando as minhas expectativas. Com relação à escrita, o livro apresenta pontos de vista alternados entre Cecília e Bernardo, e isto provoca uma imersão ainda maior na história, pois o leitor pode observar o enredo se desenvolver sob óticas diferentes e ter maior compreensão do todo. A leitura é fluida, e os acontecimentos narrados são um retrato cru da vida real.
A história de Céu sem Estrelas é dolorosamente identificável. Em vários momentos pude enxergar a mim, a minha família, a meus amigos, nas situações descritas por Iris. E ao mesmo tempo em que é identificável, Céu sem Estrelas nos ajuda a entrar no universo dos distúrbios mentais e compreender o peso das palavras e julgamentos da sociedade sobre o indivíduo, as relações familiares e seus desdobramentos psicológicos sobre cada um, a perspectiva de uma pessoa sobre as experiências que vive - pois o que pode ser bobagem para um pode ter um grande efeito sobre outro, e isto é bem demonstrado na dança de capítulos entre Cecília e Bernardo.
Em suma, Céu sem Estrelas é um maravilhoso romance psicológico que traz representatividade, sem esquecer de como as diferenças de cada um afetam sua perspectiva sobre o mundo, e nos convida a refletir sobre estas diferenças.
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Renata 23/05/2019

mais do que um simples new adult, esse livro fala sobre depressão
esse livro revelou-se diferente do que eu esperava antes de iniciar a leitura. pensava que ia ser mais um livro leve e tranquilinho sobre superação pessoal na juventude, algo facilmente digerível pra passar o tempo, afinal, era a história de uma menina recém saída do colégio e recém ingressa na faculdade, enfrentando os desafios da vida adulta. mas ele se mostrou mais impactante do que parecia ser inicialmente.

confesso que na primeira parte do livro eu tava com ranço da cecília, a protagonista. eu só conseguia pensar: 'nossa, que menina chata, que baixa autoestima, que excesso de autocomiseração, tá sempre se colocando pra baixo, que uó'; quase que abandonei a leitura. mas continuei firme porque, apesar de ser algo diferente do que eu esperava, é um livro fácil de ler.

a escrita da autora é gostosa, o ritmo da história é bom, a leitura vai fluindo sem nem perceber.

o livro fala sobre depressão, sobre não se sentir bem consigo mesmo, e sobre como a vida pode afundar se não for procurado tratamento adequado pra isso. só depois que percebi que a protagonista tinha mais do que uma simples autopiedade excessiva, e sim depressão, foi que comecei a me conectar mais com a história.

pode ser um livro importante pro público em geral por conseguir abordar esse assunto, mas sinto que não é pra todo mundo: há alguns gatilhos que podem afetar quem o lê, dependendo do estado mental do leitor (como em 13 reasons why). por isso, apesar de ser uma leitura fácil e proveitosa, pode se revelar ser um pouco pesada também.
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 03/10/2018

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
"Era tudo na minha cabeça. A dor era toda na minha cabeça, mas isso não a tornava menos real." (página 191)
Cecília acabou de completar dezoito anos, foi demitida da livraria onde trabalhava, brigou com a mãe e teve que sair de casa. Felizmente, pôde contar com a família de sua melhor amiga, Iasmin, e foi passar um tempo com os Campanati (a outra opção era voltar para a casa da avó em São Gonçalo, o que lhe deixaria muito longe da faculdade em Niterói).

Cecília tinha uma quedinha por Bernardo, irmão mais velho de Iasmin, e morando sob o mesmo teto, eles acabariam se aproximando. Será que Bernardo se comprometeria com Cecília, mesmo ela não se encaixando no padrão de beleza socialmente aceito por ser gorda? E Cecília, conseguiria recolocar sua vida nos eixos?

Por favor, não se enganem com esse resumo extremamente superficial que fiz da trama, pois "Céu sem estrelas" é muito mais do que uma história de amor protagonizado por uma garota acima do peso! Aliás, a aparência de Cecília nem de longe é seu maior problema. A obra fala sim sobre gordofobia, mas desde os primeiros capítulos já dá para notar que há algo mais na jovem, algo que lhe causa sofrimento físico e mental. Cecília esconde seus verdadeiros sentimentos, tenta se mostrar sempre bem para os outros, para não ter que falar sobre suas aflições, sobre seus medos e as questões que lhe afetam por dentro e por fora. A história é, acima de tudo, sobre saúde mental, um tema que a autora conhece e que aborda nesse livro e nas redes sociais. Saber um pouco mais sobre o transtorno da protagonista foi enriquecedor.

Amizade e relações familiares são outros assuntos discutidos na obra. Cecília foi fruto de uma gravidez não planejada e sua relação com a mãe e com o padrasto não era das melhores. Iasmin tinha reprovado e ainda estava no colégio, enquanto via as amigas já na faculdade. Ela e o irmão também não tinham uma família perfeita, o que acabava interferindo de certa forma nas escolhas do rapaz. Ele queria algo além da superficialidade dos seus colegas, só preocupados com festas e garotas. Relacionamentos abusivos, automutilação/autoflagelação também são abordados em "Céu sem estrelas".

Apesar de a narração ser feita por Bernardo e Cecília, a partir de certo momento, são os dilemas dela que ganham protagonismo. Então, tenham em mente que ela é a protagonista. No final, senti falta de saber um pouco mais sobre o desenrolar dos problemas da família do Bernardo, mas como me parece que todos os livros da Íris acabam tendo alguma ligação, quem sabe num próximo eu descubro mais sobre os rumos da Iasmin (doeu vê-la se submetendo à certas coisas).

Eu já acompanhava a Íris pelas redes sociais e estava bem curiosa para ler um livro dela. Já nas primeiras páginas fiquei extremamente feliz por ver como a escrita da Íris, uma autora nacional, não fica devendo em nada se comparada com outros livros estrangeiros publicados pela Seguinte ou por outras editoras grandes. É uma escrita fluida, sendo possível ler páginas e mais páginas rapidamente (embora eu tenha lido aos pouquinhos; talvez pela carga emocional que a trama me trouxe, ainda que meu entendimento maior seja sobre a depressão e não sobre o transtorno majoritariamente abordado pela escritora - o que me exigiu um exercício maior para me colocar no lugar da Cecília).

Sinto falta de mais histórias contemporâneas para o público jovem ambientadas no Brasil, então foi delicioso ler "Céu sem estrelas" e imaginar todas as cenas acontecendo aqui, no nosso país, vendo características de Niterói ou de São Gonçalo tão parecidas com as do lugar onde vivo. Temos aos montes tramas que se passam em faculdades norte-americanas, e foi muito bom ter esse diferencial de ver Cecília e Bernardo numa faculdade pública como a UFF, vivendo a realidade educacional do nosso país (de quebra, ainda descobri um pouquinho sobre os cursos de desenho industrial e engenharia mecânica, dos quais eu sabia pouquíssimo).

Enfim, fica a minha recomendação para que leiam "Céu sem estrelas", um ótimo livro nacional, bem ambientado, que aborda temas muito importantes como a saúde mental (em alta nesse Setembro Amarelo) e a gordofobia, tudo com muita representatividade (além de personagens acima do peso, temos negros, homossexuais, cadeirantes, inseridos de forma natural e nada forçado) na escrita maravilhosa da Íris.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com/2018/09/resenha-livro-ceu-sem-estrelas-iris.html
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Leitora Viciada 10/07/2018

Resenha para o blog Leitora Viciada www.leitoraviciada.com
Céu Sem Estrelas é o mais recente Young Adult da Editora Seguinte, selo jovem do Grupo Companhia das Letras, lançado em final de junho durante a II FLIPOP - Festival de Literatura Pop, ocorrida em São Paulo. Iris Figueiredo, de São Gonçalo, região metropolitana do RJ, já foi blogueira literária, é formada em produção editorial pela UFRJ, pós-graduada em transmídia e atua como escritora, editora e tradutora. Publicou outros três livros, Dividindo Mel (Draco, 2011) e a duologia Confissões On-Line (Generale, 2013 e 2015), além de contos nas antologias Meu Amor É um Anjo (Draco, 2011) e Cantigas no Escuro (Pohl Editorial, 2018).
Iris teve a ideia para Céu Sem Estrelas em 2011, mas foi somente cinco anos depois que ela trabalhou nele e o finalizou. Não havia lido ainda nada dela, mas a tenho acompanhado pelo Twitter e admirado seu trabalho. Portanto, ao ter a chance de escolher seu novo livro dentre as opções da Companhia das Letras aos blogs parceiros, não deixei a oportunidade passar e estou mais que satisfeita com a leitura, estou totalmente apaixonada: foi amor à primeira vista! Não só pela capa lindíssima. Me apeguei muito a trama logo no começo, o que foi realmente estranho, era como se eu já conhecesse bem as personagens. Todavia, foi a escrita da autora que me arrematou imediatamente. Tão fluida, agradável e natural. Acho que deste modo e neste tom, eu leria qualquer outro livro da Iris e espero que ela publique outras histórias bonitas, realistas e representativas como esta, que aborda autoconhecimento, amadurecimento, relacionamentos e saúde mental.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada. -> leitoraviciada.com
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2018/07/ceu-sem-estrelas.html
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