O crime do cais do Valongo

O crime do cais do Valongo Eliana Alves Cruz




Resenhas - O crime do Cais do Valongo


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preta velha 30/06/2023

Um mergulho necessário no nosso passado escravocrata
"o crime do cais do valongo", da eliana alves cruz, escritora e jornalista negra carioca é um romance histórico-policial com características do horror e do realismo fantástico.

seu ponto de partida é o assassinato do escravocrata bernardo lourenço viana, se passa no século dezenove e é ambientado em moçambique e no rio de janeiro.

os capítulos são antecedidos por manchetes de jornais veiculados à época.

tem uma narrativa bastante detalhada, uma pesquisa histórica cuidadosa, a linguagem da época plenamente integrada ao contexto e os suspenses até que a autoria do crime seja revelada são muito bem elaborados.

foi interessante observar o protagonismo dos personagens negros, que com suas ações e relações, conduzem os rumos da história.

o racismo, a memória, a ancestralidade e o amor preto são alguns dos temas presentes na obra.

indico este livro a quem se interessa em conhecer mais a nossa história através da ficção.
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João Pedro 20/03/2022

As cores do cais
Leitura que fiz para o ciclo de fevereiro do Clube Lendo Escritores Negros Brasileiros, “O crime do cais do Valongo”, de Eliana Alves Cruz, me transportou para o Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX, em uma experiência imersiva que há muito eu não vivenciava (de plano, eu me recordei de “Kindred”, de Octavia Butler, que teve esse mesmo efeito em mim). Já nas primeiras páginas eu me peguei completamente rendido à história, à escrita de Eliana Alves Cruz e às personagens, sobretudo as duas que narram o romance - Muana Lomuè, uma escrava de origem moçambicana, e Nuno Alcântara Moutinho, um mestiço ou mazombo, filho de portugueses nascido na colônia.

O cais do Valongo é um local que, assim como quase toda a história negra, sofreu apagamento histórico, inclusive desde a sua própria origem: o Valongo era uma região mais afastada na cidade do Rio de Janeiro, tendo sido ali escolhido para fugir da vista da elite branca a barbaridade da chegada dos tumbeiros. O cais foi um dos maiores portos escravagistas de toda a história humana, onde desembarcaram e foram comercializadas milhares de pessoas negras vindas da África, tendo sido posteriormente transformado no cais da Imperatriz, para a recepção da princesa Teresa Cristina, que viria a se casar com Dom Pedro II, e somente redescoberto em 2011, quando da realização de obras de revitalização do porto.

Apesar de ser panfletado como um romance de viés policial, o crime – no caso, o assassinato do comerciante Bernardo Lourenço Viana – fica em segundo plano. São as histórias das protagonistas e personagens pretas que, entrelaçadas ao evento criminoso, dão o tom da obra. A autora, a partir de notas reais extraídas da Gazeta do Rio de Janeiro na época, recria uma história ficcional que reverencia cultura e ancestralidade negras, levando ao centro do cais a cor preta que nunca deveria ter saído do foco.
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Gi Santos 15/06/2023

Emocionante.
Um livro Curtinho onde lemos a história de Muana uma mulher escravizada onde relata sua vida e de outros escravizados com ela e temos tbm a história de um "mulato" (termo não mais usado por ser pejorativo substituir por mestiço) homem livre, mas lutando pra viver em um país extremamente escravista. Um livro sensível que relata o sofrimento e a injustiça naquela época onde nos faz refletir e lembrar que aquilo realmente aconteceu. Eu gostei mto, no começo achei lento, mas foi só no comecinho msm.
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Mari Pereira 15/04/2021

Para não esquecer
Tive a impressão que a narrativa se situa numa linha tênue entre um romance e um livro historiográfico.
Eu sempre ouvi falarem muito bem, e esperava mais. Achei o enredo um pouco truncado, me pareceu muito corrido, com pouca profundidade nos fatos e personagens.
Apesar disso, é um livro muito relevante, principalmente por trazer à tona a sina dos escravizados/as que passaram pelo Cais do Valongo.
Merece ser lido, especialmente em um país que preserva tão pouco sua memória.
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Dri 18/06/2022

Leve e forte na mesma medida!
O livro aborda de forma muito fluída e leve temas muito relevantes, pesados e intragáveis. As reviravoltas que o livro dá e o seu desfecho são muito empolgantes, além de trazer detalhes que são muitas vezes escondidos acerca da época da escravidão no Brasil.
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Dani 17/02/2022

Primeira leitura de Eliana Alvez Cruz que faço. E que livro incrível.
Eliana conseguiu nos trazer grande informação histórica, dar protagonismo pra diversos personagens negros sem que eles fosse apenas escravos e além disso criar com todos esses elementos um livro de crime e mistério, posso dizer?
É estranho e atual até que a morte de um branco seja o mote central no meio de tantas mortes de negros?
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Lucy 22/03/2021

Menos investigação e mais história dos escravizados
Inicialmente achava que seria um romance policial, com interesse intrincadas tramas para descobrir o autor do assassinato que intitula o livro.

No entanto, achei que o valor maior está nos relatos da mulher escravizada que fala de seu passado em moçambique antes de ser sequestrada e enviada ao Brasil.

Leitura simples e rápida, interessante para conhecer melhor essa história e do cais do valongo.
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Rodrigo 27/10/2022

Ficção e realidade
De maneira sensacional, a autora nos transporta para um período tão doloroso da nossa história e nos apresenta temas tão cruciais e que perduram até hoje.
Leitura obrigatória para entendermos um pouco mais dessa sombra que assolou a formação do povo brasileiro.
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Debora 09/11/2021

A autora tem coisas importantes a contar
Eliane tem importantes histórias a contar sobre os africanos escravizados e trazidos a força para o Brasil.
Sua pesquisa histórica é minuciosa e trazida até nós em um romance que prende do início ao fim.
Muito boa a leitura
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Taiane.Anhanha 09/05/2021

O crime do cais do Valongo que apresenta o verdadeiro crime do lugar
O livro começa com um assassinato muito misterioso acontecido perto do Cais do Valongo, o corpo é do recém rico e senhor de escravizados, Bernardo Lourenço Vianna. Nisso, dá a entender que a história vai se desenrolar somente através desse crime, descobrir quem são os assassinos, as motivações e etc...mas pelo contrário, e para minha grata surpresa, o livro é mais do que parte de uma resolução de mistério (e talvez muitas pessoas se desagradem com isso) mas é o que trás maior interesse para a narrativa. Ele é narrado por duas pessoas, Nuno, "mulato" e Muana, mulher africana escravizada.

A parte que o Nuno narra é muito interessante, porque ele é muito irônico nas palavras e torna os acontecimentos e a narrativa bem interessante e até engraçado em alguns momentos. E a de Muana é fantástica, apesar de sofrida, ela tem cerca de 19, 20 anos e passou por muita coisa.

Além do contexto da escravidão, que falarei logo mais, também é apresentado o Rio de Janeiro da época, que está ficando cada vez mais caótico com a chegada família real, os desdobramentos disso na cidade, os novos ricos, escravizados chegando...mas além do RJ, também somos levados ao continente africano em que sabemos um pouco mais do contexto da escravidão local, como os escravizados chegavam ao Brasil e principalmente sobre a família de Muana. É um contexto rico de informações e que engrandece bastante a história!
Enfim, fora a cidade, a principal temática do livro é sobre a escravidão, não só focando na descrição sobre os castigos físicos (tem isso também) mas sobre resistência, luta e força dessas pessoas negras.

A autora traz uma reflexão genial sobre qual é o verdadeiro crime do Cais do Valongo, e isso não é spoiler nenhum, pois foi nesse local que diversos escravizados foram deixados para uma vida de muito sofrimento, onde eles tiveram que deixar seus locais de origem em que tinham uma família, casa, eram livres, para estarem em outro lugar desconhecido e aprisionados. Esse foi o verdadeiro crime do Caís Valongo para além dessa ficção muito bem escrita.

Talvez um dos pontos fracos do livro sejam algumas coisas confusas, principalmente no começo, sendo que eu tive que ler duas vezes o começo pra entender realmente o que estava acontecendo, algumas informações haviam ficado muito perdidas e só na "volta" entendi hhiihihi além dessas confusões, talvez o final tenha sido um pouco corrido, mas a forma que se desdobram os acontecimentos e a revelação de quem assassinou e a motivação é legal!

Todas as pesquisas históricas em jornais, as informações reais que a autora trouxe foram muito bem feitas e eu indico muito o livro pra quem goste ou não de história.
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@gezaine_ 20/01/2021

A premissa é simples: um comerciante endinheirado e escravocrata é encontrado morto no Valongo. A estória, porém, é agradável de ler, pois a escrita de Eliana Alves Cruz é fluida e cativante. Narrado por dois personagens, uma mulher moçambicana que foi sequestrada e escravizada, e um mestiço, o livro é fruto de muita pesquisa histórica e trouxe vários ensinamentos.
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Gabriela3420 31/08/2023

O crime do cais do Valongo
O crime do cais do Valongo, de @elialvescruz , é uma ficção histórica que conecta Moçambique ao Rio de Janeiro do século 18. É também uma linda homenagem à memória daqueles que foram sequestrados em África pra construir o Brasil.
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anna v. 30/07/2023

Eu esperava outra coisa
Depois de ler o excelente "Solitária", quis conhecer mais essa autora. E este livro já me tinha sido recomendado como um "romance policial passado no Brasil colônia". Então foi com essa expectativa que eu fui ler, e nesse sentido, me desapontei. Sim, tem um crime e tem uma investigação, e sim, se passa no Rio de Janeiro do início do século 19. Mas a maior parte do livro são as memórias da escravizada Muana, desde sua infância em Moçambique, passando pela escravização de sua família, a travessia para o Brasil num tumbeiro, e todos os horrores relacionados. É um relato importante e interessante, mas me senti lendo um livro de história ficcionalizado, e não era isso que eu tinha em mente quando peguei o livro para ler. Culpa minha, não do livro.
Alguns capítulos são narrados pelo personagem Nuno, que participa da investigação do assassinato, e foram, de longe, os capítulos que eu mais gostei. Ele é um excelente personagem e me deu pena ele não ter aparecido mais.
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