Greice Negrini 05/04/2019Uma aventura com grandes reviravoltas!Serina e Nomi são irmãs e ambas viveram somente para uma coisa: Serina para ser uma graça e Nomi para ser a aia da irmã. Em Viridia, a cidade onde vivem os reis, a cada período cada um deles e seus filhos precisam escolher as mulheres as quais eles querem "quebrar", ou melhor, as quais eles querem que sejam submissas. Serina é a irmã mais velha e sempre sonhou com isto. Aprendeu tudo corretamente e chegou o momento do baile onde o príncipe vai escolher suas primeiras três graças.
As duas vão precisar deixar seus pais e seu irmão e nunca mais voltar para casa. Nomi odeia todo o mundo das graças, mas não pode deixar a irmã sozinha. Em Viridia tudo é proibido. As mulheres não podem ler, escrever ou ter nenhum poder. Porém Nomi aprendeu tudo isto com seu irmão.
"Em Viria, as graças representavam os mais elevados padrões de beleza, elegância e obediência. Eram ao que todas as garotas deveriam aspirar.
Tornar-se uma graça e uma aia implicaria uma vida diferente para Serina e Nomi, mas elas discordavam quanto a essa vida ser melhor ou pior." P.16
No dia do baile em um pequeno incidente, o príncipe acaba conhecendo Nomi e quando Serina era para ser escolhida como uma graça, sua irmã acaba sendo a escolhida. Totalmente contra a sua vontade. E ao pegar escondido um livro para si e descoberta com ele, Serina assume a culpa e por castigo vai parar na ilha onde quem entra nunca mais retorna, onde as mulheres são punidas e precisam lutar entre si para sobreviver.
Agora Nomi precisa arrumar um jeito de salvar a sua irmã daquele inferno e também do príncipe ao qual terá que ser submissa. É quando o irmão do príncipe e seu futuro cunhado aparece e se torna seu grande amigo, mostrando um plano onde as mulheres poderão viver em paz. Porém o que parece ser fácil vai se tornar o maior pesadelo de todos.
"Será que Nomi não havia considerado, nem por um segundo, que punição poderia vir a receber quando pedira a Renzo que lhe ensinasse a ler? Quando roubara aquele livro? Serina achava que não. Nomi devia ter pensado que só corria o risco de açoitamento. Talvez uma multa." P. 57
Minha santa criatura das leituras! Por onde começar a descrever este livro? Eu poderia ir já para o melhor de tudo e entregar os pontos, mas seria desonesto com quem está lendo a resenha. Lógico que estou muito emocionada pela leitura deste livro. Não entendo qual a razão de algumas vezes ficar enrolando para ler por tirar conclusões precipitadas e depois que leio fico me culpando por ter demorado. Este foi um dos casos.
Temos como protagonistas duas irmãs. Serina é aquela moça mais submissa, mais calma e que aceita tudo facilmente. Nomi já é mais selvagem, arisca e que se joga em tudo sem pensar duas vezes. Logicamente que isto vai causar algumas confusões durante o livro. Algum leitor até pode pensar que estas características prejudicam as duas na obra, mas eu achei totalmente coerente, já que tudo é tão interligado durante a escrita e tem um final tão lógico que não há dúvidas sobre como elas foram bem construídas.
Temos um cenário onde as mulheres não tem voz. Não podem fazer absolutamente nada além do que são obrigadas e mesmo as que são privilegiadas não podem sair do castelo ou emitir opiniões sem estarem sendo espionadas o tempo todo. Em muitos momentos isto me corroeu. Nada como privar o ser humano de sua liberdade para causar a dor.
Isto sem contar no que acontece na ilha. Onde as mulheres são separadas em grupos e obrigadas a lutar até a morte para ganhar comida. A história é madura e cheia de conflitos o tempo inteiro. Em alguma parte da história dá para perceber o que está sendo tramado, mas como o livro é uma trilogia, infelizmente termina de uma forma chocante que me deixou com a mão na boca e querendo saber como tudo iria se resolver.
"- Por que fazemos isso? - Serina perguntou. Era uma questão que a perturbava desde a primeira noite na ilha. - Por que deixamos que os guardas nos obriguem a lutar? Se todas recuássemos, teriam que nos alimentar." P.145
A autora foi muito inteligente em colocar a história naquele tipo de desenvolvimento. Os capítulos se passam entre uma irmã e outra e na luta interna de cada uma delas. Graça e Fúria é o nome perfeito para a obra, sendo que não tem como denominar quem é quem entre os personagens. O segundo volume com o nome intitulado de Queen of Ruin está com previsão de lançamento para julho deste ano e estou mais do que esperando que a Seguinte lance este ano ainda.
Para quem gosta de fantasia, com mulheres fortes e muita emoção, pode apostar que vai curtir bastante Graça e Fúria. Tem luta, tem guerra e espero que tenha muito mais guerra ainda no próximo. Amém!