Allegro em Hip-Hop

Allegro em Hip-Hop Babi Dewet




Resenhas - Allegro em Hip-Hop


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Fernanda 25/09/2018

Allegro em Hip-Hop
Resenha no blog:

http://modoliterario.blogspot.com/2018/09/resenha-allegro-em-hip-hop-babi-dewet.html

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Lina DC 24/09/2018

"Allegro em Hip-Hop" é o segundo livro da série Cidade da Música da autora Babi Dewet. Narrado em terceira pessoa, a história gira em torno de Camila, a Mila, uma jovem de 18 anos de idade. Conforme a sinopse explica, Mila é neta de japoneses e seus pais são bem rígidos com a sua educação. Ela cresceu focada nos estudos e no balé, abdicando de toda a sua vida social e de amizades para se tornar a melhor. Seu grande sonho é dançar balé no The Royal Ballet em Londres e a bolsa que ela conseguiu na Academia Margareth Vilela é o primeiro passo em direção à realização desse sonho.
A dedicação de Mila é imensurável: ela pratica horas além do normal, dorme muito pouco e não se relaciona socialmente com ninguém, com exceção da amiga Clara, sua confidente. É uma jovem tranquila e tímida que não sabe bem como agir diante dos outros estudantes.
Todos na escola sabem que ela é a melhor bailarina e tem certeza absoluta de que conseguirá o solo na apresentação anual, o papel principal de O lago dos cisnes. Porém, quanto mais perto Mila fica de alcançar seus objetivos, a impressão que tem é que seu mundo está caindo aos pedaços.

"Aquela sensação de que algo ruim aconteceria estava se tornando tão comum que ela nem percebia mais quando começava a acontecer." (p. 157)

Vitor é o completo oposto de Mila. Seus pais são ricos e compram de tudo para ele, mas são completamente ausentes emocionalmente. O rapaz aprendeu a não se incomodar com isso e apesar de não ser o mais talentoso entre os violinistas, ama a música. Vitor tem uma visão diferente da Academia Margareth Vilela, ele acredita na mescla de clássico com o moderno, como por exemplo, o hip-hop.
Dois indivíduos distintos que vão aprender muito um com o outro. Mila vai aprender a defender a si mesma, a encontrar a sua voz. Ao começar a se integrar com as pessoas ao seu redor, a fazer novas amizades, Mila vai se dar conta de como o mundo é preconceituoso e de quantos comentários inocentes que ouviu sua vida toda tiveram o objetivo de ferir sua alma. Vitor por sua vez vai aprender a apreciar o silêncio, a música como um todo e verá a dança de uma forma completamente diferente.
A autora debate inúmeros assuntos relevantes nesse livro como o preconceito, a pressão que os jovens sofrem, os problemas com a imagem corporal, a anorexia e a celebração da diversidade. Ela também utiliza várias referências atuais e não apenas musicais, mas literárias e cinematográficas, como a menção de Crepúsculo e seus personagens.

"Me esforcei muito, deixei de dormir, de me divertir e de viver como uma adolescente normal pra conseguir algo como um solo desses... E para quê? Para o professor virar e dizer que quer uma bailarina e não uma boneca? Eu sou uma das melhores dançarinas desse conservatório. Eu não precisaria dormir com ninguém pra conseguir o que quero. E nem você, que é uma das piores, deveria precisar." (p. 183)

Para os leitores que acompanham a série, a autora não decepciona ao trazer Kim e Tim para a história, onde iremos observar a evolução desse casal que conquistou corações em "Sonata em Punk Rock".

"Mila sentiu um frio gostoso na barriga. Fingia que estava prestando atenção ao palco, mas queria saber o que Vitor estava fazendo e para onde estava olhando. Nunca tinha se sentido assim. Era como se a ideia de ele estar olhando para ela fizesse com que Mila se sentisse tão bonita que ficava com vergonha só de pensar." (p. 126)

A Editora Gutenberg realizou um ótimo trabalho. Internamente, o livro é repleto de pequenos detalhes, como o desenho de sapatilhas, claves de músicas e mais. A capa é linda e se destaca.

"Allegro é um andamento ligeiro e alegre de uma composição musical, ou seja, o quão rápido as notas devem ser tocadas." (p. 228)
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Letícia @sereia_literaria 19/09/2018

Incrível, emocionante e necessário.
"Era engraçado como a força podia vir de pessoas que nem conhecia, de pequenos momentos ou detalhes. A cada dia isso ficava ainda mais claro."
Mila é uma dançarina talentosa de origem japonesa que sempre dedicou a vida no seu grande amor; Ballet.
A busca pela perfeição nos palcos e por melhora em cada movimento nunca foi suficiente para ela mesma e principalmente para a mãe, que vive cobrando melhores resultados.
Enquanto a Academia Margareth Vilela prepara cada detalhe para as apresentações artísticas, Mila dobra a quantidade de horas praticando as coreografias, suspende festas que vão rolar e até passa as madrugadas treinando, ignorando as dores e o cansaço pra dedicar todo o seu tempo a fazer aquilo que, desde pequena, foi induzida a fazer: Ser a melhor.
Com uma narrativa bem elaborada e bem desenvolvida, iremos acompanhar a verdade por trás da delicadeza que a bailarina apresenta enquanto encanta a platéia; suas crises de ansiedade, baixa auto estima e seu psicológico lhe auto sabotando.

Ao longo das páginas conheceremos o interior de cada personagem citado, incluindo Clara e Vitor, que serão responsáveis por confortar a vida de Mila nos momentos mais difíceis.Não sei explicar o que senti durante a leitura, pois foram diferentes sentimentos capazes de me fazer pensar que, em determinadas situações, o livro estava falando diretamente comigo. »Não só a história é incrível, mas todas as referências músicais foram essenciais para criar um envolvimento original com o enredo. No início de cada capítulo, temos como título algumas músicas que se encaixavam perfeitamente em cada momento, e por já conhecer a maioria delas, fiquei ainda mais feliz com essa leitura.
Babi Dewet deixa claro logo no início do livro, que assim como a protagonista, ela também sofre de ansiedade e, mesmo sendo um assunto delicado, fora abordado com muita propriedade e sabedoria.
No final, só consegui chorar ao ler as últimas frases. Esse é um daqueles livros cujo irei indicar mil vezes, pois a história da Mila precisa ser lida.
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Ca Melo 25/08/2018

Um livro necessário...
Engraçado que quando vemos alguma bailarina no palco não temos ideia do quão difícil e quantos sacrifícios são necessários para manter uma postura e os movimentos em perfeição. Toda a leveza e graciosidade são “desmascaradas” em Allegro em hip-hop, quando lemos a história da Mila. Posso dizer logo de cara que esse livro entrou para a lista de meus livros favoritos da vida! A autora Babi Dewet conseguiu me envolver de forma tão profunda na história que foi impossível não sofrer junto com a protagonista Camila Takahashi em cada momento de crise durante a jornada em busca da perfeição e do papel principal na adaptação do ballet de repertório O lago dos cisnes.

"Nunca tivera tantos problemas com insegurança antes. Sempre se achou o suficiente e capaz, embora, claro, tivesse seus dias ruins. Quem não tinha? Na escola, era sempre a garota mais magrela da turma, a “tábua”, a “girafa”, e sendo japonesa, os comentários não eram muito criativos. Como toda bailarina, tinha uma grande preocupação com o corpo, mas raramente havia chegado a pensar que não era bonita o bastante ou que precisava de algo mais para se sentir bem. Então aquele sentimento de insegurança era quase uma novidade." (p. 101)

Mila passa a se sentir cada vez mais insegura, treinando movimentos incessantemente, além das horas habituais de prática durante as aulas e os ensaios. A garota passava boa parte das madrugadas treinando, independente das dores, da exaustão, desenvolvendo também crises de ansiedade, em que pequenos acontecimentos do cotidiano, até mesmo os que não eram diretamente com ela, fazendo-a chorar e se sentir que o mundo iria sufocá-la. Nesses momentos eu sentia um aperto muito forte e queria poder abraçar a personagem e chorar junto, por ser algo que eu já passei algumas vezes, mas não de forma tão intensa como Mila.

"Parou por alguns segundos, encostada no corrimão da escadaria que saía do prédio e respirou fundo. Suas pernas tremiam e ela sentia vontade de vomitar, a foma dava lugar ao enjoo. Não poderia ficar desse jeito. Contou sua respiração, como tinha aprendido, e tentava repetir para si mesma que não tinha por que se sentir daquele jeito! A sensação de que tudo estava errado, que ela não era suficiente e que queria simplesmente sumir porque algo ruim aconteceria tinha voltado – junto com a autossabotagem e a vontade de pensar em todos os problemas." (p. 206)

Quem passa por crises de ansiedade pode se sentir muito próximo à realidade de Mila e entender suas inseguranças e instabilidades, e pode ler com calma, Babi Dewet que também sofre de ansiedade soube tratar com muita responsabilidade e cuidado do assunto.
E mais do que isso, Mila precisa saber lidar com a imposição da mãe que mantém um discurso de que a filha precisa se esforçar cada vez mais, que ela precisa ser a melhor bailarina, independente do que precisa ser feito. Descendente de japoneses, a garota cresceu em rédeas curtas, sem direito a muitos momentos de lazer como uma adolescente comum, ou seja, nada de festinhas, namorados ou qualquer coisa que fosse contra “a moral e os bons costumes”. E ainda, ela tinha que ser a melhor, já que os pais que não tinham condições financeiras conseguiram mandar as duas filhas para a Academia Margereth Vilela, mesmo com bolsa, elas ainda tinham muitos custos, e por isso Mila colocava mais um peso em suas costas em não decepcionar o sacrifício dos seus pais.

Ao mesmo tempo que Mila ingressa no melhor academia de música do Brasil, que abriu aulas de dança, podendo desenvolver sua técnica com os melhores profissionais e ainda com a possibilidade de conseguir vagas em academias de elite do mundo, o seu mundo também se abriu para novas possibilidades, como a amizade com Clara (maravilhosa), mas principalmente quando conhece Vitor, um violinista que também não segue em nada os estereótipos de galã. O romance tem uma importância na vida de Mila, já que ela nunca tinha se envolvido com ninguém e não conseguia entender como as pessoas se deixavam levar pelos sentimentos, e pelas sensações que esses novos sentimentos causavam. Com uma narrativa em terceira pessoa que também trazia a perspectiva de Vitor, (uma sacada genial, diga-se de passagem) também temos um olhar das questões dele, e percebemos como o garoto é um fofo, me apaixonei pelo ruivo meio desastrado que fazia origamis e era fã de Drake ❤

Conseguindo equilibrar todas as questões desenvolvidas na história, o romance conseguiu trazer momentos de leveza em meio às crises de Mila e ao próprio ambiente problemático, devido aos vários tipos de preconceito. Babi Dewet durante as páginas dessa história abordou principalmente o preconceito que os asiáticos sofrem, juntamente com os estereótipos seguidos, como a facilidade para a matemática, a dificuldade em encontrar o tom de base para peles mais amareladas (e negras também) e as mulheres japonesas que eram tidas como “bonecas de porcelana”. Ainda assim, trazendo personagens diversos o racismo contra negros, e garotas lésbicas e/ou bissexuais também não ficaram de fora das críticas apontadas pela autora, como o machismo e as próprias regras do ballet clássico.

"Não fazia ideia de como comentários e piadas eram recebidos de forma totalmente distinta dependendo da pessoa e do seu histórico. Era algo que deveria ter pensado, mas que não tinha ninguém para dividir e elaborar essas ideias. Havia ouvido comentários maldosos a vida inteira e sempre ignorava pensando que eram só piadas. Não eram. Ela não podia mais ficar calada, se tantas pessoas eram machucadas e estavam se unindo para esse tipo de coisa parar de acontecer. Ela tinha responsabilidade também." (p. 209)

Outros pontos que merecem ser destacados são: a trilha sonora, que como de costume cada capítulo tem uma música, além das demais citadas ❤ ; e também a forma como a autora foi construindo a história a partir dos elementos do ballet clássico e do hip-hop. Com a descrição das aulas, as sequências de passos, os alongamentos ou até mesmo nos momentos de treino de Mila ficou evidente o quanto a autora pesquisou sobre esse universo e soube trabalhar com as informações que tinha, e com o hip-hop o leitor tem acesso ao movimento com os demais personagens, ressaltando a importância da cultura afro.

Eu senti um amadurecimento na escrita da autora do primeiro livro da série para esse, percebi que as protagonistas são bem diferentes e não passam a imagem da autora, não que isso fosse um problema, mas mostra uma evolução em criar e desenvolver personagens diferentes do que o autor é, entenderam? rs Diante dos pontos colocados recomendo a leitura deste livro, que mostra uma jornada de autoconhecimento, aceitação, descobertas e superação. Uma jornada sobre determinar o que realmente é importante para você, independente da opinião alheia, afinal, por que você seria parte de um grupo de bailarinos se pode fazer o solo da sua vida?

site: https://abookaholicgirl.wordpress.com/2018/08/25/resenha-allegro-em-hip-hop-de-babi-dewet-serie-cidade-da-musica-ii/
Carol 13/09/2018minha estante
Adoro a escrita dela! Comprei! Esperando chegar para ler


Ca Melo 13/09/2018minha estante
Ahh eu amei! Mais que o primeiro livro! ?


Jaque Ferreira 22/09/2018minha estante
Oie. Os personagens do primeiro livro aparecem nesse ?


Ca Melo 25/09/2018minha estante
Aparecem alguns rapidamente, mas cada livro dessa trilogia foca em personagens diferentes dentro do mesmo ambiente. ;)




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