Resenhas - Memórias Póstumas de Brás Cubas

Helena 17/02/2024

Simplesmente genial
Machado é fantástico e em especial neste livro, faz uma das maiores sacadas da literatura mundial contando a história por meio de um romance póstumo.
Ele não tem medo de denunciar as mazelas da época, não tem medo de mostrar as misérias do ser humano e como nem tudo na vida é lindo e somos extremamente falhos.
Uma história rica em citações, te deixa curioso por saber um pouco mais sobre as inúmeras menções a obras e histórias. A edição da antológica em especial deixa a leitura mais fácil, com explicações valiosas em suas notas.
Enfim, Machado mais uma vez ganhando meu coração por simplesmente contar a realidade nua e crua, mostrando que a vida é ordinária e não um conto de fadas.

Bia 17/02/2024

Análise literária
Bom, depois de ter feito a leitura complexa de dom casmurro e ter me encantando com o alquimista, eu nunca mais consegui me encantar com nada do machado, mas na tentativa de aprender a apreciar um pouco melhor o movimento realista, eu resolvi dar uma chance pra Memórias póstumas de Brás Cubas, o que de início eu li a versão em quadrinhos pra depois ler a versão original.

Um breve resumo da obra é que Brás Cubas, que começa a narrativa morto, conta suas memórias desde a nascença até à morte, sendo um representante da elite burguesa carioca do século XIX, a narrativa tem como orientador o seu relacionamento extraconjugal com Virgília.

Machado nessa obra usa de pura zombaria para criticar o papel social do protagonista. Ao decorrer da narrativa Brás tenta várias vezes chamar atenção para si mesmo, tendo todas elas frustradas, Machado critica o quanto a classe burguesa sempre busca algo para deixá-los em evidência, afinal o que é mais importante pra elite do que os holofotes? Outro ponto criticado por Machado é que para sua classe social sua origem é muito importante, o que traz a controversa de que na verdade ele é descendente de um mero artesão. A escravidão também é um assunto retratado, o narrador nos conta que, quando tinha 6 anos, quebrou a cabeça de uma escrava pois lhe negou um pedido. Em seguida, Brás Cubas conta que uma criança escrava, era o seu cavalo todos os dias, esse menino chamado prudêncio era literalmente tratado com tal, o narrador nos revela que, no futuro, receberia a liberdade e também teria um escravo.

Alguns anos se passam e Bras Cubas tem seu primeiro relacionamento, com Marcela, na qual o pai julga ser por puro interesse, o que é se provado na narrativa, então Brás é mandado para Europa para estudar, no caminho ele até tenta suicídio mas é impedido. Quando já na universidade, é um estudante medíocre mas que se forma pois o ?grau de Bacharel? lhe é dado, como afirma, ou seja, comprou o diploma, quando volta ao Brasil conhece Virgília, na qual o pai do narrador diz ser uma influência política e sugere um casamento na qual a ideia foi anulada pois virgília decide se casar com Lobos Neves.
A morte de seu pai acontece e o narrador discute com sua irmã e seu cunhado a respeito da herança, o que só enfatiza a inutilidade do personagem, afinal, nenhum de seus planos deu certo agora.

Após o casamento de virgília com lobo neves, Brás e a moça resolver ter um caso extraconjugal, na qual machado critica a classe burguesa que prega o conservadorismo mas não vive de acordo, servindo só para as aparências, dito isso, Brás cubas cogita fugir com virgília mas opta por manter as aparências. Pouco tempo depois lobo neves trás a notícia que provavelmente ocuparia a previdência de uma província, o que separa os dois amantes, que ficam abalados com a separação, e quando o caso vai a público, a irmã de Brás Cubas, Sabina, decide tentar arranjar uma noiva para Brás, o que é em vão. Mais velho quando decide se casar, sua pretendente morre, na sequência, ele se torna um deputado. Ele então se lança em mais um projeto que veio a falhar, na qual publicou um jornal, que, seis meses depois do primeiro número, deixou de existir.

Bom, afinal o que machado tenta e na minha opinião consegue perfeitamente é criticar a elite burguesa carioca do século XIX, na qual representante é um dono de escravos, fútil e superficial, ele segue a trajetória de um burguês da época: tem uma amante com quem gasta dinheiro, estuda na Europa, consegue um diploma, tenta a carreira política e, para isso, precisa de um casamento. Além disso, valoriza as aparências, o título, a origem social, sem contribuir, de fato, para o crescimento do país.
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Algo interessante de saber também é o contexto histórico do porquê Machado foi pioneiro do movimento realista no Brasil. No Brasil havia acabado de ser proibido o tráfico negreiro, o que deixou o país em decadência, as ideias progressistas anti conservadorismo ganharam força e com a dúvida deixada pela guerra do Paraguai o país estava em crise, e então não havia mais espaço para o idealismo romântico e toda sua melancolia. Machado de Assis lançou seu olhar crítico ao país em crise com suas transformações e presenciou fatos históricos como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, machado questiona a realidade brasileira, que vinha sendo moldada pelos ideais de uma burguesia em decadência, muito conservadora e em dissonância com as mudanças econômicas, sociais e políticas pelas quais passava o Brasil.

Carla681 16/02/2024

Uma obra prima da literatura brasileira, o tipo de clássico que todos deviam ler. Nesse livro, a proposta de um defunto autor que trás suas memórias e ao longo do livro vai contando elas e conversando com o leitor sobre essas memórias e seus pensamentos? um livro incrível de Machado de Assis, de leitura fácil e fascinante.

LarissaVenancio 15/02/2024

Memórias póstumas de Brás Cubas
Foi necessário adotar um ritmo mais lento devido o pouco contato que possuo com clássicos. Entretanto, a leitura foi muito proveitosa.
A abordagem de Machado de Assis nessa obra é bem gostosa, sinto como se o defunto autor fosse alguém próximo me contando suas aventuras, seus pensamentos absurdos, íntimos e confusos. Além disso, o humor ácido é extremamente cativante, o que me fez sentir saudades quando decidi fazer pausas mais longas para assimilar o sentido do texto.
Sobre a edição da Antofágica, posso dizer que foi uma experiência muito linda e de uma sensibilidade incrível ter acesso as ilustrações de Portinari, que ao meu ver só enriqueceu a leitura e deu vida ao texto.

Matilda_books 15/02/2024

Análise da Primeira Obra Literária do Realismo Brasileiro
Publicado originalmente em folhetins, a partir de março de 1880, na Revista Brasileira, "Memórias Póstumas de Brás Cubas" escrito por Machado de Assis é o marco inicial do Realismo no Brasil.O romance é narrado pelo defunto da personagem protagonista, Brás Cubas. Nisso, acompanhamos o seu amadurecimento desde curtos momentos da infância até a sua morte.
Através do romance, de modo camuflado, Machado de Assis expõe o histórico familiar das dificuldades da classe pobre e o psicológico de pessoas escravizadas. Além disso, o autor explora profundamente os sentimentos humanos de inveja, insegurança, ciúmes, paixão e soberba.Importante destacar a forte presença da personagem Quincas Borba, ele apresenta sua própria filosofia, o Humanitismo que sátira à lei do mais forte do "darwinismo social". Em 1891, Machado escreve um livro sobre essa personagem (estou curiosa para ler, confesso que suas passagens me fizeram refletir).
Tendo em vista a narrativa dos fatos, algo que eu não compreendo, é como Brás Cubas sendo mimado pelos pais e "adorado" pelos seus escravizados, pôde aceitar o seu papel em relacionamentos amorosos: Sua primeira namorada, Marcela, só se interessava pelas joias que ele podia lhe oferecer; e Virgínia dizia o amar, mas além de o ter como segunda opção (amante), ainda o afirmava que ele não valia os seus esforços para esconder a relação. Aliás, não gostei das resoluções para os conflitos. Por exemplo, quando Virgília engravidou de Brás Cubas, a conclusão para a problemática foi simplesmente a perda do embrião. Ou então quando Lobos Neves (esposo de Virgília) deixou de viajar para se tornar presidente, por conta de ser supersticioso e o decreto ser 13.
No capítulo CXLIV, Brás Cubas faz uma reflexão sobre a utilidade que Dona Plácida teve na vida; e foi exatamente esse o questionamento que tive ao final da leitura, porém em relação ao próprio Brás Cubas. Qual foi o sentido da vida para essa personagem? Sua jornada se resume em ser herdeiro, amante de Virgília e divulgador das ideias de Quincas Borba. Mas parece um coadjuvante da própria história; quando quis se movimentar para realizar seus objetivos já era tarde, sendo mais velho e menos forte. O último parágrafo do livro relata as lamentações de uma existência mal vivida.

Amandha17 14/02/2024

Memórias póstumas de Brás Cubas
Um clássico é um clássico.
Embora tenha sido um pouco difícil no começo compreender as palavras e narrativas, já que o português é mais complicado, foi um livro muito cativante.
A história de vida e morte do Brás me prendeu muito e suas reflexões são importantes.
Devemos dar mais importância aos clássicos brasileiros também, adorei.

I.volner2 14/02/2024

"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da miséria humana". Como não amar está obra genial. Brás Cubas, o narrador defunto que com sua língua afiada escancara o véu da sociedade e suas próprias imperfeições, com maestria e ímpeto de quem nada mais deve ao mundo e a ninguém. E sim, caro leitor, este livro não é para qualquer um. É preciso bagagem! É preciso esforço para sair da inércia das "leituras cômodas e pueris" e se aventurar em uma obra tão profunda de riquezas narrativas. Parabéns a todos aqueles que chegaram até aqui.

Isabella796 14/02/2024

Levei mais de um mês pra terminar esse livro, 48 dias para ser exatamente, desde o ano passado lendo.
Eu realmente tento ler livros clássicos pq são bons para usar de tema no enem...
É bem cansativo, mesmo não sendo um livro longo, mas enfim...terminei

lare 14/02/2024

Oqldmzkxjla
Demorei muito pra terminar pq o livro é pacato dmssss eu adoro o machado mas esse livro nao me conquistou ??

Greice Waragai 13/02/2024

Clássico!
Não é um livro fácil de ler, mas é uma obra brilhante! Uma leitura obrigatória. Totalmente diferente das obras atuais, com outro ritmo e apelações. Acompanhar a vida de Brás Cubas, que não é nada perfeito, nos proporciona reflexões sinceras e, hoje definidas como politicamente incorretas (mas que todo mundo pensa). No geral a vida dele é bem sem graça, não consegue sucesso em nada, não faz nada grandioso, mas temos grandes reflexões.
??o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar.?
??o leitor, entretanto, não se refugia no livro, senão para escapar à vida.?

Chanaisa 12/02/2024

Acho chato avaliar um clássico
Não acho justo avaliar uma obra prima com base na minha experiência de leitura. Dito isso, eu gostei muito de Memórias Póstumas, mas preciso reler para realmente entender tudo o que a obra tem a oferecer.

É sabido que Brás Cubas não é um narrador confiável, porém devo dizer que confiei em cada palavra que ele disse!!!

Espero reler ano que vem com mais tempo e dedicação para estudar sobre Humanitismo, por exemplo.

É minha segunda leitura de Machado, a primeira foi Dom Casmurro.

analivramos 12/02/2024

Foi o meu primeiro romance de Machado de Assis; acho que isso deve ser levado em conta.
No começo eu fiquei meio ?que coisa de maluco!?, mas depois foi ficando mais normal (ou eu fui me acostumando à maluquice).
A escrita é bem complexa ? apesar de envolvente ?, o que me fez ficar perdida em algumas partes; mas no geral foi bem legal.

Otávio 12/02/2024

Machado foi genial nesse livro, essa segunda leitura foi sim mais proveitosa e entendi muito mais coisas que não tinha entendido da primeira (certeza q pela idade), porém ainda acho que depois da metade do livro fica cansativo e enrola umas coisas q acho que não precisava enrolar. mas te amo machado obrigado por colocar um pouco do que todos nós sentimos em brás cubas (e que personagem bem construído, parece até que realmente existiu

Bruninha 12/02/2024

Brás Cubas
O que tenho a dizer desse clássico? Achei uma leitura difícil que tem q ser lida com calma, Machado de Assis escreveu: "o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem..." confesso que no meio da leitura foi ficando maçante mas o ponto é que, esse é o estilo do livro é ouso dizer que é até o seu propósito.
Essa é uma leitura muito singular, temos um narrador defunto, que depois da morte começa nos contar a sua vida toda, iniciando pela infância. Brás Cubas, é uma pessoa de boa condição, nunca precisou "comprar o pão com o suor do rosto", fez faculdade de direito (por insistência do pai), tinha escravos em casa que faziam tudo, mas mesmo assim sua vida foi monótona. Conheceu um amor e se separou dele para fazer faculdade, teve envolvimento breve com outra mocinha, o pai queria que ele entrasse na carreira política e se casasse com uma mulher, a princípio ele não queria mas cedeu, acabou se apaixonando pela mulher mas nunca conseguiu se casar com ela ou ingressar na carreira política, não teve filhos...a mãe e o pai faleceram, por ter andado tão próximo da morte, ele se perguntou qual o seu significado. Um ponto que achei interessante foi como Cubas definiu a Dona Plácida, deu até um simples e ediondo significado para a vida dela. Nessa hora eu só pensei: quem és tu Brás Cubas para dar significado à vida de alguém? Mas enfim, todos esses acontecimentos mostram que mesmo uma pessoa como ele, pode morrer tendo uma vida sem muita emoção e ainda estar à sete palmos da terra sem ter concluído seus objetivos, com pendências. Morreu até novo, o livro não especificou do que ele morreu. Já mais no fim do livro para mim foi ficando mais interessante, apareceu na narrativa, Quincas Borba. Não sei se explicou ou se não entendi mas não sei de onde ele surgiu, só sei que ele foi um personagem muito legal e que querendo ou não, teve papel importante já mais pro fim da vida de Cubas. No geral, gostei da experiência da leitura e irei ler o livro do Quincas Borba. Finalizo com uma frase interessante:
-"Eu, que meditava ir ter com a morte, não ousei fitá-la quando ela veio ter comigo."

j_evandro03 10/02/2024

Sr. Brás amigo da onça
Brás Cubas foi um ser humano detestável! Morreu sem conseguir nada do que almejou. Nao teve sucesso na política, não casou, não deixou grandes conquistas e nada memorável. ?não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria?.