Amanda Fidelis 18/05/2021
Estávamos guardando os segredos de quem, afinal?
Adriana Valdez, Grace Stanton e Sloane Glover, são três mulheres que trabalham em uma respeitada empresa de advocacia. Considerada uma das maiores do país, Truviv se vê num período conturbado, já que seu atual CEO é encontrado morto em casa, vítima de um ataque cardíaco. Tal notícia não afeta tanto as três mulheres, não tanto quanto o rumor que se começa a espalhar no escritório de que Ames Garret, excecutivo da companhia e chefe de Sloane, é sugerido como novo CEO.
Os motivos para o desespero das três advogadas se dá pelo fato de saber que Ames Garret tem uma péssima conduta profissional, principalmente no que se diz com sua relação com as mulheres do ambiente corporativo. Ames chantageia, manipula, intimida e assedia as mulheres ao seu redor.
Em meio a toda essa turbulência, uma nova funcionária entra no setor onde Sloane é diretora, o que causa o estranhamento de Sloane é o fato de Katherine ter entrado em sua área de trabalho sem nenhuma notificação. Tudo se torna ainda mais suspeito quando Ames parece criar um interesse pouco profissional com a nova funcionária. Nesse impasse, Sloane se vê obrigada a tomar uma ação para impedir o que poderá ser um abuso, entretanto, como fazer sua voz ser ouvida?
Os elementos que compõem as três protagonistas desse livro são muito bem desenvolvidos por Baker. Tanto Ardie quando Grace e Sloane possuem histórias interessantes fora o âmbito empresarial, a partir daí conhecemos um pouco mais sobre suas vivências e suas características que fazem com que cada uma reaja a ameaça (que aqui seria o personagem de Ames Garret) de uma forma diferente.
Já se tratando do antagonista, Ames me gerou repulsa logo nas primeiras páginas, seu comportamento (infelizmente) pode ser assimilado com muitos homens que estão no poder em ambientes corporativos, acredito que a autora o tenha descrito justamente de uma forma que sua figura fosse fácil de ser reconhecida em diferentes casos de assédio que encontramos na vida real e que são, muitas vezes, protegidos por outros membros da empresa ou pela posição de poder que detém.
Além dessas questões primordiais, a autora consegue desenvolver sua narrativa de uma forma muito fluída e envolta de ganchos que prendem sua atenção e fazem você querer ler mais um capítulo antes de dormir. Isso porque a linha do tempo na narrativa é dividida em duas: temos os acontecimentos da trama principal acontecendo e uma série de transcrições de depoimentos oficiais dados pelos personagens a (que parece ser) a polícia. Isso porque alguém da firma morreu, entretanto, não sabemos quem é ou o porquê esses personagens estão sendo interrogados.