spoiler visualizarNick 26/02/2023
Uma boa sequência
Então chegamos ao livro da irmã romântica. De cara já adianto que um dos pontos altos da história foi a profissão da mocinha. Asha Tate é assistente editorial na Editora Whiplash, então tivemos muitas ceninhas envolvendo p lindo mundo das produções literárias. Para os que sonham em fazer parte desse universo (como eu) foi incrível ver um pouquinho de como funciona uma editora. Sem mais delongas, vamos entender como se desenrolou essa trama.
O sonho da pequena Asha Tate sempre foi deixar a sua marca no mercado editorial e ela batalhou muito para conseguir a sua chance. Quando finalmente ela aparece, Asha descobre que se tornar a nova editora da Whiplash vai ser um grande desafio. Do tipo “ache o mais novo best-seller”. Simples. Afinal de contas, todos os dias encontramos diamantes em qualquer esquina (sqn). Em busca do próximo sucesso de vendas, Asha começa a garimpar todos os sites de livros e manuscritos, mas ela não imaginava que o seu pote de ouro estaria, nada mais, nada menos, do que no Instagram.
O Professor Feelgood é uma alma atormentada que não tem medo de expor os seus sentimentos para três milhões de seguidores. Esse homem misterioso, que por acaso tem um corpo escultural, derrama tudo o que está em seu coração por meio de poemas angustiados e emocionantes. É disso que Asha precisa! Uma pessoa real, com sentimentos reais, capaz de cativar milhões de leitores. Ela finalmente achou o seu best-seller, mas nem tudo é o que parece.
Asha e o Professor precisarão enfrentar muitos obstáculos até chegar ao epílogo dessa história. Afinal de contas, que lição é maior do que a do amor?
Primeira coisa: esqueça tudo o que você leu em Mr. Romance (caso tenha lido o primeiro livro da série). Com Eden e Max vivemos um enredo de contos de fadas com direito a príncipe encantado e tudo. Mas Professor Feelgood está mais para livro dos vilões. Isso porque os nossos protagonistas são bem complicadinhos de aceitar. Os dois são teimosos, raivosos, impacientes e brigam 99% do tempo. Isso não quer dizer que a história é ruim. Não é! Mas é fácil se acostumar com o cavalheirismo do primeiro livro e nesse aqui não tem muito disso. A Asha é muito doce e focada. Ela quer muito o cargo de editora e não mede esforços para conseguir. Mas quando o assunto é o Professor...bom, as coisas meio que desandam. Aqui vão começar alguns spoilers, então se não gosta, é melhor parar a leitura. Vamos lá!
Asha e o Professor têm um passado em comum. Eles foram amigos de infância que estiveram sempre juntos, mas algo aconteceu e os dois acabaram se tornando inimigos. Toda essa mágoa se arrastou por muitos anos e quando eles se reencontram tem muita roupa suja pra lavar. Por aí já deu para ver que o cenário não é dos melhores. Tem muita história mal contada e somado ao amor perdido do Professor, a mulher que inspirou todos os poemas, a coisa entre os dois é sempre caótica. As brigas constantes nem foram o motivo pra tirar uma estrela da avaliação, mas os buracos que história deixou por focar só nesse núcleo principal. O primeiro deles é o romance secreto da Asha. Sim, ela tem um romance secreto com o chefe da Eden, ele mesmo, o Derek, o cara que a irmã dela detesta. Durante todo o livro, a Asha esconde esse namoro da irmã e chegamos ao final sem que a verdade seja contada. Era algo importante de ser abordado, afinal de contas era um segredo entre as irmãs que não guardam segredos uma da outra. Foi decepcionante esse fato ter se perdido na história. Outro ponto foi a cena de lançamento do aplicativo do Max na Central de Romance. O novo aplicativo faz uma soma da compatibilidade dos casais. Asha e o Professor estavam no evento e não teve uma cena da porcentagem de combinação entre eles, mas teve da Asha com o namorado secreto. Fiquei esperando o celular pontuar um número alto entre os pombinhos e nadaaaa. Por fim, o grande plot da história foi pouco desenvolvido. Em um capítulo tudo foi descoberto e “resolvido”. A reviravolta é fantástica, mas poderia ter sido melhor trabalhada, visto a importância dela para todo o enredo, assim como também a problemática que envolve a insegurança da Asha no momento de intimidade. São vieses importantes que a autora deixou de lado para focar em brigas e mais brigas. Não me entendam mal, eu adoro um bom arranca rabo, mas preciso que também tenha história e que todos os pontos importantes sejam desenvolvidos de forma coesa.
Então foram essas pequenas coisas que contribuíram para não ter dado as cinco estrelas. Apesar dos apontamentos acima, é uma sequência boa e os personagens têm seu charme próprio. Quando você não compara aos anteriores, fica mais fácil aceitá-los com seus defeitos e erros. Afinal não dá para todos os mocinhos serem um Max Riley (suspiros). Além disso, foi ótimo rever algumas pessoas e a escritora já deixou terreno para o livro seguinte, Dr. Love. Em breve volto aqui com as minhas impressões, até lá deixou mais essa recomendação de leitura.