Guilherme 08/09/2015
O inferno são os outros
De longe, é o melhor livro com temática GLS que eu li. Não porque é bem desenvolvido, ou porque narra as coisas perfeitamente bem. Pelo contrário, a narrativa é simples, feita pela visão de Marcus, e as cenas são típicas de famílias brasileiras. Mas o livro passa uma realidade, passa um sentimento que você percebe que é verdadeiro.
Até que entra uma terceira pessoa na relação de Marcus e Renato. Isso alegra alguns, deixa outros furiosos. E isso me fez levantar uma questão: até onde outras pessoas interferem em uma coisa, simplesmente por não acharem certo? Como aconteceu no caso de Marcus e Renato. Simplesmente por serem dois homens, interferiram na felicidade dos dois, sem pensar nas consequências. Sem pensar que aquilo podia arruinar a vida deles. Não ligaram para os sentimentos, para a felicidade, apenas para o certo, segundo a sociedade. Até quando o "certo" vai ficar em primeiro lugar?
É um livro emocionante, digno de uma adaptação para filme. (contanto que cortem as cenas picantes, que são várias) É um livro pequeno, eu consegui ler em uma tarde.
E quem quiser uma motivação para ler, vou colocar aqui algumas frases tiradas do livro, que eu amei.
"Se a felicidade pudesse ser medida em aura, a minha com certeza, disputando com o sol, iluminaria toda a praia."
"– Renato, por que de prata?
– É diferente... é jovem... é atraente... Como alguém que conheço..."
"A felicidade que sentia era tão intensa, que às vezes me deixava assustado. Sempre ouvia meus pais se referirem à felicidade como algo distante, e sempre, sempre como alguma coisa do passado."
"Naquele momento, uma certeza me veio à cabeça: Deus jamais condenaria um amor tão verdadeiro como o meu. Um sentimento puro como este, desprovido de qualquer preconceito, egoísmo, inveja, nojo ou seja lá o que mais, não pode ser pecado. Deus teria de ser insensível para me condenar ao inferno."