Resenhas - Anna Karenina

Maria7229 12/12/2022

Isso não é uma resenha
"No tempo infinito, na matéria infinita, no espaço infinito, surge um organismo-bolha, e então essa bolha se aguenta um pouco, rebenta, e essa bolha sou eu." - Liévin
O que esse livro fez comigo eu não sei explicar

Dani 11/12/2022

Com sensibilidade Tolstói preenche o seu mundo de palácios cheios de efemeridades e os palácios são construidos por pessoas, do que elas são e dos gestos delas o ambiente é feito.
Tolstói constrói de dentro da prova seu mundo, a sua gente.
Clássico delicioso de seu ler.

Graça.Borges 08/12/2022

Muito descritivo, mas também empolgante
Aborda temas como: política, religião, família, educação, amor, paixão, adultério. Tendo como tema central críticas à instituição do casamento numa época (século XIX) em que o divórcio era possível apenas com a comprovação de adultério de uma das partes.
Há conflitos existenciais quanto à fé cristã e a crença em Deus.
Algumas partes são demasiado longas em descrição, mas outras são bastante emocionantes.

Gabriela.Schmitt 07/12/2022

Memorável
Tudo o que eu poderia falar sobre, provavelmente já foi dito. Queria só lembrar pra mim mesma que é um privilégio poder falar que já li um livro tão memorável. Reconhecemos um gênio da literatura quando o lemos, e essa validação já há muito foi dada pra Tolstói. Poderia passar horas falando sobre cada personagem, cada cena que passa como um filme imaginado na minha mente. E esse filme é único, é só meu, criado a partir dos meus sentimentos e perspectivas, estimulados pelo gênio de Tolstói. É lindo, tenso, provocante e profundo, assim como Anna.

Smirna.Lauree 02/12/2022

Eu fiquei tipo???????
Para começo de conversa, vale ressaltar que o plot do livro é ótimo, muito drama, bem novela meeesmo, porém... em minha concepção, o autor desse livro não soube trabalhar bem, é aquela coisa né "ótima ideia, péssima execução", eu gostei muito da história de Anna, exceto por alguns fatores que ocorreram no livro, então vamos lá friends:
01. O Liev (autor) conseguiu criar uma história que meu Deus, ele é um gênio no quesito drama, porém na hora de pôr no papel, iihh sei não, porque quando estava lendo, percebi que não havia diálogos (travessões) no livro, literalmente, era apenas descrição e mais descrição, não era uma narrativa em si, ficava no "ah, fulano perguntou a ciclano tal coisa, e ciclano disse que sim", e particularmente não gosto disso.
02. No livro, quando eu fui ler, pensei "Nossa, a história de Anna, Vronsky e Aleksei vai ser intrigante" tipo, a história DELES, os PRINCIPAIS, porém, o autor inseriu vários outros personagens, dando enfoque neles, fazendo com que os melhores perdessem credibilidade pra mim, eles receberam mais cenas e a história pareceu mais de Levin, Kitty e os outros do que de Anna, que é o nome do livro.
03. Tem relação com o 02, porque eu quase não vi desenvolvimento da relação Anna-Vronsky, tipo, cadê as cenas misteriosas de amor, de paixão, as conversas acaloradas entre os dois, as ações?? Não tô dizendo que não teve, mas que precisava de mais, ou de serem mais desenvolvidas.
04. Muitas cenas triviais. Muitas. O livro tinha mais cenas normais do que do drama principal, por exemplo, tinha mais partes de Levin falando da colheita do que do romance em si. Isso fez com que eu pulasse especificamente esses capítulos.

Por último uma opinião bem pessoal, eu acho que Vronky não traiu, a Anna tava tão paranoica com ciúmes e tal, juntando com a doença dela que ela botou isso na cabeça, e o Vronsky podia ter dado um apoio emocional a ela, mas não fez nada, e o final teve o que teve por culpa dos dois

Enfim, leiam pq a história é boa, mas leiam sabendo que vai ter alguns empecilhos aí

Welington Souza 30/11/2022

História complexa
Romance que traz personagens profundos e complexos! E permite um panorama da sociedade russa da época! Seus costumes, preconceitos e crenças! Gostei demais e recomendo!

Cris Prates 30/11/2022

? O que falar sobre um clássico? Certamente Anna Karenina (sim, apesar das novas grafias e pronúncias, eu ainda falo assim) é um dos melhores exemplos de clássicos universais obrigatórios e eu me sinto muito grata a @itinerantesbooks e a @audreyosorio por compartilhar essa leitura. Sinto-me grata também por poder afirmar que ?Sim, eu li esse calhamaço russo? e estou plena de satisfação pessoal pelo feito.
? Anna Karenina não é como muitos podem pensar um livro difícil. Longe disso, há excelentes traduções no mercado editorial brasileiro e trata-se de uma história de boa compreensão. Há algumas camadas que intensificam a experiência, mas se aprofundar nessas camadas depende de cada leitor. Mas, é um livro longo, bem longo. Na minha versão possui 839 páginas que por si só não o torna pesado, não fosse o retrato fiel do cotidiano de seres humanos comuns. E como a vida não passa rápido para a maioria das pessoas, não podemos esperar que Tolstoi retratasse a vida daquelas pessoas de maneira sucinta. Sendo assim, fortemente recomendo que você leia aos poucos, se possível em leitura conjunta. Eu levei em média 7 meses e não me arrependo.
? Apesar do título, o livro tem 2 núcleos: o de Anna e o de Lievin. São núcleos distintos, mas que se entrelaçam uma vez por outra. Há muitos personagens e vários nomes a serem memorizados (recomendo anotar). Aliás, até o conhecimento sobre os nomes russos influenciam na interpretação do grau de dramaticidade da história. (Eu deixei nos destaques dos stories uma explicação rápida sobre os nomes).
? Escrito em 1878, percorremos um recorte da vida de algumas famílias abastadas entre São Petersburgo e Moscou. ? Conhecemos Anna, uma belíssima jovem, bastante consciente de seus dotes encantadores, casada com um homem bem mais velho e com um filho de 8 anos. Anna inevitavelmente acaba se apaixonando por Vronski, um homem mais a sua idade e a partir daí está traçado o enredo que Tolstoi nos leva a entender, temer e odiar. Anna não foi uma personagem cativante para mim porque foi assim que o autor quis. Isso me deixou chateada com a leitura pois os estereótipos esperados estão todos ali. O que esperar de uma mulher linda, rica, bem tratada, que tem tudo e que macula a família com uma traição? Eu queria gostar daquela mulher, mas não pude porque li pelos olhos daquela sociedade. Isso torna o livro grandioso, mas a experiência, no meu caso: triste.
Já Lievin é um personagem em ebulição. Intenciona casar-se com Kitty, moça da cidade, outrora apaixonada por Vronski. Lievin é um homem também rico, mas do campo, seco, imediatista, de rompante, e que pensa profundamente. Ah, como ele pensa. As dúvidas existenciais e as conjecturas filosóficas e políticas do personagem podem desagradar a alguns. Diz-se que Lievin representa o próprio Tolstoi e não duvido. Em A morte de Ivan Ilitch percebi muitas semelhanças nos pensamentos e na própria narrativa.
? Esses são apenas alguns dos profundíssimos personagens deste clássico que ora decepciona (seja pelo tratamento dado às mulheres, seja pela manipulação da fé para fins práticos e maléficos, seja pelo vazio das vidas daquela aristocracia, seja pela extensão da própria narrativa), ora nos enche de admiração, (pela beleza narrativa, pelas personagens muito bem criadas, pelo desenvolvimento de cada um deles, pelo retrato fiel de uma época)
? Entendo porque Anna Kariênina é tão respeitado, lido e relido há quase um século e meio, mas isso vale a pena, sempre.

Helder 28/11/2022

Clássico que traz experiência de leitura excelente. Tive receio pelo calhamaço que é, mas a história se desenvolve confortavelmente e nos envolve aos personagens e suas características. Me fez refletir sobre a vida, reavaliar minhas experiências e conceitos sociais sobre vários aspectos.
Gostei demais e recomendo.

Christyele 27/11/2022

Riquíssimo
Acho que nunca li um livro tao completo em minha vida. Tolstói aborda desde política a religião no livro, além de se aprofundar e mostrar um conhecimento farto de cada tema trazido à tona! A leitura é longa por ser um clássico russo, mas vale muito a pena!

Vinicius Fernandes 26/11/2022

Anna Kariênina
A obra de Liev Tolstói é um clássico atemporal da literatura mundial, e isso não é atoa. A obra do escritor russo é profunda e impactante, tratando vários temas como família, adultério, religião, classes sociais, trabalho, relacionamentos e política.

O autor usa a antítese para descrever vários cenários e relacionamentos, como Moscou/São Petesburgo, urbano/rural, pobre/rico, intelectual/praticidade entre outros. Os detalhes e o realismo usado por Liev nos faz se sentir inserido naquela sociedade, a parece que conhecemos os personagens quase que pessoalmente, o realismo da obra impressiona.

A narrativa é sustentada por dois pilares, Anna Kariênina e Constantine Liéven. Anna uma mulher bonita e elegante, da alta sociedade de São Petersburgo, casada com Aleksei que trabalha na esfera pública. Ambos frequentam vários círculos sociais, até mesmo junto da princesa russa. Já Liéven é um homem do campo, desajeitado socialmente, escritor e filósofo. Liéven leva uma vida simples no campo, mas vem de uma família afortunada, e é apaixonado por Kitty.

As vidas de Anna e Liéven começam de forma oposta, chegam a se cruzar em um ponto, e depois seguem de forma oposta.

O livro inicia com Kariênina indo a Moscou visitar seu irmão Stiepan, a fim de tentar ajudar em seu relacionamento, pois o mesmo traiu a esposa Dolly com a governante da casa. Na chegada a estação de trem, Anna conhece Vronski, um oficial do exército, que descobre que Anna veio sentada ao lado de sua mãe. Nesse instante ocorre um acidente na estação, e um funcionário morre ao cair embaixo do trem. A cena fica marcada para Anna e Vronski, e a mesma cena atormenta a consciência de ambos durante o livro.

Anna se interessa por Vronski e começa a frequentar os mesmo eventos que ele, enquanto a mãe de Vronski elogia muito Anna. Aleksei adverte Anna de seu comportamento, nos levando a pensar por alguns instantes que ele é um homem frívolo que vive de aparências. Mas tudo muda quando Anna e Vronski começam um relacionamento, e isso vem a público, chocando a sociedade russa de 1874.

O casal de amantes é jogado para a borda da alta sociedade de São Petesburgo, e nem a fuga deles para a Itália faz o inevitável acontecer. Na outra ponta Liéven tenta conquistar o amor de Kitty, enquanto trabalha duro na fazenda, e se envolve em debates filosóficos sobre trabalho, direitos e política.

A trágica vida de Kariênina é marcada por falta de objetivo, se deixando levar por desejos carnais e seu enorme egoísmo. As decisões que ela toma, refletem seu destino, o adultério é a ruína de sua vida.

Natali 25/11/2022

Anna Karênina
É um novelão!!! História linda, ninguém consegue descrever e se aprofundar no mundo feminino como Tolstói. O começo foi difícil, pois são muitos personagens, mas o livro fornece a relação entre as famílias e seus principais personagens. A história é sobre uma mulher casada que se apaixona por um homem. É um livro que vale a pena ler!!!!!

Déborah 23/11/2022

Todas as famílias felizes se parecem?
A primeira coisa que você precisa saber: Anna Kariênina não é a personagem principal desse livro.

Aqui acompanhamos dois núcleos, o núcleo de Liévin e o núcleo de Anna Kariênina, ambos ligados pela família Oblonski, que possui relações com ambos os núcleos centrais.

Anna Kariênina é um livro muito bem escrito! Extremamente bem escrito. Uma das melhores escritas que eu já li, um dos livros mais bem mais bem estruturados, em que tudo, absolutamente, se interliga em algum momento.

Do primeiro aparecimento de Anna, até o ponto final de sua loucura, onde nada faz sentido, mas que você percebe que tudo o que ela passou foram consequências de seus próprios atos?

Da indecisão e conflitos iniciais de Liévin, até o encontro com sua paz e sua alma ao final? é de uma sensibilidade absurda.

É difícil explicar algo que não tem explicação, mas você precisa saber que Anna Karienina é muito mais do que é descrito por qualquer pessoa ou qualquer filme. E apesar de ser um livro com mais de 800 páginas, vale a leitura de cada uma delas.

Nayara 21/11/2022

Anna Kariênina
Antes demais nada esta obra de Tolstói é uma pintura bastante realista do início da decadência da nobreza russa.
Neste livro encontramos os primórdios das questões eslavas e também das brigas pelos territórios de países que estiveram e ainda estão sob o domínio político russo.
São duas histórias nos sendo narradas paralelamente: a de Lievin e a de Anna.
No vídeo que postei aqui, fiz um resumo bem breve sobre o enredo. Mas neste post quero dar mais ênfase na dor de Anna.
Anna não é mais uma mulher jovem para o padrão
da época na qual ela vive. Casou-se por convencionalismo com um cara bem mais velho que ela e desprovido de paixões. Então é claro que para uma mulher naquela época viver um romance fora do casamento traria sérias consequências em sua vida.
Uma das consequências das suas escolhas e que nada me tira da cabeça é que Anna passa, não só por uma, mas por duas depressões pós parto. E talvez a tristeza de não sentir certeza de ser amada a tenha levado aquele fim.
É muito realista a maneira como Tolstói nos descreve a sua dor e a sua mente confusa. Sentimos na pele junto com a personagem todos os seus infortúnios. É como Dido enlouquecida de tristeza, que tanto discutem Lila e Lenu nas obras de Ferrante, por exemplo.
E Liévin é o oposto de tudo isso. A Anna reservamos aquela paixão avassaladora. Já para ele reservamos aquele sentimento entediante. Arrisco a dizer que Anna sempre terá nesta obra uma força e coragem que ele desconhecerá, ainda que reflita na morte tanto quanto ela mesma pensou.
Um post, um vídeo, e diversos stories não bastam para explicar o fenômeno de afluências de sentimentos que a leitura deste livro pode aflorar. Mas vale a pena.
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Mile46 20/11/2022

Que escrita!
Ler Russo é difícil? Talvez outro escritor, porque Tólstoi tem uma escrita fluída, envolvente, descritiva, mas não é enfadonha. Os personagens são humanos, erram, nada de super heróis, só humanos. Kitty e Lievin têm todo meu coração, Anna é falha, e em certos momentos imatura, mulher que encanta a todos, mas cheia de defeitos e exageros.

lendocombeatrizz 15/11/2022

Quando morrer por amor é melhor do que viver por ele.
?Ouvi dizer que as mulheres amam as pessoas até por seus defeitos ? começou Anna, de repente. ? Mas eu o odeio por suas virtudes.?

Esse livro é uma obra de arte, impecável e aclamada. É um dos livros mais famosos de Liev Tolstói ? e com razão. Foi o meu primeiro contato com a literatura russa, já tinha lido alguns textos, mas nunca um livro. Posso dizer que não é a leitura mais fácil do mundo, porque são palavras desconhecidas que requerem atenção;

Foi lindo acompanhar a vida de Anna, ainda que a maioria dos momentos que passou tenham sido tristes. É um livro sobre machismo, infidelidade e até maternidade. A Rússia czarista era uma sociedade que as aparências reinavam, ou seja, um mínimo vacilo poderia vir a ser um escândalo. E assim foi com a nova paixão extraconjungal de Anna, o Conde Vrónski;

A trama de Anna nos concede a presença de Stiepan e Dolly, cujo casamento também está em crise; paralelamente encontramos com Liévin e Kitty, que marca o início de um amor. Em algum ponto todas se ligam e o melhor é que tem harmonia, o que gera no leitor um sentimento de paz;

Quando comecei a ler esse livro, já sabia o que iria acontecer, porque tinha lido ?A insustentável leveza do ser? de Millan Kundera, que contém um spoiler e tanto, o que me deixou extremamente instigada a ler. Eu sabia o que ia acontecer, mas não sabia como, nem o porquê (essa é explicação que dou do porquê eu amar spoiler);

Esse acontecimento carrega o peso da liberdade de uma mulher e questiona o quanto nós mulheres somos capazes de carregar sem cair ou tropeçar. Poderíamos nós carregar todo o amor do mundo? Poderíamos nós carregar todo o ódio do mundo? Anna nos responde isso com uma só atitude e com algumas cartas.