Se a rua Beale falasse

Se a rua Beale falasse James Baldwin




Resenhas - Se a rua Beale Falasse


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Hellen.Zanetti 29/10/2023

Leve...
Meu primeiro contato com Baldwin, li num piscar de olhos, escrita leve e envolvente.
A vida da comunidade preta retratada como nos dias atuais. Nada mudou!
Próximo "terra estranha"
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Felipe 31/08/2023

Temos aqui uma história com escrita visceral, com trama que envolve a prisão de maneira arbitrária do personagem Fonny, acusado de ter estuprado uma mulher porto-riquenha. Desde o início do livro sabemos que ele está preso, e que sua companheira, Tish, está esperando um bebê.
O pano de fundo é a Nova Iorque dos anos 70, hoje tida como uma cidade progressista, porém, não imune ao racismo e as consequências que o mesmo traz para os personagens deste livro, e também para aqueles que sofrem com o mesmo no dia a dia, seja nos EUA ou em qualquer lugar no mundo.
A escrita de James Baldwin é bastante explícita, e não poupa detalhes em determinados momentos da narrativa.
Destaque para a musicalidade da narrativa, com várias entradas de músicas citadas pelo autor.
Dentre os temas aqui retratados, estão: racismo, estupro, suicídio, discussão sobre o sistema carcerário, colorismo e etc.
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calebefernandes 07/08/2023

Se a rua beale falasse
Baldwin, como sempre, mais do que genial, preciso, em ambos os sentidos: Baldwin é sinônimo de necessidade, que, ao mesmo tempo, também é sinônimo de precisão.

Eu não consigo descrever o soco que me causou cada palavra e frase desta obra; apenas tentar sentí-la, extrair ao máximo cada detalhe e sentimento como forma de não só simpatizar-se e sensibilizar-se, contudo tomar um posicionamento decisivo: és aliado ou tu te tornas o mal causador da desgraça.

Se a rua beale falasse é a ponta do lápis à denúncia iminente, que logo despontaria no seio do debate social: o racismo existe. O amor de Tish e Fonny é usado como lupa para explorar a podridão duma realidade que ainda persiste; a denúncia do que o corpo negro experiencia e vivencia.

Leiam Baldwin, por favor.
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Flávia Menezes 04/08/2023

???? SLAVE TO LOVE (ESCRAVO DO AMOR).
?Se a rua Beale falasse? foi publicado em 1974, e é o quinto romance de James Arthur Baldwin, um dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e crítico social estadunidense, nascido no Harlem, Nova York. Em 2019, foi feita uma adaptação para filme desta história, que foi dirigida e produzida por Barry Jenkins, e recebeu 3 indicações para o Oscar, tendo a atriz Regina King vencido na categoria "Melhor Atriz Coadjuvante".

Baldwin traz em seus trabalhos grandes dilemas pessoais fundamentais repletos das pressões sociais e psicológicas, que ele vai abordando através de temáticas fortes (e polêmicas!), envolvendo assuntos como a masculinidade, sexualidade, raça e classe, que vão se entrelaçando a alguns dos movimentos políticos de meados do século XX que buscavam por uma mudança social na América.

Confesso que o motivo pelo qual eu comecei a ler esse livro, foi exatamente por conta do seu título. Beale Street é o nome da famosa rua no centro de Memphis, Tennessee, que foi berço da história do blues, e onde o líder Martin Luther King (que foi amigo do autor) foi assassinado, em um quarto de hotel, em abril de 1968. E como eu tenho uma grande paixão por Memphis, não pensei duas vezes em iniciar essa leitura.

Mas apesar do título, a história tem como plano de fundo o Harlem, em Nova York, onde acompanhamos a história de duas famílias negras que se unem por conta de uma prisão injusta que afasta o jovem Alonzo ?Fonny? Hunt da mulher da sua vida, a adolescente Clementine ?Tish? Rivers.

A história é narrada em primeira pessoa, e quem nos conta é a jovem Tish. A intensidade da escrita de Baldwin é tão grande, e a ternura que ele consegue colocar em cada uma das suas palavras é tão impressionante, que desde as primeiras linhas eu me senti plenamente arrebatada para dentro desse drama, sofrendo e sentindo cada instante da vida desses personagens como se fosse na minha própria pele.

Antes de começar essa leitura, eu vi uma resenha que dizia que os personagens não foram bem desenvolvidos, mas eu confesso que após encerrar, eu não consigo entender exatamente o que a pessoa quis dizer com isso, porque eu consegui visualizar cada um dos personagens com tanta clareza, como se estivessem diante de mim. Aliás, a forma como o autor os descreve é tão realista, que é possível até sentir o cheiro da sua pele.

E esse é um ponto forte do Baldwin. Sua escrita é visceral, e tudo nela é intenso. Podemos sentir o medo, a violência, a dor tanto quanto podemos sentir a ternura, o amor e o sexo com a mesma força. As cenas são tão visuais, reais e com uma dose exata de cinestesia que não há como não se sentir parte pertencente de tudo o que está sendo narrado. Somos parte dessas famílias, e o seu drama passa a ser o nosso drama também.

Aliás, o quesito família aqui é de uma beleza sem igual. A forma como o pai de Tish se coloca na vida da filha, a aconselhando e amparando, sempre tão carinhoso e compreensivo, é de emocionar. Sem falar que aqui, o papel das mulheres é tão ativo, que a mãe e a irmã de Tish nos mostram o quanto o amor nas famílias pode ser o único (e o mais importante!) sustento nos momentos em que a vida nos prova da forma mais dura e dolorosa possível.

Uma das coisas que mais me encantaram nessa história é a forma como o autor traz a figura do homem viril (Fonny), em contraponto com a mulher frágil (Tish), mas que não se intimida ao ser chamada para vir em defesa do homem que ama, sem precisar se colocar acima dele.

Baldwin colocou tanta força nessa relação dos dois. Apesar de jovens, um homem e uma mulher nascem no momento exato em que se apaixonam, e se entregam um ao outro de forma a se tornarem um só. Aliás, a cena em que os dois fazem amor pela primeira vez é de uma beleza que não tenho palavras para traduzir, e a qual deixou todo o romantismo de lado para descrever uma entrega real, de uma parceria e um cuidado (da parte de Fonny) que me impactou a ponto de ter que deixar o livro um pouco de lado para poder ter tempo de processar essa cena.

Baldwin tem uma escrita que nos toca profundamente, e traz reflexões existenciais que me deixaram sem fôlego. E se me permitem, gostaria de trazer aquela que mais me impactou:


?Mas os homens não têm segredos, exceto com relação às mulheres, e nunca crescem da maneira que as mulheres crescem. É muito mais difícil, e toma muito mais tempo, para um homem crescer, e ele jamais seria capaz de fazê-lo sem as mulheres. Esse é um mistério que pode apavorar e imobilizar uma mulher, e é sempre a chave para a sua agonia mais profunda. Ela precisa observar e guiar, mas ele tem que liderar, e o homem sempre parecerá dar mais atenção real a seus companheiros do que a ela. Porém, esse relacionamento ostensivo e ruidoso entre homens os capacita a lidar com o silêncio e aquele segredo que contêm a verdade de um homem e o liberam?.


Não é bonito isso? Aliás, o masculino e o feminino aqui são trazidos em sua essência mais profunda. E para pessoas como eu, tão old school (à moda antiga), foi um conforto que mais parecia um carinho na alma. Eu gosto assim, e a cada cena eu só queria mais e mais e muito mais, porque quem dera na vida tivéssemos mais homens assim.

Será que posso deixar a minha ?romântica irrecuperável? aflorar aqui, e partilhar uma cena que é muito a minha cara? Como eu não resisto, vou ter que colocar.


??Ah Tish, você me ama?

? Eu te amo. Eu te amo. Você tem que saber que eu te amo, assim como sabe que esse cabelo crespo está crescendo na sua cabeça.

? Estou feio?

? Bom, eu queria te agarrar. Pra mim você está sempre bonito.

? Também queria te agarrar?.


Ai, Baldwin... Você acabou mesmo com o meu coração!?

E nessa história, o blues vai surgindo como uma referência musical que é pai de todos os outros estilos musicais afro-americanos, se expressando de forma profunda, trazendo em si a compaixão e a eloquência dolorosa, que se traduzem nessas vozes repletas de honestidade e paixão, a ponto de facilmente nos emocionar. A mesma força e beleza que vemos em cada uma das palavras dessa leitura.

As únicas partes negativas dessa história é que ela acaba, além de uma cena em que a intolerância religiosa se converteu em graves blasfêmias que foram até dolorosas de ler. Mas de resto, ela é simplesmente perfeita, e tudo o que eu tentar dizer aqui não será nem 1% de toda a sua magnitude.

Baldwin é um artista muito talentoso, e sua narrativa é pincelada de emoções que nos fazem encerrar essa história sentindo aquele vazio de quem queria muito mais desse amor que não tem nada a ver com romantismo, mas sim com o sentimento paradoxal de ser livre para sentir e viver tudo o que ele oferece, ao mesmo tempo que significa pertencer (unicamente) a alguém.

E como alguém um dia cantou: "Eu quero mais, e tanto faz, se tudo o que eu mais quero é ter você pra mim".??
Ana Sá 07/08/2023minha estante
Amigaaa, o trecho sobre "masculino x feminino" vai contra a perspectiva que eu tenho sobre relações de gênero (rs), essa ideia de justificar certa imaturidade masculina me irrita demais (rs), MAS, como sempre, sua resenha foi tão generosa nos detalhes que acho que vou adicionar à lista "apesar de"... Estou querendo um livro pra suspirar um pouco de amor...??


Flávia Menezes 07/08/2023minha estante
Mas amigaaaa? exatamente por esse motivo seria legal você ler. Porque eu fico curiosa?exatamente pelo que você disse? de você me falar o que você vai ver. Até porque me surpreendeu pelo fato do autor trazer as diversas relações e nesse, ele foi muito feliz sobre o amor desses dois protagonistas. Pode confiar e colocar na sua lista! E depois me conta tudo! ???


Ana Sá 07/08/2023minha estante
Concordo... exatamente por isso tb vale a pena! ;) Flávia e sua missão de "bagunçar" constantemente a minha meta de leitura 2023 hahaha


Flávia Menezes 07/08/2023minha estante
Amiga, essa é a troca: eu bagunço a sua e você a minha! ?




naoeumaresenha 06/07/2023

Primeiro que li do autor e com certeza não será o último
A forma que james baldwin escreve é um negócio que busco palavras para descrever e não encontro. consegui visualizar cada passo que os personagens davam, assim como sentir todas as suas emoções. isso é uma loucura!
baldwin consegue ser preciso em suas criticas ao racismo e a violência policial. além de trazer grandes referências da cultura negra.
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Juliana990 10/06/2023

Uma leitura rica e uma imersão na cultura negra americana. Triste a realidade e como são indefesos em um sistema criado para prejudicá-los. Dois apaixonados separados pelo sistema racial que primeiro penitência para depois julgar. Indico a leitura!
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Vanessa591 10/06/2023

James Baldwin te vejo como minha figura paterna
Incrível, não sei nem o que comentar. Tem várias nuances que eu precisaria até ler de novo pra absorver, mas em resumo é um livro que massacra e acalenta na mesma medida. O mundo é muito cruel e o amor é tudo o que temos.
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Ana 13/05/2023

O livro se passa na década de 1970 e conta a história de Tish e Fonny, um jovem casal apaixonado que planejava se casar. Porém, seus planos são interrompidos quando Fonny é preso, acusado de estupro, um crime que ele não cometeu; aqui o caso é que não foi o crime que decidiu o seu destino, mas sim a cor da sua pele. Mesmo que a vítima não tenha certeza de quem cometeu o crime, mesmo que não haja evidências de que ele esteve na cena do crime, ainda assim ele foi condenado.

Então, sua namorada, que está grávida, a família dela, e seu pai, se unem e trabalham duro para provar que Fonny é inocente.

É uma história sobre as várias faces de uma sociedade racista, a crueldade de um sistema carcerário onde a cor da sua pele determina seu destino. É um livro pesado e realista.

Só o que me incomodou aqui foi o livro ter terminado de forma abrupta, do nada, deixando muita coisa em aberto; não entendi por que o livro terminou desse jeito.
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Isabela 08/05/2023

"As pessoas responsáveis por essas prisões é que deviam sentir vergonha."
Se a Rua Bealle falasse é o quinto romance do escritor James Baldwin e foi escrito em 1974 e adaptado para o cinema em 2019.
O livro narra a história de um jovem casal negro apaixonado tendo como pano de fundo a relação entre racismo e sistema de justiça criminal. Tish tem 19 anos e acaba de descobrir que está grávida de seu companheiro, Fonny, um rapaz de 22 anos que está preso acusado falsamente de ter estuprado uma mulher porto-riquenha. Tish passa então, em conjunto com sua família, a lutar pela liberdade de seu companheiro ao mesmo tempo em que lida com uma gravidez delicada, a falta de dinheiro e os estereótipos que recaem sobre seu companheiro e seu suposto crime.
A história é narrada em dois tempos: no presente, com Fonny na cadeia e os encontros tristes do casal através de um vidro e no passado, contanto desde a infância dos dois até o encontro com o policial que será central para a acusação de Fonny.
Eu gostei bastante do livro e recomendo a leitura!
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03/05/2023

Boa história, escrita melhor ainda
Estou levemente desconsertada. Se a rua Beale falasse não é o estilo de livro que costumo ler, não apresentando um final conclusivo e que evidencia inúmeros problemas de uma sociedade machista e racista de maneira subjetiva, com pequenas falas ou ações que representam apenas uma vírgula na história. O final em aberto me deixa bastante atordoada, mas também entendo que esboça uma perspectiva interessante, indicando que mesmo quando parece haver uma conclusão próxima, a vida acontece e o ponto final pode estar ainda distante.

Gostei bastante da trama, com passagens empolgantes e a melhor cena de "perda de virgindade" que já li. James Baldwin realmente é um mestre da literatura. Uma capacidade de descrição maravilhosa. Confesso que precisei lutar um pouco para me adaptar à escrita dele, mas de fato, um mestre.
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Wellington.Pimente 02/04/2023

Amor e injustiça
Uma história de amor entre o rapaz de 22 anos Fonny e a sua amada Tish com 19 anos. Esse amor passa por vários testes. Fonny é preso por um crime de estupro que não cometeu e fica evidente quando ele fica marcado por um policial claramente racista. A Tish descobre estar grávida e luta pela sua sobrevivência, de seu filho no ventre, visitas constante ao presídio para apoio emocional ao seu amado, além da busca de estrategia jurídica para libertar o Fonny (que possui uma mãe e irmãs que o desprezam e somente o pai Frank e a família da Tish, ajudam como podem, na tentativa de pagar um advogado para a defesa jurídica do mesmo). Em contrapartida a família da Tish tem uma família muito unida e que ficam muito felizes com a vinda de um novo ente familiar. Acima das lutas e situações que os protagonistas enfrentam, fica muito evidente o amor verdadeiro que há entre Fonny e Tish e como se percebe isso em seus pequenos detalhes. Outra situação que fica evidente nessa obra, é sobre a justiça americana que comete muita injustiça com os negros e que se não houver muita resiliência e as memórias de lutas e sons dos negros de todas as ruas Beale, fica quase impossível suportar esse imenso fardo. Como a Tish observa, é terrível você falar com seu amor, através de uma barreira, um vidro.
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Let Carvalho 26/03/2023

Gosto muito do James e da maneira que ele escreve. Esse livro não me envolveu tanto como o quarto de Giovanni, mas foi um livro interessante.
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Jotinha 15/03/2023

Faz tempo que eu li esse livro, mas relutei em fazer uma resenha, porque, diante da relevância do tema e do meu local de fala, não sei se tenho muito o que acrescentar
É um livro brutal do começo ao fim, não por só conter tragédias, não é isso que quero dizer, mas por ser realista e a realidade é isso, pelo menos é a realidade de muita gente, fica a reflexão.
Todos deveriam ler.
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Lana310 20/02/2023

O livro me prendeu muito, o autor tem uma escrita envolvente que te faz não querer para de ler por um segundo, o livro oscila entre o presente onde a família de fonny e tish lutam para tirar ele da cadeia, e flashbacks que contam a história de tish e fonny
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