Morte em Veneza

Morte em Veneza Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza


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Ruanne 16/05/2017

Primeiro contato com a literatura de Mann
Gostei muito. Leitura rápida, porém cheia de reflexões sobre a arte clássica, a beleza, a escrita. Filosófico e envolvente.
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VanessadeOliveira 29/03/2017

sofrível
ai odeio não gostar de um livro porque sempre me sinto meio injusta, mas este com certeza não me proporcionou uma experiência agradável...tirando algumas célebres frases que guardei( e que me deixaram um pouco menos insatisfeita com o livro) ele é muito prolixo, na minha opinião. poderia ter enxugado ainda mais o texto e transformado talvez num conto. mas enfim. não me agradou de todo.
Marli.Ramires 16/08/2019minha estante
Leia de novo em outro momento da vida. Talvez ele te dê respostas sobre a vida de dúvidas que você ainda não tenha!


VanessadeOliveira 21/08/2019minha estante
interessante seu comentário. me fez pensar! obrigada




Mauricio.Barutti 27/12/2016

Não gostei muito
Não gostei muito. Talvez eu também precisasse de mais referências literárias para desfrutar melhor. Muitas elucubrações sobre a mente do escritor, a beleza, o amor, a juventude. Mas o final é meio óbvio...
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Bruno.Rafael 01/08/2016

A beleza e o "belo"
Thomas Mann nos traz uma ideia bem diferente do que vemos na maioria dos livros. O autor trata sobre um assunto polêmico e que é muito discutido nos tempos modernos, (de uma forma contrária, e o leitor que acabara de lê-lo não vai ter dúvida sobre a que me refiro), mas que certamente poucos escritores ousariam perscrutar da mesma forma como Mann fez, principalmente em uma época em que o pudor e a censura atingiam patamares maiores que os de hoje. Imagina qual grande deve ter sido o rebuliço que o livro provocou, lançado àquela época. A admiração exacerbada que o personagem principal sente pelo personagem Tadzio, ou simplesmente o “belo”, está presente na obra, desde o momento em que os dois se conhecem e trocam os primeiros olhares. Longe de situar uma relação de domínio e subjugação, tal como senhor e escravo, Mann retrata a relação entre Aschenbach e Tadzio de uma maneira bem poética. E isso está ligado diretamente à profissão de Aschenbach, pois este é um poeta que está à procura de um algo a mais, está à procura daquele tempero que faz com que a vida se torne quente e vibrante, e que para um artista de longa viagem, jaz melancólica e cansativa. Então decide se livrar de suas angústias e aflições viajando para Veneza.
Várias passagens no livro chegam a mostrar exageradamente o fascínio que a beleza de Tadzio exerce sobre Aschenbach. O narcisismo do poeta se revela no corpo do seu amado, e a entrega da alma do poeta àquela condição inebriante o tira de seu estado original e vai-lhe guiando, passo-a-passo, propositalmente ensaiado pelo escritor, a um êxtase sem igual. O “belo” é um grande responsável pela mudança no poeta, não apenas por causa de sua beleza, mas também por decifrar e compartilhar os desejos íntimos que possui seu admirador. Assim o faz respondendo às trocas de olhares, por exemplo. O ápice dessa relação assusta até mesmo o leitor que já começa a acreditar no possível-impossível entre os dois personagens. As 3 palavras pronunciadas há tempos remotos, onde a conjunção delas reflete resumidamente e poderosamente a relação mais verdadeira e íntima entre os enamorados é dita de tal forma no final do capítulo 4, que tanto o orador da frase quanto o leitor são pegos de surpresa e ficam assustados.
Dessa parte do livro em diante, a situação para Aschenbach vai tomando contornos melodramáticos e a iminência de uma calamidade se aproximando, faz com que surja uma pergunta ao leitor. Se o título do livro é “Morte em Veneza”, qual dos dois morrerá? Embora outras perguntas vão se criando na mente do leitor, essa de fato, é a mais interrogativa.
Entre pensamentos filosóficos e as obsessões do poeta, que não chegou a trocar nenhuma palavra e nem sequer tocar o seu amado, o final vai se formando. A resposta para a pergunta anterior só está escrita nas últimas linhas do livro. O final carece de algo “explosivo”, já que a “bomba” vai se acumulando devagar ao longo da narração, essa é a impressão do caro leitor, embora Thomas Mann tenha escrito uma grande obra que merece a atenção e uma leitura reflexiva.
O livro lembra alguns aspectos do livro de Mário de Sá-Carneiro intitulado “A confissão de Lúcio”, onde os personagens principais passam por uma relação bem parecida, mas com algumas diferenças cruciais entre as duas histórias. Thomas Mann destila suavemente a sua ideia principal ao longo do livro enquanto Mário dá algumas dicas ao longo do seu texto, mas a ideia principal só é revelada, e de maneira bem surpreendente, apenas no final. Na verdade, a relação entre os personagens de ambos os livros, à vista de muitos leitores, pode ser a única semelhança entre as duas histórias, pois enquanto “Morte em Veneza” foca sobre o assunto do fascínio pela beleza, “A confissão de Lúcio” foca no surrealismo idealizado por Mário. Enfim, para terminar, os dois livros são impactantes e vale dar uma lida. Thomas Mann não ganhou o nobel por acaso.
fran 17/10/2016minha estante
Bom dia,gostaria de saber sobre esse filme está implicita a busca do belo. É possivel atngir a beleza?


Bruno.Rafael 14/11/2016minha estante
Olá Fran! Por ser um filme da década de 70, não é fácil encontrá-lo. Eu ainda não assisti, apenas vi um trailer no youtube, mas pretendo vê-lo futuramente. Se é possível atingir a beleza? Essa pergunta daria um livro filosófico bem interessante. Particularmente, acho q a beleza se complementa com outros adjetivos para alcançar seu auge, mas talvez nunca alcance sua totalidade, pelo menos para a mente humana, pois ela não tem limites, sempre está a procura da perfeição da perfeição da perfeição nas coisas.




spoiler visualizar
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Luisa Amélia 23/04/2016

.
O andamento do livro é bom, tem uma escrita rica, várias reflexões, mas me deparei com um final um tanto quanto decepcionante...
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Pris 29/09/2015

Segundo livro de Thomas Mann, com quê de autobiografia.
A história em si é sucinta, mas junto com ela existem reflexões acerca do Belo, da Arte, do ofício de ser escritor, da juventude e velhice.
Traduz efetivamente como a paixão pode mudar concepções, preconceitos, e mudar o curso de vidas.

site: http://traduzindocultura.com/2015/09/29/livros-01-morte-em-veneza-thomas-mann/
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Renato 23/08/2015

O artista é um moralista?
Será que o artista é um liberal no sentido dos costumes ou um moralista? Ou será que ele somente aposta as fissuras?

Em Morte Em Veneza Thomas Mann aparenta um moralismo. Assim como seus contemporâneos, numa época de intensa transição, ele enxergava o desejo e os prazeres como fonte de derrocada do indivíduo e de sua razão. Neste ponto ele é um escritor romântico, que enxergou a animalidade do ser humano, ao contrário do racionalismo do período clássico. Foi neste período que surgiram Freud e Darwin, que apontaram a bestialidade do ser humano.

Por outro lado ele apontava uma fresta de modernismo, ainda que viesse um pouco mais tardiamente, e não necessariamente com ele. Ele dá os primeiros passos para o desmonte da unificação e da crença em uma sociedade estável. Quando se pensa em desigualdade, tolerância e outros vocabulários do modernismo e pós-modernismos, enxerga-se a incompatibilidade, as respostas inexistentes ou hipócritas.

Se Thomas Mann aponta por um lado a moral e um sentido pessimista, por outro deixa espaço para o encaixe imperfeito e para a insolubilidade. Até hoje não conseguimos sair desta armadilha.
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Amanda 01/08/2015

Morte em Veneza
Morte em Veneza é um livro minúsculo cujos temas principais são a beleza, o amor platônico e o narcisismo. Ele possui pouquíssimas páginas, mas contém uma linguagem um tanto difícil e rebuscada que precisa ser lida atentamente para total entendimentos. E, mesmo assim, você pode não entendê-lo.

A história acompanha Gustav von Aschenbach, um famoso escritor alemão de já certa idade, que resolve tirar férias em Veneza. Lá ele conhece, de vista, Tadzio, um garoto polaco que representa tudo aquilo que ele considera belo. E ele instantaneamente se apaixona.

Apesar disso, o livro não é sobre um romance homossexual, e sim sobre o amor pelo o que é belo e puro, algo que você ama tanto mas tem medo de profanar com seu amor feio. É um livro sobre nada e sem muito enredo, já que é basicamente o escritor-personagem divagando sobre a sua escrita e sobre a beleza do garoto que ele mal conhece.

Essa resenha é mínima, já que o livro é mínimo e eu não quero dar spoilers, mas era uma que eu realmente precisava compartilhar. O livro me tocou de uma tal maneira que eu não consigo descrever. Talvez apenas pessoas que já tiveram aquele amor platônico, impossível, se sentirão realmente tocadas pelas palavras nele escritas.

"E reclinado, os braços pendentes, subjugado e sacudido por sucessivos calafrios, sussurrou a eterna fórmula do desejo - impossível, neste caso, absurda, abjeta, ridícula, mas ainda assim sagrada, mesmo neste caso, digna: 'Eu te amo!'" Pag.65
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Joy 28/07/2015

É bizarro isso que vou dizer, mas me identifiquei imensamente com esse livro. Só quem já teve uma paixão platônica distante, contente em somente admirar, e com medo de "macular" o objeto de seus desejos sabe como é esse sentimento. A obra acaba sendo um bom reflexo do observador, que passa a vida distante do mundo e centrado em si, e de como uma influencia externa pode abalar a vida.
Gostei demais. Devorei numa noite.
Amanda 29/07/2015minha estante
Foi exatamente o que senti. Até fiquei meio na bad. Haudhahd




DIRCE 30/04/2015

Apocalíptica
Existem vários autores que me atemorizam e Tomaz Mann figura( ou devo dizer figurava entre eles?), entretanto, fui tentada ler “ A Morte em Veneza” ao saber que essa obra havia sido escolhida para discussão no Clube do Livro “ A sociedade literária”.
Apesar de ser um livro de apenas 128 páginas (no caso do meu exemplar) e de proporcionar uma leitura fluida, não posso dizer que achei de fácil entendimento, portanto... Portanto, já deu para sentir o drama: não vai prestar.
Disse Mário Quintana em seu poema seiscentos e sessenta e seis:

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Não houve meios de eu deixar de associar esse poema ao meu entendimento do livro. Um poema tão, mas tão existencial. E não é possível falar sobre a existência sem falar sobre ele : O TEMPO. Ah! O tempo. Esse algoz tão fugaz . Quando se vê, já é 6 ª feira...Esse algoz que sente prazer em ser repetitivo - tal qual nosso dia a dia, tal qual nossos erros. Vivemos nossos dias de acordo com as convenções estabelecidas presos a coisas supérfluas e quando nos damos por conta...
Aschenbach também teve uma vida presa às convenções. Levava uma vida sistemática, dedicada à escrita e tão ocupada (conforme suas palavras) com as tarefas que lhe empunham seu EU e a alma européia; demasiadamente sobrecarregado pelo dever da produção (pag. 23), porém, ainda assim ou quem sabe por culpa dessa vida tão comedida, se viu desprovido da sua capacidade criativa. Em uma tarde infrutífera ele sai em busca de novos ares , ocasião em que depara com um viajante de aparência, no mínimo, estranha. A figura do estranho causa desconforto em Aschenbach e ele atribui esse desconforto ao desejo de viajar. Ansioso por liberdade, deixa a rotina de lado e se deixa levar pela aventura. Após momentos de incertezas, ruma à Veneza, e o cúpido, que devia estar inclinado para brincadeira, prega-lhe uma peça. Tudo parece indicar que Aschenbach foi tomado por uma paixão avassaladora pelo belo jovem Tadzio , mas, euzinha, entendi que Aschenbach se apaixonou pela juventude e beleza do “deuso” . Juventude que lhe esvaíra pelos dedos face o tique-taque implacável do relógio. Beleza - uma “virtude” que lhe foi negada.
Mas, entretanto, todavia, contudo, o relógio ( o tempo) é o inimigo mor do homem. Ele é impiedoso com quem o trata com indiferença. Novas oportunidades? Nem pensar. Ele não só não as concede como parece ficar à espreita para se vingar. A vingança do “relógio” é cruel : chega o dia em que ele simplesmente PARA. .
Sinto-me tentada a dizer que narrativas muito minuciosas possuem o mérito de me enfastiar, porém um dos pontos altos da obra é a sua narrativa. Feita na terceira pessoa ( o que muito me agrada) ela é rica em detalhes e muitos deles se assemelham à alegorias que muito contribuíram para uma leitura prazerosa e para meu engrandecimento, e que também me permitem afirmar que “A Morte em Veneza” tal qual o poema de Quintana é Apocalíptica

PS: A Paulinha deixou um link no Grupo com uma advertência de spoiller. Agora, após tecer meus comentários, vou conferir. Deixo o link. Caso algum leitor tenha interesse...

https://www.youtube.com/watch?v=YACCGqpZZBQ
Tiago 30/04/2015minha estante
Morte em Veneza foi o primeiro livro que li de Mann, e o que me fez completamente apaixonado. A narrativa minunciosa dele foi o que me deixou encantado. Como uma melodia: em A Montanha Mágica, por exemplo, um livro-montanha de mais de mil páginas, o autor expõe as próprias opiniões sobre a sociedade e a artes através de diálogos entre seus personagens, como um ensaio dialogado, e embora eu não tenha concordado com tudo, me sentia encantado com a narrativa e o estilo de Mann. Recomendo Tonio Krogger.


DIRCE 30/04/2015minha estante
Mais de 1000 páginas? Que escalada! Vou aceitar a sugestão de Tonio Krogger.




Luciana Lís 27/02/2015

Gustave Aschenbach é um escritor consagrado que, desde a sua juventude, abriu mão dos prazeres estúpidos em função da austeridade e da racionalidade como métodos de busca para a escritura de uma obra rigorosa em primor técnico e em perfeição formal. Aos 50 anos, recebeu em Munique um título de nobreza que consagrou de vez a sua respeitável carreira. Num dia de ebulição de suas atividades literárias, um impulso interno o fez decidir por uma viagem em busca do far niente, um descanso de sua severa rotina. Chega, então, a Veneza, cidade de beleza inconteste e que vem a reboque dos devaneios artísticos desta obra primorosa de Thomas Mann. Em Veneza, Aschenbach é surpreendido pela sutil presença de Tadzio, um jovem polonês de 14 anos, que o embriaga com a perfeição de sua beleza, e uma paixão fulminante furta do escritor toda a rigidez dos procedimentos aos quais sempre fora dedicado. Daí, o romance de Thomas Mann ganha impulso: a paixão cultivada pelo ébrio Aschenbach é o pano de fundo para a filosofia deste magnífico ensaio sobre arte, beleza e paixão. Aschenbach persegue e observa incansavelmente o menino Tadzio, fascinado pela beleza que extrapola todos os campos do sensível; o escritor é fulminado pela certeza de que a arte jamais será capaz de projetar a beleza ideal que só é encontrada na pureza do natural (o livro é permeado de referências a Platão). O amante está demolido, idolatra a juventude e o frescor do rapaz enquanto se maldiz pelo peso de seus 50 anos - o avançar da idade que cava linhas de cansaço em seu rosto, seus cabelos esbranquiçados que o afastam cada vez mais da beleza que só a juventude detém. O desespero de Aschenbach cresce ao mesmo tempo em que um surto de cólera invade Veneza e ele é incapaz de perceber seu corpo sucumbir em ruínas enquanto contempla o mar beijar o corpo do rapaz a quem ama desesperadamente.
Por: @lucianalis

site: Para mais resenhas: instagram.com/coletivoleituras
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Jeca 07/01/2015

Morte em Veneza
Mitologia grega, devaneios oníricos, a busca de uma nova inspiração, uma viagem ao sul, epidemia e pedofilia. É neste cenário que o personagem, acima de cinquenta anos, grisalho e  escritor descreve sua saga psicológica de observador. Um livro que se fosse publicado hoje com certeza teria encontrado resistência pelo amor ao beleza do jovem polonês hospedado no mesmo hotel durante a sua estadia em Veneza. Fala da conveniência do adiamento dos compromisso em virtude do extravio de pertences em troca do alimento da paixão pelo garoto ao mesmo tempo que questiona as diferentes aparência, da mocidade ingênua e da velhice malandra. Aborda o tema da superioridade da raça não pura e branca ariana e tenta explicar a catastrófica evolução superior da raça que vive em climas tensos, frios se comparado a região do mediterrâneo. Inscreve a negligencia das autoridades face ao surto de cólera que atingiu a Europa próximo a linha do meridiano, na região do mediterrâneo, devido as correntes quentes vindas do continente Africano. A falta de zelo, de limpeza de um país e uma cidade turística, a esperteza dos que levam a vida fácil através da arte de rua. A diversidade de raças num continente tão pequeno como o europeu dividido pelos impérios antecedentes. Mostra uma burguesia ascendente com critérios religiosos na educação de sua prole e a distancia entre os dominadores e comandados e ao mesmo tempo a fragilidade de defesa destes dependentes. Fica a duvida no final: O personagem morre ou foi uma morte inventada para tira-lo da cabeça? O livro é rico em detalhes e é claro escrito por Thomas Mann, onde vários trechos o leitor tem que ler e reler para entender a sequencia de pensamento do personagem e onde quer chegar com suas observações e divagações.
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eglair 17/10/2014

Triste e belo
Triste e belo são os dois adjetivos que me vem a cabeça logo que termino de ler este pequeno grande livro. A forma eloquente e profunda que Thomas Mann escreve é realmente fascinante, impossível não se envolver durante todo o desenrolar da história. Tendo o amor platônico e a paixão arrebatadora pelo beleza como temas centrais, a narrativa nos leva à Veneza do século 20.

Através das reflexões de um solitário escritor que passa por uma crise criativa e resolve sair em busca de novos ares podemos admirar sua jornada pelos canais da cidade, seus mistérios, paixões e conflitos pessoais. A atmosfera é ao mesmo tempo insalubre, grotesca e poética. Os dilemas éticos e estéticos aparecem em toda a narrativa, assim como suas ideias sobre filosofia da arte e da perfeição.

Com o vazio do seu coração preenchido, de súbito e completamente, por uma paixão arrebatadora, que acaba tomando proporções indomáveis, Aschenbach tornar-se refém de uma rotina delirante ao encalço do seu amado. Olhares, perseguições e questionamentos acompanham o escritor pela cidade onde pairam boatos sobre uma epidemia de cólera.

É possível sentir os aromas, o som dos remos da gôndola, o ardor do sol, a noite fresca e a dor dessa paixão não correspondida. A dialética do amor e a busca pela beleza ideal é reforçada, na citação de Fedro, o diálogo de Platão, no último capítulo.

Pois a beleza, Fedro, grava bem isso, apenas a beleza é simultaneamente divina e visível; ela é, portanto, o caminho do sensível, ela é, meu pequeno Fedro, o caminho pelo qual o artista alcança o espírito () [ pequeno trecho de Fedro, o diálogo de Platão ].

O desfecho da história, inevitável e esperado, é de um poder que exala simplicidade e beleza. A imagem poética e singela da morte é entregue docemente ao leitor, sendo uma forma perfeita de continuação da vida.

Ao pesquisar sobre o romance, encontrei uma curiosidade: o personagem Tadzio foi inspirado numa pessoa real, um jovem nobre polonês que Thomas Mann encontrou numa viagem a Veneza, exatamente no hotel onde se passa a história. Outro assunto irrevogável em minhas pesquisas, é sobre a maestria do filme, dirigido pelo italiano Luchino Visconti, em 1971. O diretor fez uma pequena alteração na profissão do personagem principal, que no filme é músico, para homenagear Gustav Mahler e sua 5ª Sinfonia.

Ainda não vi o filme, mas pretendo fazer isso em breve. Morte em Veneza é um clássico e deve ser lido com todo o carinho e profundidade.
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