Não me abandone jamais

Não me abandone jamais Kazuo Ishiguro




Resenhas - Não Me Abandone Jamais


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Sandy 30/12/2013

O valor da alma
"Não me abandone jamais" é um livro muito profundo, dito sempre de maneira muito inocente. Em geral, a inocência das personagens é uma das grandes coisas que me tocam. Como o que aconteceu em "As vantagens de ser invisível", em que são narrados grandes problemas, de maneira bastante simples. Acho que a questão da identificação com a história também é muito importante para me fazer sentir tocada por um livro, ou filme.
Eu lembro que quando assisti ao filme, fiquei encantada e sofri muito com a separação de Kathy H. e Tommy e percebi que tinha que ir além nessa ficção que poderia ser uma história real. E não deixa de ser. Quantas vezes no mundo os amores e as amizades, mesmo que intimamente ligadas, não acabam se separando? Ou pior, histórias não possam mais ser retomadas?
Sim, trata-se de uma história sobre como clones que são criados pura e simplesmente para doarem órgãos. Mas que pouco se conhecem sobre suas almas. Alma que Kathy H. não demora a demostrar ser muito completa e profundo quanto a de qualquer outro ser humano, se não melhor.
São pessoas que simplesmente não tem o direito de sonhar, de planejar o futuro, de escolher o curso de suas vidas, porque elas foram criadas para um propósito, e isso apenas. Só que elas não têm a menor noção do que isso significa. E é isso que nos toca tanto, já que nós sabemos o preço de ter tudo isso, assim como seu significado.
"Não me abandone jamais" é uma história sobre perdas, separações, o valor da vida e amor, muito antes de ser ficção científica. Aplausos para Kasuo Ishiguro.
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Carlozandre 24/11/2014

As sutilezas de Ishiguro
"Olhando em retrospecto, agora, percebo que estávamos bem naquela idade em que sabíamos algumas poucas coisas sobre nós mesmas — quem éramos, e que éramos diferentes dos nossos guardiões, das pessoas de fora — mas ainda não havíamos compreendido o que aquilo significava. Tenho certeza de que em algum momento da sua infância você também passou por uma experiência semelhante à que tivemos naquele dia; se não semelhante nos detalhes, pelo menos por dentro, nos sentimentos. Porque no fundo não importa quão bem seus guardiões tentem prepará-lo: todas as conversas, todos os vídeos, debates, avisos, nada disso consegue, de fato, deixar as coisas bem claras, transparentes. Não quando você tem oito anos de idade e vive num lugar como Hailsham; não quando você tem guardiões como nós tínhamos; não quando os jardineiros e o pessoal das entregas ri e chama você de “meu bem”.
Ainda assim, um pouco deve penetrar em algum cantinho. Só pode ser, porque na hora em que surge um momento como aquele, uma parte de você já está esperando. Talvez desde os cinco ou seis anos houvesse um murmúrio no fundo de sua cabeça dizendo: “Um dia, talvez não muito distante, você vai saber qual é a sensação”. E assim é que você já está na expectativa, mesmo que não saiba bem disso. Está à espera do momento de dar-se conta de que de fato é diferente deles; de que existem pessoas lá fora, como Madame, que não odeiam você, nem lhe desejam nenhum mal, mas que ainda assim estremecem só de pensar em você — de lembrar como você veio a este mundo e por quê — e que sentem pavor diante da simples possibilidade de que sua mão roce a mão deles. É um momento gélido, esse, o da primeira vez em que você se vê através dos olhos de uma pessoa assim. É como passar diante de um espelho pelo qual passamos todos os dias de nossas vidas e de repente perceber que ele reflete outra coisa, uma coisa estranha e perturbadora."

Se vocês aceitassem de mim um conselho que, sabemos ambos, vocês não precisam, eu diria para aproveitarem para ler o livro Não me Abandone Jamais, de Kazuo Ishiguro, antes de assistir à adaptação cinematográfica. Não que isso seja fundamental, mas será, confiem em mim, um ganho na experiência de leitura.

Ishiguro é japonês de nascimento, mas sua literatura aborda as camadas e mais camadas de que se compõe a sociedade britânica e o quanto esse estamento social até pouco tempo bastante rígido servia como uma ferramenta de imobilização do indivíduo ou de uma desculpa para sua alienação. Basta lembrar sua obra mais conhecida, Resíduos do Dia (na nova tradução, na antiga era Vestígios do Dia, o mesmo nome dado no Brasil à adaptação cinematográfica com Emma Thompson e Anthony Hopkins), na qual um mordomo obcecado pelos códigos de neutralidade e sobriedade de sua profissão não percebe nem o caráter dúbio de seu empregador, apoiador dos nazistas no período pré-Segunda Guerra, nem a paixão sutil mas real que nutre por ele a governanta da residência.

Falei de sutileza, e por isso sugeri que vocês tentem evitar o filme para sentir um pouco da estranheza provocada pela construção sutil do romance. O centro de Não Me Abandone Jamais é o triângulo amoroso entre três jovens, Ruth, Kath e Tommy, e as idas e vindas sentimentais na relação entre eles desde que se conheceram, ainda na infância, em um colégio interno tipicamente britânico chamado Hailsham. Quem narra a história é Kath, muitos anos depois, quando já saiu da escola e atua como uma espécie de enfermeira (espécie porque, como em outras coisas, neste caso a realidade não é o que parece).

A estranheza sutil do relato se dá pela forma como Ishiguro vai acrescentando detalhes que à primeira vista parecem normais no cotidiano de um colégio interno: as pressões do grupo sobre os deslocados, o rígido controle dos professores sobre as transgressões dos alunos, como cigarros, por exemplo… E aos poucos vamos percebendo que há algo muito estranho naquela escola, algo que não fecha, algo que não se enquadra, algo que o autor só descortina por completo na página 100. Portanto, até antes disso, o que se tem são momentos como os que se viu no trecho que abre este post (e que, com admirável simetria e controle de ritmo, está na página 50): a narradora nos contando quando tomou conhecimento de algo que definiria sua vida inteira e seu propósito no mundo, mas por meio de elipses e torneios que acabam protelando a revelação do que de fato importa.

E por que eu disse para evitarem o filme? Porque esse “algo estranho” que o autor elabora pacientemente até a página 100 está em praticamente todas as sinopses que já vi a respeito da adaptação em sites, revistas e nas caixas de DVD.

Saber disso com antecipação prejudica a leitura? Não, como eu disse. Mas é diferente. Eu nao trocaria a leitura com esse entendimento pela leitura que eu fiz quando o livro saiu no Brasil, há uns anos.

site: http://wp.clicrbs.com.br/mundolivro/2011/03/22/as-sutilezas-de-ishiguro/?topo=13,1,1,,,13
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bricio.silva 06/10/2022

Lento e cansativo
Infelizmente não consegui captar todo o ambiente que esse livro desenvolve e a leitura se tornou truncada e cansativa para mim. Achei os acontecimentos sem sentido em alguns pontos e, apesar da reflexão no fim, não me ganhou.
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segatothais 10/10/2022

Espelhos e almas
?Não me abandone jamais? conta a história de crianças que crescem numa espécie de internato inglês chamado Hailsham. Seus destinos já estavam definidos pela ciência: frutos de clonagem, quando atingissem a idade adulta, se tornariam doadoras de órgãos vitais.
A narração é feita por Kathy, protagonista que, ao decorrer do livro, detalha suas lembranças, amizades e experiências no internato e o caminho que a leva a ser cuidadora dos doadores de órgãos. Seu relato inclui duas figuras importantes na história: Tommy e Ruth, as pessoas mais próximas e importantes para a história da menina, além dos guardiões e professores que faziam tudo acontecer no internato.
Esse livro é maravilhoso. Não consigo nem começar a expressar todos os sentimentos que emergiram em mim durante a leitura. São diversas
as reflexões trazidas ao decorrer da história, somadas à forma como as relações são retratadas, que é extremamente sútil e delicada. O livro possui uma adaptação para o cinema, na qual esse mesmo cuidado não foi tomado ? na realidade, o filme parece seguir uma abordagem mais comercial, e transforma o triângulo amoroso entre os personagens no cerne da narrativa (quando ele, de fato, é uma questão muito menos importante no livro, e acaba sendo deixado no ar para que o leitor perceba sozinho).
De toda forma, o livro nos faz pensar sobre questões como amizade, sexualidade, virgindade, adolescência, exclusão social, eticidade na ciência, arte, expressão, perdão, contentamento? é uma leitura rica, profunda e extremamente fluida, que vai te deixar até um pouco atordoado ao final.
Uma crítica que tenho é que, apesar de ser fã do autor, gostaria que esse livro tivesse sido escrito por uma mulher. Talvez a protagonista tivesse sido melhor explorada e seus dilemas fossem mais próximos da realidade feminina. Apesar do autor ter abordado questões alinhadas ao sentimento feminino, sinto que elas poderiam ter tido um pouco mais de profundidade! Sempre que um autor homem se atreve a narrar uma história por meio de uma protagonista feminina, é possível perceber essa lacuna. Elena Ferrante teria dominado esse ponto com maestria, com toda certeza.
No mais, é uma leitura incrível, rápida e que vale o seu tempo. Esse autor tem meu coração (e meu dinheiro) desde Os Vestígios do Dia
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Sil 30/12/2022

Devagar
Não tenho muito o que dizer a respeito desse livro, considero uma boa leitura mas não cativante o suficiente a ponto de prender-me por horas. A crítica retratada durante todo o livro é muito bem abordada. Bom aos que gostam de ácidos julgamentos ao mundo que nos cerca, como em ?Admirável mundo novo? de Aldous Huxley.
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Isabel.Maciel 27/12/2022

pra mim foi um pouco arrastado no início mas continuei lendo pq precisava pra fazer a redação da uerj. depois de alguns capítulos comecei a gostar bastante do livro e ate me apeguei a alguns personagens. gostei bastante
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linne 08/10/2022

Apesar de ter me deixado super triste, eu gostei demais porque me envolveu. O começo é lento, mas depois melhora e dá muita curiosidade.
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lele 16/10/2022

não fede e nem cheira.
É o tipo de livro que você só descobre tudo no final. É bem demorado. Tem um monte de detalhes insuportáveis. Li esse livro com a força do ódio, porque a preguiça e o sono que dava, não vou nem falar. Apesar das reclamações eu achei um livro muito bom. Gostei muito do final. Apenas não é um livro do qual o gênero eu me identifiquei/gostei. Para quem gosta mais de literatura e riqueza em detalhes, eu recomendaria bastante.
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Jade 26/12/2022

Livro que prometeu, mas não entregou
No geral é um livro mediano, pela sinopse me interessei bastante, pensando que seria uma ficção científica, porém foi um romance xoxo, triste demais, pelo menos não foi tão cansativo e o "plot twist" foi muito rápido para o final, só queria bater na protagonista na maior parte do livro.
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jdelisiario 18/07/2020

Ainda digerindo essa leitura
Cheguei a este livro através de um clube do livro que participo. Ainda não sei o que dizer. Com uma temática intrigante e ficcional, que ao meu ver se encaixa como drama. Finalizo com duas palavras: irreal e humano! #leituraTerapia
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Erika 18/12/2022

Ok
Difícil escrever algo sobre um livro q achei nulo em minha vida! Foi uma leitura ok, nada de grandes emoções e nem sentimentos. Apenas ok
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