Camila.Santos 01/09/2020
O autor faz uma análise sobre a sociedade brasileira desde os tempos da escravidão, mostrando como esses 300 anos de brutalidade se refletem na sociedade contemporânea, onde a elite econômica reproduz o papel de "senhores de engenho", enquanto os mais pobres exercem sua função como "escravos" tendo seu trabalho barato explorado e seus direitos subtraídos, humilhados, violentados, e tratados como uma classe de "sub-humanos". Aqui, o papel da classe média é o de fiel capataz, protetora dos privilégios da elite e dos seus próprios, fazendo sempre o possível para se distanciar e se diferenciar dos "escravizados", e se revoltando ao perceber a ascensão econômica das classes consideradas inferiores. Sob essa ótica, um governo popular (como nesse caso, o PT), que favoreceu essa ascensão econômica da população pobre (que começou a frequentar aeroportos, comprar carro, casa, viajar, e o mais importante, ter acesso ao ensino superior) iria contra os interesses da elite econômica, que utilizando-se do seu poder midiático, convenceu a classe média a ir às ruas para "combater a corrupção" (combate seletivo, que ignorava a participação de outros partidos e da iniciativa privada nos esquemas corruptos) e derrubar um governo democraticamente eleito num "golpeachment" injustificável e que nos trouxe consequências nefastas.