Khaolinha 13/06/2023
Li uns 10 livros só pra não ter que voltar passar ódio com essa história.
A Cassandra definitivamente não é pra histórias longas, se isso fosse um livro único de umas 500 páginas talvez fosse uma história razoável.
Eu não me lembro de já ter passado tanto ódio com um livro e nem é aquele ódio bom de uma história bem escrita que te desperta várias sensações inclusive ruins, não, era só um ódio por estar vendo tanto potencial jogado no lixo.
Eu achava que As Peças Infernais era o pior trabalho da Cassandra, um trabalho mal feito (e desnecessário) de reciclagem. Coitada de mim não sabia o que me esperava pela frente.
Isso aqui é a reciclagem da reciclagem da reciclagem e ela se empenhou tanto com a causa ambiental que ainda por cima encheu de estrume.
Eu queria acreditar que ela estava doidona quando teve essas ideias, mas tenho certeza que não é o caso. Parece que ela se desafiou a colocar o máximo de ideia ruim num livro só.
A trilogia é ruim, mas esse livro é o fim da picada. Confesso que gostei do 2 livro porque foi divertido, mas esse aqui não dá pra engolir.
Eu vejo o trabalho dela da seguinte maneira: ela criou personagens muito bons em Os Instrumentos Mortais e não conseguiu superar isso, os enredos dela são ruins (eu sempre achei), ela trás temas importantes, mas não é tão boa trabalhando eles, ela criou um universo incrível, mas não é boa expandindo ele e a compulsão que ela tem por romance com certeza não a ajuda. O epílogo desse livro mostra quão dependente ela ainda é dos seus primeiros protagonistas e o papel que os demais personagens de Instrumentos executam aqui mostra que ela não fazia ideia do que estava fazendo nem com personagens antigos e nem com os novos.
Quantas centenas de páginas esse livro perde com dramas românticos que não fazem a p0rra do menor sentido? (e aqui fala alguém que não vê problema em ter romance nas histórias).
Eu não sei quantas vezes eu senti vergonha alheia lendo isso , mas posso afirmar que a cena da página 570 está no topo das constrangedoras e eu achava que esse era um tipo de coisa que ela sabia escrever.
Tudo o que acontece em decorrência de alguém não aceitar uma morte do livro anterior tem um total de 0 serventia e aqui aproveito pra registrar que não consigo ter dó de quem morreu, porque morreu por imprudência, foi se enfiar sem preparo onde e quando não devia.
Agora a coisa que eu menos consigo perdoar a Cassandra é o fato dela ter transformado a Emma (a melhor apresentação de personagem que ela fez) numa completa idiota, ela conseguiu fazer eu ter mais ódio da Emma do que da Clare e até o momento a Clare era a personagem que eu mais detestava entre todas as centenas de livros que já li, então isso significa muito.
Uma outra coisa que esse livro teve de péssimo foi a linguagem, não sei se em alguma medida foi prejudicada pela tradução, mas isso aqui foi um YA descendo pro Infantil (agora eu lembro que o Hobbit é infantil e nem dá pra comparar), mas voltando a linguagem, os diálogos a infalilização das atitudes estavam de doer.
Pra não dizer que absolutamente tudo foi uma merda eu tive uns momentos de alívio especialmente com o Jace, a Cassandra não estragou o Kit e a única decisão que eu não julgo é a da página 672 envolvendo o Kit porque faz sentido pra um garoto no contexto dele.
Tinha a pretensão de ler As últimas horas ainda este ano, mas preciso de uma desintoxicação, de uma amnésia da Cassandra então vai ficar pra depois.
Esse livro conseguiu ser uma decepção e eu nem tinha expectativa sobre.