Mau_Caetano 19/02/2024
Um livro de ?não ficção? fictício
Minha história com as Crônicas de Gelo e Fogo começou como a de muitos, com o lançamento da série de GOT em 2011. Contudo, só fui ler os 5 livros principais em 2020.
Naquela época já tinha comprado ?Fogo e Sangue?, mas acabei não conseguindo ler ele após ter acabado ?Dança dos Dragões?, e só fui lê-lo agora, com um incentivo da série.
A prosa desse livro é bastante diferente daquela vista nos livros principais. Como o título adianta, este livro é escrito como se fosse um obra de não ficção história. Ou seja, o ?autor? do livro o arquimestre Gyldayn conta s história dos Targeryans.
Este volume compõe desde a conquista de Aegon I, até o fim da regência de Aegon III. Dando cerca de 150 anos de história dos Targeryans.
Portanto, já pode esperar um livro bastante denso e complexo, assim como os outros escritos por G.R.R. Martin. ?Fogo e Sangue? é menos denso que os da franquia principal.
Vou fazer uma breve divisão, para fins de deixar a resenha mais compreensível:
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Em relação à densidade do livro:
Para aqueles que não sabem, os 5 livros da ?Crônica do Gelo e Fogo?, são escritos com uma letra que parece ser algo como Times 8, e o menor espaçamento possível. Aqui eles aumentar o tamanho da fonte para uns 10, o espaçamento continua o mínimo possível.
A consequência disso é uma ?enganação?, uma vez que o livro não tem as convencionais 600 páginas que o leitor pode esperar. Indo para o campo de suposição, se esse livro tivesse uma diagramação mais ?padrão? ele poderia aumentar algo entre 1/3 ou 1/2 do seu tamanho, quisá até mais.
Não acho que isso seja ruim, mas fique preparado para ler muito.
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Em relação a complexidade do livro:
Não é novidade que os livros de Martin são complicados, tramas, subtramas, subsubtramas. Isso acaba sendo mais fácil de acompanhar do quando livro é narrado em POVs, e não acontece tanta coisa no capítulo.
Aqui, temos as mesmas tramas, subtramas e subsubtramas. Mas como livro conta aproximadamente 150 anos de história, em determinados momentos fica complicado para acompanhar.
Principalmente se considerarmos que o livro não vem acompanhado de um apêndice com mapa ou informando as casas de Westeros e seus membros, como ocorre nos demais livros.
Por isso, alguns personagens são introduzidos em um parágrafo e mortos no seguinte. Ou histórias inteiras são contadas em 3 páginas ou menos.
Não se leve a enganar, as obras de Martin são complexas não, convoluted. O que isso quer dizer?
Já mencionei isso em algumas reviews minhas anteriores, mas irei explicar.
Uma obra complexa é aquela que ?não existe no sem ponta?. Isto é, o livro vai ter muitas, mas muitas informações, porém você, leitor, sabe de onde vem tudo aquilo. Existe toda uma lógica por trás de todas as tramas, mesmo não prevendo elas, em uma segunda leitura ou ao re-analizar os fatos, pode perceber de onde aquilo veio. Em suma, tudo é muito bem explicado
Por outro lado, um livro convoluted - muito vista em JRPGS - é uma obra com bastante informação, mas tudo é meio ?zoneado?. O leitor tem as informações, mas vendo as coisas em um contexto geral elas: (i) ou não fazem muito sentido lógico; (ii) ou não dá para entender direito o plot. De modo que, você só aceita que o plot é uma zona.
Martin faz obras extremamente complexas, portanto você vai ter muitas, mas muitas informações. Porém todas elas tem um propósito na história.
Somado a complexidade da obra, com q sua densidade, da para perceber que não é uma leitura muito fácil.
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Voltando a análise do livro em si, conforme disse, o livro tem a mesma prosa vista em livros de não ficção históricos. Portanto, isso pode acabar sendo um ?deal-breaker?. Eu não achei, gostei bastante da diferença, não me recordo de ver um outro livro assim.
Destaco que, devido ao estilo de prosa, o livro tem pouco diálogo, sendo bastante expositivo.
Além disso, o livro apresenta algumas imagens, que mostram visualmente o acontecimento do livro. Não são muitas. Todas elas tem uma estética bem ?Fantasia dos anos 80? e são em preto em branco.
Eu pessoalmente não sou muito fã dessa estética, mas as imagens são muito lindas.
A minha única crítica ao livro é, conforme mencionei, a falta de um mapa e um apêndice contendo as casas de Westeros. Em um livro tão complexo, com tantas pessoas, tantas localidades diferentes, fica difícil acompanhar o que está acontecendo sem essas informações.
Dou, ao fim, 4.5 estrelas (tendendo para 4.75), pois o único ?defeito? do livro é a falta dos apêndices.
4.75/5