Lina DC 20/05/2019"Voto de sangue" é o segundo livro do spin-off da Irmandade da Adaga Negra e conta duas histórias: a de Axe e Elise e a do Rhage, Mary e Bitty. Axe é um dos seis trainees da IAN e tem uma história pessoal repleta de decepções. Sua mãe abandonou a família para conseguir encontrar um companheiro mais rico, enquanto que o pai, um artesão, nunca desistiu do sonho de ver a esposa retornar, criando obras e reformando a casa na expectativa de que o seu desejo se realizasse. Axe cresceu com um pai apático, um homem bom e honrado, mas que perdeu o brilho depois que a esposa o abandonou e que anos depois, morreu no meio do grande atentado por conta do descaso da glymera, a alta sociedade vampírica. Por conta disso, Axe é uma pessoa que tem sérios problemas com a glymera, sendo extremamente preconceituoso e generalizado todos os integrantes dessa sociedade.
Elise perdeu sua prima Allishon poucos meses antes, e a casa que divide com seu pai e seus tios tornou-se sufocante com o silêncio de todos. Não que antes a família fosse comunicativa ou amorosa, pois não é assim que as famílias da glymera funcionam, mas para Elise, a situação deteriora a cada segundo. É por isso que ela quer terminar seu doutorado e começar uma vida nova, mas precisa estudar às escondidas, pois seu pai quer que ela apenas encontre um marido e seja mais uma garota superficial da glymera.
Imaginem a surpresa de ambos quando se conhecem e sentem aquela atração inevitável. E tudo piora quando o pai de Elise descobre sobre os seus estudos e contrata Axe como guarda-costas da filha.
"Teve a impressão de que fazia muito tempo desde que Axe abraçara alguém. E também soube que ele não quis soltá-la. O abraço foi, conforme ela refletiria mais tarde, ainda melhor do que qualquer sexo promissor e espetacular." (p. 206)
Em paralelo temos a história da Bitty, uma garotinha que apareceu em livros anteriores por ter sobrevivido aos maus-tratos causados pelo pai biológico. Bitty e sua mãe fugiram para o lugar seguro, onde conheceram Mary e Marissa. Infelizmente, a mãe de Bitty não sobreviveu e Bitty ficou órfã. Mary e Rhage imediatamente se apaixonaram pela garotinha e entraram com um pedido inédito na sociedade vampírica: o de adoção. Para isso eles precisam passar por um período de seis meses, onde um parente de sangue pode aparecer e por direito legal, criar a garota.
"Mary Luce foi a enfermeira de uma mãe adoentada que morreu de modo terrível e antes do tempo. Mary Luce foi a sobrevivente de um câncer que a deixou infértil depois da quimioterapia. Mary Luce foi o fantasma à margem, a sombra que passava despercebida em um cômodo, uma alegoria de uma posição em que ninguém desejaria estar. Só que a vida dera uma reviravolta, da melhor maneira possível. E naquele momento, ela se encontrava onde jamais tinha ousado sonhar que estaria." (p. 31)
Das duas histórias apresentadas, sem dúvida, a do Rhage, Mary e Bitty foi a que mais se destacou. Foi emocionante observar Hollywood tão preocupado e protetor com essa garotinha doce, assim como Mary, que nunca imaginou a possibilidade de se tornar mãe depois da intervenção da Virgem Escriba para que ela se tornasse a companheira de Rhage. Além disso, é palpável o amor que toda a Irmandade têm por essa garotinha, que sofreu e ainda sofre as sequelas do abuso do pai. Um dos destaques do livro sem dúvida foi o Lassiter, que mais uma vez se mostrou incrível por trás de toda aquela atitude blasé.