As garotas Madalenas

As garotas Madalenas V.S. Alexander




Resenhas - As Garotas Madalena


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Mariane 29/07/2019

V.S. Alexander, se baseia em um fato real para criar esse livro de ficção que se passa em Dublin na década de 60. As garotas Madalenas retrata a história de três jovens de 16 anos: Tegan Tierman, Nora Craven e Lea, que se unem em amizade em busca de alívio para os dias tormentosos que vivem no convento Irmãs da Sagrada Redenção.
Tais moradoras eram rotuladas como Madalenas, pecadoras e, foram enviadas para o convento, onde são obrigadas a trabalhar na lavanderia em condições precárias e exaustivas, como uma forma de aproximação de sua salvação.
Apesar de ser uma obra de ficção, o(a) autor(a) nos desperta para um tema pouco comentado da Igreja Católica, que ficou ofuscado pelos abusos sexuais, mas que sabemos que aconteceu.
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Silvana 09/07/2019

Teagan Tiernan, de 16 anos, é sortuda por viver na parte sul de Dublin com seus país. Mesmo não sendo ricos, se comparados ao restante da cidade, eles tem que dar graças aos céus. E é o que eles fazem porque são frequentadores assíduos da Igreja St. Eusebius. Teagan bem que gostaria de fazer outras coisas aos domingos, como sair com seu namorado Cullen, mas sempre acaba obedecendo seus pais. E numa dessas idas a igreja ela conhece o Padre Mark, novo na paróquia, e fica fascinada por ele. O novo padre é bem jovem e muito bonito e também parece estar interessado nela. Mas Teagan logo trata de afastar esses pensamentos impuros da sua mente. O problema é que acontece um mal entendido e seus pais acreditam que ela pecou e acabam levando Teagan à força para o convento das Irmãs da Sagrada Redenção.

Teagan não entende o porque de tudo aquilo estar acontecendo, de sua vida estar sendo virada do avesso, já que nada aconteceu e ela tenta explicar a Madre Superiora que não é uma pecadora, sem nenhum sucesso. A Madre Superiora, Irmã Anne, lhe explica que a partir de agora seu nome é Teresa e ela é uma Madalena e vai trabalhar na lavanderia até lavar todos os seus pecados. Teagan tem que se despir de todos os seus pertences e tem seu cabelo cortado. É então que ela percebe que está em uma prisão e que precisa escapar daquele lugar o mais depressa possível. Mas a dor de perder seu cabelo que ela cuidava com tanto esmero, não é nada perto do que a esperava na lavanderia. Teagan não sabe o que é pior, o trabalho pesado debaixo de tanto calor e umidade ou não poder falar nenhuma palavra com as outras mulheres.

Nora Craven também tem dezesseis anos e diferente de Teagan, mora na parte pobre de Dublin e não suporta mais a vida que leva, por isso não vê a hora de conseguir deixar aquilo tudo para trás. E quando ela começa a namorar com Pearse, ela vê no garoto a chance de ter uma vida melhor. Mas Nora estava enganada, Pearce é um canalha e acaba colocando ela em uma situação comprometedora e seus pais acabam mandando Nora para o mesmo lugar que Teagan, que reage bem diferente à sua nova vida. Agora com o nome de Monica, Nora faz um escândalo no convento e logo de cara já percebe que a vida que ela tanto reclamava, era maravilhosa perto da que terá agora. E assim que as duas garotas se conhecem, elas fazem um pacto para sair daquele lugar antes que enlouqueçam ou se tornem mortas vivas como as outras Madalenas.

"— Lembrem-se de minhas palavras. Eu amo vocês — disse Irmã Anne antes de lhes dar as costas e desaparecer de vista, com o barulho de seus sapatos ecoando pelo corredor."

Eu amei o livro Um Banquete para Hitler do mesmo autor e estava com as expectativas bem altas para esse livro. E elas foram todas alcançadas. Novamente o autor foi brilhante ao trazer um romance histórico com um pano de fundo dramático e um assunto necessário. Eu confesso que até pegar o livro em mãos, nunca tinha ouvido falar das Lavanderias de Madalena e mais uma vez fiquei horrorizada por ver até onde a pessoa vai e o que ela faz em nome de uma religião. Não quero criticar nenhuma religião aqui, assim como o autor ao trazer o assunto a tona, e sim as pessoas que usam dela para fazerem o que bem entendem.

Hoje em dia não se ouve mais o termo "vai ficar falada", mas eu cresci em uma época onde tudo o que a mulher ia fazer tinha que pensar muito bem a respeito porque se não ficava falada, ou seja, caía em desgraça, tinha seu nome jogado na lama. Mas as consequências pelo menos aqui no Brasil eram somente morais. Já na Irlanda e em vários países pelo que pude ver, essas mulheres além da "fama" eram praticamente renegadas por suas famílias e entregues nas mãos das freiras para serem escravas. Acho que até tinham algumas famílias que não sabiam o que acontecia dentro das Lavanderias, mas uma grande parte sabia sim e não se importavam com o que acontecia desde que eles não fossem prejudicados.

Os castigos físicos são terríveis, mas os psicológicos são bem piores. Elas perdiam literalmente a vontade de viver de tanta pressão psicológica que sofriam. Era basicamente uma lavagem cerebral. E o pior é ver que as pessoas que estavam no poder achavam que estavam certas e que era tudo por amor. E ainda ficavam citando Deus e o céu como se isso fosse justificativa para fazerem o que faziam. Não vou entrar em detalhes porque são cenas bem fortes, mas quem quiser saber mais é só ler o livro, ou pesquisar sobre o assunto. E quero deixar claro que esse livro em específico é uma ficção, mas a história de Teagan e suas amigas foram inspiradas na mais pura realidade.

O livro não tem uma leitura fácil, por isso a gente demora um pouco mais na leitura, mas é uma história linda de amizade e esperança. Não tem como a gente não torcer para que Teagan consiga sair daquele convento. E a cada nova tentativa frustrada, a dor só aumenta e vemos como o ser humano reage as mais diversas situações. Eu sofri junto com as personagens e chorei ao ver mais uma vez como o ser humano pode ser ruim, mas também como ainda existem pessoas boas nesse mundo e que a nossa luta vale a pena. Eu poderia ficar aqui horas falando sobre o livro, mas prefiro que você leia e também sinta toda a emoção que eu senti lendo ele. Quanto a edição, a Gutenberg está de parabéns. Além da capa linda, a diagramação está perfeita e é mais um livro que tenho o prazer de ter na estante.

site: https://blogprefacio.blogspot.com/2019/06/resenha-as-garotas-madalenas-vs.html
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Clarissa 29/06/2019

A história de meninas e até mesmo mulheres que são enviadas para o convento, por serem consideradas amorais, pecadoras... E lá como Madalenas, através do trabalho árduo, do sofrimento... Se aproximam da salvação. Os maltratos, as humilhações, os castigos são alguns dos métodos usados pelas freiras. É nesse cenário que vamos acompanhar as histórias de três jovens que se unem em nome da amizade. Amei a leitura!!!
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Lina DC 25/06/2019

Mais uma vez V. S. Alexander inspira-se em um fato histórico para criar uma ficção de tirar o fôlego. "As garotas Madalenas" aborda a história das Lavanderias de Madalena, ou Asilos de Madalena.
"Talvez esse capítulo da história da Igreja não tenha sido explorado como um assunto tão incendiário quanto os escândalos de abuso sexuais de padres por causa da natureza dos "crimes" das Madalenas. As meninas e as mulheres sob esse regime de servidão eram, em sua maioria, categorizadas como "mulheres perdidas"... Meninas e mulheres foram enviadas para as lavanderias simplesmente por serem consideradas mentalmente inadequadas ou por serem muito bonitas, muito atraentes e, assim, induzirem o pecado com sua aparência. Outras acabaram lá por promiscuidade ou envolvimento por prostituição". (p. 281)
A história se passa em Dublin, na década de 60 e o livro será narrado em terceira pessoa e irá contar a história de três adolescentes de 16 anos de idade: Teagan Tiernan, Nora Craven e Lea, todas enviadas para o convento das Irmãs da Sagrada Redenção e rotuladas de Madalenas, pecadoras.
Teagan é uma boa aluna e filha, que nunca fez nada de errado e é até mesmo um pouco ingênua. Sua única culpa é ser bonita demais e chamar a atenção do novo padre na Igreja St. Eusebius. O pai da jovem é assessor na Lenister House, o parlamento irlandês e um alcoólatra que não é muito carinhoso com a esposa e filha. Quando o padre vem conversar com ele, imediatamente Teagan é arrastada de casa e largada na porta do convento, taxada de pecadora e sem saber o que está acontecendo.
Nora é uma jovem inteligente e independente, que acredita que irá conquistar algo mais que morar nos conjuntos habitacionais de Dublin. Seus pais sempre a menosprezam e não perdem a oportunidade de humilhá-la ao tentar partir seus sonhos. Um incidente faz com que os pais a rotulem de "promíscua" e imediatamente expulsam a garota de casa, levando-a para o convento.
Lea é uma jovem quieta que perdeu a mãe recentemente e o padrasto a envia para o convento pois não pode sustentá-la. Tudo o que Lea quer é paz e sossego e manter todos felizes. Por isso, ao conhecer Teagan e Nora, fará de tudo para ajudá-las.
Agora imaginem o seguinte cenário: você é retirada a força de casa no meio da noite, sem saber o motivo, jogada na frente de um convento onde imediatamente a obrigam a trocar de roupa, cortam o seu cabelo bem curto, recolhem todos os seus bens materiais (brincos e quaisquer outros ornamentos) e retiram a sua identidade ao lhe dar um novo nome. Assustador, né? Com o passar dos dias você é colocada para trabalhar horas a fio, comer uma comida insossa e sofrer castigos corporais e psicológicos, até conseguirem quebrar o seu espírito de forma irreversível e você se tornar um zumbi sem vontade própria. É isso que acontece no convento das Irmãs da Sagrada Redenção.
Porém, Teagan e Nora não se conformam com a nova realidade e vão se unir para manter a sanidade e para de alguma forma, encontrar uma saída desse pesadelo interminável.
"As garotas Madalenas" é uma obra impactante e inesquecível. É impossível ler a história e não se comover com as três protagonistas e por tudo o que elas passam. Saber que, apesar de ser uma ficção, o livro retrata a história de milhares de jovens e mulheres que tiveram suas vidas transformadas é avassalador.
Fran 25/06/2019minha estante
Adorei a resenha! Já quero ler!




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