Resenhas - Redemoinho em dia quente

Ivan leão 24/01/2021

Jarid: contista e cordelista.
Minha primeira leitura de Jarid Arraes. Fiquei impressionado com a diversidade de temáticas que a autora distribuiu dentre os trinta contos da obra. Cada conto retrata a vivência de mulheres nordestinas, suas realidades, aventuras, angústias e desejos. Jarid Arraes é cordelista. A escrita ritmada dos cordéis transparece em seus contos. O contos "Asa no pé", que retrata a luta de uma cordelista na divulgação da sua arte, é uma homenagem ao cordel. Diversos contos chamam atenção pela sensibilidade, mas o que me marcou foi "Telhado quebrado com gente morando dentro", que aborda a força e a cumplicidade de duas irmãs enfrentando as violências e abusos dentro da própria família. A partir de alguns vocábulos, o conto "Boca do Povo" mostra a construção dos sentidos que as palavras ganham na voz de uma menina. Um livro de contos de leitura rápida, sensíveis, recomendado pra todas e todos que querem conhecer a escrita de uma autora brasileira contemporânea promissora.

caneta kitsch 30/03/2021

Vida em série
Existem livros que queremos, e existem livros que namoramos lentamente, até finalmente lê-los. Esse foi meu caso com a obra de Jarid Arraes, jovem escritora e cordelista cearense que estreou como contista em Redemoinho em dia quente, série de histórias de mulheres da região do Cariri, no nordeste brasileiro.

Desde já fica o aviso de que esse livro possui partes sensíveis a pessoas que passaram por situações de violência; mas Redemoinho em dia quente é mais que dor: são vidas e memórias que retalham almas femininas. A autora traz uma diversidade de olhares em um exercício de observação incrível. Jarid abraça as histórias e as faz suas de um jeito arrebatador. Duas das que mais me marcaram foram “Mais iluminada que as outras” e “Telhado quebrado com gente morando dentro”.

Leia a resenha completa no perfil @caneta.kitsch no Instagram

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Caah 09/06/2021

A Jarid Arraes escreve lindamente, as histórias desse livro são devastadoras, reais, tristes... Conheci mulheres tão reais nessas histórias que eu consigo reconhecer características, partes da vida, histórias parecidas em mulheres conhecidas. Esse livro acabou comigo comigo emocionalmente e eu tive que ler aos poucos para não ser totalmente destruída. Ainda assim, eu adoraria ler um romance da Jarid e ter tempo de me apegar ao personagem e seguir ele por toda a trama. Esperando ansiosamente!

Gabi Guerra 09/07/2021

Contos deliciosos e impactantes
Jarid tem uma escrita deliciosa. Na forma de contos, ela descreve com humor e sensibilidade as vivências da região do Cariri no Ceará.
Tem contos incríveis que me fizeram suspirar, como “a voz”. E tem outros que não me causaram nenhum sentimento.
O vocabulário do Ceará é uma coisa gostosa demais e Jarid reproduz muito bem na escrita essa oralidade, dando um ritmo leve pra leitura.
Gostei bastante. Não foi a leitura mais legal e mais emocionante, mas foi gostosa.
Gosto de livro de contos porque não necessitam de continuidade. Um dia leio alguns, uma semana depois mais outros, e assim vai (talvez por isso ainda não terminei todos os contos da Clarice Lispector, mas eu gosto desse saborear lento e irregular).
Leitura fácil e acessível. Vale a pena pra quem gosta de contos e gostaria de mergulhar na realidade do Ceará.


site: https://www.instagram.com/p/COkow1AD-6x/

Tiemi 11/09/2021

Acolhedor
Li esse livro aos poucos e desordenadamente. Escolhia um título, lia e fechava o livro e essa experiência foi ótima, pois são contos curtos e sobre mulheres totalmente diferentes. Achei incrível como tantas narrativas foram possíveis ali dentro, em especial, amei os contos: "sacola", "boca do povo" e "gesso".

Silmara.Alencastro 12/10/2021

Arretado
Um livro de contos que traduz o Cariri, o Nordeste como um todo. Muitas singularidades e muitos plurais com o povo brasileiro, tem de tudo: religiosidade, amizade, companheirismo, alucinações, problemas com drogas, violência doméstica, abuso, mas pense em tudo isto dito de umas forma genial... é assim que a autora nos presenteia com histórias reais de pessoas reais em um mundo real em que você super se identifica, mas sabe que é ficção.

Omundodenanda 03/11/2021

Valorizem livro nacional!!!
Eu não sou muito de contos mas eu me surpreendi com a escrita gostosa e fácil de Jarid. Eu sou do RJ e a autora é do Cariri e me mostrou uma realidade e até palavras regionais que eu não conhecia. Fiquei encantada com cada conto. Alias, estou querendo ler mais livros nacionais, vcs tem algum pra indicar?

Pedro Matias 20/07/2023

Técnica ótima
Bons contos com uma excelente técnica. Todos com vozes narrativas femininas. Uma leitura rápida e boa.

Holly 31/12/2021

Perfeito
Me acompanhou nesse final de ano, fico muito feliz de ter escolhido essa leitura. Cada conto era uma surpresa diferente, espero conhecer mais da escritora em 2022

pfbibiana 04/01/2022

"E aí, o que aconteceu depois?"
"Um livro com brisa de vento norte, gosto de paixão de verão, descompromisso de férias escolares", minha amiga escreveu na contracapa como dedicatória e fez jus a beleza desse maravilhoso livro de contos. Muitos deles eu fiquei com a sensação "e aí, o que aconteceu depois?", o que demonstra o quão boas são as narrativas.

Rafa569 21/09/2022

#46: Redemoinho em Dia Quente - Jarid Arraes

Esse é um livro que eu já conhecia pela capa há um tempo, mas só resolvi ler agora após indicação de uma amiga.

Contos não são minha leitura preferida, costumo preferir as leituras mais longas, em que acompanhamos os personagens por mais tempo. Sinto como se os contos me cansassem, porque são muitas histórias diferentes que estão sempre começando, e é exatamente a parte que me cansa mentalmente: me ambientar em uma nova história que será contada.

Bom, este livro é composto por 30 contos, todos contados por mulheres, e aborda vários temas, inclusive sobre transexualidade, homossexualidade, e as dores do universo feminino, como a aceitação em uma profissão majoritariamente exercida por homens, ou ainda o abandono paternal.

Dentre os 30 contos da autora cearense, destaco aqui os seguintes: Sacola; Cinco mil litros; Bordado em branco; Got a flamin' heart, can't get my fill; Gilete para peito; Os fatos dos gatos; Olhos de cacimba.

"Sacola" é o conto que abre o livro, com uma senhora beata, que decide experimentar algumas pílulas que encontrou por acidente, e acaba frente a frente com Padre Cícero. O conto é bem cômico, mas termina de forma trágica, com a personagem caindo da varanda da casa onde está, em meio ao delírio.
"Olhos de Cacimba" conta a história da personagem Fátima, cuidadora de Josélia. Fátima é lésbica e conta como foi expulsa de casa pelos pais quando se descobriu homossexual. Detalhe que neste texto está contido o título do livro, quando descreve que Fátima "apareceu como redemoinho em dia quente, levantando a terra toda."
"Got a flamin' heart, can't get my fill" conta a tocante história de uma personagem que tem doenças psiquiátricas. Destaco aqui o trecho a seguir "a maioria das pessoas, quando consegue desenvolver alguma empatia pelos loucos, imagina que doentes mentais desejam a cura absoluta, a felicidade, os sorrisos aos domingos e a vida comum de quem constrói uma sociedade produtiva. Pois o verdadeiro desafio em aceitar e amar os loucos está em enxergá-los amantes da vontade de ver o mundo pegar fogo."

Egberto Vital 07/10/2022

Mais uma leitura desse ano e que me veio como indicação de uma ex-aluna. Fiquei pensando: poderia ter lido antes.

A cordelista @jaridarraes estreia no gênero conto com "Redemoinho em dia quente", uma coletâneas de narrativas que se desdobram por meio de um ethos polifônico, há aqui diversas vozes de mulheres que reverberam múltiplas facetas do feminino, mulheres brasileiras, nordestinas, cearenses, mulheres do Cariri, até então invisibilizadas pela literatura nacional, mas que agora se vêm representadas na obra de Arraes.

Jarid é crua, pontual, densa, sintética e crível em sua narrativa, que flerta com o realismo fantástico, dialoga com a fantasia, acerta na literatura de crítica social, desenha caminhos e imagens que narram o cotidiano de mulheres comuns, mas diferentes entre si, de mulheres que se desprendem dos interditos religiosos e patriarcais, que trazem denúncias importantes acerca de violência doméstica e pressupostos estruturais e socio-históricos acerca do que é ser mulher.

As personagens de Jarid Arraes são encadeamento do processo do tornar-se mulher, para além do nascer mulher, aqui a mulher não é o Outro, ela é Um também. Seguimos um percurso de um processo de individuação de todos esses sujeitos em um só, cada uma delas pode ser lida com uma parcela da experiência vicária do ser mulher, e isso a autora faz com segurança e domínio.

Destaque para os contos "Sacola", "Mulher de moto", "Cachorro de Quintal", "Os fatos dos gatos", "Gesso", "Não tem onça na serra" e "Olhos de Cacimba". Indico demais essa leitura. Gostei tanto que já comprei o romance "Corpo Desfeito", também da autora.

#leituras2022 #TBR #tbr2022 #jaridarraes #ler #literaturabrasileira

Francisco152 06/12/2022

Uma das leituras coletivas do ano
Uma ótima indicação do Clube Céu Azul, Confesso que não costumo ler contos, porém essa foi uma leitura fluida e gostosa de se fazer.

Eduarda.Colognesi 30/12/2022

Adorei, o livro e uma delícia, gostoso demais de ler. Gostei da escrita e já tenho meus cordéis favoritos.

Fernanda 06/01/2023

Super bem avaliado, mas EU não amei
Redemoinho em dia quente é um livro composto por 30 contos, todos contados por mulheres, retratando a pluralidade feminina.
Contos não são minha leitura preferida, então minha avaliação já é impactada por isso ?, as histórias não se conectam e eu sinto falta de profundidade na leitura.
A leitura flui, a Jarid é uma ótima escritora, sei que o o livro é super bem avaliado, mas não foi um livro que eu amei.