Resenhas - Redemoinho em dia quente

Guilherme.Eisfeld 06/02/2023

O cotidiano de mulheres do Cariri
O primeiro conto deste livro já chega de forma arrebatadora e irreverente, mostrando o caráter da oralidade da Jarid. Em outros contos, que soam em trechos como crônicas, os dilemas de diferentes mulheres é exposto, criando narrativas ora envolventes, ora curtas demais. Alguns contos realmente me agradaram (como Sacola, Nheim Nheim, Santa com a Base Marcada), porém em outros não houve o espanto que me agrada na leitura de contos. Recomendo a leitura dessa autora, que presenciei em uma fala de uma festa literária, principalmente de seus cordéis.

carbononh 29/03/2023

Levantando a terra toda
A grosso modo, "Redemoinho em dia quente" é um coletânea de contos com protagonismo feminino ambientados no cariri cearense. As histórias dessas mulheres são todas conhecidas. São nossas mães, avós, tias, primas, amigas, irmãs. Jarid fala das mulheres comuns que pisam sobre a Caatinga, que debulham feijão, que acreditam em Deus, que não acreditam em Deus nem nelas mesmas, naquelas que acreditam nelas mesmas, e até mesmo naquelas que não podem ser elas mesmas.

A prosa de Jarid é poética, narrada ora em primeira pessoa, ora de modo impessoal, e não há qualquer comprometimento à qualidade da obra. Arraes desempenha bem seu papel enquanto cordelista e contadora de histórias: todo o cotidiano nordestino está ali, naquele texto, na dimensão que ela traz quando evoca a infância, as peripécias e as dores tão comuns aos sertanejos e, principalmente, às mulheres sertanejas. "Animal da caatinga. Forte demais. Engolidora de espadas e espinhos".

Embora a autora, em alguns contos, apresente experiências comuns a muitas sertanejas, ouso dizer que o livro não cai no clichê típico e esteriopado do povo nordestino. As narrativas de Jarid, tão íntimas e próximas da gente, são igualmente originais. Alguns contos me fizeram reviver dores da minha infância no sertão que eu já nem lembrava, me peguei refletindo sobre as minhas amigas, minha mãe, a igreja, o catolicismo, a religião, a pobreza. O livro foi aqui, para mim, um ponto de reconexão com a minha terra.

De modo geral, o livro nos presenteia com o melhor da literatura contemporânea nordestina, com perspectivas novas de se fazer, pensar e analisar o mulherio no cariri. Algumas contos me deram tudo de si e me teletranstorparam. Contudo, alguns contos também não me disseram muita coisa, talvez tenha sido o momento? não sei. Talvez apenas não tenham que dizer. Recomendo a leitura. 4/5 ?

Mika 10/05/2023

Reflexões de tirar lágrimas da alma
De modo geral, a escrita de Jarid é bem construída e fluida, intercalando contos com narrações em 1° pessoa e 3° pessoa. Também há a presença de muitas metáforas e ironia nas palavras da autora, trazendo um ar mais leve em meio aos temas tratados nos contos.
Vale destacar que cada história neste livro apresenta mulheres em idades variadas, com profissões diferentes e cotidianos totalmente únicos, incrementando a diversidade no texto. Além disso, sua escrita é voltada especificamente para o psicológico e os pensamentos das personagens, construindo-as através de seus desejos, medos, memórias de um passado próximo ou distante, ou também no presente, nos interesses e na visão de mundo, tornam-as tão humanas e complexas em pouquíssimas páginas.
O diferencial em quase todos os contos, exceto ?Marrom-Escuro, Marrom-Claro?, é a ausência de adjetivos explícitos sobre a etnia e demais características específicas das personagens, como feição do rosto e medidas corporais. Abrindo a possibilidade do leitor imaginar, de forma levemente guiada, o perfil do protagonista naquela história.
Voltando-se para os assuntos transmitidos, Jarid busca exemplificar e abordar diversos problemas sociais presente no Brasil atual, como machismo e violência doméstica, no conto ?Gesso?, racismo, em ?Marrom-Escuro, Marrom-Claro?, homofobia, em ?Gilete para Peito?, solidão, abandono, pobreza, que inclusive está presente em praticamente todo livro, depressão, desejo cinerário, dentre outros.
Vale ressaltar que a religião está bastante presente no livro, seja na construção da personagem, relatando sua crença e visão de mundo, ou através do local onde acontece a história, como a igreja, construindo e contextualizando a mensagem que a autora quer passar ao leitor. Como os contos: ?Gesso? e ?Santa com Base Marcada?.

João Marcos 28/05/2023

Mas também somos muito mais!
A minha dificuldade em retornar ao hábito da leitura continua resistente, mas Redemoinho em Dia Quente foi um gostoso presente. A proximidade da narrativa dos contos e a leveza de um estímulo sem cobrança foram um conforto.

A linguagem fluida utilizada pela autora Jarid Arraes nos contos me deixou muito próximo e confortável. Gostei de ver tantas histórias construídas dentro do livro e o quão inesperadas elas poderiam ser. Me peguei por muitas vezes querendo mais, querendo mais daquelas personagens. Pude rir, refletir, me emocionar, as vezes tudo ao mesmo tempo.

Quero registrar que meus três contos favoritos foram ?Amor com cabeça de oito?, ?Gotta a flamin? heart, can?t get my fill? e ?Gilete para peito?.

Pablo.Moraes 09/06/2023

Super Recomendo
O livro consiste em diversos contos que narram os perrengues que as mulheres enfrentam no dia a dia. A Jarid é uma autora muito eficiente na construção do ambiente do Nordeste, onde todos os contos se passam, os contos são muitos diferentes entre si uns são mais pé no chão, enquanto outros são abertos à interpretações. Em adição, os contos abordam temas como luto, preconceitos, consumo de drogas, etc; todos os contos são muito bem escritos e lhe passam um sentimento de que tem alguma coisa que você não entendeu, além de ter contos simples sem grandes significados por trás, pelo não na primeira leitura. Em geral, é um livro muito interessante que te prende do inicio ao fim, pois consegue misturar diferentes tipos de gênero, como exemplo terror e sobrenatural, sem conta que é um livro cheio de representatividades.

Monique 28/06/2023

Um prazer te conhecer Jarid
Eu raramente leio livros de contos, apesar de gostar o romance me cativa mais. No entanto, como esse ano ainda estou com uma concentração muito vacilante, os contos estão ajudando bastante a manter o hábito.

Eu amei Redemoinho em dia Quente tanto que fiquei "economizando" a leitura quando foram chegando às últimas 30 páginas, todas as protagonistas dos contos são mulheres, e eles passeiam por diversas realidades, temas e idades.

Foi uma leitura agradável, às vezes eu lia vários contos no mesmo dia e outras vezes eu lia um quando esse era muito denso.

Recomendo muito ?

@limasamara__ 21/07/2023

Leitura de uma conterrânea escritora Cearense
Os contos se passam na região do Cariri, Ceará. Abordando sobre figuras femininas, com o sotaque cearense que é bom de ler por ser algo que aborda algo do que é vivido. Além de ser cordelista.

Na Tancredi 14/08/2023

Finalmente
Finalmente tomei coragem e decidi terminar. Os contos são muito diversos em estilos mas parecidos em temas. Gostei bastante apesar de não ter vontade de reler. Algumas história são bem difíceis de ler, outras são mais leves. E confesso que algumas me passaram em branco. Mas no geral (difícil falar no particular porque são muitos contos) o resultado foi muito bom.

Bruna Eloy 13/09/2023

Got a flamin? heart, can?t get my fill
Simplesmente contos incríveis, sensíveis, tocantes e com uma escrita extremamente fluida, brasileira, sensacional!

Tiveram contos que me tocaram mais e me despertaram uma atenção maior talvez pela identificação.

Paloma Costa 25/10/2023

Incrível
Uma leitura fluida. Onde a autora narra contos protagonizados por mulheres do interior do Ceará, mais especificamente das cidades do Cariri.
São contos curtos e envolventes, a escrita dela te envolve em cada história. Amei tudo, a representatividade, as histórias, as mulheres descritas nos contos, tudo. Livro perfeito. Indico demais. ??

lexieloml 17/11/2023

Livro p a escola ???
Li por pura obrigação, sinceramente KKKKKKK tinha alguns contos legais mas nn eh bom nn sabe kkkkk!!

Lelê 28/11/2023

Não tô tendo mais tempo de escrever resenhas ? odeio o EM
Esse livro não me surpreendeu mas achei bem interessante alguns contos que abordaram certas críticas sociais, foi para a escola e acho que não leria novamente ??

Vitor 28/11/2023

Perdição em contos
Me perdi em alguns contos. São tantos que me terminava um e já me engatava outro. Talvez isso foi algo demais, deixou a desejar no quesito conexão com alguma personagem de conto, que é rápida, mas vale a investida.

Tirando essa perdição de excessos; 30 ao total, alguns curtíssimos, claro. Todas as personagens mulheres narram em uníssono - cada qual em sua trama - a voz que deve ser dada a mulher. E o quanto o chamado por gerações de sexo ?frágil é recheado de bagagem.

Bagagem da vida delas vem do preconceito, do medo, de violência, do estupro, do assédio, do olhar enviezado do homem querendo dizer que há exagero.

Cada conto é real, alguma mulher desse mundo já viveu um conto desse Redemoinho

maLu 31/12/2023

Eu comprei esse livro no escuro, nem sabia do que se tratava de primeira, mas felizmente foi um dinheiro bem gasto.
Amei a construção do livro, os contos são breves, e abordam de uma forma majestosa a feminilidade brasileira.

Vale super a pena, foi uma ótima experiência!

Beatriz3345 08/01/2024

Uma surpresa
Não sou leitora de contos, confesso que só li esse por causa da faculdade, mas foi uma surpresa, gostei muito! Fala do cotidiano e realidade da gente, pessoas que tem na casa dos 30 anos e que tivemos uma infância ali, no início dos anos 2000, o conto que fala da revista avon, dos desenhos da tv globinho, e da transição da internet, são muito interessantes!