spoiler visualizarBarbara1630 27/01/2024
Clarice sendo.
Essa é a segunda vez que leio o livro e, em determinadas crônicas, tive sensações novas e por vezes diferentes.
São histórias cotidianas e casuais e a primeira vista, não há nada demais porém, em todas, há! Por algum motivo, vivemos junto com os personagens a virada de chave, a mudança de vida, de comportamento e o principal, de pensamento! Aliás, com exceção da crônica ?o jantar?, que ainda me pego refletindo o porquê de não ter esse momento de virada: será que não consegui interpretar? a autora fez isso intencional?, nem sempre na nossa vida existem momentos ?mágicos?? - enfim, uma grande interrogação, o que é antagônico já que, mesmo sem muito enredo, essa crônica é a que mais martela na minha cabeça, o porque!
Enfim, a cada crônica uma sensação, uma descoberta, um soco no estômago, uma repulsa, um medo, angústia , raiva. Pra mim é um livro sensorial.
A leitura não é rápida, a entrega não é imediata, nada se dispõe à luz, é sempre um sombreado, uma meia luz, uma sensação de: ? peraí, o que eu deixei passar??. E você lê, relê e sempre com a sensação de ter mais oculto nas descrições dúbias e muitas com discretos adjetivos conflitantes.
Ah Clarice, você me prende de uma maneira!
Recomendo à todos que leiam de mente aberta, com calma, sem pressa, saboreando, como se bebesse um vinho, sentindo as nuances de sabores, o aroma diverso, as borbulhas no estômago e, depois de tomar a garrafa inteira, ao se olhar no espelho e perceber os lábios roxos, irá imediatamente vir à
sua mente a dúvida: porque?