O bem-amado

O bem-amado Fabrício Carpinejar
Dias Gomes




Resenhas - O Bem-Amado


166 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Inaiara.LAbo 27/03/2020

O bem-amado
Ler peças é sempre divertido pela dinâmica diferente de outros livros, isso já me atrai bastante.
A história se passa em uma cidade litorânea cuja problemática é não ter um cemitério, até que um politico promete que se eleito iria fazer esse tal cemitério. E aí o autor explora os caminhos que os políticos fazem pra dizer que estão fazendo algo/cumprirem suas promessas.
É engraçado em diversas partes, mas me deu uma pontada uma frase que ele descreve uma personagem como pouco feminina e depois acrescenta que ela tinha espírito de liderança.
Apesar disso fiquei curiosa de ler outras obras do autor, pois ele tem um histórico interessante, e uma curiosidade sobre essa obra é se tornou a primeira novela em cores da tv brasileira.
comentários(0)comente



Théo 21/01/2022

crítica interessante
Li esse para a escola, é um livro escrito em forma de peça teatral e é obviamente uma sátira.
Ri demais com alguns trechos do final, que me lembraram muito uma pessoa aí??,.
os personagens são bem caricatos.
leitura válida e bem levinha, tem umas partes bem características da época.
Nunca tinha lido nenhuma obra desse autor e foi legal conhecê-lo, vou procurar mais obras dele.
No geral é um bom livro, nota 3.5
comentários(0)comente



LetAcia.SAlva 15/09/2016

Letícia Silva 1º ´A`_ O Bem Amado
O Bem Amado foi escrito em 1962 por Dias Gomes, tem como gênero a tragicomédia É um ótimo livro de um enrredo maravilhoso , muito engraçado que prende a atenção do leitor de uma forma surpreendente, trata do trágico com um humor único adorei o livro! . A história se passa em uma cidadezinha pacata do litoral baiano, os fatos giram em torno da ausência de um cemitério municipal. Inicialmente chegam Zélão e Mestre Ambrósio dois pescadores de muito tempo, carregando em uma rede um defunto que encontraram estirado na praia, até que resolvem parar na venda de Dermeval ao lado da praça da cidade para beber, ao chegar lá discutem o fato de ser preciso andar três léguas para se enterrar um defunto e o quão absurdo aquilo se mostrou para todos presentes , é quando coronel Odorico chega ao estabelecimento e diante de tal situação indaga a todos se está certo aquela situação que uma cidade que não respeita seus mortos não poderia ser respeitada pelos seus vivos e que se fazia necessário a construção do cemitério municipal , empolgado Odorico sobe no coreto que fica ao lado e anuncia sua candidatura aos conterrâneos, com a promessa da construção desse ´´Descanso eterno´´ é muito bem recebido e apoiado menos pela oposição é claro. Com isso consegue se candidatar e como seu primeiro feito cumpre sua promessa porém desviando dinheiro de outras obras publicas também importantes ; tem como seu secretário Dirceu um caçador de borboletas de aparência não muito atraente casado como Dulcinéa irmã de Judicéa e Dorotéia professora da cidade por quem Odorico apresentava grande fascínio.
O cemitério fica pronto , o tempo passa, mas na calma cidade ninguém morre, na delegacia o carcereiro cria é galinha nas celas, e Moleza o coveiro passa o dia dormindo nas covas que cava e a partir dessa aparente falta de serventia da obra construída gera polêmica no jornal municipal e na boca do povo, acusado de desviar dinheiro publico para obra inútil e sem serventia, Odorico vê como solução para a falação do povo, a inauguração do cemitério mas isso precisaria que alguém morresse para ser o primeiro a ser enterrado, porém não tinha jeito isso não acontecia de forma alguma. Então o prefeito começa a agir e descobre que um primo de Dorotéia que mora em outro estado esta com uma doença terminal, manda então que ele fosse para Sucupira morrer la, Passam-se alguns meses e por milagre o tal moço se recupera como segunda tentativa chama de volta a cidade Zeca Diabo um cangaceiro antes expulso da cidade por matar uma família inteira, é então nomeado novo delegado para poder fazer o que quiser com as pessoas sem punição da ´´lei´´, Odorico se decepciona mais uma vez o moço se converte e diz que seria de fato uma pessoa da lei e que não mataria nunca mais. Como uma terceira tentativa o Prefeito vê no ciumento Dirceu seu secretário que por mais que casado fazia voto de castidade e como um caçador de borboleta que só pensava nisso não era visto pela sociedade como alguém verdadeiramente homem. Odorico envenena Dirceu contra sua esposa Dulcinéa, dizendo que ela o traia com Néco Pedreira jornalista da cidade e líder da oposição, ele dá a Dirceu uma arma e diz que os supostos amantes estavam no jornal a trombeta, a intenção inicial era que fosse morto Néco para assim derrubar a oposição porém não é isso que acontece Dirceu mata com seis tiros consecutivos sua esposa.
O que é motivo de muita alegria para ele já que almejava tanto a inauguração do cemitério, lhe parecia um sinal que seus problemas seriam resolvidos alegando que naquela cidade que não morria ninguém finalmente isso acontecera, muito empolgado chama a banda da cidade que ensaiava a marcha fúnebre a um ano, prepara tudo no cemitério para enterrar o defunto e nos últimos momentos chega Hilário tio da falecida dizendo que seu pai tinha deixado em testamento que suas três filhas deveriam ser enterradas junto a ele na cidade vizinha , ao ler esse testamento Odorico fica indignado e não quer aceitar perder seu tão esperado defunto porem é inevitável.
Após tudo isso Néco Pedreira vai a delegacia de Sucupira e conversa com Dirceu que está preso por conta do assassinato, ele conta a Néco tudo o que aconteceu e a culpa que o prefeito tem na morte de Dulcinéa vai a tona e todos ficam contra mesmo.
Preocupado com a acusação Odorico chega a conclusão de que precisa fazer algo para mudar essa difícil situação e resolve se fazer de vitima forjar um atentado contra ele mesmo, bagunça toda a sua sala e chama Zeca Diabo para fingir tentar o matar mas Zeca revoltado com os últimos acontecimentos diz que não vai fingir atentado coisa nenhuma e sim o assassinaria de verdade ainda pede que ele se defenda, dessa forma Odorico Paraguaçu morre e se concretiza sua tão almejada inauguração do cemitério municipal que por ventura acontece por ele mesmo.
LetAcia.SAlva 15/09/2016minha estante
Resenha postada Luciane!!!


Luciane.Bastos 22/09/2016minha estante
Letícia, fico muito feliz porque você realmente abraçou este trabalho. Em todas as etapas, você deu o melhor de si. Parabéns! Nesta última etapa, você mais uma vez brilhou muito, foi maravilhosa! Nota: 2,0.




Mandy 15/03/2021

Que delícia de obra!
Livreto curto e divertido, com estrutura de peça teatral (não é em prosa), porém de leitura fluida. Até me apeguei a Odorico Paraguaçu e a Zeca Diabo.

Trata-se de sátira em que o autor fez da figura do candidato de discurso empolado/preciosista lembrar muito alguns políticos "coronéis" de ainda hoje.

Não à toa esse livro mereceu ser o enredo da primeira novela a cores do Brasil. É uma obra que mora no coração dos brasileiros até hoje.

Depois de ler o livro, assita ao filme homônimo dirigido por Guel Arraes. Ele captou muito o espírito da obra.
comentários(0)comente



Di3gao 24/12/2023

Procura-se defuntos
O Bem-Amada é uma peça magnífica que explora o cenário político brasileiro dentro de um microcosmo na forma de uma cidadezinha pacata do interior.

"Vote num homem sério e ganhe seu cemitério!"

A trama acompanha Odorico, o prefeito da cidade que prometeu aos cidadãos construir um cemitério em sua campanha política. Porém, após a construção se passou anos e não aconteceu nenhuma morte na cidade e cemitério se tornou inútil. Então, as críticas da oposição se voltam a isso e Odorico se vê obrigado a fazer essa inauguração de qualquer jeito.

"Em política, os finalmentes justificam os não-obstantes"

Ao longo do enredo vemos essa busca incessante e desesperada do prefeito por um defunto e, diante disso, o autor denuncia o jogo sujo que políticos usam para garantir o poder. Para tentar atingir seus objetivos, Odorico manipula as pessoas, abusa de sua autoridade e forja mentiras tudo para causar alguma morte na cidade, além dele também ser corrupto e dar cargos à apenas as pessoas de seu ciclo social. Algo que me chamou bastante atenção foi o fato dele ter construído o cemitério desviando verbas e focar apenas nesse projeto para seu próprio ego enquanto as escolas não tinham dinheiro nem para o material.

"Nada disso. O que mandei buscar foi um fazedor de defuntos"

De modo geral, a história teve uma construção excelente, os fatos se desenrolam de modo natural, a trama política foi bem elaborada, os personagens são carismáticos e caricatos, a narrativa é envolvente e fluída, o humor me tirou várias risadas e as críticas ácidas são muito certeiras. Ademais, a audácia do subtítulo já mostra a posição do autor e a sagacidade dele ao fazer suas críticas, já que o termo "patológica" demonstra que essa "farsa socio-político" elaborada ao longo do livro é uma doença social enraizada em nossa sociedade. Sem contar a conclusão que entregou um final surpreendente e que finalizou da melhor forma possível, usando da ironia que está tão presente nessas páginas.

"Vamos ver quem o especialista vai achar mais louco: o caçador de borboletas ou o caçador de defuntos"

Partindo para os finalmentes, essa peça é uma grande obra que se manteve atual até os dias de hoje e muito necessária, pois ela não só denúncia o comportamento dos governantes citadianos demagogos, como também daqueles políticos estaduais e federais. Recomendo muito!!
comentários(0)comente



Gogó 18/01/2021

Meu primeiro Dias Gomes
O Bem-Amado estava em uma das listas obrigatórias de um dos vestibulares que prestei, mas confesso que me encantei bem mais do que esperava com o livro. A organização textual em forma de roteiro teatral, os personagens construídos e o desenvolver do governo de Odorico, me fizeram querer ler mais obras de Dias Gomes.
Em meio à atualidade do tema abordado, faz-se necessário refletir sobre o papel dos políticos eleitos e a relação disso com a mentalidade da sociedade somada aos interesses ?públicos? que, na realidade, escondem o visceral egocentrismo de vontades particulares.
comentários(0)comente



Camila 02/09/2010

Pensei que o livro fosse ser chato,mas é muito bom. O final é surpreendente!
comentários(0)comente



Wanessa.Caldeira 12/03/2023

Perfeito!
O autor consegue, com maestria, escrever suas críticas e alfinetadas com humor. Impossível não sorrir ao ler esse livro.

A escrita, apesar se ser em formato de teatro, e tranquila e flui muito bem, deixando a leitura rápida.
comentários(0)comente



Alexandre Kovacs / Mundo de K 12/01/2017

Dias Gomes - O Bem-Amado
Editora Bertrand Brasil (Grupo Editorial Record) - 126 Páginas - Relançamento de 2014 em uma série de livros de Dias Gomes com novo projeto gráfico.

Uma boa definição para que um texto possa ser considerado "clássico" é que ele seja atemporal e universal, condições atendidas na comédia "O Bem-Amado, farsa sociopolítico-patológica em 9 quadros" de Dias Gomes (1922-1999), um marco da dramaturgia nacional, que deve muito de sua popularidade à adaptação para telenovela escrita pelo próprio Dias Gomes em 1973. É estranho pensar como houve um tempo na TV brasileira em que se produziam novelas com este nível de qualidade. A Editora Bertrand Brasil, Grupo Editorial Record, relançou em 2014 vários títulos da obra de Dias Gomes, incluindo "O Pagador de Promessas" e "O Bem-Amado" em uma série com um novo projeto de identidade visual.

Odorico Paraguaçu é o prefeito corrupto de Sucupira, pequena cidade de veraneio fictícia do litoral baiano. Ele foi eleito com base em uma plataforma política incomum, prometeu construir o primeiro cemitério da cidade e realmente cumpriu a sua promessa eleitoral, com base no desvio de verbas públicas, mas não consegue inaugurar a sua obra devido à súbita ausência de mortes em Sucupira. Para conseguir superar este "imprevisto" planeja uma série de ações nada éticas, sempre com o apoio de suas fervorosas correligionárias, as irmãs Cajazeira: Doroteia, Dulcineia e Judiceia, além da ajuda de Zeca Diabo, um cangaceiro arrependido, que é convocado pelo prefeito na esperança de que o mesmo possa voltar à sua antiga prática homicida, permitindo assim finalmente inaugurar o cemitério local. Em política, como afirma Odorico Paraguaçu nesta maravilhosa sátira aos nossos governantes, "os finalmentes justificam os não obstantes", qualquer semelhança não é, obviamente, mera coincidência.

Tão relevante quanto ler o texto original da peça, mais de 50 anos após o lançamento, e constatar a extrema atualidade da obra com os fatos recentes da política nacional, foi conhecer o texto preparado por Dias Gomes como introdução ao programa da produção carioca encenada no Teatro Glaucio Gill em 1970 (ler abaixo). Este texto resume as limitações das produções teatrais da época (as mesmas de hoje), assim como a formação do típico político brasileiro que, apesar da época de exceção em que a peça foi encenada, ainda é muito semelhante aos representantes da nossa classe política na atualidade "porque são frutos não da prática da democracia, mas da alienação e do oportunismo dos governantes, eleitos ou nomeados, escolhidos ou impostos." Antes de mais nada, "O Bem-Amado" ainda é um texto delicioso para todas as idades e que se lê com prazer de uma só vez, sem conseguir parar, posso garantir.

"De todas as minhas peças, foi esta a que teve vida mais acidentada. Sua primeira versão data de 1962. Do tempo em que escrever uma peça com 15 personagens e esperar que ela fosse encenada não era, como hoje, sinal evidente de desajustamento ou debilidade mental, reclamando para o seu autor internamento urgente numa clínica especializada. Hoje, os empresários não leem mais peças, contam as personagens. E quando estas excedem de três, olham para nós com cara de espanto:
— Para que tudo isso? Quer que haja mais gente no palco do que na plateia?
E devolvem a peça, obrigando-nos a pedir desculpas pelo nosso delírio de grandeza.
— Quinze personagens! Por que você não escreve uma ópera? Teatro é a arte da síntese!
E o Teatro Brasileiro parece que caminha brilhantemente para a síntese total: todas as personagens numa só. E não está longe o dia em que, na plateia, haverá também um único espectador — a maravilhosa síntese de todos os outros! Teremos então alcançado a perfeição.
Por isso, como 'Odorico' não foi encenada imediatamente — vendi o seu argumento para um filme que nunca foi feito —, passados oito anos, parecia antediluviano sobrevivente de uma idade perdida quando surgiu um jovem e audaz produtor querendo levá-la à cena. Confesso que, a princípio, não acreditei. Naturalmente ia me pedir para fundir todas as personagens em duas ou três etc. Mas não, permitiu até que entrasse mais uma, um vira-lata. Espantoso! E tudo isso acontecendo no estado da Guanabara, onde o Teatro é olhado como uma praga que é preciso extinguir, coisa que ofende mais as narinas de certas pessoas que os peixes que morrem diariamente na lagoa. Fantástico.
Bem, mas aí está 'Odorico' em cena, por mais fantástico que pareça. Esta peça pertence a uma fase em que a dramaturgia brasileira procurava pesquisar nossa realidade, fazendo uma espécie de tipificação do nosso povo. Odorico Paraguaçu é um tipo de político que — embora a prática de eleições pareça já coisa do passado — é bastante comum, não só no interior como nas grandes cidades. É claro que o grau de demagogia e paranoia é variável. Mas o processo é o mesmo. E não se pense que a proibição do povo de eleger livremente seus candidatos nos livra dos Odoricos provincianos ou citadinos, estaduais ou federais. Eles existem e continuarão existindo, com maior ou menor extroversão, porque são frutos não da prática da democracia, mas da alienação e do oportunismo dos governantes, eleitos ou nomeados, escolhidos ou impostos." — Dias gomes, 1970.
Marta Skoober 12/01/2017minha estante
"É estranho pensar como houve um tempo na TV brasileira em que se produziam novelas com este nível de qualidade." Concordo plenamente!


Alexandre Kovacs / Mundo de K 13/01/2017minha estante
Melhores resultados eram obtidos com menores orçamentos, mas roteiros de qualidade e atores de verdade.


Marta Skoober 14/01/2017minha estante
Mas acho que o estrago foi feito pela busca irrefreada por merchandising. Aí perderam a mão, subsituiram qualidade por plasticidade.
Mas é só uma opinião.


Marta Skoober 14/01/2017minha estante
Não estava nos planos, mas depois dessa resenha "O bem amado" sairá das prateleiras para uma saborosa releitura.
Obrigada por compartilhar.


Alexandre Kovacs / Mundo de K 14/01/2017minha estante
Marta, sem dúvida o excesso de merchandising contribuiu muito para comprometer a qualidade das novelas, contudo o ponto principal mesmo são os roteiros pobres e atores/atrizes que na verdade são modelos. Vale a pena revisitar este texto no nosso momento político atual. Imagina que até impeachment é sugerido em uma parte da narrativa!


Marta Skoober 14/01/2017minha estante
Não lembro de muita coisa e reler algumas obras é um dos hábitos que estou tentando resgatar.

No que diz respeito aos roteiros fracos e modelos substituindo atores eu concordo plenamente, mas ainda acho que a origem é atender a interesses outros que não a qualidade da obra. E como tem público, então...




@Matcholo 22/11/2016

Sou suspeito pra falar de Dias Gomes, mas mais uma vez fiquei apaixonado por uma obra dele, e essa coleção com capas meio fluorescentes são demais.
comentários(0)comente



Pedro Matias 25/06/2021

Inauguração de um Cemitério
A peça versa sobre a inauguração de um cemitério; enquanto isso, somos apresentados a uma galeria de personagens que criticam tipos de nossa sociedade com muito humor. Uma peça rápida de ler e divertida.
comentários(0)comente



CAsar.Vinicius 20/02/2020

Clássico
Clássico da literatura brasileira. Livro curto e gostoso de ler.
comentários(0)comente



Bel 15/03/2020

O autor faz críticas às questões sociais e políticas de forma humorada, trazendo também os costumes de vida da Bahia.
comentários(0)comente



Rafael.Montoito 12/04/2020

Retrato sempre atual da política brasileira
Creio que uma das características pela qual podemos identificar um clássico é sua atemporalidade e, se assim for, pelo menos no que diz respeito à política brasileira, este texto de Dias Gomes pode ser chamado como tal. A história de Odorico Paraguassu, "Dotô-Coroné-Prefeito" de uma perdida cidade baiana, continua sendo a mesma de vários políticos brasileiros que, colocando a honestidade de lado, pensam em tirar proveito da vida política.
.
Após cumprir a promessa que fizera durante as eleições - construir um cemitério -, o prefeito se vê acuado pela oposição pois, como ninguém morre na tranquila cidade nem de doença e nem de discórdias, a obra recém feita não serve para nada. Disposto a tudo para conseguir um defunto e poder inaugurar o cemitério, Odorico faz intrigas entre os moradores e até mesmo manda chamar o matador profissional Zeca Diabo, um conhecido "fazedor de defuntos".
.
Este texto (escrito originalmente para o teatro e anos depois adaptado para a tv) mostra bem o poder crítico e questionador das palavras do genial Dias Gomes; é acerca de textos como esse que às vezes me pergunto: "por que não se lê teatro na escola?" ou "por que Dias Gomes não é estudado nas aulas de literatura?".
.
O cemitério, construído com o desvio das verbas que seriam destinadas para a iluminação pública e para melhorar a distribuição da água (bem tão necessário e raro no interior do nordeste brasileiro) ainda representa tantas obras não concluídas, o recorrente desvio de dinheiro público e a tamanha desonestidade dos políticos brasileiros.
comentários(0)comente



Val | Perdida em Letras 03/04/2021

Muito bom
Apesar de sempre ter ouvido falar da peça e de conhecer algumas das pérolas de Odorico, ainda não tinha lido o bem amado.

Me fez rir muito e a leitura foi muito leve. Não gosto muito de ler obras no formato de peça, mas essa me cativou.

Apesar de pequeno possui muitas ações que nos faz querer ler cada vez mais, finalizando rapidamente a leitura.
comentários(0)comente



166 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR