spoiler visualizarS. T. 20/06/2022
Leitura envolvente e gostosa
Preciso começar essa resenha dizendo: FINALMENTE uma mocinha legal, com quem eu consegui me afeiçoar!!! hahaha
Se tem uma dica que eu posso dar sobre A padaria dos finais felizes, é: não desista dele no começo! Começa parado, sim, a narrativa do início não prende muito, mas vai melhorar e vai valer a leitura.
Polly é um encanto. Adoro personagens femininas como ela: fortes, sem qualquer traço de arrogância ou dureza por conta disso, doces, divertidas e sem frescura. Polly é prática, é frágil sem ser dramática, trata a todos com carinho, tem reações naturais humanas que nos aproximam dela o tempo todo.
Ouso dizer que o grande foco desse livro não é o romance, pelo contrário, é a história dela, do seu crescimento, da sua transformação. O romance, inclusive, para quem busca uma leitura sobre isso, deixa a desejar. Mas se a construção romântica é falha, isso não acontece com o cenário, com a padaria, as receitas que dão água na boca, E O NEIL!!! Meu deus, o que é o Neil? Eu sou difícil de chorar, é muito difícil um livro conseguir fazer isso, mas eu quase chorei na despedida dos dois e torci o tempo todo para ele voltar!
Por falar em torcer... também tive a esperança de que Tarnie retornasse. Caramba, isso me deixou triste mesmo. Confesso que me afeiçoei bem mais a ele do que ao Huckle, que na minha opinião foi um mocinho bem sem sal, mas notei que a autora parece ter um padrão, pelo menos algo em comum entre esse livro e o A pequena ilha na Escócia: o mocinho local nunca fica com a garota, e sempre se torna meio patife na história, provavelmente para que o leitor se desapegue dele.
Se em A pequena ilha na Escócia isso funciona bem, já que Charlie não é tão cativante e o outro mocinho é instigante de certa forma, em A padaria dos finais felizes não funcionou muito. Não gostei da resolução que deram para Tarnie e Polly, antes mesmo do fim trágico que ele teve. E achei Huckle zero apaixonante, apesar de divertido as vezes. A impressão que eu tive é que os diálogos só eram divertidos por serem com a Polly, que não deixava a peteca cair.
Eu adoro os personagens secundários que a Jenny introduz nas histórias dela! Reuben e Kerensa, o casal improvável e engraçado, Jayden, a própria senhora ranzinza que acaba sensibilizando Polly (e a nós)!
Foi um livro muito gostoso de ler. O final não me agradou, eu achei corrido, sem sentido, incoerente com o restante da narrativa, mas ainda assim não anula o fato de ter sido uma leitura muito agradável. Jenna cria cenários muito bem, e são sempre locais aconchegantes e improváveis. Também acrescento que acho um doce da parte dela finalizar o livro com receitas para nós :-)
Para quem gosta de livros que focam no desenvolvimento da personagem feminina, fica o meu conselho: conheça a Polly Waterford!