Monique @librioteca 12/05/2020[Re]Lendo Feliz Ano Velho...Marcelo, um jovem bon vivant, tem apenas 20 anos quando mergulha (“em pose Tio Patinhas”) num lago raso, fratura a coluna cervical e fica tetraplégico. Em recuperação, começa a escrever como exercício para os braços e, três anos depois do acidente publica Feliz Ano Velho, seu primeiro livro. Resultado?! O título vira best-seller e lidera por quatro anos a lista dos mais vendidos no Brasil. Hoje, a obra que marcou toda uma geração de leitores e tornou-se referência na literatura brasileira contemporânea, e já acumula um milhão de exemplares vendidos.
Mas, o que fez dessa autobiografia um sucesso quase instantâneo na década de 80/90? E, passadas quase quatro décadas, o que faz com que o título ainda seja culturalmente venerado hoje? Bem, uma releitura (de quase 20 anos depois) tratou de responder essas questões.
Quando Feliz Ano Velho atingia sua adolescência, eu também estava lá, no auge da mocidade. (Rs.) Nessa época, em minha mente juvenil, a linguagem livre e coloquial do livro fez um sentido arrebatador, e eu amei a leitura. Para mim, hoje, fica claro que esse é um dos motivos que fez do livro um sucesso à sua época, e que continua arrebatando jovens leitores atualmente, pois sua linguagem continua contemporânea.
Nessa releitura, a elocução irreverente já não é tão importante, mas seu enredo fluido e não-linear continua envolvente. Outros aspectos, como o contexto político e social dos "anos de abertura" do governo militar, o humor ácido do narrador, sua espontaneidade e maneira simples com que trata qualquer assunto, saltaram mais aos olhos de uma leitora mais madura.
O que acho desse livro, agora? Que ele continua sendo uma história sincera e sem delongas, onde um jovem, com seu carisma peculiar, e que não quer ser exemplo para ninguém, enfrenta uma nova condição que vai moldar a sua identidade, renovar sua determinação e alimentar a sua fé diante da vida. Vale à leitura.
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