@liv_olivroqueeuvi 26/07/2023
“Era uma vez uma mulher cujo ofício era contar histórias…”
Essa mulher é Eva Luna, protagonista e narradora do terceiro romance de Isabel Allende, escritora chilena, representante do realismo mágico, que fala da América-latina de forma única.
Lançado em 1987, “Eva Luna” é o livro que eu vi e conheci no seriado “Gilmore Girls”. No 14º episódio da 7ª temporada, a protagonista Rory comenta que esse é seu livro preferido de Allende, diferente da maioria das pessoas, que preferem “A casa dos espíritos”, leitura que pretendo fazer em breve!
A narrativa se passa em um país da América do Sul em um contexto permeado por um governo autoritário, violências e desigualdades sociais. As semelhanças entre a formação dos países da região são tão intensas que não dá para precisar o local da história.
Por meio das palavras de Eva Luna, somos apresentados aos mistérios que envolvem a origem dos pais da protagonista, acompanhamos seu nascimento e a trajetória de vida, cheia de aventuras, dificuldades, amores e da arte de contar histórias. É da sua mãe, Consuelo, que ela herda o dom da imaginação e do pai ela recebe o sobrenome Luna, pois ele era um indígena da tribo dos filhos da Lua.
Eva passa a infância acompanhando a mãe, que era empregada doméstica, e depois passa a trabalhar em casas de diversas famílias nas quais ela conhece figuras absurdas e memoráveis. Em certo ponto da narrativa, ela vai morar na rua, onde encontra um garoto que muda sua vida, o Naranjo. Depois de muitos anos eles se reencontram envolvidos na Guerrilha.
Em paralelo a história da menina, conhecemos outro personagem, o Rolf Carlé, um jovem austríaco no inserido no contexto da 2ª guerra mundial. Com o fim da guerra, ele vem para a América morar com parentes e se torna fotógrafo e jornalista.
A história dos dois se encontra em certo ponto do romance e é até difícil escrever sobre os fatos que acontecem. O que posso afirmar é que eles são escritos de uma forma linda. Mesmo expondo realidades cruéis, Allende consegue tocar nosso íntimo e nos encantar.
Outra intertextualidade que envolve essa obra é a presença de referências ao livro “As mil e uma noites”. Enfim, terminei a leitura com outras em mente.