zoni 02/11/2019
O livro mais chato da saga até então, e tudo por conta do Acampamento Júpiter. Não sei como será o último depois da chatice que encontrei por aqui.
Li esse livro mais por obrigação do que por vontade, e ele se tornou aquele que se um dia eu for reler a série, vou pular e esquecer a existência. E não porque ele é totalmente ruim, mas principalmente porque ele se passa no Acampamento Júpiter.
Eu sou apaixonado pela forma que o Riordan escolheu pra contar mitologia, mas essa história foi um pouco decepcionante. Não consegui mergulhar de cabeça nela, e passei toda a leitura rezando para os deuses, para que me dessem força e coragem de continuar passando as páginas sem desistir, algum deve ter ouvido, pois aqui estou eu. Esse quarto volume tem a pior localização possível, o acampamento romano, que é horrível e cheio de personagens horríveis (se bem que nesse livro, muitos estão mortos e os que sobraram não ganham tanto destaque), (Frank e Hazel únicos romanos possíveis, Reyna que lute). Não consigo gostar dos romanos desde que os li em O Filho de Netuno, eles são tão diferentes dos gregos e tão grotescos, que não combinam em nada com o tipo de história que o autor escolheu contar, (cheia de piadinhas engraçadinhas que nem sempre têm graça).
A história começa com nossos protagonistas levando o corpo de Jason para o lar dos romanos, para que o morto possa ganhar as condolências finais e todas essas coisas chatas, sim, esse começo é chato pra caralho, e os capítulos que seguem o primeiro continuam igualmente chatos. Fiquei boa parte da leitura esperando o momento em que o tio Rick iria reverter a situação, mas isso não aconteceu, não melhorou em nada até pouco mais da metade do livro. Foi só depois de muito tempo que as coisas começaram a funcionar melhor, talvez quando a batalha começou, e foi nesse momento que eu percebi que a morte de Jason foi insignificante, um ato estúpido do autor, uma tentativa boba de chocar seus leitores.
Existe alguma coisa boa nesse quarto livro? Sim, e como exemplo cito o desenvolvimento das personagens principais, foi isso que me manteve na leitura. Apolo demonstra que aprendeu um pouco sobre empatia e coragem, talvez eu não possa dizer que Lester se tornou corajoso, mas pelo menos passou a ter menos medo de encarar seus próprios problemas, e com isso se tornou um pouco mais humano. Já Meg evoluiu muito, ela deixou de ser a garotinha irritante (o tempo todo) e se tornou mais madura, alguém que lida melhor com os problemas, e a raiva gratuita e chata vista nos livros anteriores passou a ser direcionada para as pessoas certas.
Talvez o que mais me decepcione agora, é que eu amei O Labirinto de Fogo, ele manteve um ritmo crescente tão interessante que fez parecer que os dois últimos volumes seriam incríveis. Mas agora, depois desse livro eu não sei dizer se Riordan vai conseguir se reerguer e nos dá o final que essa saga merece.
Essa parte tem spoiler:
1. Eu iria surtar se Riordan tivesse a audácia de forçar Reyna e Apolo, que claramente tem tanta química quanto feijoada com calda de chocolate.
2. As cenas de quase morte do Frank foram horríveis, praticamente iguais as cenas em que Jason morreu, e eu aceito todas as sagas do autor terem a mesma fórmula de construção, mas usar ctrl c + ctrl v já é demais.
3. Reyna se tornar uma Caçadora de Ártemis/Diana foi bem tosco, mas acredito que seja porque ele pretende escrever algo sobre elas depois. Por que acho isso? Não é a primeira vez que Thalia cita a mesma missão, missão essa que não tem ligação nenhuma com nenhuma das sagas.
4. Frank e Hazel perderam a essência, Riordan claramente não soube escrever os dois.
5. Infelizmente o pior livro da saga.
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