Mulheres empilhadas

Mulheres empilhadas Patrícia Melo




Resenhas - Mulheres empilhadas


141 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


Toni 03/11/2020

Mulheres empilhadas [2019]
Patrícia Melo (SP, 1962-)
LeYa, 2019, 288 p.

📖

Por trás de cada frase de Mulheres empilhadas há um ódio milenar, camadas e camadas acumuladas do mais profundo repúdio às atrocidades feminicidas de um mundo feito por homens p/ homens—onde tudo se justifica em nome da hombridade, onde a palavra do homem tem mais peso, onde a reputação do homem importa mais, onde o poder de destruição deles é proporcional à desculpabilidade de seus atos. Esse ódio não pode ser ignorado: ele é a força criadora de um romance complexo e muito bem executado, que devolve à linhagem dos assassinos de mulheres (e daqueles coniventes) a pilha de corpos que o patriarcado deixa atrás de si: “Algumas de saia, outras nuas, umas sem cabeça, outras sem sapatos, esta magra, aquela velha, esta ricamente vestida, aquela fatiada, esta de Roraima, aquela de Fortaleza, esta casada, aquela solteira, esta de São Paulo, aquela de Ubatuba, esta do Norte, aquela do Sul, esta professora, aquela doméstica, esta branquela, aquela negra, esta negra, aquela negra, esta negra, aquela negra, mais uma negra e outra negra, são muitas, de todas as idades..."

📖

Organizada em capítulos que vão de A a X (ou seja, o ciclo vicioso não se fecha), a narrativa “principal” de Patrícia Melo é entremeada por trechos enumerados que integram o caderno de “mulheres empilhadas” da narradora, casos reais de esposas, irmãs, filhas, namoradas e vizinhas mortas por homens. Em paralelo, o romance também tratará do genocídio de comunidades indígenas na terra sem lei de Cruzeiro do Sul, no Acre. Nos capítulos marcados pelas letras do alfabeto grego, a narradora sem nome passa por experiências transcendentais com a ajuda do ayahuasca, trechos inesquecíveis de sororidade que enchem o romance de poder transgressor e resiliência. Como vocês já devem imaginar, um livro dificílimo de ler, levei mais de um mês para digerir as 288 páginas, mas não poderia recomendá-lo o bastante. “Quando uma mulher morre”, diz a narradora a certa altura, “sua história deve ser contada e recontada mil vezes". Ao mesmo tempo em que faz isso, Mulheres empilhadas é literatura ensinando BASTA.
comentários(0)comente



pierrealmeidaba 02/07/2023

?Nada mais fácil do que aprender a odiar as mulheres. O que não falta é professor. O pai ensina. O Estado ensina. O sistema legal ensina. O mercado ensina. A cultura ensina. A propaganda ensina. Mas quem melhor ensina, segundo minha colega de escritório, é a pornografia (?) Quando ele pede desculpa, quando ele pede pra voltar, ele está avisando: sua contagem regressiva já começou. Então é bom você ser esperta. Fuja desse homem. Desapareça?.



Comprei o livro ?mulheres empilhadas? no ano de 2021 e desde então ele ficou na estante. Por já ter terminado outro livro e estar em busca de um novo, resolvi vasculhar a minha estante em relação aos ?livros comprados e não lidos?. Não conhecia a literatura de Patrícia Mello e devo confessar que estou surpreso com a qualidade do texto.

Em ?mulheres empilhadas?, Patrícia relata a saga de uma jovem advogada paulistana que vai ao Acre assistir um mutirão de julgamentos de casos de feminicídio com o objetivo de coletar subsídios para a escrita de um livro sobre a temática da violência contra a mulher. A narrativa se desenvolve de uma forma dura, contundente, intensa, e o mais interessante, sob uma perspectiva crítica em relação ao sistema de justiça que - na maioria das vezes - é projetado para silenciar vítimas e ?premiar? agressores.
comentários(0)comente



Carolina Corrêa 18/10/2020

Soco no estômago
A utilização de fatos reais para a construção do romance é o ingrediente mais efetivo para criar no leitor uma angústia, um incômodo permanente em relação à infeliz realidade da gigantesca violência contra mulheres.
A narrativa prende do início ao fim e, todo o tempo, promove reflexão intensa.
comentários(0)comente



Iza Santos 13/06/2021

Leitura necessária
Conhecer a realidade das mulheres fora de nosso ciclo é sempre importante
Gostei muito e fico triste ao saber que o feminicídio é tão recorrente no Brasil.
comentários(0)comente



Luanrsilva 02/07/2020

Um livro que precisa ser lido
Quando eu comecei a primeira vez a ler este livro eu realmente parei na página 5 e não consegui ler, eu havia vindo de leituras pesadas como Boy erasad e pra mim estava pesado naquele momento mas aquela leitura.
Nunca façam isso, eu particularmente adoro intercalar livros de temas diversificados para conseguir ler uma quantidade maior e não me sentir abafado porém eu queria muito ler esse livro que já estava na minha mesa a algum tempo e quando comprei não via a hora de ler, enfim vamos ao ponto certeiro.
Mulheres empilhadas traz a história de mulheres de todo lugar do Brasil, de todos as raças, idades, religiões e todas formas que foram mortas, sim, Mulheres empilhadas vai dar fatos reais sobre feminicídios no Brasil ao mesmo tempo que conta a história de uma mulher, advogada que vive em São Paulo, e é mandada para o Acre para acompanhar alguns casos de assassinatos de mulheres que ocorriam ali.
Porém a cada página lida eu ficava mais envolvido com a história porque se trata de uma leitura profunda, intensa, dura, mas emotiva, delicado a cada momento que a história vai avançando e trazendo alguns pontos fortes como a inserção de momentos diferentes que acontecem dentro do livro porém 3 momentos que se cruzam, se encaixam como peças iguais de um quebra cabeça. Mulheres empilhadas não e apenas um livro de ficção, Mulheres empilhas e um livro de dor, perdas, porém de verdades que acontecem em um país que é registrado como 5º no ranking onde mais mata mulheres no mundo. Então acho que esse livro e mais que necessário acho que ele se torna uma obrigação de leitura para as pessoas que ainda creem que um empurrão um ou uma diminuição verbal e agressão a mulher e merece sim ser vista, entendida porque as mulheres não são objetos de posse então mesmo sendo um livro que eu considerei pesado e uma verdade que precisa ser lida e mostrada como e a real situação das mulheres no Brasil.


Uma resenha mais completa esta no meu blog onde eu falo mais sobre a leitura, e em breve um vídeo falando sobre esse livro maravilhoso.

site: http://lendomaisumlivroo.blogspot.com/
comentários(0)comente



Alana N. 03/07/2020

"Não importa onde você esteja. Não importa sua classe social. Não importa sua profissão. É perigoso ser mulher."
“Mulheres empilhadas” é um livro brutal de tão sincero, que pode ativar MUITOS gatilhos, mas que é extremamente necessário.
Pessoas sensíveis a assuntos como: feminicídio, abuso físico e psicológico, traumas e violência contra mulher (de forma geral), precisam tomar cuidado ao entrar nessa leitura, já que esses assuntos são a estrutura da trama e são trabalhados de maneira nua, crua e direta.
É incrível como essa autora conseguiu trabalhar todas essas temáticas e ainda dar espaço/voz para mulheres que são diariamente esquecidas, como: negras, índias e pobres. Mulheres essas que sofrem muito mais e sofrem completamente caladas.
Para ser bem sincera, ainda não sei muito bem como falar sobre esse livro. Quando penso nele sinto uma revolta subindo pelo meu peito e uma vontade louca de gritar. O que nos é apresentado é tão real e faz tão parte do dia a dia que dizer que fiquei indignada é pouco.
Mulheres são mortas, espancadas, violentadas, usadas, descredibilizadas e culpadas todos os dias. Mulheres essas que são mães, irmãs, avós, amigas, conhecidas, estranhas. Mulheres essas que não recebem justiça e não possuem voz. Enquanto os verdadeiros culpados são protegidos. Enquanto inventamos desculpas para os atos deles. Enquanto culpabilizamos as vítimas e seguimos com nosso acordo de cegueira social. E TUDO ISSO É FODIDAMENTE REVOLTANTE!
Enfim, essa é uma leitura difícil, mas vale a pena, principalmente para mulheres. Leiam, de verdade.
() 04/06/2021minha estante
Também vale muito a leitura para homens, afinal, são nossos maiores agressores.




A. 30/08/2020

"Não importa onde você esteja. Não importa sua classe social. Não importa sua profissão. É perigoso ser mulher."



Sinceramente não tenho palavras para esse livro, a única coisa que eu digo é: POR FAVOR, LEIAM!
comentários(0)comente



Ellen - @anotacoesliterarias 06/02/2021

Uma advogada paulista que carrega consigo o trauma de perder a mãe pra violência doméstica, viaja ao Acre para acompanhar uma série de casos de feminicídio e lá ela conhece o descaso com que esses crimes são tratados pela justiça e pela sociedade.

Mas, essa viagem também é uma fuga do seu relacionamento e um momento de reviver e fazer as pazes com seu passado.

Mulheres empilhadas, mistura ficção e realidade e dá voz às mulheres vítimas do feminicídio, numa linguagem nua e crua, real e impactante, que mostra a triste realidade não só do Acre, mas do mundo.

"Não importa onde você esteja. Não importa sua classe social. Não importa sua profissão. É perigoso ser mulher."

"Antes do tapa, ofensas verbais...O tapa é um divisor de águas. Ele inaugura a fase da pancadaria. Empurrões. Socos. Todos os tipos de golpes."

"Não pense que tudo acontece de uma vez. Eles fazem como o Jack, o estripador. Em partes. Uma coisa depois da outra. Primeiro eles nos conquistam. Depois ele nos espancam. E depois, eles nos matam."

"Em nove dos quatorze casos, as vítimas conheciam seus algozes...todas apanhavam dos seus companheiros. Algumas já haviam prestado queixa.
-Você está surpresa - Tecle "morta pelo..." no Google e veja o resultado."
comentários(0)comente



Edianne.Novaes 19/05/2020

Leitura essencial!
Duro e poetico. Indigesto e fluído. Fatos reais e ficção. Realista e onírico. Estou até impressionada como Patrícia Melo escreveu esse romance trabalhando tantas dualidades ao mesmo tempo e, ainda assim, produzindo um texto envolvente.
Leia! Mais saiba que será difícil parar.

Precisamos falar sobre feminicidio no Brasil! É urgente!
comentários(0)comente



moacircaetano 04/06/2021

Bom livro. Forte, denso, denúncia vigorosa.
As partes que narram as viagens alucinógenas são chatinhas, mas não chegam a estragar o resultado final.
comentários(0)comente



Mel 24/08/2021

????ç??
"Vocês, homens, tomam porre e nos matam. Querem foder e nos matam. Estão furiosos e nos matam. Querem diversão e nos matam. Descobrem nossos amantes e nos matam. São abandonados e nos matam. Arranjam uma amnte e nos matam. São humilhados e nos matam.
E, no tribunal, todos dizem que a culpa é nossa. Nós, mulheres, sabemos provocar. Sabemos infernizar. Sabemos destruir a vida de um cara. Somos infiéis. Vingativas. A culpa é nossa. Nós que provocamos. Afinal o que estávamos fazendo ali? Naquela festa? Àquela hora? Com aquela roupa? Por que afinal aceitamos a bebida que nos foi oferecida? Pior ainda: como não recusamos o convite de subir até aqueke quarto de hotel? E bem que fomos avisadas: não saia de casa. Muito menos a noite. Não fique bêbada. Não seja independente. Não passe daqui. Nem dali. Não trabalhe. Não vista essa saia. Nem esse decote. Mas quem disse que seguimos as regras?"
comentários(0)comente



Letícia 14/03/2022

Importante
Livro necessário e urgente. A violência masculina não é um assunto tão falado quanto deveria. Aliás, é até normalizada. Não há comoção coletiva, pelo contrário, muitas vezes as vítimas são julgadas e tratadas como culpadas pelas violências que sofreram. Além de que existe o higienismo de chamar de "violência de gênero", apagando os autores dessas violências e fazendo eles passarem despercebidos.
O livro mistura ficção com casos da vida real. Aborda questões urgentes, como feminicídio, a misoginia que é a pornografia, o racismo contra povos indígenas que sequer são enxergados pela sociedade.
É revoltante como o homem explora os corpos das mulheres, das crianças, dos animais e a natureza pois vê tudo isso como objeto e mercadoria.
Até quando o discurso dominante vai continuar nos fazendo naturalizar absurdos?
Livros como esse são essenciais para dar voz a quem realmente precisa ser escutado.
comentários(0)comente



Marquesca 24/06/2020

Não estava pronta para essa leitura...
Que leitura, uma agonia a cada relato, uma tristeza por saber que as coisas escritas no livro acontece diariamente em nossa sociedade. Patrícia consegue misturar uma ficção com a realidade deforma majestosa e muito impactante.
Acredito que essa leitura deveria ser obrigatória, pois é um passo importante para tirar o véu que cobre os olhos da sociedade em como é difícil nascer mulher. Enquanto é muito poderoso ser e nascer mulher.
Mesmo sendo uma leitura pesada, por conta dos relatos das mortes de mulheres, é uma leitura fácil e gostosa, que fluir e te prende.
comentários(0)comente



Juliana 26/09/2020

Um livro de ficção que tem como tema principal a violência contra a mulher, permeado de casos e vítimas verídicas.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



141 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR