IndieIngrid 28/01/2024
Nem tudo é preto no branco, bom, as vezes
Não tinha muitas expectativas acerca desse livro, estava procurando uma fantasia rápida para passar o tempo e optei pela mesma, que já pegava poeira na minha estante digital.
E que bom que escolhi esse aqui, é uma história com começo, meio e fim, e embora tenha brechas para continuações no mesmo universo eu fico feliz por não ter. Essa é a história da Keralie e das 4 rainhas, e acabou ali.
Cada rainha tinha uma questão, que as tornava humanas e até dignas de mais do que um especular sob seus atos e personalidades, mas infelizmente, não tivemos tempo para ver mais do que uma delas, a Rainha Marguerite foi a mais sabia e sensata de todas, e definitivamente, a minha favorita.
Quanto a Keralie, ela é cinzenta, é inteligente, corajosa e tem força para fazer o que é necessário, mas também era egoísta, perversa e apinhada de questões que a faziam desdobrar. E eu amei isso, ela ainda está lá, no final do livro, mas crescida, ela teve força o suficiente pra superar os próprios traumas em diversos momentos, e principalmente para se salvar.
Quando ao Varin, eu tenho um sério problema com mocinhos perfeitos, para mim, ele não fedeu e nem cheirou, fez tudo o que era necessário, embora, sinceramente, ele foi só mais uma peça na história. Se ele e Kera tivessem terminado como uma dupla improvável de amigos, a história teria sido muito melhor, não consegui enxergar verdades neles como casal
E aí chegamos ao Mackiel, o problemático, bidimensional e traiçoeiro Mackiel. Eu odeio um bom potencial sendo desperdiçado e foi o que aconteceu aqui. Toda a relação dele com a Keralie, o pai e o crime trouxeram muita verdade a ele, mas também o diminuíram. A autora precisava de um vilão que fizesse tudo (até pq, SPOILER, o "mandante" não passava de uma criança mimada) e isso afundou o sujeito. Ele poderia ser um personagem cinzento, mas foi mal e só, tivemos poucos vislumbres de um a mais (como na cena da prisão, senti que ia ter algo a mais ali), mas então não, a Kera precisava de um vilão na vida dela, além dela mesmo, e o Mackiel foi esse vilão, uma pena, a amizade deles, outrora, pareceu ser algo a se explorar.
Não tenho mais o que dizer, muitos disseram que a última parte era apressada, mas não senti isso, simplesmente não havia mais o que se fazer ou falar, a resolução estava ali, a autora se ateu as próprias regras criadas. Se fosse uma duologia, seria somente para explorar as questões políticas e psicólogicas desses personagens.
O saldo final, é um livro dinâmico, interessante e que pouco perde tempo explicando as coisas.