peregrinaverso 07/02/2024
“Por enquanto ainda tenho escolha nesse quesito. Não se vou morrer, mas quando e como. Não seria isso, de certa forma, liberdade?”
Comprei esse livro assim que saiu em 2019 e simplesmente arrastei para de fato parar e ler esse livro pois sabia que Gilead acabaria comigo (outra vez).
35 anos depois, vemos como a escrita da Margaret brilha tão lindamente. A capacidade de trazer em palavras os conceitos de uma distopia tão próxima a nossa realidade, como as coisas estão tão longe e tão perto ao mesmo tempo, é uma capacidade única. Essa é uma autora que eu leria até a lista de compras. Impecável.
Os três pontos de vista apresentados são tão distintos e únicos entre si que mesmo se não houvessem divisões entre os capítulos, daria fácil para saber de quem é a vez de trazer seus relatos. Não imaginava sair dali amando uma Tia, torcendo tanto para seu final glorioso e por sua vitória.
Agnes e Daisy são personagens tão diferentes entre si, mas que se completam tão bem! É encantador acompanhar o crescimento de ambas, principalmente de Agnes. Ela é uma personagem encantadora, que cativa logo nas primeiras páginas. Já a Daisy é tão autentica e verdadeira e única, não consigo pensar em nenhuma outra personagem que me lembre dela e seus pontos de vista são muito bons, divertidos, uma ótima quebra para o riso em meio ao caos.
Não tem muito o que falar de Gilead além de resumir a HORRÍVEL e isso todo mundo sabe. Mas, mesmo assim, Margaret me surpreendeu com novos acontecimentos bizarros, pesados e difíceis de engolir, mesmo eu esperando isso e muito mais, fui surpreendida.
O livro tem um bom plot e um final que, pra mim, foi muito satisfatório. Leria uns 15 livros desse universo fácil.
Não me arrependo de ter demorado tantos anos para ler, não deixou de ser uma leitura excelente apesar do tempo e senti que foi o momento certo. Favoritado, com certeza.