“No útero não existe gravidade faz das memórias poesia, transmuta dor em coragem. Decide que o enredo não será interrompido: me enganar sempre foi uma maneira de sobreviver.”
– Jarid Arraes
No útero não existe gravidade trata da trajetória de uma personagem, uma menina, que abandonada pela mãe, teve que se descobrir sozinha em meio a diferentes acontecimentos que são comuns às mulheres, como abuso sexual, assédio, automutilação, depressão, entre outras.
Com capítulos curtos e uma linguagem que flerta, o tempo todo, com a lírica poética e o romance autoficcional. A partir de elementos da vida da própria autora, debate, com profundidade e assertividade, a relação entre mães e filhas, o desejo de não maternidade e a pressão social sobre o corpo feminino.
Em seu segundo livro, Dia Nobre desenterra, do mais profundo, as chagas íntimas e sociais das mulheres. Quantas mulheres são esculpidas pelas relações tortuosas com a família e a sociedade. Quantas tentam caber dentro de si mesmas e vão se tornando cada vez menores para que sejam encaixáveis e não deixem à mostra os desejos, o ímpeto de vida, o impulso de morte.
Dia nos conduz pela vida da mulher que, ainda pequena, aprende a perguntar as coisas difíceis. Este livro é talhado por histórias de filhas, mães, avós, mulheres que conheceram o peso de ser mulher muito cedo, que entregaram o fardo nas mãos das inocentes desavisadas e que formam, até hoje, o imaginário capaz de fragmentar uma vida.
Ficção / Literatura Brasileira