O avesso da pele

O avesso da pele Jeferson Tenório




Resenhas -


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Aliel 30/12/2021

Foi difícil ler essa obra e não me colocar no lugar dos personagens. Um livro que todos deveriam ler por ser tão real e tão atual, a problemática retrata somente a realidade e é absurdo como as pessoas podem ser cruéis a esse ponto.
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hlvrcralc 09/03/2024

é necessário preservar o avesso.
O início do livro começa sem que a gente entenda muito, só sabemos da morte de alguém e todo o resto da história faz a gente supor o motivo dela.
é narrado pelo próprio filho dele, que trata o protagonista (pai) no lugar de leitor - o que faz a gente se colocar (ou tentar) no lugar dele, mas se torna extremamente estranho e incômodo em algumas cenas que descrevem ?certas coisas? pessoais até demais.

Henrique, quando mais novo, se mostava inocente e andava inerte, não tendo consciência do racismo que ele mesmo sofria. o livro mostra um processo de consciência racial e crescimento. na adolescência, vive amores racistas e supervalorizados para que pudesse superá-los por si só e tomasse o rumo para outros e outros. no mais, uma verdadeira amostra da vida real não romantizada e, apesar de comum, ainda assim, é necessário que essa história seja contada.

nos faz refletir sobre realidades em que até mesmo pessoas de pele negra se mostram racistas por causa do estruturalismo do preconceito na sociedade. em outros capítulos, conta a história dos avós (pais do Henrique), que demonstra essa estrutura tão complexa e necessária de ser desconstruída, ainda mais presente em tempos anteriores.
não posso deixar de comentar sobre a passagem que fala de psicanálise e da visão eurocentrica sobre ela.

em maior parte, a vida como ela é. ideias da cabeça de um adolescente negro tendo suas primeiras vivências e experiências (e mais partes incômodas quando se para pra pensar que o narrador é o próprio filho). decepções amorosas, realizações pessoais, relações familiares, desvalorização do professor, boemia, reflexões do próprio destino, solidão, solitude. arte negra e a importância da própria arte para salvar-nos de algo. mas não de tudo.

sobre a superproteção da martha com o filho, não pude deixar de pensar que todo excesso escondenuma falta. e talvez fosse, pra ela, algum tipo de compensação da ausência e abandono dos próprios pais.
é impossível não querer analisar.
também por isso, a noite em que henrique foi embora foi uma das partes mais pesadas e difíceis, principalmente por entender que ele tentou não fazer. mas relações disfuncionais geram atitudes devastadoras.

Henrique é um ser esquecido tanto como homem quanto como professor. não esquecido como todos nós seremos. carrega comsigo a cor da pele, que o torna descartável aos olhos da sociedade (principalmente sulista, em que ele vive).
?Todos os dias. Segue-se, não por bravura ou altivez, mas porque simplesmente não há o que fazer. E não há aí nenhum ensinamento ou lição a aprender. A não ser domar a tristeza e aceitar conviver com ela, você pensava.?
a vulnerabilidade para lidar com dores humanas independe da idade. somos eternos aprendizes cheios de incertezas, inseguranças e desilusões.
há paralelos com crime e castigo e com o próprio dostoiévski no final da história que são muito importantes também.

a morte de Henrique é esperada desde o início. da forma que foi, esperada pelos capítulos intercalados do final sobre a vida de um dos policiais.
da história, no geral, algumas coisas ficam em aberto, e o autor dá espaço para a nossa própria imaginação (não fala como ele e elisa terminaram, mas dá pistas quando ele se questiona sobre dever ter perdoado ela ou não). mas são muitas grandes histórias em poucas páginas e a vida é complexa e repleta de entrelinhas.

ao final do livro, o filho toma a vez de protagonizar a história em nome do pai, carregando consigo Ogum, mas além de tudo, explicitamente a cor de sua pele.
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Igor.Matias 24/06/2022

Memória em forma de existência
O Avesso da Pele é um livro de tirar o fôlego e de encher os olhos d'água. Com uma narrativa intensa do início ao fim, é impossível não se emocionar com algum trecho do livro, principalmente se você é negro e vive e um lugar predominantemente branco.
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Rodriguinho @literario.rojo 18/09/2022

“Às vezes você fazia um pensamento e morava nele. Afastava-se, construía uma casa assim. Longínqua. Dentro de si. Era esse o seu modo de lidar com as coisas.”

Em O Avesso da Pele, o personagem Pedro em sua narrativa nos conta a dor de perder seu pai Henrique, que era professor de escola pública e acreditava no poder transformador dos livros na vida das pessoas.

Através da reunião dos objetos pessoais de seu pai, Pedro procura manter viva a história de seu pai como uma forma de manter presente a memória de seu pai Henrique e vamos tornando conhecimento da vida dos personagens que compõem o livro e dessas relações familiares.
A história é ambientada em Porto Alegre e Henrique um homem negro se vê em um cenário hostil em um ambiente extremamente racista e em sua maioria se sentindo deslocado em um lugar onde não se sente bem.
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Daiana 15/11/2022

Que livro
Que livro fluido, que escrita maravilhosa.
Uma narrativa crua , sobre racismo.
Pedro um homem preto narrar a vida de seus pais ( pretos,) desde da infância até a vida adulta.
Descobrindo e sentindo na pele o racismo.
Você sente dor ,as frustrações , as esperanças dos personagens.
Que livro ...
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Olivia 02/01/2022

" Não amei certo, você pensava e se punia. Mas a vida seguia porque, mesmo quando se ama errado, ainda temos de viver. O amor não impedia a vida. Continua-se porque os carros não param, homens e mulheres se levantam e vão trabalhar. Todos os dias. Segue-se, não por bravura ou altivez, mas porque simplesmente não há o que fazer. E não há nenhum ensinamento ou lição a aprender. A não ser domar a tristeza e aceitar e conviver com ela, você pensava."
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spoiler visualizar
jo0204 09/04/2024minha estante
amei diva


jo0204 09/04/2024minha estante
sempre arrasa nas resehas




Emanuela 02/09/2021

Texto simples e brutal
?O mundo branco havia nos tirado quase tudo e que pensar era o que nos restava. É necessário preservar o avesso, você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo?.

O texto de Jeferson Tenório é fácil de ler, fluido como uma conversa. O tema, no entanto, é brutal. Em seu terceiro livro, ele traz questões sobre negritude, racismo e relações familiares.

O livro foi uma das minhas melhores leituras do ano, tanto pelo caráter literário quanto pela reflexões que suscita.

Na obra, temos Pedro, nosso narrador, contando a história de seu pai, Henrique, morto em uma abordagem policial em Porto Alegre. Ele monta uma colcha de retalhos memorialísticos a partir de suas lembranças para falar desse pai, professor de literatura. A cada nova lembrança, Pedro cria uma nova percepção sobre o que é ser negro, que até ali na sua juventude, com a pele um pouco mais clara que a de seu pai, não lhe havia sido exposta.

?Naquele momento você era apenas um corpo negro?.

Ao mesmo tempo em que conta a história do pai, Pedro também nos apresenta momentos da vida da mãe, mas é talvez quase no final de sua narrativa que Pedro chega também a compreensão das diferenças entre ser um homem negro e uma mulher negra.

?O que você tem que compreender é que os homens negros sofrem suas violências. E que as mulheres negras sofrem outras. Algumas são parecidas. Mas, veja, somos diferentes. Nem sempre as causas são iguais?.

Com esse relato Tenório escancara a dura realidade de que ser negro no Brasil é estar fora do lugar.
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Siane 06/04/2022

É necessário preservar o avesso (...)
O avesso da pele é uma leitura extremamente pesada e necessária. A começar pela narrativa que é muito pessoal, uma vez que o Pedro narra como se fosse uma conversa o seu Pai, o uso da palavra "você" nos coloca diretamente como no lugar de Pedro, além dos relatos sobre a vida de Henrique, seu pai, há também relatos sobre a vida de sua mãe, Martha.

O que nos leva ao debate sobre como o racismo acontece com mulheres e homens de maneiras parecidas e com tantas diferenças também. Além disso, a colocação sobre o sistema educacional também é muito pertinente, sobre o que é ser professor e como isso pode ser desgastante, e como existem alunos que desistem dentro da escola, que não conseguem enxergar um futuro, pois são constantemente menosprezados e marginalizados.

Os relatos sobre as descriminações que os personagens sofrem não são fáceis de ler, principalmente porque sabemos que é exatamente daquela forma que acontece, sobre como os negros são constantemente colocados na margem da sociedade, sobre como são agredidos e violados diariamente, muitas vezes sem a oportunidade de defesa. E como é importante conhecer o movimento de resistência e como desde cedo somos ensinados a ter atitudes que possam nos perservar.

É um livro sobre o racismo, resistência, descriminação, luta, luto e Educação. Extremamente real, cru, intenso e doloroso. Se tiver a oportunidade, leia o avesso da pele, não irá se arrepender.

"É necessário preservar o avesso , você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo. E por mais que sua vida seja medida pela cor, por mais que suas atitudes e modos de viver estejam sob esse domínio, você, de alguma forma, tem de preservar algo que não se encaixa nisso, entende? Pois entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu, isolado e único. E é nesse lugar que estão os afetos. E são esses afetos que nos mantêm vivos."
Soph 06/04/2022minha estante
Resenha linda amg


Siane 07/04/2022minha estante
Obrigada amiga??




Fabio.Nunes 08/12/2022

Um convite ao antirracismo
O avesso da pele ? Jeferson Tenório

Antes de tudo, este é um livro para pessoas antirracistas. E por sê-lo, ele só serve para aqueles com um mínimo de empatia. Eu não digo apenas para aquelas pessoas que já se desvencilharam de todas as garras do racismo estrutural que existe no Brasil, se isso é possível. Não. Este livro também é para os indivíduos que têm a boa vontade de aprender e reconhecer em si o racismo para extraí-lo, extingui-lo de seu comportamento, ainda que comedido, disfarçado.
Jeferson Tenório nos brinda com um livro em que o narrador é Pedro, o filho de Henrique e Martha. Numa narrativa fluida no tempo e no espaço, mas que não confunde o leitor, as estórias vão se desenrolando mostrando a calamidade do racismo na vida das personagens. Mas tudo isso de forma orgânica, que nos faz entender, ao menos um pouco, a dinâmica complexa desse tema na nossa sociedade. Este livro é um gerador de empatia e, acima de tudo, um gerador de antirracistas.
Um livro excelente para reflexão individual e como sociedade.
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Edi 24/07/2022

Não tenho nada para falar desse livro.
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É perfeito.
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E profundo.
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Leiam mais autores nacionais.
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Apenas leiam!
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Denise.Marreiros 25/02/2023

Lindo, cruel e avassalador.
Você nunca vai saber o que é ser negro se não estiver na pele de um, você nunca saberá o que existe além da cor por que você não é um deles.
Um relato doloroso e real do que é ser negro no Brasil. Não tem como não sentir dor e vergonha ao ler esse livro.
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thaianni 02/04/2024

Forte
Livro forte, toca em pontos delicados, porém, necessários.
a história é muito boa, rica de narrativa.
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eduarda2470 07/05/2021

O Avesso da pele
eu tô sem reação com essa leitura. achei por acaso aqui no skoob procurando alguma leitura semelhante a outros livros que li. pesquisei sobre o autor e amei o fato dele morar no RS, assim como eu e o livro ter como maior parte do cenário em POA, por morar na região metropolitana, foi bom me identificar com lugares e o próprio dialeto.
gratidão por esse livro. eu como uma pessoa branca, num relacionamento interracial, fico muito feliz de não ser o tipo de namorada branca que o Henrique teve. e se no futuro eu vir a ter um filho e ele ser preto, vou fazer de tudo pra proteger ele desse sistema cruel e assassino. li esse livro um dia depois da chacina que ocorreu no RJ, deixando 25 mortos. 25 homicídios. 25 famílias, pobres e na sua maioria, pretas.
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Fabricio.Macedo 12/10/2022

Que leitura bacana! Super fluida! E, como tantas outras, em parceria com amigos. A ponte aérea Rio de Janeiro - Porto Alegre me trouxe memórias. A leitura sobre a dura realidade cotidiana do negro me deu pensamentos de força e reavivou o respeito por essa história de luta. As memórias do professor Henrique foram uma aula sobre pedagogia popular, sobre a diferença que faz o professor que se sente incomodado com a realidade, se vê incompleto e inconcluso e se propõe a ser um transformador. Feliz por mais essa leitura!
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