bella 16/03/2021
Não foi bom, mas também não foi ruim
Antes de começar este livro eu tinha uma ideia completamente diferente de como ele seria, principalmente quando vi pessoas dizendo que este é um dos melhores livros da Cora. Tinha muitas expectativas e acabei me decepcionando. Eu sei que todas as expectativas eram minha culpa, mas isso não muda o sentimento de decepção. Eu me pergunto se vai ter um dia em que vou dar 5 estrelas para um livro de Cora Reilly. Todos os livros dela têm todos os ingredientes para uma grande história, mas sempre os termino com a sensação de que faltou algo. Mesmo com os meus favoritos eu sinto que eles poderiam ter sido ainda melhores. Eu consigo ver o potencial deles, mas então vejo esse potencial sendo desperdiçado. Com este livro não foi diferente. Tinha todos os ingredientes: a trama das corridas ilegais, Dinara (uma heroína durona) e seu passado triste, Adamo e seu passado e uma história em que eles curam juntos de seus traumas. Mas mesmo assim, no fim faltou alguma coisa.
Vamos começar com o enredo da corrida: não teve. Sério, eu estava tão animada com essa coisa de corrida porque seria muito diferente do que vimos nos outros livros, mas não houve muitas cenas deles competindo. Eu esperava que fosse algo mais presente no livro. Houve algumas cenas de corrida apenas no início e, honestamente, não foram tão emocionantes quanto pensei que seriam. Fora isso, a corrida foi apenas o pano de fundo para o cenário da história.
Agora, Dinara: eu gostei muito dela. Ela é forte, atrevida e muito diferente da típica heroína inocente e virgem da Cora. O livro é principalmente sobre ela, sobre sua história, seu passado e sua busca por se libertar de seus traumas. Ela tem um passado muito triste o que só me fez admirá-la ainda mais pela sua força. Às vezes eu achava que ela tinha algumas reações muito agressivas e desnecessárias, o que me fez ter algumas dificuldades em me conectar com ela nessas situações. Mas acho isso é justificado pelo seu passado e seus traumas, então não posso julgar.
Sobre o Adamo: Acho que ele foi ofuscado pela Dinara no livro. A história era principalmente sobre Dinara lidando com seu passado e o Adamo ajudando-a a superar seus demônios. Isso não é algo ruim, mas considerando que vimos os dilemas dele por 5 livros, eu esperava ver mais sobre seu próprio passado, traumas e seu próprio processo de cura. Na verdade, no livro, todos os seus problemas já tinham sido superados. Seus problemas com drogas? Resolvido com o Luca quebrando suas costelas. Os traumas da tortura que ele sofreu? Resolvido porque, de acordo com suas próprias palavras, ele não era mais um adolescente (queria que meus problemas também tivessem desaparecido quando deixei a adolescência). Eu entendo que Cora queria focar na história trágica da Dinara, mas não pude deixar de me sentir um pouco frustrada porque, como disse, esperei 5 livros para vê-lo superar seus traumas e, quando finalmente vou ler o livro, seus traumas já foram superados.
Agora, meu principal problema com este livro: o desenvolvimento (na verdade, este é meu principal problema com a maioria de seus livros). A primeira metade do livro foi tããão chata. Apesar do mistério do passado da Dinara (e vamos ser sinceros, não era realmente um mistério), não havia muito acontecendo no livro. Quando eles começaram aquela jornada por vingança, pensei que as coisas iriam melhorar, mas ainda assim, as cenas não foram o suficiente pra me manter investida na história. A narrativa parecia se arrastar infinitamente e em algum momento se tornou cansativa. Eu esperava que o livro fosse uma montanha-russa emocional, mas não senti nada ao lê-lo (exceto tédio).
As coisas só melhoraram no final, quando houve um conflito real com toda aquela história com o pai dela e eles terem que decidir como fariam para ficar juntos. A propósito, fiquei muito surpresa com Grigory. Adorei o relacionamento que ele tinha com Dinara. E eu AMEI que ela não teve que deixá-lo completamente. Adorei que ela conseguiu uma maneira de continuar vendo o pai, ao contrário da Serafina que deixou a família inteira em pedaços e nunca mais pensou neles.
Sobre Dinara e Adamo juntos: Eu achei que Dinara e Adamo são ótimos juntos. Gostei deles como um casal. Eles tinham uma dinâmica interessante juntos. O problema foi a falta de desenvolvimento entre eles. Não houve um desenvolvimento real no relacionamento. Foi meio que um instalove porque eles se falaram umas duas vezes e o Adamo já estava obcecado por ela. Eles faziam sexo mais do que conversavam um com o outro. Não houve um vínculo emocional realmente convincente. Eu queria que os dois se ajudassem a lidar com seus traumas e conversassem sobre seus demônios, mas tudo o que eles faziam era sexo. Para ser justa eles até conversaram sobre os traumas algumas vezes mas não achei tão emocional assim, principalmente quando o Adamo falou sobre o passado dele.
Por fim, este não é o melhor livro da Cora, mas também não é o pior livro dela. Achei que foi apenas ok.
*Alguns comentários aleatórios*
? No livro foi mencionado que a Dinara teve uma overdose e já tentou se matar, mas nada disso foi explorado. Isso são assuntos tão importantes e ela não os desenvolveu, ela apenas os mencionou aleatoriamente.
? A relação entre Adamo e Kiara é tudo!!! Tinha esquecido do quanto eu gosto da Kiara. Queria que tivesse mais interações entre os dois.
? Ok, foi meio fofo que o Adamo aprendeu russo para poder falar com o pai de Dinara. Mas ele aprendeu o idioma do nada!!!! Tipo, em poucas horas (ou dias? não entendi a passagem do tempo) ele já estava fluente.
? Era tão sexy quando eles falavam sobre o quão poderoso Dante Cavallaro está com sua aliança política. Sempre que eles mencionavam Chicago, tudo que eu conseguia fazer era imaginar como minha família Cavallaro está.