Laranja Mecânica

Laranja Mecânica Anthony Burgess




Resenhas - Laranja Mecânica


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Bill 03/10/2010

Robozinho obediente.
O tema deste livro é o livre-arbítrio.

Este livro refere-se a um jovem delinquente e extremamente violento que o Estado colocou em um "processo educacional" severo e experimental, a fim de devolvê-lo à sociedade saudável.

Ele passou por um tipo de lavagem cerebral em que a consequência era sentir enjôo, fraqueza, dores terríveis, vontade de desmaiar e etc toda vez que estava diante de qualquer tipo de violência (até mesmo quando mencionavam perto dele a ideia de matar uma mosca), era uma sensação tão terrível, que o jovem sentia como se fosse morrer, por isso, ele se esforçava por ter pensamentos antiviolência. Por exemplo, se alguém ameaçava bater nele, ele não oferecia resistência alguma a isso, não se defendia (defesa é violência), inclusive colocava-se voluntariamente em situações humilhantes, como lamber a bota de quem o agredia com o objetivo de fazer com que não o espancassem, por exemplo.

Isso, então, significava que ele se tornou uma pessoa melhor?

Não.

O bem foi imposto a ele, não foi sua escolha, por isso ele não era sincero em sua bondade recém adquirida, mas era forçado a ser bom por causa do "programa" colocado em sua mente, esse programa o punia toda vez que apenas pensava em violência.

Esse jovem usava muitas gírias e, em sua linguagem, ele dizia que tornou-se uma "Laranja Mecânica": um objeto inanimado que se move mecanicamente, sem vida.

Ele não mudou seus valores, sua mente continuava a mesma que sempre foi, mas ele era obrigado a ser bom contra sua vontade.

É óbvio que tal sistema trouxe problemas.

Leitura interessante.
Luci Eclipsada 04/10/2010minha estante
Nossa, esse livro pacere muito interessante e agora fiquei com vontade de lê-lo também, pois nunca ouvido falar de um livro com temática tão diferente. Seria uma loucura se as coisas fossem assim, mas quem sabe daria certo se existesse algo semelhante nos dias de hoje, se bem que nada do que é imposto é legal, mesmo que seja "praticar o bem". Parabéns pela resenha Bill ;)


Bruno Oliveira 14/03/2013minha estante
O problema é que essa parte relativa a liberdade ocupa somente uma parte do livro e nem é tanto pensada do ponto de vista da escolha do indivíduo pelo "bem", mas da imposição externa que condiciona suas escolhas e circunscreve o que ele pode ou não escolher.

Livre arbítrio, inclusive, nem é um termo muito bom para designar isso, pois vem atrelado a algum contexto religioso, o que não é propriamente a discussão do livro. É algo menos moral e mais social.

Alex não passa agir "bem" (aliás, bem segundo quem?), mas condicionalmente. O estado não quer transformá-lo numa pessoa moralmente boa, mas numa pessoa ajustada e conveniente à política que impera ali, ou seja, em alguém útil. Se uma pessoa útil for, além disso, boa, melhor ainda... Para a política.


Bill 14/03/2013minha estante
Olá, Bruno de Olivei!

Obrigado pelo comentário!

Acredito que a Liberdade é o foco central da trama, pois descreve um Estado ditatorial que determina arbitrariamente o que é permitido e o que não é, independente de opiniões.

Livre-arbítrio é liberdade de escolha, apenas isso, isso nada tem a ver com religião. Ou podemos escolher o que queremos ou não podemos, simples assim. O estado pode funcionar como um agente limitador, a ditadura militar brasileira foi um bom exemplo disso.

O estado, no contexto do livro, quer de fato transformar o protagonista em alguém útil, você observou bem, mas a ideia do bem também está embutida nisso, afinal, o bem, querendo ou não, é um conceito lógico. Talvez alguém diga que um ladrão é ladrão apenas por que pensa diferente, então, pra ele o roubo não é um mal. Mas o ladrão aceita ser assaltado? Um assassino topa numa boa ser assassinado? É evidente que não. Conceitos como amor, inveja, lealdade, justiça, roubo, segurança pública e etc. são conceitos universais e estão presentes em todas as culturas do mundo, mesmo em culturas muito diferentes entre si.

São conceitos lógicos que tem como consequência a sobrevivência do indivíduo e da sociedade, sem isso reinaria a barbárie total.
Alex espancava as pessoas na rua por pura diversão, por exemplo. Corrigir isso é um ato de segurança pública e, portanto, um ato moral também.

Sua nova conduta é boa para a política, mas é boa para a sociedade também.

O problema é que Alex foi programado a ser bom sem de fato ter se tornado uma pessoa boa, daí a sua luta e seu martírio.

A liberdade e a ideia do bem é que são os pontos centrais desse livro, o modo como esses conceitos podem ser manipulados e até corrompidos sob o pretexto de uma boa intenção.


Bruno Oliveira 19/03/2013minha estante
Oi, Bill, de nada, acho bem legal debater, sempre me faz ver coisas que eu não veria por mim mesmo.

Vou comentar o que disse numerando os parágrafos que estou a considerar.

3-4 - Eu acho que a liberdade é uma das questões centrais, porém, não a colocaria como o foco, pois ela surge mais depois da prisão, havendo toda uma discussão anterior sobre a violência e o Estado. A liberdade começa a ser problematizada depois que o livro mostrou que a "natureza humana" conduz a tantos problemas que atingir uma de suas manifestações pode até se tornar uma escolha aceitável para um governo ineficiente.

O problema do livre arbítrio que aludi é o seguinte: livre arbítrio é normalmente pensado como possibilidade (e não liberdade) de um arbítrio entre situações determinadas; enquanto liberdade é pensado como escolha dentre possibilidades indeterminadas. No primeiro caso aquilo que podemos escolher já está dado, no segundo caso não. Não se trata tanto de escolher dentro de um âmbito moral que limita e explica as possibilidades, mas simplesmente de escolher.

É mais um problema de contaminação teórica do termo, porque normalmente o livre-arbítrio é pensado como escolha entre as possibiilidades que deus ou a moralidade dá, mas, enfim, não é uma questão muito importante, entendo o que quer dizer.

5- Agora essa parte de Bem é mais complicada de afirmar.

Não sei se entendo o que você quer dizer com bem ser um conceito lógico, então vou comentar mais a ideia posteriores a isso e mostrar os problemas que percebo nisso.

No seu exemplo do ladrão concordo que ele não deseja que aquilo que pratica seja repetido contra si, no entanto, isso não implica numa ideia moral de bem. O ladrão pode não querer ser assaltado simplesmente porque isso é inconveniente, danoso, afinal, subtrai-lhe seu dinheiro, assim como também não quero levar um raio na cabeça e nem por isso penso que o raio é uma coisa moralmente má. Nos dois casos não preciso de uma ideia de bem moral (a menos que você esteja pensando o bem como utilidade ou coisa do tipo), não está em questão o que é moralmente bom fazer, mas o que ajuda ou fragiliza o ladrão.

6- Sobre essa coisa de conceitos universais, a resposta é que, no melhor dos casos, depende... Principalmente se o seu "etc" for muito grande. Um conceito ser lógico (estou pensando em algo como "quadrado" ser lógico e "bola quadrada" ser ilógico) não implica sua universalidade. Átomo é um conceito lógico, mas nem todas as culturas o tiveram, por exemplo, ele tem sua origem historicamente datada.

Acho que um antropólogo radicalizaria minha posição e diria simplesmente que não há conceitos universais, mas eu simplesmente não sei.

O problema da afirmação da universalidade é que para comprovar isso sempre tentaremos ler as outras culturas segundo nossos próprios par?metros. Por exemplo, podemos falar de "cultura", mas há povos que não tem essa palavra, não tem esse conceito e nem representam o que fazem da mesma maneira que nós e sequer aceitam se ver assim, embora o que pratiquem certamente seja uma cultura (do nosso ponto de vista). Isso só mostra que estamos tentando buscar identidade de nossos princípios com os alheios e que, ao invés de valorizarmos a singularidade deles, o que são em si mesmos, pensamos suas culturas como aquilo que temos em comum e de diferente (nos pondo como parâmetro, portanto), como uma espécie de cálculo avaliativo que supervaloriza as semelhanças e desvaloriza as diferenças porque afirmar nossa similaridade é conveniente. Deus é um conceito universal? Bem, mal também? Se pensarmos na nossa concepção de mundo e assim partimos para encontrar similaridades dela com outras, sim, mas isso só diz que no fundo nunca saímos de nosso próprio conceito e estamos o reforçando sem olhar as singularidades dos outros.

O mesmo vale para justiça, lealdade, etc. (Inclusive, estou muito a fim de comprar um livro que é sobre uma tribo brasileira (piranã) que não tem conceitos para deus e acabou desconvertendo um missionário que foi lá para cooptá-la. Chama-se Dont sleep with snakes.)

7-8-9 - Acho que os argumentos daqui são atingidos pelos que já dei antes, mas vou ressaltar duas ideias neles que achei interessantes e podemos acabar discutindo.

Primeira, a no parágrafo 7 de que o que Alex faz é bom para a sociedade. O problema nisso é que ele também faz parte da sociedade e que a conduta dele só é boa para quem sofreria com o que ele fez. O crime é bom para o criminoso impune, para os outros criminosos que estão com ele, mas não para outras pessoas.

A segunda seria a do parágrafo 8 de que Alex faz o bem coagido mas não é do bem. Minha pergunta seria: se sou um monstro por dentro, mas tenho ações moralmente impecáveis, continuo sendo mal? Mesmo que eu acabe fazendo mais bem que alguém que é bem por dentro e por fora?

Minha objeção-pergunta é a seguinte: o que é bem senão praticar boas ações?

Acho que ficou enorme, mas, enfim, vamos discutindo isso sem pressa, não precisa responder logo.

Um abraço.




Joyce585 18/03/2024

Não é uma leitura skorre, mas é horrorshow
Alex, meu drugui! Eu gostaria de não nenhum peso na minha gúliver ao pensar em você. Suas rukas estão cheias de króvi, meus nogas querem correr o mais longe possível dessa história. Mas se é possível ter esperanças, você merece redenção. Essa não foi uma leitura skorre, mas foi uma leitura horrorshow. Não sei se é uma leitura que indico para todo mundo, pois está recheada de ultraviolência. Mas é uma distopia muito interessante, faz parte daquelas leituras clássicas de distopia de grandes nomes do século passado.
supostaleitora 19/03/2024minha estante
Amiga eu não entendi 10% do que tu escreveu, devo me preocupar??


Joyce585 19/03/2024minha estante
O livro todo é assim kkkkkkk tu imagina a minha aflição sem entender nada quando comecei a ler. Por isso que ele é considerado um livro cult (mesmo tendo glossário no final do livro, a gente demora para se acostumar)


supostaleitora 19/03/2024minha estante
Meu Deus, eu acho que ia me sentir muito burra kkkkkk Pior que esse livro tá na minha lista


Joyce585 19/03/2024minha estante
Juro que uma hora cê nem precisa mais do glossário e também tem algumas edições que traduz e livro sem essas gírias que o protagonista criou, ou seja, a gente lê como se tudo estivesse em português mesmo ???




Katia.Caja 09/02/2012

Simplesmente detestei o livro. É um ode à brutalidade masculina adolescente justificando-a com o falso pretexto de "era apenas imaturidade".
O personagem principal é extremamente violento, mas não há nenhuma justificativa para a sua maldade sem limites: nenhuma história por trás, nenhuma explicação de onde saíram todas aquelas atitudes condenáveis.
Quando ele é preso e, depois, submetido a um experimento para torná-lo uma pessoa decente, o autor condena tal experimento com o argumento ("cristão") de que o livre-arbítrio do personagem está sendo retirado - e um ladrão estuprador é superior a alguém que não teve escolha a não ser a honestidade. Será? Talvez. O objetivo do livro era provar que sim, mas a mim não convenceu. Mesmo tentando fazer o personagem engraçado, colocando ele como vítima de violência policial e traição, além de abandono dos pais, para que nós nos apegassemos ao "coitadinho", o autor não conseguiu me fazer simpatizar ou torcer para um personagem que, sem qualquer justificativa, cometia violência tão extrema, por hobbie.
No meio do livro é que acontece a cena mais imperdoável. O protagonista, após obter a "cura" para sua perversidade, é espancado e reage de maneira caricatural, "lambendo as botas" do seu agressor. Nessa parte a gente deve se questionar se é saudável retirar toda a agressividade de uma pessoa, chegando ao ponto de impedí-la da auto-defesa legítima. Afinal, alguma agressividade seria natural e até saudável. Mas logo após, ao personagem é mostrada uma mulher belíssima e semi-nua, despertando no personagem um instinto de estupro e agressão. Ele reage de maneira cortês e cavalheiresca, dando a entender que o estupro é um instinto natural masculino, e tratar uma mulher razoavelmente, uma mostra de domesticação patética e indesejável. O autor coloca no mesmo patamar lamber as botas de quem o espancou, e tratar cortesmente uma mulher que lhe provocou desejo. Absurdo!
No final do livro, o protagonista se emancipa, por si mesmo, da vida "ultraviolenta" resolvendo casar e ter filhos, um final burguês e medíocre digno de novela da globo. É um final moralizante no sentido de mostrar que o certo é escolher pelo bem por si mesmo, e não por meio de coação. Mas a explicação para essa mudança de atitude é simplesmente "cresci, envelheci"? Bem insuficiente.
Todos nascemos dotados de instintos de alimentação, reprodução, auto-proteção, etc. Se dermos vazão a esses instintos de maneira irrestrita, satisfazendo a eles sem qualquer consideração pelo próximo, a civilização é impossível. Por isso, somos aculturados de modo a nos conformarmos em não suprirmos todas as nossas demandas. Mas, nos homens, os instintos de agressividade não são tão reprimidos quanto na mulher. Os video-games violentos, os desenhos animados violentos, os filmes de terror de ação, a pornografia violenta, tudo isso é bem-visto se for consumido por rapazes, mas não se dá o mesmo com as moças. A elas só se dá de distração o que há de mais inofensivo: bebês, casinha, comidinha, rosa. E tudo o que um garoto possa fazer de errado, é perdoado com o falso-pretexto de "mas ele é moleque, moleque é assim mesmo"... é assim mesmo porque nasceu destinado a ser assim mesmo, ou é assim mesmo por causa da permissividade com a qual esses comportamentos são encarados?
Laranja mecânica é uma maneira ultra-sofisticada de dizer moleque é assim mesmo.
Está tudo perdoado, assim que o cara cresce um pouco e forma uma família burguesa tradicional. As vidas das estupradas que ele arruinou? Não vem ao caso.
Aliás, falando em vida arruinada, pobre diabo o Alexander. Teve a mulher estuprada e morta por 4 homens diante de seus olhos, além de sua obra literária destruída. Depois acolheu com todo o carinho o estuprador: lhe deu banho, comida, bebida, carinho, cama, e quando descobre sua verdadeira identidade, o governo o afasta da possibilidade de vingança. Nunca senti tanta pena de um personagem.
Enfim, só não dou a pior nota para o livro pelo grande mérito que ele tem em termos de uso da linguagem.
Katia.Caja 09/02/2012minha estante
Mérito do livro: caricaturar a esquerda, mostrando como ela NÃO se compadece dos que sofrem, e sim, quer usar os que sofrem para ameaçar o poder estabelecido - e tomar o poder pessoalmente =)


Lucas 16/04/2013minha estante
Concordo com vc em varios aspectos. O livro não me agradou muito, não me afeiçoei ao Alex. Mas acho q o autor quis dizer da impunidade que acontece atualmente, de criminosos que cometem brutalidades e escapam ilesos. O livro me fez pensar. Não gostei dele todo, mas de fato, atrás de uma bondade do homem, pode haver uma grande perversidade.


Aymee2 12/08/2015minha estante
Quero casar com sua resenha.Resumiu tudo que penso sobre Alex
Obrigada, me poupou tempo e gastos médicos com úlceras (que provavelmente eu teria se eu lesse esse livro por completo)
Cogitei começar a leitura pra ver se encontraria algo diferente do filme, mas já vi que não vai ter nada de novo.


Del 13/09/2016minha estante
Já estava me sentindo um malenk bizumni por não ter achado o Alex horrorshow. Concordo demais com a sua resenha e não vejo sentido algum em querer entender e aceitar toda a violência de alguém pelo fato do Estado ter "errado" na forma de "reabilitar" essa pessoa. Não consegui gostar nem um pouco do Alex.




Isabella.Lubrano 07/08/2015

Clássico do cinema e da literatura
O que é uma Laranja Mecânica? Um filme dos anos 70? Uma cor de esmalte meio cheguei? Ou quem sabe aquela seleção da Holanda da copa de 74...

O fato é que a gente a usa expressão Laranja Mecânica e nem pára pensar no que ela significa.

Vamos pensar melhor nisso. A laranja, todos sabem, é uma fruta, uma coisa viva, que nasce, amadurece e apodrece. E não existem duas laranjas iguais. Como os seres humanos, a laranja é um ser vivo cheio de mistérios da natureza.

Como é que então uma laranja pode ser mecânica? É uma noção bizarra quanto esperar que as pessoas sejam previsíveis como as máquinas.

E essa é a pergunta que o autor inglês Anthony Burgess tenta responder no clássico “Laranja Mecânica” - o livro de 1962 que inspirou o filme de Stanley Kubrick.

“Laranja Mecânica” conta a história do garoto Alex, que faz parte de uma gangue de adolescentes muito violentos. Eles passam os dias à toa, consumindo drogas, e à noite cometem crimes – que vão do simples vandalismo à agressão física, estupros e até mesmo assassinato.

Um dia Alex é traído pelos companheiros e capturado pela polícia. E, agora nas mãos do governo, ele vira cobaia num experimento científico de reeducação comportamental.

Ao fim do tratamento (que é tão violento quanto os crimes que ele costumava cometer), Alex vira um carneirinho… ele não pode nem pensar em violência, que ele se sente terrivelmente mal, e não consegue fazer nada. Nada mesmo.

E assim, prostrado e impotente, Alex se transforma numa espécie de zumbi depressivo. E até pensa em se matar.

Mas até quando? E mais importante: será que o governo tem o direito de fazer isso com as pessoas, mesmo que seja por um bem maior? O que vale mais: uma laranja podre ou uma laranja mecânica?

As perguntas estão lançadas. E as respostas você vai descobrir no clássico da literatura mundial, “Laranja Mecânica”.

Ficou curioso? Assista a resenha completa no link do meu canal aqui embaixo:

site: https://www.youtube.com/watch?v=PDZRfs4v-0E
Luciana.Borges 18/09/2015minha estante
Vocé é demais


gs 03/10/2015minha estante
Adorei a resenha!!
Mesmo punindo severamente com o condicionamento comportamental, Alex não alterou seu desejo internamente. Ele continuou tão violento quanto era anteriormente, a diferença era que ele tinha algo que o impedia de agir, o mal estar físico.
Será que o homem é o homem quando deixa de escolher suas próprias atitudes. Acredito que esta seja uma das questões levantadas.
Vale a pena descobrir a linguagem Nadset, e conhecer Alex, que apesar de tudo nos faz gostar dele!!
Ps. no filme o ator é tão carismático quanto.


Gabriel1994 12/09/2017minha estante
Excelentes perguntas ao final da resenha. Não sei quanto às outras pessoas, mas à mim elas fazem pensar.


Jeferson 29/09/2020minha estante
Oh tempo bao da franjinha.rrss. Além de ser um livro maravilhoso, o filme está ali no meu Top 5.




Acnaib 27/12/2010

Horrorshow
No começo a leitura me pareceu um malenk bizumni. Devido às gírias nadsat, eu me sentia um pouco perdida naquele mundo horrorshow que é o de Alex e cia. "Naquele", eu disse? Apesar de uma obra destópica simulando uma realidade futura, eu senti que muito da ironia e sujeira da história de Burgess é relacionada ao hoje.
A ultraviolência se faz sentir através da escrita do autor, que depois de uma certa "ambientação" flui muito agradavelmente, Ó, irmãos.
Outro ponto a se ressaltar é como o livro é cuidadosamente bem estruturado. Dividido em três partes, que por sua vez dividem-se em sete capítulos cada. Essa divisão deixa muito claro a "linha do tempo" do nosso protagonista Alex e demonstra sua evolução e amadurecimento.
Uma leitura que deve ser feita em alguma parte da vida, porque é realmente muito horrorshow e aquela kal total. Não, kal não, leitura celestial.
Tito 10/04/2011minha estante
Essa devotchka, tipo assim, sabe das coisas, Ó, irmãos. :-)


Nathália V. 28/11/2012minha estante
e a tradução é muito bem feita, vale mencionar.


Malu 01/04/2015minha estante
Resenha tipo assim muito horrorshow! :)


Alice 08/02/2017minha estante
Melhor resenha!! kkkkk




Brenda.Podanosqui 25/12/2020

Entrou pra lista dos preferidos
Ler o Laranja Mecânica é uma experiência! Um livro absolutamente incrível! O título por si só gera reflexões. Já tinha visto trechos do filme e confesso que devido às cenas de violência nunca assisti todo... Depois tive receio de ler o livro e só agora encarei o desafio: tenho que admitir que o livro é uma verdadeira obra de arte. GENIAL! Tem um quê de cômico e trágico ao mesmo tempo, de bobo e profundo...

No início tive uma certa dificuldade em me adaptar à linguagem e recorri ao dicionário nadsat a cada eslovo ou palavra diferente. Isso me fez retardar um pouco a leitura, mas me acostumei logo e mantive o ritmo.

A história é contada em primeira pessoa pelo personagem principal, Alex, um jovem extremamente perverso e ao mesmo tempo cativante... essas ambiguidades no livro são muito interessantes.

Apesar de todas as atrocidades (tudo muito surreal) cometidas por Alex, a linguagem nadsat ou adolescente utilizada ameniza um pouco a ultraviolência, que é a forma como ele chama, chegando a ter momentos realmente engraçados na narrativa.

Contudo a questão principal trazida, a questão ética do tratamento utilizado para "recuperá-lo" e torná-lo uma "pessoa de bem", faz tudo parecer ainda mais surreal do que realmente é. Além das questões políticas envolvidas... Pra mim todas as atrocidades cometidas por Alex são bem menores do que as praticadas pelo Estado contra ele.

Daí surge a pergunta: até onde vai o poder do Estado de interferir tão profundamente na vida das pessoas sob o pretexto de contenção da violência? Bem atual essa discussão...

De longe um dos melhores livros que já li na minha vida! Saber que foi escrito às pressas e que nem é o livro preferido do autor não muda nada...

Simplesmente genial!
Olívia Saldanha 25/12/2020minha estante
Que legal sua resenha. Eu também nunca consegui ver o filme inteiro devido à violência. Mas, sua resenha me encorajou a ler o livro.


Brenda.Podanosqui 25/12/2020minha estante
Eu criei coragem e vi o filme.. não é tão chocante assim. Também uma obra de arte.


Deborah.Azevedo 27/12/2020minha estante
Amiga, que massa! Pensei que você demoraria mais para terminar por causa dos seus comentários sobre a dificuldade da linguagem do livro. Que bom que gostou! ????????


Brenda.Podanosqui 27/12/2020minha estante
Pois é amiga! A dificuldade da linguagem foi vencida pela história incrível do livro...




Juliana663 14/12/2014

"Ó, meus irmaõs"
Alex é um jovem líder de uma gangue que reproduz com êxito o sentido literal da palavra violência. É agressivo, cínico, egocêntrico, pretensioso e extremamente carismático. Sua paixão pela musica e sua busca significativa por algo que o complete de algum modo o torna mais humano que os seus druguis. Um protagonista tão bem construído por Burgess que nos faz oscilar entre sentimentos distintos, que vão de nojo e desprezo à pena e compaixão (por incrível que pareça).
O nosso "humilde narrador" cresce e amadurece através da trama de uma forma tão natural quanto o desabrochar de uma flor, principalmente após ter o “bem” imposto a ele de uma forma desumana.

Laranja Mecânica é, sem dúvida, uma distopia maravilhosa. Suas críticas subjetivas nos deixam livres para tirar as próprias conclusões acerca desse mundo futurista, da violência e de um governo corrupto que não se contenta em punir – querendo converter virtudes e tirando total e completamente o livre-arbítrio. Nos faz pensar na relatividade do significado do bem e do mal , na nossa liberdade individual e em como a capacidade de escolha nos define como seres humanos. Um enredo que, apesar de escrito em 1962, é extremamente atual e se encaixa perfeitamente nos padrões contemporâneos.

Uma obra Horrorshow que merece o título de clássico da literatura mundial e uma leitura para refletir sobre nós mesmos.

Simplesmente amei ♡.
Jéssica 16/12/2014minha estante
woow~ meu deus que resenha ??


Jéssica 16/12/2014minha estante
nossa eram pra ser dois corações. ...broxei


Jéssica 16/12/2014minha estante
mas ok~ ficou demais


Juliana663 17/12/2014minha estante
Que bom que gostou Jejé!!!




spoiler visualizar
Gabriel.Rodrigues 12/02/2021minha estante
KKK mano amei a resenha parecia o Alex falando


Mateus Daversa 13/02/2021minha estante
Obrigado meu drugui kkkk


Izadedo 19/02/2021minha estante
Muito bom hahaha




Brunna G 18/04/2018

Horrorshow!
Eu nem sei o que dizer sobre esse livro. Estava a muito tempo na minha lista de leitura, e eu confesso que quando comecei a leitura fiquei muito bolada da vida.

Não era o que eu estava esperando, não era uma narrativa regular, eu não entendia nada do que estava acontecendo e chegava a passar um parágrafo inteiro sem saber exatamente o que caralhos estava acontecendo.

Tantas girias, tantas palavras diferentes e... Tanta violência. Violência tensa, mas que era narrada de uma forma tão natural e sem escrúpulos.

Confesso que quase larguei o livro no primeiro capítulo. Mas ainda bem que eu não desisti! É impressionante como apesar de tudo que foi citado (e muito mais, podem ter certeza) eu fui cativada pelo Alex. Fiquei interessada, queira saber mais sobre ele e o que ia acontecer. Aguentei todas as malditas girias e palavras bizarras e no final... Bom, eu acabei gostando. De verdade. De tudo. Muito horrorshow esse livro, ó meus irmãos!

Vale a muito a pena ler, especialmente pelo assunto tratado, sobre a sociedade descrita e como as coisas acontecem nesse universo. É chocante e ao mesmo tempo curioso. Você simplesmente não consegue soltar o livro. Recomendo muito! Fazia tempo que eu não pagava a língua depois de achar que um livro seria horrível e perca total de tempo. Não desistam da Laranja Mecânica! Vale cada página.
Sarah 19/04/2018minha estante
Eita


Brunna G 19/04/2018minha estante
Eita, escrevo tudo errado pelo celular. Que vergonha. HUASHUASH *vendo pelo pc*


Ana Pivotto 04/05/2018minha estante
undefined




Evelyn 29/01/2016

Somos robôs feitos de carne.
Neste livro há um profundo descontentamento com o rumo que a sociedade contemporânea está tomando, e a expressão mais clara disso são as crianças e os jovens, os quais funcionam como uma espécie de "espelho", refletindo todas as patologias.

O livro retrata um sistema onde as pessoas são tratadas como máquinas. Um delinquente é um indivíduo defeituoso, assim, ele deve ser "consertado" para não ferir à sociedade, que é nada além de um amontoado de drones com pensamentos, emoções e desejos previamente configurados pelo o que chamamos de "educação sociocultural".
Contudo, tratar um ser orgânico como uma máquina gera consequências gigantescas, uma delas é a chamada "ultraviolência" inerente aos jovens.

A Juventude Moderna é extremamente violenta sem nenhum motivo aparante. Os pais e as escolas não sabem mais que fazer. As crianças simplesmente nascem beligerantes. Pequenos seres sanguinários, verdadeiros sociopatas.

Essa juventude "defeituosa" gera um caos enorme. Todos chegam a mesma conclusão: ela precisa ser urgentemente consertada.
Assim, um grupo de médicos cria um modo de consertar definitivamente os criminosos.
O tratamento não os tornam pessoas boas, mas sim os privam da decisão de serem bons ou não. O mero pensamento em algo maldoso causa um mal-estar insuportável.
Como punição, eles adicionam ao "ligamento automático do mal-estar" alguma coisa que o cobaia goste, como por exemplo um estilo de música. Ouvi-lá, após o tratamento, torna-se a pior das torturas.

Mas até onde chega esse mal-estar? Sendo ele tão insuportável, o suicídio não poderia ser considerado um modo de escape?

Até que ponto pode-se tentar fazer uma laranja tornar-se mecânica?
Acelino Álvaro 30/01/2016minha estante
Já tinha interesse nesse livro, após a sua resenha, o interesse ficou mais evidente. Quero ler...ou melhor, vou ler! rs


Evelyn 30/01/2016minha estante
É muito bom! Eu tenho vários livros favoritos, mas esse é realmente especial. Espero que goste tanto quanto eu gostei :)


Acelino Álvaro 01/02/2016minha estante
Bom, ao menos este já vem bem recomendado rsrs a história parece muito boa! E parece que podemos trazê-lo bem aos dias atuais...vou gostar rs




Elisabete99 27/12/2015

"O que faço, faço porque gosto"
Livro: Laranja Mecânica.

Autor: Anthony Burgess.

Editora Aleph, ano 1959.

Anos atrás alguns professores me indicaram esse livro/filme e confesso que não fiquei muito interessada pela história, mas passado tanto tempo, me vi diante da capa e me questionei: Por que não?
Laranja mecânica é a autobiografia de Alex, um adolescente de 14 anos que encontra sua alegria na ultraviolência, nas sinfonias de Beethoven, no sexo e nas drogas, um jovem um tanto quanto “problemático”.
Quando o jovem é capturado pelas autoridades, chega o momento de lidar com o “problema”, hora de fazê-lo pagar por seus crimes. Mas então, qual a melhor maneira de reconhecer e lidar jovens que pensam de maneira similar ao Alex? como solucionar isso se quando ele faz as coisas más se sente bem como nunca antes, se sente verdadeiramente feliz?
Anthony Burgess criou uma estória (ou será história? Acho bastante realista pra se usar história) intensa e envolvente, onde, por mais que as atitudes de Alex fossem condenáveis na maior parte das vezes, nos sentimos próximos à ele, tornando seus pensamentos claros, principalmente nos sonhos em que o Alex apontava seu ‘ideal’ de Paraíso. Além disso, Burgess montou um glossário específico contendo mais de 200 termos novos, o que torna o livro excepcional. (uma dica: podem tirar Xerox do glossário, evita ficar indo para o glossário a cada 2 linhas de evolução na leitura).
Como se trata de uma obra bastante reconhecida, já teve suas adaptações para o teatro, cinema, além de ser largamente indicado para alunos, por professores de sociologia, psicologia e tantos outros.
Mesmo tendo a mesma sensação de “eu não sei de nada”, aquela mesma de quando a gente é criança e está aprendendo a ler e a conhecer os termos, foi uma leitura muito prazerosa, tanto pela naturalidade do Alex em conversar com o leitor, quanto pelos questionamentos que ele desperta: Qual a melhor maneira de lidar com tantos jovens por aí que se sentem e pensam de forma similar ao nosso velho amigo e narrador Alex? Suprimir o mal? Buscar o equilíbrio? Qual o papel da sociedade em tudo isso? Será que atitudes assim são influenciadas por algo?
Pra terminar, teve um trecho que me chamou bastante atenção, inclusive, está na introdução do meu livro, sendo uma parte que eu não tinha compreendido muito bem, mas depois quando vi no contexto do livro, me deixou surpresa, demostrando o quanto Alex é um rapaz inteligente e resolvido:
“Meus irmãos, eles ficarem roendo a unha do pé pra saber a causa da ruindade é que me deixa um bom maltchique ridente. Eles não procuram a causa da bondade, por que então ficar cavucando do outro lado? Se as liúdes (pessoas) são boas é porque gostam, e eu nunca desmancharia os prazeres delas, e do outro lado a mesma coisa. E eu estava defendendo esse outro lado. Mais ainda, a ruindade faz parte do ser, do eu, tanto em mim quanto em vocês no odinoque, e este eu é feito por Bog, ou Deus, e é o seu grande orgulho e radoste. Mas o não-ser não pode aceitar o mal, quer dizer, os do governo, os juízes e os colégios não podem permitir a individualidade. E não é a nossa história moderna, meus irmãos a história de bravas individualidades malenques lutando contra essas máquinas enormes? Quanto a isto, meus irmãos, eu estou falando com toda a seriedade. Mas, o que faço, faço porque gosto.”
Yane 28/12/2015minha estante
Gostou do livro Bete? Sempre tive interesse em ler ele, mas nunca tinha conhecido alguém que tivesse lido para saber a opinião.


Elisabete99 28/12/2015minha estante
Yane, é muito diferente do que eu já li, mas vale a pena, a experiência é excelente.
Só demorei por precisar do glossário a todo instante, mas até isso o livro legal. Meu palpite é que você vai gostar, porque é uma super crítica àquele periodo de revolução.. Além de ser atual.


Yane 01/01/2016minha estante
Então vou ler assim que puder. Adoro desafios e lendo sua opinião sobre ele já aguçou ainda mais minha vontade.




Tiago Doreia 04/02/2021

Ame ou odeie
Laranja mecânica, um clássico que nos faz refletir sobre a relação do homem com a violência, bem como a deturpação dos valores e a busca do interesse próprio em detrimento ao seu igual.

Uma distopia nem tão distópica assim se levarmos em consideração nossa sociedade atual. Com os meios de comunicação e autoridades exercendo controle sobre nós a todo o momento, de maneira bem mais sútil, mas ainda assim um controle.

Um livro extremamente violento, que por ser tão visual, pode ser nauseante para alguns. Eu particularmente apreciei como o autor conseguiu exprimir tão bem as cenas em palavras.

Algo que teria sido muito válido era uma maior exploração do universo pelo autor. Ele tinha muito espaço pra fazê-lo, mas optou por não. Eu gostaria de ter conhecido um pouco profundamente essa sociedade.

Uma crítica ao exagero de neologismos e gírias utilizados no dialeto, que é super válido tendo em vista que o narrador é um adolescente, mas que perde parte da fluidez na leitura pelo uso exarcebada, apesar do glossário no final.

Outra pequena crítica à segunda reviravolta no enredo, que não foi nem minimamente explicada, nos restando simplesmente aceitá-la.

No mais é um livro muito bom, recomendo a leitura.
Pâmela 14/02/2021minha estante
Tenho esse livro para ler há tantos anos! AMO o filme.


Tiago Doreia 14/02/2021minha estante
Eu também sempre especulava como próxima leitura mas deixava pra lá, até que surgiu a oportunidade e resolvi lê-lo de uma vez, não me arrependi, o livro é ótimo!


Pâmela 14/02/2021minha estante
Okay.




spoiler visualizar
Renan Lima 12/03/2021minha estante
Lembro que quando li entrei numa crise "filosófica" sobre se é certo anular a individualidade para não haver mal estar social. É um ótimo livro.


Albieri 12/03/2021minha estante
Eu acho que todos entram. Quando entramos na pele do personagem sofremos. Mas e quando entramos na pele daqueles que sofreram por causa desse personagem ? É uma coisa a se pensar. apesar de eu não acreditar no livre arbítrio. São questões a se pensar.


Renan Lima 12/03/2021minha estante
Exato, a gente entra em várias reflexões sob vários pontos




Clóvis Marcelo 07/08/2015

ENREDO

A história situa-se na sociedade inglesa de um futuro próximo, a qual tem uma cultura de extrema violência juvenil. O protagonista e anti-herói Alex, faz parte desse bando. Amante da música clássica (principalmente Ludwig van Beethoven) e líder de uma gangue (com seus amigos, chamados de "drugues"), o personagem fala sobre suas violentas façanhas e experiências com as autoridades estaduais que possuem a intenção de regenerá-lo.

Escrito em primeira pessoa, na perspectiva de um narrador aparentemente tendencioso e não confiável, O livro tem três partes, cada uma com sete capítulos. O total de 21 capítulos foi um gesto intencional pelo autor, pois 21 anos de idade é reconhecido como um marco na maturação humana.

Após roubos e até estupro, o jovem Alex cai nas mãos da polícia. Preso, ele é usado como cobaia numa experiência chamada "Tratamento Ludovico", criado pelo Estado e destinado a refrear os impulsos destrutivos dos delinquentes.

COMENTÁRIOS

Laranja mecânica a primeira vista pode parecer uma leitura difícil, devido ao seu vocabulário irreverente, mas finda por tornar-se um livro único na vida dos leitores que passam por essa experiência.

Alex narra a história de sua vida como se estivéssemos em frente a ele, ouvintes de sua história. Suas ações descrevem um caráter duvidoso e cruel, porém, ele consegue transmitir o carisma necessário a nos manter presos aos acontecimentos.

Em muitos momentos senti que esse personagem é muito além do que gostaria de demonstrar ser. Que se faz de durão, para não mostrar sua inteligência e gosto pela cultura. É uma leitura fluida e interessante em uma sociedade distópica não tão distante da realidade atual, num mundo repleto de violência e impunidade.

Os momentos mais impressionantes (e que marcaram a obra cinematográfica) se passam durante o Tratamento Ludovico, onde fios medem as reações corpóreas; os olhos mantêm-se forçadamente abertos para não desviarem a atenção de cenas que passam na tela, bem como mãos e pés atados. Aliado a isso, medicamentos são administrados para efetivar o método de associação, utilizando música clássica como plano de fundo para extirpar definitivamente a delinquência das veias do nadsat.

Governo ou cidadãos. Um estratagema que não se sabe em quem acreditar. Será que o estado está certo em fazer experimentos que induzem o homem a ser bom? Fica a dica de um livro excelente com um final mais do que reflexivo que nos leva a pensar sobre nossas próprias ações e instintos perante a sociedade.

“Ser bom pode ser horrível. E quando digo isso a você, percebo o quão autocontraditório isso soa. Eu sei que perderei muitas noites de sono por causa disso. O que Deus quer? Será que Deus quer insensibilidade ou a escolha da bondade? Será que um homem que escolhe o mal é talvez melhor do que um homem que teve o bem imposto a si? Questões difíceis e profundas, pequeno 6655321” Pág. 97

Para saber sobre o filme acesse o link do blog

site: http://defrentecomoslivros.blogspot.com/2015/08/laranja-mecanica-anthony-burgess-livro-e-filme.html
Marcos 07/08/2015minha estante
O livro é bom?


Clóvis Marcelo 07/08/2015minha estante
Excelente, Marcos.


Marcos 07/08/2015minha estante
Legal, obrigado.




Daniel.Martins 30/09/2017

resenha do blog www.desinformadoss.blogspot.com
É com certa vergonha que me lembro das primeiras menções ao nome Laranja Mecânica em minha infância. Primeiro me lembrava do incrível time de futebol holandês da copa de 74 e depois da excelente adaptação deste livro para o cinema, ó irmãos, como diria nosso narrador Alex.

A curiosidade com essa obra diminuiu um pouco ao descobrir que o livro tem uma linguagem própria criada pelo autor chamada nadsat. As sugestões diziam para não procurar pelo significado das palavras e tentar ler assim mesmo. Consegui em partes.

NADSAT: Essa talvez seja a grande sacada do livro. Narrado em primeira pessoa por Alex, um adolescente, é utilizada uma linguagem criada pelo autor para simular as gírias que grupos desse tipo costumam usar para se comunicar entre si.
Mas a ideia do autor foi provocar no leitor uma sensação única de estranhamento, dificultando propositalmente a compreensão das palavras.

NÃO DESISTA: Mesmo que as primeiras páginas se mostrem desafiadoras devido à linguagem, o livro vai ficando cada vez mais interessante e parte da diversão acontece quando começamos a tentar decifrar o que é cada palavra.
Superada essa fase a diversão começa.

ULTRAVIOLÊNCIA: Esteja preparado para algumas passagens um tanto fortes. Há brigas entre gangues, espancamentos e até estupro e assassinato. A violência do livro, porém, se justifica para que entendamos como funcionam o mundo e a cabeça de Alex.
E o nosso herói, ó meus irmãos, não passa impune por essa história. Ele passará por momentos bastante difíceis o que deixa alguns leitores felizes com sua juta punição e outros um pouco chateados já que começaram a sentir empatia por ele.

LIVRE ARBÍTRIO: A discussão proposta pelo autor após Alex passar por um procedimento é sobre se o estado tem ou não o direito de retirar das pessoas o seu livre arbítrio, mesmo quando a pessoa é responsável por uma série de crimes hediondos como é o caso de Alex.
É o tipo de assunto difícil de ficar omisso, portanto leia e tire suas próprias conclusões.


CONCLUSÃO: Laranja Mecânica é um grande clássico da ficção científica e merece uma leitura. Merece também uma conferida na excelente adaptação para o cinema.
Leia se você gosta de um desafio, uma história crua em primeira pessoa
Não leia se fica ofendido com histórias violentas ou se não consegue resistir à vontade de procurar todas as palavras no glossário.
Nota 5, é claro!

site: www.desinformadoss.blogspot.com
meriam lazaro 05/10/2017minha estante
Excelente livro que me fez querer entender sobre a violência ao invés de apenas teme-la. Gostei da resenha


Daniel.Martins 06/10/2017minha estante
Obrigado! Livros sempre nos trazem novas perspectivas!


Luiza 25/10/2017minha estante
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