fenaka 26/11/2023
Com mais um livro de ficção contemporânea brasileira, descobri que AMO livros com temáticas mais familiares, intimistas e moralmente complicadas
aqui a gente vê muito a dinâmica familiar que é mais comum do que a gente pensa. O mesmo rio, do título do livro, se explica na analogia de que mesmo os filhos vindo da mesma mãe, eles não recebem o mesmo tratamento, recebem inclusive um tratamento super oposto e a antítese do outro
uma filha se encarrega como responsável por não dar trabalho à família e sempre se doar pra eles mais do que pra si mesma. o filho mais velho é o mais amado, o orgulho da mãe mesmo não doando nada de si e nem oferecendo nada de extraordinário. e a filha mais nova, que mesmo sem nem tentar, recebia o ódio da mãe por ser muito barulhenta, muito livre e lembrar muito da liberdade pré maternidade da mãe
após acompanhar todos os pontos de vista de cada integrante da família, eu acabei me sentindo até uma pessoa próxima deles. Ao longo da história você não consegue determinar quem é errado e quem é certo (tendo pelo menos um consenso de que a Rita foi a mais injustiçada), porque todos tem suas próprias dores e seus próprios defeitos humanos. Afinal, não importa a idade ou título, estamos sempre aprendendo
achei a escrita maravilhosa também, mesmo fluida ainda tem um quê de poético e que transmite o necessário de forma tocante e profunda
AMO a literatura contemporânea brasileira e com certeza vou ler mais, inclusive da autora!