Natália 09/11/2011http://www.vireapagina.comDe começo, a narrativa me deixou bem irritada. A quantidade de pronomes "que" é excessiva, assim como as expressões "as/os tais". Portanto, olhava torto pro livro, de má vontade. Não parei de ler porque o romance entre Chloe e Julian estava ficando muito bom! Isso porque era meio proibido, pois o rapaz ainda era casado com a megera. Mas o conde queria ver o diabo de pênis ereto, mas não Beatrice! Portanto, o desejo entre os dois só vai crescendo e evoluindo para uma paixão ardente. Por isso algumas pessoas reclamaram da falta de relação entre as atitudes dos personagens e a época que viviam: o casal é bem safadinho! Logo, se você é religioso ou não gosta de cenas picantes - BEM picantes! - não chegue perto de "A Vidente".
Além da safadeza (haha), gostei do estilo de Hannah - depois de me acostumar com cinco "que" por período -. Ela escreve em terceira pessoa, mas não se restringe a um só personagem por capítulo. A narração salta de Chloe para Julian em questão de parágrafos, sem tornar a leitura confusa. Nunca tinha visto algum autor fazer isso antes.
Outro ponto positivo: a força das personagens femininas. Temos a direta Lady Marston, uma milady que de senhora não tem nada. Ela não tem medo de falar na frente, sabe? Se for preciso, sacode o dedo até na cara da Rainha! Tem também a mãe de Julian, Lady Evelyn. Antes uma lady bem educada, perfeita condessa, até descobrir as atrocidades cometidas contra o filho e um neto vivo, quando ela se une à causa e ajuda bastante na luta contra o tio malvadão. Durante um curto período, temos também contato com Simone, uma espiã francesa que esconde canivetes embaixo das saias. Mas gosto mesmo é da Chloe. Ela é doce e diferente das outras mulheres: não sente necessidade em andar toda embelezada e odeio eventos sociais. Numa época onde aparência é tudo, Chloe prefere a naturalidade. Julian a descreve com perfeição no seguinte parágrafo:
"Julian sorriu ao ouvir a resposta que não passou de um gemido. Após passar anos à procura de mulheres elegantes, refinadas e bem educadas na arte da feminilidade, ele percebeu que uma das coisas que mais apreciava em Chloe era justamente o seu jeito natural. Chloe não escondia quase nada sobre si mesma, não se fingia de recatada - isso fazia com que ele se sentisse mais confortável quando estavam juntos do que jamais tinha se sentido na presença de qualquer outra mulher.", pág. 116
Quero mostrar também esse exemplo de como Chloe não é uma mulher convencional para a época:
"Deixando de lado a surpresa por Chloe não estar sentada quietinha, com as belas bochechas enrubescidas, esperando que seu destino fosse decidido por homens, Julian olhou para os dois primos." pág. 82
Considerações finais: LEIAM. Pode não ser o melhor romance do mundo, mas pra mim valeu muito a pena!