Habibi

Habibi Craig Thompson




Resenhas - Habibi


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Catharina 13/04/2021

A história de duas crianças que são escravizadas, conseguem fugir e depois disso mais mil e uma situações adversas. A arte da HQ é belíssima, cada vez que eu virava uma página ficava encantada com aquilo que estava vendo. A forma como o autor tratou a escrita árabe, com tanto zelo e delicadeza, mostrando a verdadeira arte que ela é, isso foi incrível para mim. O autor também se inspirou em aspectos da cultura árabe, da religião do Islã e do Cristianismo para compor a história. Mas é uma história bem triste, devo alertar, com cenas de violência (inclusive violência sexual), escravidão e um mundo no qual o meio ambiente tá caindo aos pedaços...

Esse livro tinha tudo pra ser 5 estrelas pra mim... Iniciei a leitura com muitas expectativas. Só não dei total por algumas questões da história que me deixaram um tanto incomodada, com um nó na garganta e no final não consegui digerir direito até hoje. Estou considerando essas estrelinhas pela arte, pela escrita árabe, pelo trabalho de pesquisa, pela tensão que a hq consegue passar e como ele consegue te prender na leitura. Como é uma questão muito pessoal (essa da nossa relação e percepção da história), ainda que tenha me sentido dessa forma ao finalizar a leitura, por todos os pontos que citei anteriormente eu continuo recomendando, pois o trabalho é realmente muito belo e sua relação com a obra pode ser diferente da minha!


Aryane Marques 10/07/2021minha estante
Quais foram as questões que te deixaram incomodada? Tipo...eles são relacionados a o que?(escrita, ritmo de leitura, personagens, cenas Fortes, temas abordados...etc)


Catharina 10/07/2021minha estante
Oi! Não tem nada a ver com a escrita, nem ritmo de leitura. Eu li muito rapidinho, não tive uma leitura arrastada nem travada em nenhum momento. A história acaba abordando alguns tópicos sensíveis, como a questão da escravidão e violência sexual. O que fez com que o livro não fosse 5 estrelas foi mais como eu recebi tudo o que aconteceu na história e o nó na garganta que me deu com algumas cenas... Não é uma HQ leve, mas a arte é belíssima, coisa linda de se ver mesmo! Recomendo a leitura pois vc pode ter uma recepção da arte diferente da minha e, de fato, é um trabalho primoroso ;)


Catharina 10/07/2021minha estante
(Não posso contar exatamente o que foi pois vai ser spoiler! kkkk mas, é relacionado a coisas que acontecem na história)


Aryane Marques 10/07/2021minha estante
Ahh ok obrigada! Tenho vontade de ler o livro pois vejo tantos elogios, mas ouvi falar que esse livro tem muuuitas cenas de estupro, to com um pouco de medo de ler por causa disso, sou um pouco sensivel com esse tema em especifico. O que vc achou da abordagem desse tema pelo autor no livro? Gostou/não gostou?


Catharina 10/07/2021minha estante
Olha, é um tanto explícito essa parte da violência sexual, sabe? Então se vc é sensível com esse tema eu não recomendo que vc leia por agora pois pode ser gatilho... A história não é só sobre isso, mas isso faz parte da história, pode embrulhar um tanto o estômago :/


Aryane Marques 12/07/2021minha estante
Entendi, muito obrigada!


Catharina 16/07/2021minha estante
Por nada!




Larissa V 11/06/2022

Um mix de emoções
A história foi linda e triste, me emocionou e me deixou reflexiva, me fez sair da bolha e pensar longe. A arte ta perfeita e também me encantou.
Luiz Emidio 12/06/2022minha estante
Sou louco para ler esse, vejo muita gente elogiando


Larissa V 12/06/2022minha estante
recomendo, esse eu deixei na prateleira de cima da cama (lugar de honra)


Luiz Emidio 12/06/2022minha estante
Nossa, eu faço muito isso também, estou começando a ficar sem espaço, então a vaga na prateleira está cada vez mais acirrada.


Larissa V 12/06/2022minha estante
sei como é, vou precisar de um kindle em breve ?


Luiz Emidio 12/06/2022minha estante
Também estou pensando em pegar um, livros vai no Kindle e só compro HQs, mangás fisico




Gabê 30/08/2016

Sem palavras e sem fôlego para definir essa obra. Uma história de amor belíssima, vivida na aridez do deserto e na miséria da grande cidade. O quadrinho (que é um romance desenhado) consegue abordar muitas temáticas em um espaço curto, e o mais incrível é que a abordagem não é superficial. O autor joga com as simbologias, com a escrita, com a religião... Entrelaça tudo e desenvolve dentro da história de duas vidas que se encontram. É uma história de amor, mas o amor vivido no mundo real, não nas abstrações românticas da classe média/alta.
Uma das histórias mais bonitas que já li. Altamente recomendado!
Diego 30/08/2016minha estante
Comprei essa preciosidade numa Feira do Livro da USP. Sem sombra de dúvida é uma obra impressionante, crua e bela. Não houve como não me apaixonar.


Diego 30/08/2016minha estante
Ah propósito, você conhece as obras de Will Einser?


Gabê 01/09/2016minha estante
Também achei incrível. E não conheço esse autor, não. Vou dar uma procurada.




Matheus Braga 10/11/2012

Habibi - Craig Thompson
Hey pessoal, tudo bem?

Esta obra é impar. Digo isso não pelas belas ilustrações ou pela excelente qualidade de escrita do autor, mas sim, pela gama de sensações que tive ao acompanhar uma história que além de impactante e reflexiva, apresentou uma exímia pesquisa religiosa e contextualização épica por parte do autor.

O livro conta a história de Dodola, uma criança que foi vendida por seus pais a um escriba para ser sua esposa. Você pode pensar que isso é bizarro ou cruel, mas como o livro se passa na África/Ásia a muitos anos atrás, isso acaba por ser comum, pois era a tradição das famílias vender ou pagar o dote das filhas para que algum homem as despose. Quando estava na casa de seu novo marido, um assalto ocorre e Dodola é sequestrada para ser vendida, novamente, como escrava na feira local, lugar este onde ela encontra um bebê, Zam, e passa a cuidar e a trata-lo como um filho, até mesmo quando foge ela leva a criança consigo e acha abrigo e comida para os dois. A partir deste ponto a história começa a apresentar um viés mais "cru" de como é o comportamento do ser humano, nos mostrando cenas desde mulheres trocando sexo por comida, como por crianças passando fome e sendo tratadas como animais. Zam e Dodola em certo ponto se separam e o livro conta a história individual de cada um deles fazendo alternâncias temporais entre os acontecimentos mais importantes.

Uma das partes que mais me comoveu nessa história, não foi a que as mulheres são violentadas ou as crianças vendidas, mas sim, a parte em que após ser vendida e mal tratada, Dodola encontra a bondade no ser humano por meio de uma de suas escravas. Uma mulher que teria todos os motivos do mundo para ser revoltada e cruel, era gentil e uma verdadeira mãe para Dodola, o que nos faz pensar que mesmo o ser humano que é um animal pensante, mas acima de tudo um animal, pode sim ter momentos de solidariedade e compaixão.

Zam e Dodola são personagens bem estruturados e de personalidades muito fortes. Porém, como são os protagonistas da obra, eles ganham toda atenção, fazendo com que os demais personagens sejam apenas preenchimento de lacunas, fato este que não me gradou, pois em um livro de 700 páginas vê-se necessário diversificar os pontos de vista para não ocorrer em repetição, deixando o leitor enfadonho.

As ilustrações são muito bonitas e dão um charme único à narrativa. Em alguns momentos fiquei confuso, pois na mesma página temos uma cena sobre Dodola e logo abaixo uma sobre Zam que está a quilômetros de distância e em tempos diferentes, o que poderia ter sido diferente se o autor tivesse separado por páginas.

Recomendo a leitura de Habibi para todos os que tem estomago forte. Sinceramente não sei se algumas pessoas teriam um psicológico muito forte para ver cenas de estupro e crianças sofrendo e literalmente morrendo de fome.

Abraços,
Matheus Braga - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/
@MatheusBragaM
Lidiane 24/01/2017minha estante
Realmente acho que nao é uma obra pra todos.... quando comecei a ler me choquei com determinadas cenas q me deixaram desconfortavel, mas vou terminar a leitura e depois dou minha opinião.


Matheus Braga 26/01/2017minha estante
Mas as ilustrações são lindas *__*




Jonas (@castelodepaginas) 29/06/2020

Habibi
Fiz resenha no meu blog dessa obra, por favor visitem e se inscrevam. Obrigado

site: https://resenhasnonaarte.blogspot.com/2020/06/habibi.html
Marilia258 29/06/2020minha estante
Essa hq é tudo pra mim ??


meriam lazaro 02/07/2020minha estante
Maravilhosa hq




Nat 30/04/2021

^^ Pilha de Leitura ^^
Uma história linda enriquecida com um traço ainda mais lindo! É um mundo fictício, como se fosse a atualidade, porém com elementos de outros períodos, como a venda de escravos a céu aberto. Dodola e Zam são escravos, ela é mais velha e consegue fugir, levando-o consigo. Eles vivem afastados da cidade em um navio encalhado, e Dodola faz o que é preciso para sobreviver. Até que eles são afastados. Cada um vai viver sua vida de misérias e tristezas, até o reencontro e a necessidade de se viver com as consequências de seus atos. O livro traz muito das Mil e Uma Noites e do Corão. Vale a pena!

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
wallace_thx 30/04/2021minha estante
Um dos meus autores favoritos. Tive a oportunidade de participar de um bate papo com ele quando veio para o Brasil. Tenho 3 livros dele, todos são incríveis!


Nat 30/04/2021minha estante
o traço dele é muito lindo! Confesso q eu posterguei a leitura por ser romance, mas no fim adorei e não foi nada meloso




Thamiris.Treigher 22/07/2022

Uma obra de arte
Habibi é uma história de amor bem diferente dos clichês que conhecemos. Nessa graphic novel LINDA (cada ilustração é uma obra de arte cheia de detalhes incríveis) conhecemos a história de dois escravos fugitivos, que precisam lutar todos os dias pra sobreviver. E essa sobrevivência é mais difícil a cada dia.

Dodola é esperta desde pequena, quando foi vendida por seus pais para o seu então marido, que aparenta ter idade para ser seu avô. Depois de vários acontecimentos, ela consegue fugir de seus captores e leva consigo uma criança, Zam. Eles crescem juntos no deserto, isolados de tudo e de todos. Em meio à solidão e tantas incertezas, eles sobrevivem contando histórias.

A história de Dodola e Zam é contada numa mistura de Corão e Mil e Uma Noites, em um estilo singular que mostra elementos da cultura islâmica, da caligrafia árabe e das narrativas dos textos sagrados dos mulçumanos de uma forma majestosa.

O desenrolar da história apresenta amores, tensões, fugas, preconceitos, lendas, erotismo, fantasia, luta pela sobrevivência, religião, filosofia, tragédias, patriarcado, o poder das histórias e os laços eternos do verdadeiro afeto.

Esse livro é um verdadeiro tesouro!
Carolina.Gomes 25/07/2022minha estante
Parece ótimooo!!


Thamiris.Treigher 25/07/2022minha estante
É demais ?




Nah Moura 03/09/2012

Desde Retalhos, HQ que me envolveu e sensibilizou bastante, almejava ler outra estória de Craig Thompson. Todas as críticas e expectativas me motivaram ainda mais frente esta pretensiosa obra do autor, cuja produção desenvolveu-se por sete longos anos. Habibi, como em Retalhos, aborda uma história de amor, aspectos existencialistas e conflitos que moldam um caráter, e, mais uma vez, o pano de fundo é a religião. Dodola e Cam são dois escravos fugitivos que ficam presos no deserto, se alojando em um navio naufragado na areia. Esse período é uma demonstração das tentativas de lutar pela existência, das dificuldades que moldam ou não a personalidade e de como os sentimentos se transformam. Como maior distração, vivem de histórias. Assim, somos introduzidos na história do Islamismo, suas tradições, seus sentidos e, sobretudo, na ideia das narrativas universais se relacionarem entre si.
A arte é cativante, seus desenhos são ricos em detalhes, profundos, belos. Mais do que em Retalhos, fica evidente a inspiração e semelhança com Will Eisner, propriamente quando abordado o vilarejo, na qual os eventos e personagens parecem compor as histórias de cortiço do mesmo.
Habibi é forte, trata sem maquiar sobre aspectos cruéis da humanidade. Entre eunucos e prostitutas, a sexualidade é abordada em meio ao céu, inferno, os instintos naturais, desejos e fantasias da paixão.
Creio que não seja uma obra para uma leitura apenas, é um trabalho complexo, em que devemos sempre voltar.

Recomendo.
Ligyane 09/08/2014minha estante
É um livro maravilhoso e muito original. Os desenhos são lindíssimos e fiquei super ansiosa pra ler as outras obras do autor. *-*




spoiler visualizar
Nina 11/07/2021minha estante
Foi a parte que eu menos gostei da HQ. Perdeu pra mim a pureza da relação deles. E não que uma relação amorosa seja menos pura, mas me pareceu forçar
Que a relação tivesse esta conotação, como se um um amor de mãe e filho ou de irmãos, que antes eles tinham, fosse inferior. Realmente me fez terminar a HQ com tristeza. Ela já é toda triste e pesada neh...




Adonai 05/10/2021

História(s) pesada(s)
Mesmo não curtindo histórias em quadrinhos me aventurei em Habibi e não me arrependo. É uma narrativa bem complexa, com muitos nós em uma trama cheia de personagens articulados.
Eu tenho dificuldade de ler imagens e esse livro definitivamente é construído também pelo visual, são cenas transbordando detalhes e que um olhar pouco atento deixa escapar muita coisa.
Não é uma história leve, não é um daqueles livros para descansar a cabeça. É HQ que faz você alterar a postura, engolir o incômodo e seguir a leitura.
Mazute, Jeferson 06/10/2021minha estante
Você sempre escreve comentários medidos. Estudou letras desde a infância?




Vida Literária 23/11/2019

Habibi, de Craig Thompson!
Dodola e Zam são escravos fugitivos que (sobre)vivem num barco encalhado no deserto. As circunstâncias e percalços da vida desfazem a união outrora sólida. No entanto, o futuro reservou um reencontro, tão impactante quanto à separação, pois as crianças agora se transformaram em homem e mulher calejados pela trajetória percorrida.

A epopeia de Habibi exala beleza do Nanquim às referências ao Corão e às Mil e Uma Noites. Classificá-la como uma história de amor e amizade não é suficiente. Habibi é uma obra de arte que se vale de muitas metáforas e histórias dentro de histórias para expressar a sua sensibilidade. O primor de cada página influi em reflexões sobre assuntos caros à existência e convivência em sociedade. O leitor passará por muitos sentimentos, dilemas morais e religiosos.

Recomendo demais! Não sei porque alguns ainda teimam em dizer que histórias em quadrinhos não são literatura. Pobres pessoas.

site: http://vidaliteraria.net/habibi/
Aryane Marques 10/07/2021minha estante
Ótima resenha! Fiquei curiosa de saber pq ao invés de 4, vc não deu 5 estrelas




Che 22/09/2017

BELEZA E(M) HISTÓRIAS
Poderia ser um tiro no pé minha investida na HQ de quase setecentas páginas do estadunidense Craig Thompson, mais conhecido por sua autobiografia "Retalhos" (a qual ainda não li, mas agora ficou um grande interesse), que comprei na livraria por um valor bem salgado. Felizmente, a obra não só correspondeu às minhas expectativas de ler algo numa estética do tipo "Ramadan" do Neil Gaiman (mesmo sendo uma HQ ocidental), como ainda a superou com folga.

Meu único entrave, principalmente no começo, que no entanto foi diminuindo ao longo dos nove capítulos, foi com as incursões meio 'esotéricas' das histórias contatas pela protagonista Dodola para o filho adotivo. A maioria delas tem inspiração claramente religiosa. Como o islamismo é também uma fé abraamica - a mais recente delas, por sinal - estão ali elementos do cristianismo e do judaísmo, incluído menções diretas a Cristo e a Moisés.

Há inclusive trechos de curiosidade teológica, como o momento no qual se versa as interpretações diferentes para o sacrifício do filho de Abraão - o qual muda em nuances decisivas (e reveladoras) do cristianismo para o islamismo. E há também passagens francamente bem-humoradas, principalmente aquela envolvendo a arca de Noé, na qual me pareceu claramente que o autor não resiste a fazer certas 'trollagens' com uma parábola francamente absurda como aquela.

De todo modo, será uma HQ aproveitável tanto pra quem for ler movido pela curiosidade religiosa, quanto para aqueles que, como meu, são incapazes de fé, sobretudo porque Thompson tem a inteligência de usar as metáforas místicas/esotéricas/religiosas no âmbito das (muitas) histórias paralelas à narrativa principal, mas nesta ele é mais pé-no-chão e "mundano", com poucas concessões ao misticismo. Até as licenças poéticas mais curiosas nessa trama, como o fato de misturar elementos do passado e do presente, indo de sultões e haréns até grandes metrópoles urbanas típicas do século XX, fazem perfeito sentido dentro daquele universo. Fica, de todo modo, bem evidente que Thompson pesquisou bastante para escrever um roteiro com tantas referências, desfrutáveis e compreensíveis até pra quem conhece pouco ou nada das obras às quais ele recorre (principalmente o Corão).

Mas o que realmente vale a pena em "Habibi" é a narrativa central de Dodola e Cam (ou Zam), mergulhada em várias reviravoltas impressionantes, sendo duas delas particularmente memoráveis e diretamente relacionadas à sexualidade dos personagens, uma envolvendo uma tragédia com Dodola no deserto e outra, em decorrência da primeira, envolvendo uma escolha completamente inesperada do então adolescente Cam, que conduz o enredo para uma seara pra lá de imprevisível. Dizer mais que isso aqui é estragar a surpresa de quem não leu a obra ainda.

Essa aposta arriscadíssima de Thompson podia dar muito errado, na medida em que a partir daquele momento se coloca um teor de inevitável "tragédia anunciada" num amor tornado impossível entre os dois personagens principais, porém graças à condução narrativa brilhante, que leva o leitor a grudar nos capítulos ansioso pela próxima aventura de Cam e Dodola - juntos ou separadamente -, acaba se tornando o ponto mais forte de "Habibi" e inscrevendo seus melhores momentos, justamente aqueles relacionados aos desejos e corpos de seu casal central.

Outra coisa que chama a atenção no roteiro da HQ é que ela foge de noções de moralismo ou de punitivismo dos 'personagens malvados'. E isso desde o começo, quando somos apresentados ao então marido de Dodola, muito mais velho que ela (ainda criança), mas sem ponderações morais do roteiro contra ele, em que pese não fugir de retratá-la como criança assustada e virgem. Não espere, portanto, ler em "Habibi" catarses em desfechos forçosamente felizes de subtramas contra personagens de péssima índole, como o sultão hedonista e entediado que, ironicamente, tanto tem em comum com a nossa burguesia do século XXI.

O escapismo para as mazelas, se é que há, está justamente nas histórias e no poder das palavras de aproximar as pessoas e fazê-las acreditar em outra realidade. Essa beleza da tecedura verbal casa, na obra de Thompson, também com quadros lindamente desenhados por ele mesmo, repletos de detalhes que valem a pena escarafunchar com um olhar atento, antes de passar à próxima página. Até o fato de estar em preto e branco acaba ironicamente ajudando na arte, que é singela e direta ao mesmo tempo em que abre espaço para um deslumbre e um detalhismo suntuosos, de fazer inveja aos jardins riquíssimos do sultão.

Só resta finalizar a resenha recomendando que se busque a obra, infelizmente menos conhecida do que merece. Apesar de ser um retrato mí(s)tico do Oriente Médio, cheio de licenças poéticas (como a já referida mescla de passado e presente), além de ser escrita por um estadunidense, acaba me soando mais instigante culturalmente do que, por exemplo, a autobiografia da iraniana Marjane Satrapi em "Persépolis", infinitamente mais (re)conhecida que "Habibi".
Day 22/09/2017minha estante
Nossa. Depois dessa resenha me deu ate vontade de ler :D




Mara 20/01/2013

Excelente leitura! O livro tem mais de 600 páginas (ok, são quadrinhos) e li em 12 horas!.
Super recomendo. Apaixonei-me!
O meu chegará em 3 dias!!!
\o/
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Susi 24/03/2024

Se esse livro pudesse ser resumido em apenas uma frase, seria "a palavra tem poder". Habibi conta a história de Dodola, uma jovem de 12 anos tentando fugir da escravidão após ver seu marido ser morto na sua frente. Na fuga em busca da liberdade, Dodola encontra Cam - ou zam, como foi rebatizado - e toma para si a responsabilidade de manter essa pequena criança de três anos segura em um mundo extremamente cruel. Habibi é uma história sobre sofrimento, mas acima de tudo, é uma história sobre o amor.
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Débora 30/04/2013

Esse foi o melhor Graffic novel que eu li em muito tempo. A maneira como o autor aborda temáticas delicadas como o desejo, a psiquê, o que é prioridade, as necessidades físicas, enfim, tudo isso colocado em um cenário mitológico e com citações da mitologia e religiosidade árabe, entranhado em uma história de amor é realmente emocionante. Recomendo totalmente.
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