Habibi

Habibi Craig Thompson




Resenhas - Habibi


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Juci Rodrigues 17/02/2013

"Habibi, você é mais que uma história".
A HQ Habibi, do Craig Thompson (virei fã), é uma daquelas coisas que você paga um pouco mais caro para ter, mas que valem cada centavo.

Habibi foi a minha primeira experiência com as “graphic novels”, e parece que eu já comecei com o pé direito. Conta a história de dois órfãos, Zam e Dodola, e narra o encontro, a separação e o reencontro dos dois, em uma estrutura não-linear. Enquanto crescem juntos(Dodola tinha 12 anos e Zam, três, quando se conheceram), Zam passa de irmão a filho, e, finalmente, a amante. Mas a história dos dois é cercada de sofrimento, fome, sacrifício e uma constante fuga. O título significa “amado” (é assim que Dodola se refere a Zam), e a explicação da palavra (já na parte final), ainda que simples, foi uma das partes mais singelas e bonitas da HQ.

O traço do Craig é impecável. Os detalhes que ele conseguiu colocar em cada folha deixam a história ainda mais única e surpreendente.

Enquanto tentam sobreviver em meio ao deserto, Dodola conta histórias a Zam. Geralmente histórias do Corão, que por vezes são comparadas com as versões da Bíblia cristã. Achei interessante a forma como o autor intercalou o islamismo e o cristianismo nesses momentos. Outro ponto interessante foi a ligação dessas histórias com a própria vida dos personagens, funcionando como metáforas da realidade dos dois. O nome de Zam, por exemplo, é dado por Dodola quando este encontra uma pequena nascente “… tal qual o bebê Ismael descobriu o poço de Zamzam…“, ele nascera com o nome de Cam, “que não lhe servia.“

Apesar de ser em boa parte um drama, Craig colocou pequenas pitadinhas de humor em alguns momentos (quando Dodola conta a história de Noé, por exemplo).

O ápice da narrativa, na minha opnião, se dá no penúltimo capítulo: “A Oração do Órfão”, o único sem desenhos, apenas texto. Nesse momento, não deu para conter as lágrimas que ficaram presas durante o resto da leitura. Não vou falar muito para não estragar a experiência dos futuros leitores, mas a reflexão de Zam, em um momento decisivo e de grande desespero, foi uma das coisas mais belas que já lí em muito tempo.

Além de Habibi, Craig também publicou Retalhos, uma HQ autobiográfica super elogiada que estou ansiosa para ler (na verdade, fui à livraria com a intenção de comprar Retalhos; como não estava em estoque, Habibi foi minha segunda opção).

Título original: Habibi

Editora: Quadrinhos na Cia.

Nº de páginas: 672

Ano de publicação no Brasil: 2012

Nota: (10/10) ♥ (favorito)

No meu blog é possível ter acesso à resenha completa, com fotos e mais informações: http://booksanddaydreams.wordpress.com/2013/02/17/resenha-habibi-craig-thompson/
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Marieliton M. B. 14/11/2017

Uma verdadeira obra prima!
Dodola e Zam, ainda crianças, são unidas pelo acaso. Nessa relação, uma forte ligação é estabelecida entre os dois, e exatamente isso o que os manterá unidos mesmo longe um do outro. Habibi é um mergulho na cultura do Islamismo e na vida dura dos dois ex-escravos que usam das fábulas e histórias antigas para encarar suas duras jornadas.

Craig Thompson já é bastante conhecido pela ótima graphic novel Retalhos, em Habibi ele conseguiu ser tão bom quanto no seu trabalho anterior. Apesar da hq assustar à primeira vista pela quantidade de páginas, a história e a narrativa são tão fluídas que a leitura acaba rápido e você nem percebe que leu tudo aquilo.

Os dois personagens principais, a Dodola e o Zam, são tão carismáticos e bem construídos, que você sente empatia muito fácil por eles dois e fica na torcida pra que consigam ter um tão merecido final feliz.

A arte em Habibi é de saltar os olhos. Algumas páginas têm detalhes que pra os mais curiosos é um deleite perder um tempo explorando cada pedacinho da página. Assim como em algumas molduras nas páginas, que de tão lindas, prende a atenção de quem tá lendo.

Enfim, Habibi, assim como Retalhos, conseguiu um lugar especial no meu coração. Ela é uma daquelas leituras que trazem “um algo a mais”, devido a sua maravilhosa história e linda arte.
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isa.dantas 09/11/2017

Achei a leitura bastante incômoda, além de triste. Existe, claro, muita beleza, especialmente por conta da riqueza de detalhes e dos traços, mas ainda assim, achei muito sofrível. Dolorosamente belo.
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Guynaciria 09/11/2017

Habibi
Que graphic novel incrível, simplesmente maravilhosa, valeu a pena cada centavo que gastei nela.

Temos um pouco mais de 600 páginas, mas a leitura flui muito bem, pois a história é envolvente e o traço gráfico é lindo, o que ajuda a prender a atenção do leitor.

Esse é um reconto da história das Mil e Uma Noites, que traça a vida de Dodola, desde a infância até a vida adulta.

Dodola, é inicialmente uma garota muito curiosa, que vem de uma família com poucos recursos, o que faz com que seu pai a case com um homem muito mais velho do que ela, em troca de um dote. O triste é que a menina tem em torno de 10 a 11 anos, está apavorada e tem que descobrir como lidar com sua nova situação.

Mas ela é inteligente e bem decidida, logo arruma uma forma de se sair bem. Porém o destino teima em deixa-la em situações cada vez mais complicadas.

Essa HQ, trata sobre tudo da possibilidade de se encontrar o amor nos lugares mais improváveis, além é claro de deixar a lição de que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, mesmo que no inicio as coisas possam parecer difícil de serem alcançadas.

Bjos!
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Cy 23/10/2017

Obra de arte.
Ouvi de alguém que 'Habibi' é uma história sobre encontrar amor em um lugar sem esperança. Não poderia concordar mais. Obra de arte.
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Vanessa França 26/08/2017

https://www.facebook.com/geeklivroseresenhas/
Nos últimos sete anos, poderia ter sido muito fácil chorar a perda de Craig Thompson, o escritor e ilustrador do brilhante Adeus, Chunky Rice e Blankets. Sete anos é um longo, longo tempo para desaparecer do olho do público, especialmente após uma enorme aclamação da crítica. No entanto, Craig Thompson está de volta com um novo livro, e não importa o quanto você deseje, o épico de 672 páginas que é Habibi não pode deixar de te deliciar.



Habibi é um clássico escrito por toda parte. É um triunfo literário moderno, um livro tão amplo e mágico em seu escopo, que apenas um mestre poderia faze-lo. Este não é um quadrinho comum, é uma obra de arte completa.

A história rastreia as vidas de Dodola e Zam, dois órfãos que escapam do comércio de escravos e criam uma casa para eles em um barco que encontram, preso no meio do deserto. Dodola tem nove anos de idade a mais que o bebê Zam, então ela o alimenta e ensina.



No entanto, sem renda e sem suprimentos, ela encontra-se tendo que trocar o corpo por comida. A escravidão sexual é um dos vários temas que correm ao longo do livro, e Thompson não se esquiva de descrever o horror que isso significa. Um dia, Dodola não volta, e Zam tem que trilhar seu próprio caminho no mundo. Envolto com a culpa sobre o que Dodola teve que passar, e muito imaturo e perdido para lidar com os predadores do mundo, ele faz algumas decisões ruins por puro desespero.

Ambos os personagens passam por vários mundos e experiências. Um dos pontos fortes literários do livro é a justaposição do primeiro e terceiro mundos, e o moderno com o aparentemente antigo ou clássico. Colocar o livro no espaço e no tempo é complicado. A configuração é do Oriente Médio, mas os temas e experiências dos personagens, enquanto infundidos com mistério e dificuldades exóticas, têm muito do universal sobre eles.

Dodola ensina Zam a ler e escrever, e lhe conta histórias do Alcorão. O livro está cheio de caligrafia árabe, belos padrões geométricos e fundos deslumbrantes, misturando-se uns aos outros em verticilos. Há histórias dentro de histórias, que expandem a narrativa e conectam o livro juntos. Esta não é uma mera decoração. Tudo se sente meticulosamente planejado e cuidadosamente colocado, cada palavra e toda linha ilustrativa, uma parte do todo abrangente.



A história retrocede e avança no tempo, revelando mais a história dos personagens enquanto exploramos suas vidas. É um crédito para a claridade de visão de Thompson que, através das 672 páginas, há apenas um momento em que o leitor pode se perder. Há um certo realismo mágico sobre o livro e um espiritualismo profundo, fundado sobre o Islã, mas também trazendo elementos das próprias vidas e ambientes dos personagens.



Eu poderia continuar e continuar sobre a história, tendo apenas arranhado a superfície aqui, mas eu quero que você a desvende, como eu fiz, uma página de cada vez, em toda sua maravilha majestosa.
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Lauz 16/08/2017

Lido em uma noite a ser deglutido em uma vida
De uma delicadeza brutal, Habibi é um livro difícil de ser explicado, porém necessário. Transpassa questões sociais diversas, e é certamente um quadrinho a ser revisitado de tempos em tempos para descobrir não só mais da história, como mais de si mesmo.
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Erika 10/05/2017

Uma viagem pelas lendas do Oriente
Quem nunca ouviu falar em As Mil e uma Noites? É aquela coleção de contos antigos do Oriente Médio. Xerazade promete contar histórias todas as noites para evitar que o Rei Xariar a mate, como faz com todas as mulheres depois de desposá-las. Então ela conta para ele as histórias que estão presentes no Livro das Mil e uma Noites. O autor, depois de muito estudo e pesquisas, escreveu essa HQ com inspiração nesses contos, além de um toque da religião muçulmana, através do Corão.

Dodola é uma menina que é vendida em casamento pelos pais ainda na infância. Seu marido, um escriba, a ensina a ler e escrever, o que nutre sua imaginação e faz com que conheçamos muitas das histórias que ela vai nos contanto ao longo do livro. Dodola passa a ser escrava e na primeira oportunidade que encontra, foge com um bebê abandonado, dando a ele o nome de Zam. Dodola se vê responsável pelo menino, e os dois passam a habitar um navio abandonado no deserto.

Acompanhamos suas histórias amadurecendo ao longo dos anos, enquanto somos recheados de histórias e lendas antigas muito bem contadas! Em todos os acontecimentos da graphic novel, vão sendo traçadas, em paralelo, histórias de mitos e contos. Tudo através de uma arte muito delicada, exuberante e impactante! Nunca vi uma arte tão cuidadosa e significativa como essa! É de ficar parando e babando a todos os momentos, adorando a qualidade da criatividade do autor. A arte contribui muito para nossa imersão na história.

No entanto, nada é fácil. Os problemas começam a surgir, e devo confessar que essa HQ é muito triste. A todo momento somos pegos de surpresa por situações ruins, coisas que afligem nossos personagens queridos e sofridos. Apesar disso, ela não nos ilude. Sabemos desde a primeira página que as coisas não serão fáceis. Mesmo assim, a experiência de leitura dessa HQ foi uma das melhores - senão a melhor -, que já tive em toda a minha vida! Foi e é impressionante, sendo uma trama inesquecível, que me marcou em vários aspectos. Indicação forte para todos!

site: https://literaturativa.wixsite.com/blogfolheando/
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andregynbr 07/05/2018

Craig Thompson é o cara
Uma obra com uma ótima imersão cultural, com diversas analogias e histórias entre a Bíblia e o Corão em meio a uma estória sensível e muito tocante. Respeitadíssimo.
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mauriciocz 09/02/2013

Fenomenal!
Craig Thompson já mostrou a que veio em Retalhos.
Com Habibi, ele se firma como um dos maiores quadrinistas e ilustradores de todos os tempos.
Sua arte a nanquim é magia pura. Cada página dessa obra merecia uma moldura.
A história? Doce, cruel, terna, triste. Maravilhosa!
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condadodeyork 27/11/2016

Incrível
Li logo após Retalhos. A questão religiosa permanece assim como suas determinações de vida. Mas o trabalho de pesquisa do autor e o trabalho estético são impressionantes. A primeira leitura é a focada nos personagens dodoula e zam. Acredito que uma segunda leitura... Já mais familiarizada c os mitos traga o entendimento dos arabescos. Enfim... Leia se emocione e conheça algo diferente do pensamento ocidental
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Cilmara Lopes 13/11/2016

Um talento inconfundível!
Um trabalho lindo, primoroso e significativo!
Dodola e Zam, são duas crianças escravas que acabam unidas pelo destino e também separadas pelo mesmo.
Um enredo envolvente, com muita aventura, contos, arte de primeira, é uma grafic novel rica!
Assim como em "Retalhos", aqui em "Habibi" Craig Thompson fala do amor, religião, vida e principalmente sobre aprendizado. Ele utiliza o "Corão" e o livro "Mil e Uma Noites" para embasar praticamente todo o roteiro, tem tantas experiências relatadas que é impossível ler somente uma vez.
O peso da verdade, da realidade, a maldade da humanidade, sentimos o sofrimento dos personagens, pouquíssimos autores conseguem passar isso.
Uma leitura memorável e importante para a categoria não só de grafic novel, mas da literatura! Uma obra completa!
Vale mais do que á pena ler! Principalmente atualmente, onde se discute muito sobre o Islamismo, o quadrinho adentra na cultura por trás da crença dos fiéis. Faça valer os 7 anos de pesquisa de Thompson, garanto que reterá mais conhecimento do que em muitos livros de história.
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FranzEscritor 09/10/2016

Uma obra-prima por excelência.
Eu sempre desconfio das palavras elogiosas das contra-capas ou abas internas dos livros. O mesmo princípio eu aplico aos pôsteres de filmes e às capas de Histórias em Quadrinhos.
Mas há ocasiões em que o instinto clama e não nego tal chamado. Uma dessas ocasiões ocorreu recentemente comigo ao entrar em uma livraria e me deparara com a obra "Habibi", de Craig Thompson. Eu folheei rapidamente suas páginas e comprei sem maiores referências. Cometi o que alguns chamam de "tiro no escuro", o que implica em afirmar que uma atitude foi tomada sem conhecimento da causa. Ok, eu atirei no escuro, mas acertei o alvo entre os olhos.
Habibi é a mais recente obra do autor de Retalhos. Contudo, ser um novo trabalho de um autor premiado, volto a reforçar, pouco quer dizer, pois uma obra-prima não é garantia de outra na sequência, principalmente com as pressões do mercado editorial para a entrega rápida de novos trabalhos após um sucesso de vendas.
Esta Graphic Novel, entretanto, foge à regra. Primeiro, o tempo para produção e disponibilização do mercado foi muito grande. Passaram-se longos 8 anos até a finalização e disponibilização da obra no mercado. Crai produziu o que pode ser considerada sua obra máxima em uma reação ao processo de rejeição (fobia) aos islâmicos. Por ser uma cultura pouco conhecida e em constante processo de degradação por parte das mídias ocidentais, Craig Thompson optou por criar um verdadeiro conto de fadas sobre a cultura e o comportamento das pessoas em um país tipicamente islâmico. Mas não se deixem enganar: Habibi é um conto de fadas como os antigos foram. Há força, impacto e verdade nos desenhos e palavras da Graphic Novel. Tudo cativa e impressiona... desde os desenhos estilizados (bem similares aos dos livros árabes antigos, plenos de formas geométricas belíssimas) até o uso da caligrafia.
A história se passa nas proximidades da cidade de Vanatólia (creio que seja uma alusão a Anatólia, no oeste da Ásia - Turquia) e mostra a relação de duas crianças que desde muito cedo são obrigadas a viver uma dura realidade. De um lado, uma menina que é vendida por causa da fome e desemprego que assolam sua família. Do outro lado, um menininho que é feito escravo junto com sua mãe. Com o tempo, os dois são unidos pelo destino e por muitas situações tristes e dolorosas. Juntos, eles passam a viver do amor de um pelo outro, mas um amor puro, capaz de superar as sequelas que só a vida e suas surpresas podem trazer.
São 672 páginas de arte em estado puro. Ilustrações belas, detalhadas e, ao mesmo tempo, simples na mensagem que passam. Não há excessos, apesar do refinamento da produção. O que vemos desde a primeira página é um fenômeno. A combinação de roteiro, letras, desenhos e, principalmente, um recado para um mundo cada vez mais crítico quanto aos islâmicos torna "Habibi" uma pérola de valor inestimável.
Craig Thompson precisou de uma grande lacuna para transformar idéias em arte, porém é fácil afirmar que cada segundo de espera valeu a pena.
Lendo "Habibi", tenho plena certeza que as ideias sobre os muçulmanos irão mudar muito. Sim, eles tem muitas e gritantes diferenças de comportamento e religiosidade em relação aos ocidentais. Também tem um trato diferente com as mulheres e, muitas vezes, podem ser vistos por nós como radicais. Todavia, uma coisa teremos certeza: são pessoas como nós, diferenciadas por uma religião, que sofrem com a fome, as intempéries, a pobreza e a desigualdade social. Não há muitas diferenças básicas quando comparamos as duas realidades das vidas dos orientais e ocidentais. Compreendê-los é muito melhor que odiá-los, valendo-se de estereótipos que não são a expressão da verdade, mas a personificação de um rancor e um ódio que não precisam ser propagados.
Thompson mesclou passagens do Corão com o livro das Mil e Uma Noites, além de acrescentar a essa fórmula um pouco da realidade de muitos países muçulmanos. A intenção da obra não é estimular uma admiração inquestionável pelo povo islâmico. A intenção da obra é estimular nossa vontade em conhecer um pouco mais da história de um povo guerreiro, trabalhador e unido. Muito dessa admiração nós passamos a ter quando conhecemos melhor a dupla protagonista da obra: Cam e Dodola.
Com um conteúdo político e emocional muito grande, "Habibi" é certamente a melhor surpresa de 2012, uma verdadeira benção para um povo que é perseguido e desprezado por uma grande parte da população ocidental, principalmente após os mais recentes ataques terroristas.
Lendo "Habibi", aprendi que é possível nutrir esperança em um futuro, qualquer que seja sua nacionalidade, fé ou cor da pele. Craig provou o quanto é difícil produzir uma arte tão complexa, porém é inegável que o resultado superou todas as expectativas. Cam e Dodola irão flutuar em minha mente e alma como exemplos de superação, fé e amor. Eles são carismáticos, erram e buscam por esperança, assim como nós o fazemos. Eles são assustadoramente reais, assim como todas as barreiras e sofrimentos que os atingem até o fim da obra.
Leia e saiba que as barreiras usadas para transformar pessoas em monstros podem ser diminuídas. Não importa qual seja a cor da pele, o credo ou o sexo. O que basta é termos união e amor pelo próximo, pois por trás de cada ser humano há uma história... nem sempre tão bonita, mas sempre real. Craig contou não só as histórias de um menino que vira homem e de uma menina que se torna mulher e guerreira, ele comprovou que a união e a dedicação a quem amamos pode mudar o mundo.
Um detalhe muito importante e que mostra o zelo do autor está nas ilustrações do profeta Maomé sem o detalhamento da face, tal como preconiza a religião islâmica. Perfeito.
Ah! Lembram-se que no início eu disse não valorizar as notas e elogios que constam no livro? Bem, esse merece ter sua apresentação lançada aqui:

“Destinado a se tornar um clássico instantâneo.” - The Independent

“Cortante. Habibi é um enorme feito de pesquisa, cuidado e tinta preta, e um lembrete de que todos os ‘povos do livro’, apesar das diferenças, dividem um mosaico de histórias.” - Zadie Smith, Harper’s Magazine

“Thompson é o Charles Dickens do quadrinho. Habibi é uma obra-prima única.” - Elle

“Uma história maravilhosa e cativante, mas também indescritível neste curto espaço, pois dentro dela há ainda milhares de outras histórias. É como uma caixa de joias à qual você retornará de novo e de novo.” - The Guardian


site: www.apogeudoabismo.xyz
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PC_ 16/02/2013

pc
primoroso trabalho gráfico unido a uma bela estória.

enquadra-se na categoria graphic novel, voltada ao público adulto, com conteúdo político-social e religioso.

o autor junta tradições religiosas orientais, judaísmo e islamismo, para contar a estória de dois órfãos, num enredo marcado pela exploração de escravos, pobreza e destruição da natureza, que têm como fonte um sistema econômico sem rédeas morais, baseado apenas no lucro
e na satisfação pessoal.

trabalho muito criativo, mas não absolutamente abstrato, o autor expõe mais do que uma crítica ao sistema político-economico,
coloca a perversidade como fruto exclusivo da ação humana.
obra marcada fortemente pela analogia às religiões supra-citadas.

é notável a arte relacionado à cultura islamica,
à grafia e aos desenhos, que são muito belos e criativos,
faz um paralelo da cultura islamica e judaica.

belo trabalho, vale a pena ler.
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Mila F. @delivroemlivro_ 29/06/2016

Lindo!
Habibi foi uma Graphic Novel que desejei ler assim que terminei a leitura de Retalhos, também do mesmo quadrinista: Craig Thompson. O interessante em Habibi é que ele tem sofrido diversas críticas, tanto positivas quanto negativas o que o torna aquele livro que você precisa ler para tirar suas próprias conclusões.
As críticas dizem mais respeito a questão como a cultura Oriental é abordada no livro, alguns acham que há uma sátira a religião, outros dizem que o autor está tentando humanizar os árabes para os norte-americanos, mas o próprio quadrinista refutou tudo e disse que Habibi deveria ser visto como um conto de fadas, pois foi com esta intenção que ele o escreveu.
Não quero entrar nesses detalhes profundos e acadêmicos, mas acho válida toda e qualquer crítica: positiva ou negativa. O que pretendo com esta resenha é falar sobre o enredo e o que senti ao ler, o que achei dessa Graphic Novel.
Bem, desde que comecei a ler quadrinhos percebi que eu estava completamente enganada na minha ideia de que esse tipo de literatura era rasa e vazia e, pois a cada GN ou HQ que leio me deparo com uma profundidade enorme que muitas vezes não encontro em romances. Sim, já achei que quadrinhos era coisa para criança. Ledo engano.
Habibi é mais uma Graphic Novel que tem profundidade e emociona o leitor. Trata-se da história de Dodola e Zam, dois escravos, que por destino se encontraram e cresceram juntos, se apaixonaram, mas que também por força do destino foram separados e viveram vidas completamente distintas.
Enquanto Dodola tornou-se prostituta, Zam tornou-se eunuco. Tinham que viver constantemente à margem da sociedade e tendo seus próprios sofrimentos, no entanto, mesmo com o passar de vários anos o sonho de cada um era voltar a se encontrar. Ficarem juntos.
De fato, em Habibi temos uma história de amor incrivelmente forte. Vejam bem, eu disse forte e não bonita. É uma historia imensamente triste, cheia de dor, sofrimento e perdas. É difícil e doloroso acompanhar certas partes da Graphic Novel, há cenas chocantes e tristes. Por vezes me deparava com sentimentos que não sabia descrever, que me envolviam e que me faziam parar a leitura e tomar fôlego.
É incrível o quanto Dodola e Zam tiveram que passar quando estiveram separados, o quanto mesmo se conhecendo e se amando eles tiveram que se começar o processo do zero, pois ambos estavam absolutamente mudados. O quanto eles tiveram que aprender a se amarem, para amarem mais completamente um ao outro.
Particularmente amei Habibi e recomendo a leitura, também quero dizer que o trabalho gráfico da Companhia das Letras está fabuloso, cada detalhe: na mudança de capítulos, nas páginas trazendo todo o sentimento que as ilustrações abordavam, capa, tradução, tudo está absolutamente enriquecendo mais e mais a obra. Dá gosto.
Habibi é uma das Graphic Novels que podem ser vistas como um conto de fadas, mas é mais que isso: é uma GN que transforma nossa visão de ver os sentimentos e os seres humanos. É bom pegar um livro que tem a capacidade de nos mudar.


site: www.delivroemlivro.com.br
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